Sangramento uterino anormal Flashcards

1
Q

Definição

A
  • a perda menstrual excessiva, com repercussões na qualidade de vida da mulher, que podem ocorrer isoladamente ou em combinação com outros sintomas
  • Ocorre quando 1 ou + parâmetros do sangramento uterino normal está alterado: quantidade, duração ou frequência
  • Frequência normal: 24-38d (21-35d) -> polimenorreicos ou oligomenorreicos
  • Duração do fluxo normal: 4,5-8 -> hipomenorreico ou hipermenorreico
  • Volume normal: 5-80 mL -> hipo ou hipermenorreico
  • Menorragia: sangramento aumentado no período menstrual (fluxo regular)
  • Metrorragia: sangramento intermenstrual
  • spoting/escape -> em paciente em uso de ACO
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2
Q

Etiologia

A

Pólipo Adenomiose Leiomiona Malignidade e hiperplasia de endométrio -> PALM -> estruturais
Coagulopatia Disfunção ovulatória Endometrial Iatrogênica Não classificadas -> COEIN -> não estruturais

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3
Q

Pólipos endometriais

A

Mais comum em mulheres peri e pós menopausa

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4
Q

Adenomiose

A
  • dor pélvica, fluxo menstrual prolongado na fase folicular ou sangramento de maior volume (relação com profundidade do miométrio atingido)
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5
Q

Miomas

A

Submucoso, subseroso, intramural, intracavitário pediculado

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6
Q

Malignidade

A

Incidência aumentada após menopausa

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7
Q

Coagulopatia

A
  • causa mais comum é a doença de von Willebrand; hemofilia, disfunções plaquetárias, púrpura trombocitopênica e distúrbios de coagulação associados a doenças como hepatopatias e leucemia
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8
Q

Disfunção ovulatória

A
  • Sangramentos anovulatórios, insuficiência do
    corpo lúteo e encurtamento da fase folicular da pré-menopausa)
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9
Q

Distúrbios primários do endométrio

A

Alterações da hemostasia endometrial. Ex: doença inflamatória pélvica

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10
Q

Causas iatrogênicas

A

sistemas intrauterinos medicados ou inertes e
agentes farmacológicos que alteram diretamente o endométrio (ex: anticoncepcionais hormonais → associados a sangramentos intermenstruais e manchas [spottings]). Outros: anticoagulantes, AAS, antiepilépticos, hormônios da tireoide, antidepressivos, tamoxifeno e corticosteroides

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11
Q

Não classificados

A

lesões locais ou condições sistêmicas rara (ex:
malformações arteriovenosas, hipertrofia miometrial, istmocele e alterações müllerianas)

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12
Q

Fisiopatologia Disfunção anovulatória

A
  • Fase folicular prolongada, endométrio só prolifera e não amadurece. Pode não menstruar ou menstruar anormalmente. É comum nos extremos de idade (imaturidade ou baixa reserva), em outros momentos da vida causa SUA
  • É causado por ausência de corpo lúteo, estimulação prolongada de estrogênio, proliferação endometrial excessiva
  • Sangramento menstrual: ciclos longos\infrequentes, volume variável (ausente\mínimo\excessivo com coágulos)
  • Relacionado com: SOP, desordem alimentar, tireoidopatias, DM, PRL
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13
Q

Fisiopatologia Disfunção ovulatória

A
  • Irregularidade, insuficiencia do corpo lúteo, insuficiencia folicular (1ª fase), fase folicular curta, insuficiencia lútea (2ª fase), atividade lútea prolongada
  • Menstruação em intervalos menos longos\regulares com duração e volume excessivos
  • DD: distúrbios de hemostasia, hipotiroidismo, hepatopatias graves, leiomiomas, pólipos
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14
Q

Fisiopatologia - alterações endometriais

A
  • Hemostasia controla o sangramento através de um processo complexo de ações pró-coagulantes, anticoagulantes, pró-fibrinolíticos e antifibrinolíticos
  • Hemostasia endometrial intacta é essencial para o controle do sangramento menstrual
  • Aumento da concentração de óxido nítrico em mulheres com SUA: estimula a vasodilatação
  • Inibição da agregação plaquetária, relaxamento da musculatura lisa e vasodilatação
  • Dilatação e congestão dos vasos uterinos aumentam o fluxo
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15
Q

Diagnóstico - anamnese

A
  • Anamnese: características do sangramento, sinais de disfunção hipo\hipo, sintomas de hipoestrogenismo, sinais de disfunção endócrina, uso de medicamentos
  • Progesterona e estrogênio podem estar associados a quadros trombogênicos-> em alguns casos será necessário o uso de medicamento não hormonal para sanar a SUA
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16
Q

Fechar diagnóstico:

A
  • Em adultas:
17
Q

Fechar diagnóstico em mulheres adultas:

A
  1. Sangramento uterino aumentado desde menarca
    +
  2. Hemorragia pós-parto/cirurgia/
    procedimento odontológico (1 desses fatores)
  3. Epistaxe 1-2 vezes ao mês; sangramento gengival
    frequente; história de desordens na hemostasia (2
    fatores)
18
Q

Fechar diagnóstico em mulheres adolescentes:

A
  1. Sensação de fluxo intenso > 7 dias OU sangramento enchendo o absorvente em 2 horas
  2. Anemia
  3. Hemorragia pós-parto/ cirurgia/ procedimento
    odontológico
  4. História familiar de desordem da hemostasia
19
Q

Diagnóstico - exame físico

A
  • geral: mucosas, PA
  • Ginecológico: especular, avaliar colos (miomas, polipos, lesões), anexos
  • Toque: tamanho, massas
20
Q

