SEGUNDO REINADO - SEGUNDA PARTE Flashcards
(28 cards)
O que foi a Questão Cristhian com a Inglaterra.
A “Questão Christie” (também conhecida como “Incidente Christie”) refere-se a um conflito diplomático entre o Brasil e o Reino Unido, ocorrido entre 1862 e 1865. Este episódio é nomeado após William Dougal Christie, o representante diplomático britânico (ministro plenipotenciário) no Brasil na época, cujas ações e demandas provocaram o conflito.
Como teve início
-O incidente começou com duas questões principais: a primeira envolvia a apreensão ilegal de navios mercantes britânicos pela Marinha do Brasil.
-A segunda, e talvez mais famosa, foi o caso dos oficiais britânicos do HMS Forte, que foram detidos pela polícia do Rio de Janeiro após se envolverem em uma briga durante uma visita à terra. Christie exigiu um pedido de desculpas formal do governo brasileiro e uma compensação financeira pelos navios apreendidos.
Como se deu o conflito
Quando o Brasil se recusou a atender às demandas de Christie, especialmente a de enviar uma missão especial de desculpas à Rainha Vitória, o Reino Unido retaliou.
-Em 1863, navios de guerra britânicos bloquearam o porto do Rio de Janeiro e capturaram cinco navios brasileiros. O incidente provocou indignação pública no Brasil e levou a um rompimento das relações diplomáticas entre os dois países.
-A questão foi resolvida em 1865, quando o Brasil concordou em pagar uma indenização aos comerciantes britânicos pela apreensão de seus navios. O conflito teve consequências duradouras para a política externa brasileira, levando o país a buscar meios de fortalecer sua posição internacional e sua defesa costeira.
Porque o Brasil pregava a livre navegação do prata no Século XIX
Durante o século XIX, a livre navegação dos rios da bacia do Prata era uma questão de grande importância estratégica, política e econômica para o Brasil e para os demais países da região (Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia). A defesa da livre navegação pelo Brasil pode ser entendida por vários motivos interligados:
-Aumento do comércio entre o Brasil e os países do Prata;
-Diminuição da dependência comercial do Brasil da Inglaterra;
-Fortalecimento da posição do Brasil na região do Prata;
-Contribuição para a integração regional da América Latina;
-Aumento das tensões entre o Brasil e a Argentina;
-Contribuição para a Guerra do Prata (1825-1828).
Os motivos da Invasão do Uruguai em 1852.
A invasão do Uruguai e da Argentina em 1852, parte dos eventos conhecidos como a Guerra do Prata, envolveu uma série de conflitos complexos e interligados na região do Rio da Prata, que incluiu a Argentina, o Uruguai, o Brasil, e em alguns aspectos, o Paraguai.
- O Brasil tinha interesses econômicos e políticos no Uruguai e preferia um governo amigo no poder, geralmente apoiando os Colorados contra os Blancos.
-A instabilidade no Uruguai ameaçava a segurança das fronteiras brasileiras e provocava a preocupação com possíveis incursões armadas e instabilidade na região fronteiriça.
-O Brasil buscava afirmar sua influência na região do Prata, contrabalanceando a da Argentina e garantindo a livre navegação dos rios da bacia do Prata, como discutido anteriormente.
Porque o Brasil invadiu a Argentina em !852
Foi uma intervenção militar no contexto da Guerra do Prata, particularmente relacionada ao conflito com Juan Manuel de Rosas, o governador da Província de Buenos Aires, que tinha uma forte influência sobre a Confederação Argentina:
-Rosas era visto como um ditador que buscava controlar a navegação no Rio da Prata e exercer influência sobre o Uruguai. Ele apoiava os Blancos no Uruguai, o que ia contra os interesses brasileiros e dos Colorados.
-O Brasil aliou-se a Justo José de Urquiza, governador de Entre Ríos, que se opunha a Rosas e buscava uma federação mais inclusiva e democrática na Argentina.
-Livre Navegação e Comércio: Como mencionado, a livre navegação dos rios do Prata era de vital importância para o Brasil, e Rosas era visto como um obstáculo a esse objetivo.
Os motivos da invasão do Uruguai em 1864.
A invasão do Uruguai em 1864 por forças brasileiras, que desencadeou a Guerra do Uruguai (também conhecida como Guerra contra Aguirre), teve origens em uma série de eventos e tensões políticas que remontam a décadas anteriores.
-Incidentes de Fronteira: Isso incluiu ataques contra cidadãos brasileiros e propriedades no Uruguai, bem como a questão de lideranças Blancas refugiadas que realizavam incursões armadas em território brasileiro a partir do Uruguai.
-Instabilidade Política no Uruguai: O Uruguai enfrentava instabilidade política crônica, com conflitos contínuos entre os partidos Blanco e Colorado.
-Interferência nos Assuntos Internos: O Brasil tinha uma longa história de interferência nos assuntos internos do Uruguai, muitas vezes apoiando o partido Colorado contra os Blancos.
