Theorizing global health - Author: João Biehl Flashcards

1
Q

Reflecting on the recent West African Ebola outbreak, this piece advocates for a critical and people-centered approach both to and within global health.

A

Refletindo sobre o recente surto de Ebola na África Ocidental, este artigo defende uma abordagem crítica e centrada nas pessoas, tanto para a saúde global quanto para a saúde global.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

I discuss the current state of the field as well as critical theoretical responses to it, arguing that an ethnographic focus on evidence and efficacy at the local level raises rather than lowers the bar for thoughtful inquiry and action.

A

Discuto o estado atual do campo, bem como as respostas teóricas críticas a ele, argumentando que um foco etnográfico na evidência e na eficácia no nível local aumenta, em vez de diminuir, o nível de investigação e ação cuidadosas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

The current moment calls less for the all-knowing hubris of totalizing analytical schemes than for a human science (and politics) of the uncertain and unknown.

A

O momento atual exige menos a arrogância onisciente de esquemas analíticos totalizantes do que uma ciência humana (e política) do incerto e do desconhecido.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

It is the immanent negotiations of people, institutions, technologies, evidence, social forms, ecosystems, health, efficacy, and ethics – in their temporary stabilization, production, excess, and creation – that animate the unfinishedness of ethnography and critical global health.

A

São as negociações imanentes de pessoas, instituições, tecnologias, evidências, formas sociais, ecossistemas, saúde, eficácia e ética - em sua estabilização temporária, produção, excesso e criação - que animam o inacabamento da etnografia e da saúde global crítica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

We live in interconnected, yet also radically unequal, insecure, and unhealthy worlds: exhausted worlds.

A

Vivemos em mundos interconectados, mas também radicalmente desiguais, inseguros e doentios: mundos exaustos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

The spread of infectious disease across borders, struggles over access to treatments, and the rise in chronic disease pose highly complex and often unpredictable challenges – realities that are, time and again, couched in the vocabulary of emergency, hinging on a temporality that insists on a break with the past, and a rhetoric of compassion and recovery even as conditions stagnate or worsen.

A

A propagação de doenças infecciosas através das fronteiras, as lutas pelo acesso a tratamentos e o aumento das doenças crônicas representam desafios altamente complexos e muitas vezes imprevisíveis - realidades que são, repetidamente, expressas no vocabulário da emergência, dependendo de uma temporalidade que insiste em uma ruptura com o passado e uma retórica de compaixão e recuperação, mesmo quando as condições estagnam ou pioram.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Accelerating environmental change, the visible and invisible wounds of ongoing war and mass migration, and the tolls of poverty and discrimination within precarious health systems all create conditions of dire vulnerability.

A

A mudança ambiental acelerada, as feridas visíveis e invisíveis da guerra em curso e da migração em massa, e as taxas de pobreza e discriminação nos sistemas de saúde precários, todos criam condições de extrema vulnerabilidade.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

What algorithms generate insight into the medical and political dimensions of present and coming health challenges, or help navigate questions of accountability and our ethical ‘response-ability’ (Haraway 2007, 89), now and on the horizon?

A

Quais algoritmos geram insights sobre as dimensões médicas e políticas dos desafios de saúde atuais e futuros, ou ajudam a navegar por questões de responsabilidade e nossa “capacidade de resposta” ética (Haraway 2007, 89), agora e no horizonte?

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Reflecting on the recent West African Ebola outbreak, this piece advocates for a critical and people-centered approach both to and within global health.

A

Refletindo sobre o recente surto de Ebola na África Ocidental, este artigo defende uma abordagem crítica e centrada nas pessoas, tanto para a saúde global como (quanto para) dentro dela.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

I discuss the current state of the field as well as critical theoretical responses to it, arguing that an ethnographic focus on evidence and efficacy at the local level raises rather than lowers the bar for thoughtful inquiry and action.