Diagnóstico - exames complementares

A
  • Quantificar sangramento: PBAC
  • B-HCG, PRL, glicemia, FSH\estradiol. TGO\TGP, FR, HMG, TSH
  • Verificar eixo HHO-endometrial
  • USG pélvico, transvaginal e RNM - estrutural
  • coagulopatia + -> HMG, TTPA -> hematologista
  • Progesterona sérica: medida confiável de ovulação se realizada no momento certo ( 7 dias antes de menstruar), > 3 = ciclo ovulatório, > 10 não é confiável
21
Q

Diagnóstico por imagem

A
  • USG transvaginal seriado: desenvolvimento de folículos, presumir ovulação através do colapso do folículo
  • USG transvaginal: útil em miomas e pólipos
  • Histerossonografia: soro na cavidade -> facilita ver pólipos
  • Biópsia: JÁ FOI ouro para ovulação e fase lútea. Usar em suspeita de patologia endometrial
  • Biópsia de endométrio - cureta de pipelle -> neoplasia, hiperplasia com atipia
    • indicações:
      • ciclos anovulatórios: adolescentes obesas com SUA não tratamento por 2-3a, menos de 35 anos com DM, CA de colon familiar, infertilidade, nuliparidade, obesidade, tamoxifeno, SUA que não melhora com tratamento
      • ciclos ovulatórios: > 35 anos com risco de CA de endométrio e SUA que não melhora tratando
  • Histeroscopia: método definitivo para diagnóstico e tratamento
22
Q

Tratamento - agudo

A

Agir rapidamente:
1. Estabilização hemodinâmica: acesso venoso
2. Tratamento clínico
3. Tratamento cirúrgico: gravidade, CI pra tratamento clínico, falha- curetagem e vela de Hegar
Medicação:
- ACO combinado com etinilestradiol 30\35 mcg 8/8h por 7 dias, seguido de 1 comp/dia por 21 dias
- Acetato de medroxiprogesterona 20 mg de 8/8h por 7d -> pode ser substituído por Progestam – 12/12h p\ 14-2d e Diidroprogesterona
- Tranexâmico 500mg VO ou 10mg\kg IV 8\8 por 5d
- Geralmente não se usa mais estrogênios pois pode piorar o quadro
- Controle com medicação - tratar por 3m
- Falha no controle com medicação - cirurgia

23
Q

Tratamento - crônico

A
  • Paciente hemodinamicamente estável
  • Anticoncepcionais combinados
  • Formulações contendo ≤ 35 mcg de etinilestradiol são preferíveis
  • Pílulas quadrifásicas contendo valerato de estradiol são superiores no controle do sangramento
  • SIU – Levonorgestrel (diu hormonal): contem 52 mg de levonorgestrel. Uso por 5 anos. Sangramento menstrual reduzido devido à decidualização
    e supressão endometrial e é superior aos outros métodos clínicos de controle de SUA
  • Serviços de reprodução: Ciclos ovulatórios -> AINES ou antifibrinolíticos. Ciclos anovulatórios -> indução de ovulação (Clomifeno)
  • AINES: redução da SUA (inibe prostaglandina) - meloxicam. Usado na menstruação, reduzem dismenorreia
  • Antifibrinolíticos: inibem plasmina. Diminuem SUA. Uso somente na menstruação. Cuidado com diminuição da acuidade visual e efeitos no TGI
24
Q

Cirurgia - quadros crônicos

A
  • Miomectomia: tentam salvar utero
  • Histerectomia: convencional x vaginal x
    videolaparoscópica
    • Pan-HTA (útero e anexos): Susceptibilidade para CA de ovário; Endometriose severa; DIP / Abcessos tubários bilaterais; Pós-menopausa
    • HTA (preserva os ovários): Pré-menopausa, Impactos na qualidade de vida; ↑ fraturas
25
Q

Cirurgia - quadros cronicos

A
  • Sub-total (retira só o corpo e preserva o cervice e os ovarios): ↓ tempo cirúrgico; ↓ perda de sangue; ↓ febre pós-operatória; ↓ retenção urinária
  • Total (retira utero e cervice e preserva os ovarios): ↑ sangramento cíclico até 1 ano após cirurgia. Sem diferenças quanto a função sexual, HI, HU
26
Q

Vias cirurgicas - Abdominal X Vaginal

A

-Vaginal: ↓ tempo de recuperação (9,5 dias) / ↓ febre ou infecções
inespecíficas / ↓ hospitalização (1 dia a menos)

27
Q

Vias cirúrgicas - Vaginal X Laparoscópica

A

Laparoscópica: ↑ tempo cirúrgico (39 minutos) / ↑ sangramento

28
Q

Vias cirúrgicas - Abdominal X Laparoscópica

A

Laparoscópica: ↓ tempo de retorno atividades normais (13 dias) / ↓ perda de sangue intraoperatório / ↓ hospitalização (2 dias) / ↓infecção ferida operatória; ↑ lesões do trato urinário (ureter ou bexiga) / ↑ tempo operatório (20 minutos)

29
Q

Vias cirurgicas - Laparoscópica X Vídeo-assistida

A

Vídeo-assistida: ↓ febre pós-operatória e infecções inespecíficas / ↓ tempo cirúrgico (25 minutos

30
Q

Vias cirúrgicas - Vídeo-assistida X Abdominal

A

Vídeo-assistida: ↓ perda de sangue / ↓ hospitalização / ↓ dor pós-operatória / ↓ tempo de retorno a atividades normais / ↑ tempo de cirurgia / ↑ complicações maiores (lesões trato urinário)