-Governo de Atanasio Aguirre: A eleição de Atanasio Aguirre, um líder Blanco, como presidente do Uruguai em 1864 foi vista pelo Brasil como uma ameaça a seus interesses.
O que foi a Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870, foi o maior conflito armado da história da América do Sul. Envolvendo o Paraguai e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), esta guerra teve profundas consequências políticas, sociais e econômicas para a região. A síntese deste conflito pode ser abordada em seus principais aspectos:
Quais as Causas da Guerra do Paraguai
1-Ambições expansionistas do Paraguai: Sob a liderança de Francisco Solano López, o Paraguai buscava expandir seu território e influência na região do Prata.
2-Conflitos de fronteira: Disputas territoriais entre o Paraguai e seus vizinhos, especialmente sobre acesso ao rio Paraguai e à bacia do Prata que vinha desde a formação dos países.
3-Intervenções políticas: A guerra ocorreu em um contexto de intensa interferência política entre os países da região, particularmente em relação às questões internas do Uruguai e da Argentina.
4-Isolamento do Paraguai: O Paraguai encontrava-se cada vez mais isolado diplomaticamente devido às suas políticas e às alianças formadas por Brasil, Argentina e Uruguai.
5-Desenvolvimento autônomo do Paraguai que indignava a Inglaterra.
Sintetize a Guerra
1-Início do conflito: A guerra começou em 1864, quando o Paraguai declarou guerra ao Brasil, seguido pela invasão de territórios brasileiro e argentino.
2-Fases da guerra: O conflito teve várias fases, com inicial sucesso paraguaio, seguido de uma longa e desgastante campanha da Tríplice Aliança, que acabou por invadir o Paraguai.
3-Batalhas significativas: Incluíram Riachuelo, Tuiuti e Curupaiti, entre outras, destacando-se pela brutalidade e elevadas baixas. Liderança brasileira do General Osório, substituído por Duque de Caxias, substituído por Conde D’eu
Quais as consequência mais importantes
-Devastação do Paraguai: O Paraguai sofreu enormes perdas humanas, com estimativas variando, mas indicando que talvez até 70% de sua população morreu devido à guerra, doenças e fome. Além disso, perdeu significativas parcelas de território.
-Todos os países envolvidos sofreram economicamente, mas o Paraguai foi o mais afetado, com sua estrutura econômica e social praticamente destruída.
-Mudanças territoriais e políticas: A guerra resultou em mudanças territoriais, com o Paraguai perdendo terras para o Brasil e a Argentina. Politicamente, o conflito também afetou o equilíbrio de poder na região, consolidando a influência do Brasil e da Argentina.
-Enfraquecimento da Monarquia Brasileira devido a crise econômica e ao fortalecimento do exército que assumiu uma visão abolicionista e Republicana.
Como foi a abolição da Escravidão no Brasil
A abolição da escravidão no Brasil foi um processo gradual, marcado por uma série de leis e decretos ao longo do século XIX. Esse processo reflete a complexidade das questões sociais, econômicas e políticas envolvidas na transição para uma sociedade livre. Aqui estão as principais leis que marcaram o caminho em direção à abolição da escravidão no Brasil:
O que foi a Lei Feijó (Lei de 7 de Novembro de 1831), referindo-se a Diogo Antônio Feijó, regente do Império do Brasil, que teve papel importante na época.
-Objetivo: Esta lei declarava ilegal o tráfico de escravos para o Brasil, proibindo a importação de africanos escravizados e determinando a liberdade para os escravos que chegassem ao Brasil após essa data.
-Implementação e impacto: Na prática, a lei teve pouco efeito imediato na redução do tráfico de escravos, devido à falta de vontade política para sua implementação e ao forte lobby dos proprietários de escravos. O tráfico continuou clandestinamente, com grande número de africanos sendo trazidos ilegalmente para o país até a década de 1850.
O que foi a Lei Bill Aberdeen, oficialmente conhecida como o “Ato para a Repressão do Tráfico de Escravos” (Aberdeen Act), foi promulgada pelo Parlamento Britânico em 1845.
Objetivo: A lei autorizava a Marinha Real Britânica a abordar, inspecionar e, se necessário, apreender navios suspeitos de estarem envolvidos no tráfico de escravos em águas internacionais. O objetivo era erradicar o tráfico de escravos, estendendo a capacidade de ação britânica para além de suas águas territoriais e dos limites estabelecidos por tratados prévios.
O que foi a Lei Eusébio de Queirós (Lei nº 581, de 4 de Setembro de 1850), batizada em homenagem Eusébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara, então Ministro da Justiça, que propôs a lei.
-Objetivo: Esta lei visava reprimir efetivamente o tráfico de escravos para o Brasil, proibindo a importação de escravos africanos de maneira mais eficaz.