A

Discuto o estado atual do campo, bem como as respostas teóricas críticas a ele, argumentando que um foco etnográfico na evidência e na eficácia no nível local aumenta, em vez de diminuir, o nível de investigação e ação cuidadosas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

The current moment calls less for the all-knowing hubris of totalizing analytical schemes than for a human science (and politics) of the uncertain and unknown (Biehl and Locke n.d.; Petryna 2015).

A

O momento atual exige menos a arrogância onisciente de esquemas analíticos totalizantes do que uma ciência humana (e política) do incerto e do desconhecido (Biehl e Locke n.d .; Petryna 2015).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Ethnography can serve as an empirical lantern within and beyond the open-source anarchy that global health has become, highlighting how the targets of interventions implode the units through which they are conceptualized, producing contrapuntal knowledge of how things are, what sustains their intractability, and how they might be otherwise.

A

A etnografia pode servir como uma lanterna empírica dentro e além da anarquia de código aberto em que a saúde global se tornou, destacando como os alvos das intervenções implodem as unidades através das quais são conceituadas, produzindo conhecimento contrapontístico de como as coisas são, o que sustenta sua intratabilidade e como eles poderiam ser de outra forma.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

‘Global’ is here best understood not merely as geographical but as a political work-in-progress that calls on us to remain ever mindful of the ‘imperial durabilities of our time’ (Stoler 2016).

A

Global’ é aqui melhor entendido não apenas como geográfico, mas como um trabalho político em andamento que nos convida a permanecermos sempre atentos às ‘durabilidade imperiais de nosso tempo’ (Stoler 2016).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Open-source anarchy
The West African Ebola outbreak was an ‘acute-on-chronic’ event, in the words of physician-anthropologist Paul Farmer (2011): part and parcel of long-smoldering public health crises that humanitarian and global health interventions and politics as usual could not placate (or had even fueled), and with compounding deadly effects that people had to fight, at least initially, by themselves.

A

Anarquia de código aberto
O surto de Ebola na África Ocidental foi um evento “agudo sobre crônico”, nas palavras do médico-antropólogo Paul Farmer (2011): parte integrante das crises de saúde pública latentes que intervenções humanitárias e globais de saúde e políticas como de costume poderiam não apaziguou (ou mesmo alimentou), e com efeitos mortais agravantes que as pessoas tiveram que lutar, pelo menos inicialmente, por si mesmas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

As Jeremy Farrar, director of the Wellcome Trust, and Peter Piot, who helped to discover the Ebola virus, rightly pointed out, ‘the particularly devastating course of this epidemic’ could not be attributed to the ‘biologic characteristics of the virus’ alone (2014, 1545).

A

Como Jeremy Farrar, diretor do Wellcome Trust, e Peter Piot, que ajudou a descobrir o vírus Ebola, corretamente apontaram, ‘o curso particularmente devastador desta epidemia’ não poderia ser atribuído apenas às ‘características biológicas do vírus’ ( 2014, 1545).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

It was, rather, the result of the combination of ‘dysfunctional health systems, international indifference, high population mobility, local customs, densely populated capitals, and lack of trust in authorities after years of armed conflict’ (Farrar and Piot 2014, 1545).

A

Foi, ao contrário, o resultado da combinação de ‘sistemas de saúde disfuncionais, indiferença internacional, alta mobilidade populacional, costumes locais, capitais densamente povoadas e falta de confiança nas autoridades após anos de conflito armado’ (Farrar e Piot 2014, 1545) .

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

And, perhaps most importantly: it was ‘a highly inadequate and late global response’ (ibid.). As Ebola kept crossing borders, we also witnessed a grotesque disparity in risk and outcome, reflecting both our technical prowess and the inequalities built into current world orders and value systems.

A

E, talvez o mais importante: foi “uma resposta global altamente inadequada e tardia” (ibid.). À medida que o ebola continuava cruzando as fronteiras, também testemunhamos uma disparidade grotesca em risco e resultado, refletindo tanto nossa habilidade técnica quanto as desigualdades embutidas nas ordens mundiais e sistemas de valores atuais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

So, how did we get here?
Displacing earlier framings, such as colonial-era ‘tropical medicine’ and postwar ‘international health’, the contemporary field of ‘global health’ brings together a vastly diverse array of actors and interests in elastic relationships, and it has indeed become a big business (Brown, Cueto, and Fee 2006).