-Implementação e impacto: A Lei Eusébio de Queirós teve um impacto significativo e conseguiu, em grande medida, suprimir o tráfico transatlântico de escravos para o Brasil.
-Sua eficácia deve-se ao fortalecimento dos mecanismos de repressão e ao contexto internacional favorável, com a pressão britânica para a abolição do tráfico de escravos. Como resultado, houve uma drástica redução na chegada de escravos africanos ao Brasil após sua promulgação.
O que dizia a Lei Rio Branco de 28 de Setembro de 1871 (Lei do Ventre Livre)
-Objetivo: Esta lei declarava que todos os filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir da data de sua promulgação seriam considerados livres.
-Implementação: Embora os filhos nascidos livres, seus primeiros anos de vida deveriam ser sob a tutela dos senhores dos seus pais, podendo ser obrigados a trabalhar para eles até os 21 anos de idade, ou serem indenizados para sua libertação.
O que dizia a Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe (Lei nº 3.270, de 28 de Setembro de 1885)
-Objetivo: Esta lei garantia a liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.
-Implementação: Apesar de representar um avanço, a lei foi criticada por beneficiar uma parcela relativamente pequena da população escravizada, muitos dos quais já estavam debilitados ou não tinham meios de sustentar a si próprios após a libertação.
O que dizia a Lei Áurea (Lei nº 3.353, de 13 de Maio de 1888)
-Objetivo: Aboliu definitivamente a escravidão em todo o território brasileiro.
-Implementação: Assinada pela Princesa Isabel, esta lei não ofereceu compensação aos proprietários de escravos nem assistência aos recém libertos, o que resultou em significativos desafios sociais e econômicos no período pós abolição.
Importância do partido Republicano de 1870
-Expansão das Ideias Republicanas: Na segunda metade do século XIX, as ideias republicanas começaram a se espalhar pelo Brasil, influenciadas por diversos fatores, incluindo o contato com as repúblicas americanas, as transformações econômicas e sociais em curso no país, e a crescente insatisfação com o regime monárquico.
-Em 1870 foi fundado o Partido Republicano no Rio de Janeiro, que, junto com outras organizações similares em diferentes províncias, contribuiu para a disseminação das ideias republicanas no país.
Quais suas propostas
-Implantação de uma república federativa no Brasil.
-Adoção do sufrágio universal masculino (voto para todos os homens adultos).
-Separação entre Igreja e Estado.
-Descentralização do poder político.
-Liberdade de expressão e de associação.
O que foi a Convenção de Itu de 1873
A Convenção de Itu, ocorrida em 18 de abril de 1873, foi um evento chave na história política do Brasil, marcando um momento significativo no fortalecimento e na organização do movimento republicano no país. Realizada na cidade de Itu, no estado de São Paulo, esta convenção reuniu um grupo de intelectuais, políticos, fazendeiros e profissionais liberais que compartilhavam do ideal republicano, com o objetivo de discutir e promover a implantação de um regime republicano federativo no Brasil, em substituição à monarquia.
O que foi a Questão Religiosa
A Questão Religiosa foi um conflito entre a Igreja Católica e o Estado Imperial brasileiro ocorrido durante o reinado de Dom Pedro II, na década de 1870. Este conflito teve raízes nas tensões entre as autoridades eclesiásticas que desejavam maior autonomia para a Igreja no Brasil e o governo imperial, que buscava manter o controle sobre as atividades religiosas no país. A disputa centrou-se principalmente em torno do Padroado, um sistema que conferia ao monarca poderes sobre a nomeação de bispos e o controle sobre assuntos eclesiásticos.
Questão Religiosa e como contribuiu para a Queda da Monarquia brasileira
Os principais eventos da Questão Religiosa começaram com a prisão de dois bispos, Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira (bispo de Olinda) e Dom Antônio de Macedo Costa (bispo da Pará), que se opuseram à maçonaria e às ordens religiosas irregulares, entrando em conflito direto com as leis imperiais que protegiam a liberdade de associação. Os bispos foram condenados a trabalhos forçados, embora posteriormente tenham sido confinados em suas casas.
*Esta ação do governo imperial foi vista como uma grave violação da liberdade da Igreja e provocou uma ampla reação negativa tanto no Brasil quanto no exterior.
8Intervenção do Papa: A intervenção do Papa Leão XIII, que pediu clemência para os bispos presos, colocou o imperador em uma posição delicada perante católicos no Brasil e no mundo, aumentando a percepção de que a monarquia estava em desacordo com os princípios católicos.
O que foi a Questão Militar
Este episódio refletiu o crescente descontentamento das forças armadas com o governo imperial e posteriormente com o governo republicano, principalmente devido a questões de modernização, profissionalização e autonomia do exército.
-Influência do positivismo: Muitos militares eram adeptos do positivismo, que pregava o cientificismo e a República como forma de governo ideal.
-Desejo de maior participação política: Os militares reivindicavam maior autonomia e participação nas decisões políticas do país.