A

Então, como nós chegamos aqui?
Deslocando enquadramentos anteriores, como a ‘medicina tropical’ da era colonial e a ‘saúde internacional’ do pós-guerra, o campo contemporâneo da ‘saúde global’ reúne uma vasta gama de atores e interesses em relações elásticas e, de fato, se tornou um grande negócio (Brown, Cueto e Fee 2006).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Informed by various agendas, the World Health Organization, the World Bank, the Gates Foundation, pharmaceutical companies, governments, universities, and innumerable nongovernmental organizations are all working to address pressing health issues worldwide with unprecedented financial and technological resources (Biehl and Petryna 2013a).

A

Informados por várias agendas, a Organização Mundial da Saúde, o Banco Mundial, a Fundação Gates, empresas farmacêuticas, governos, universidades e inúmeras organizações não governamentais estão todos trabalhando para abordar questões urgentes de saúde em todo o mundo com recursos financeiros e tecnológicos sem precedentes (Biehl e Petryna 2013a) .

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Changes in the material and political capabilities of state and nonstate actors, and changes in the world of ideas, now have more impact on each other than in the closed, state-centric system that prevailed during the Cold War.

A

Mudanças nas capacidades materiais e políticas de atores estatais e não estatais, e mudanças no mundo das ideias, agora têm mais impacto umas sobre as outras do que no sistema fechado e centrado no estado que prevaleceu durante a Guerra Fria.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Much global health scholarship is invested in developing models – more or less hypothetical – of optimal interventions and in identifying and evaluating programs that supposedly ‘work’ and that might therefore be replicated or scaled up across a range of often widely divergent contexts.

A

Muita bolsa de estudos global em saúde é investida no desenvolvimento de modelos - mais ou menos hipotéticos - de intervenções ótimas e na identificação e avaliação de programas que supostamente “funcionam” e que podem, portanto, ser replicados ou ampliados em uma gama de contextos muitas vezes amplamente divergentes.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Global health players can become impervious to critique as they identify crises, cite dire statistics, and act on their essential duty to promote health in the name of ‘humanitarian reason’ – as Didier Fassin (2011) would call it – or as an instrument of economic development, diplomacy, national security, or market expansion.

A

Os atores globais da saúde podem se tornar imunes à crítica à medida que identificam crises, citam estatísticas terríveis e agem em seu dever essencial de promover a saúde em nome da ‘razão humanitária’ - como Didier Fassin (2011) a chamaria - ou como um instrumento de desenvolvimento econômico, diplomacia, segurança nacional ou expansão do mercado.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Meanwhile, ‘evidence-based medicine’ has become the default language for both public- and private-sector actors concerned with identifying problems and measuring outcomes (Adams 2013a; Lemieux- Charles and Champagne 2004; Timmermans and Mauck 2005).

A

Enquanto isso, “medicina baseada em evidências” se tornou a linguagem padrão para os atores do setor público e privado preocupados em identificar problemas e medir resultados (Adams 2013a; Lemieux-Charles e Champagne 2004; Timmermans e Mauck 2005).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

This new landscape of evaluation is displacing the previous goals of interventions, making the provision of actual health services secondary to the development of reliable methodologies and the generation of comparable data. Metrics are presented as objective, value-free, and abstracted from social and political contexts.

A

Esse novo cenário de avaliação está substituindo os objetivos anteriores de intervenções, tornando a prestação de serviços de saúde reais secundária em relação ao desenvolvimento de metodologias confiáveis e à geração de dados comparáveis. As métricas são apresentadas como objetivas, sem valor e abstraídas de contextos sociais e políticos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Yet, in reality, as Vincanne Adams and colleagues (2016) have noted, they operate as administrative apparatuses that shape health futures by reducing the noise of context and enabling business management rationalizations and decision making.

A

Ainda, na realidade, como Vincanne Adams e colegas (2016) notaram, eles operam como aparatos administrativos que moldam o futuro da saúde, reduzindo o ruído do contexto e permitindo racionalizações de gestão de negócios e tomada de decisão.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Treatment access has been one of the central tenets of global health activism and a professed goal of interventions since the mid-1990s (Nguyen 2010).

A

O acesso ao tratamento tem sido um dos princípios centrais do ativismo global de saúde e uma meta declarada das intervenções desde meados da década de 1990 (Nguyen 2010).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Public–private partnerships are booming and pharmaceutical companies have rebranded themselves as ‘global health companies’, making older treatments available and expediting access to newer ones (Biehl and Petryna 2013b).

A

As parcerias público-privadas estão crescendo e as empresas farmacêuticas renomearam-se como ‘empresas globais de saúde’, disponibilizando tratamentos mais antigos e acelerando o acesso aos mais novos (Biehl e Petryna 2013b).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

We now see a multiplicity of actors, all vying for resources and influence while setting new norms for institutional response, sometimes providing the public health resources that states and markets have failed to furnish.

A

Agora vemos uma multiplicidade de atores, todos competindo por recursos e influência enquanto estabelecem novas normas para a resposta institucional, às vezes fornecendo os recursos de saúde pública que os estados e os mercados não conseguiram fornecer.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

In practice, the concerns of donors, not recipients, tend to predominate. Often, donors insist on funding disease-specific and technologically oriented vertical programs at the expense of the public sector.

A

Na prática, as preocupações dos doadores, e não dos receptores, tendem a predominar. Freqüentemente, os doadores insistem em financiar programas verticais para doenças específicas e orientados para a tecnologia às custas do setor público.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Thus, in settings ranging from neoliberal Mozambique to urban North America, state-of-the-art facilities for HIV/AIDS coexist with dilapidated public hospitals (Pfeiffer 2013). Coinfections are yet another indication that narrowly targeted interventions can miss the mark.

A

Assim, em cenários que vão desde o neoliberal Moçambique até a urbana América do Norte, instalações de ponta para HIV / AIDS coexistem com hospitais públicos dilapidados (Pfeiffer 2013). As coinfecções são mais uma indicação de que intervenções direcionadas de maneira restrita podem errar o alvo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Such is the case with malaria. No one contracts it or recovers from it in a vacuum, and its biological and immunological uncertainties beg for a more nuanced science.

A

É o caso da malária. Ninguém o contrai ou se recupera no vácuo, e suas incertezas biológicas e imunológicas imploram por uma ciência mais matizada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

In fact, the narrow focus on Ebola during the recent outbreak overlooked other diseases such as malaria or tuberculosis, causing them to spread relatively unchecked.

A

Na verdade, o foco estreito no Ebola durante o recente surto negligenciou outras doenças, como a malária ou a tuberculose, fazendo com que se propagassem de forma relativamente descontrolada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Such multiple and fragmentary global health interventions also consolidate what anthropologist Susan Reynolds Whyte and her colleagues (2014) working in Uganda call ‘projectified’ landscapes of care. While enabling much-needed access to AIDS treatment, for example, the amalgamation of public–private interventions can endow states with new (sometimes abusive) powers while also diversifying claims to citizenship.

A

Essas intervenções de saúde globais múltiplas e fragmentadas também consolidam o que a antropóloga Susan Reynolds Whyte e seus colegas (2014) que trabalham em Uganda chamam de paisagens “projetificadas” de cuidado. Embora possibilite o tão necessário acesso ao tratamento da AIDS, por exemplo, o amálgama de intervenções público-privadas pode dotar os estados de novos (às vezes abusivos) poderes, ao mesmo tempo que diversifica as reivindicações de cidadania.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

We are left with what legal scholar David Fidler (2007) would call an ‘open-source anarchy’ around global health problems – a policy space in which new medical technologies, ideas, strategies, rules, distributive schemes, and the practical ethics of health care are being assembled, experimented with, and improvised by a wide array of deeply unequal stakeholders within and across countries.

A

Ficamos com o que o jurista David Fidler (2007) chamaria de ‘anarquia de código aberto’ em torno dos problemas globais de saúde - um espaço político no qual novas tecnologias médicas, ideias, estratégias, regras, esquemas distributivos e a ética prática da saúde os cuidados estão sendo montados, experimentados e improvisados ​​por uma ampla gama de partes interessadas profundamente desiguais dentro e entre os países.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Within this increasingly crowded landscape, the supposed beneficiaries of interventions are too often hidden from view, and appear either as having nothing to contribute or as unabashedly, uncritically receptive.

A

Dentro dessa paisagem cada vez mais populosa, os supostos beneficiários das intervenções muitas vezes ficam ocultos e parecem não ter nada a contribuir ou descaradamente, sem qualquer crítica, receptivos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

While there have been some efforts to engage civil society and activists, a strong biomedical orientation remains pervasive, casting community engagement as politically necessary but ‘scientifically’ irrelevant (Biehl 2007).

A

Embora tenha havido alguns esforços para envolver a sociedade civil e ativistas, uma forte orientação biomédica permanece difusa, classificando o envolvimento da comunidade como politicamente necessário, mas “cientificamente” irrelevante (Biehl 2007).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

As hopes for a magic bullet reign and the power of ‘data’ is ever more fetishized, the visions of technocrats tend to outweigh other forms of practical and meaningful evidence, as even Angus Deaton (2012), the latest Nobel laureate economist, has emphasized: ‘Randomized control trials have been given a free pass in the name of rigor.

A

À medida que a esperança de uma bala mágica reina e o poder dos ‘dados’ é cada vez mais fetichizado, as visões dos tecnocratas tendem a superar outras formas de evidências práticas e significativas, como até mesmo Angus Deaton (2012), o último economista ganhador do Nobel, enfatizou : ‘Ensaios de controle randomizados receberam passe livre em nome do rigor.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

But there are no magic bullets and there are no gold standards’. At the core of the Ebola crisis were social and political determinants that defied technical and theoretical quick fixes (Amon 2014).

A

Mas não há balas mágicas e não há padrões de ouro ‘.
No cerne da crise do Ebola estavam os determinantes sociais e políticos que desafiavam as soluções técnicas e teóricas rápidas (Amon 2014).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
39
Q

Intended to minimize disease transmission, for example, curfews and quarantines failed to take into account historical and contemporary tensions between peoples and governments in Guinea, Sierra Leone, and Liberia, backfiring so spectacularly that in August 2015, Liberian troops ended up shooting at people protesting such draconian and ill-conceived measures.

A

Com o objetivo de minimizar a transmissão de doenças, por exemplo, toques de recolher e quarentenas não levaram em consideração as tensões históricas e contemporâneas entre povos e governos na Guiné, Serra Leoa e Libéria, tendo um tiro pela culatra tão espetacular que, em agosto de 2015, as tropas liberianas acabaram atirando nas pessoas que protestavam tais medidas draconianas e mal concebidas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
40
Q

To unpack nonmedical determinants – a lack of emergency preparedness, the capacity of frail or nonexistent health systems, myopic funding mechanisms, and slow-coming political action – we need to move out of our comfortable disciplinary silos and produce empirically rich, comprehensive, historically deep, and geographically broad analyses of the power constellations, institutions, processes, and ideologies that impact the form and scope of disease and health processes.

A

Para desencaixotar os determinantes não médicos - a falta de preparação para emergências, a capacidade de sistemas de saúde frágeis ou inexistentes, mecanismos de financiamento míopes e ação política lenta - precisamos sair de nossos confortáveis ​​silos disciplinares e produzir empiricamente ricas, abrangentes, historicamente profundas análises geograficamente amplas das constelações de poder, instituições, processos e ideologias que afetam a forma e o escopo dos processos de doença e saúde.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
41
Q

The human populations that constitute the subjects of health and development plans are not flat and homogenous, and they are not just the source of problems or so-called cultural obstacles.

A

As populações humanas que constituem os sujeitos dos planos de saúde e desenvolvimento não são planas e homogêneas, não são apenas fonte de problemas ou dos chamados obstáculos culturais.

42
Q

Epistemological breakthroughs do not belong to experts and analysts alone; people’s practical knowledge can help break open and transform paradigms, and may well provide the keys to an otherwise (Biehl and Petryna 2014; Deaton 2013).

A

Avanços epistemológicos não pertencem apenas a especialistas e analistas; o conhecimento prático das pessoas pode ajudar a quebrar e transformar paradigmas e pode muito bem fornecer as chaves para um caso contrário (Biehl e Petryna 2014; Deaton 2013).

43
Q

In the Ebola outbreak, sociocultural knowledge proved crucial to understanding the epidemic and enacting containment efforts. Social scientists on the ground have shown why curfews and quarantines were received so poorly, even violently; why rumors about Ebola needed to be taken seriously rather than dismissed as illogical or paranoid; and why bereaved families hid bodies, rather than surrendering them for sanctioned burial (Frankfurter 2014).

A

No surto de Ebola, o conhecimento sociocultural provou ser crucial para compreender a epidemia e realizar esforços de contenção. Cientistas sociais locais mostraram por que toques de recolher e quarentenas foram recebidos tão mal, até mesmo com violência; por que os rumores sobre o ebola precisavam ser levados a sério, em vez de descartados como ilógicos ou paranóicos; e por que famílias enlutadas esconderam corpos, em vez de entregá-los para sepultamento sancionado (Frankfurter 2014).

44
Q

The recognition of history, politics, and culture productively liberate people from the decontextualized, faceless, and pliable role of ‘victim’ (Edelstein, Angelides, and Heymann 2015; Global Citizen 2015).

A

O reconhecimento da história, política e cultura liberta de forma produtiva as pessoas do papel descontextualizado, sem rosto e flexível de “vítima” (Edelstein, Angelides e Heymann 2015; Cidadão Global 2015).

45
Q

Moreover, a focus on the institutional cultures of various organizations themselves highlights how much of the responsibility for the epidemic lay not with culture itself – as if culture were something bounded, inherently irrational, or dangerous – but with particular decisions and disagreements within and among a global class of supposed saviors.

A

Além disso, um foco nas culturas institucionais das próprias organizações destaca o quanto da responsabilidade pela epidemia não estava na cultura em si - como se a cultura fosse algo limitado, inerentemente irracional ou perigoso - mas com decisões particulares e desacordos dentro e entre um classe global de supostos salvadores.

46
Q

At stake is not just technopolitical preparedness but also social scientific preparedness and the embrace of ‘radical changes in behavior’ in governance at the global scale, as Richard Horton (2014, 2015), editor-in-chief of The Lancet, has called for – that is, the development of human and institutional capacities that go beyond the repetition of history and that can help to defend, in a spirit of radical political openness, what Albert Hirschman (1971, 37) calls ‘the right to a nonprojected future as one of the truly inalienable rights of every person and nation’.

A

Em jogo não está apenas a preparação tecnopolítica, mas também a preparação científica social e a adoção de ‘mudanças radicais de comportamento’ na governança em escala global, como Richard Horton (2014, 2015), editor-chefe do The Lancet, pediu - isto é, o desenvolvimento de capacidades humanas e institucionais que vão além da repetição da história e que podem ajudar a defender, em um espírito de abertura política radical, o que Albert Hirschman (1971, 37) chama de ‘o direito a um futuro não projetado como um dos direitos verdadeiramente inalienáveis ​​de cada pessoa e nação ”.

47
Q

Scrutinizing global health
If global health has emerged as a prominent sphere of action and intervention, its consolidation as a field has called for new kinds of scrutiny (Janes and Corbett 2009).

A

Examinando a saúde global
Se a saúde global emergiu como uma esfera proeminente de ação e intervenção, sua consolidação como um campo exigiu novos tipos de escrutínio (Janes e Corbett 2009).

48
Q

A number of important critiques have emerged, destabilizing assumed global health architectures and imperatives, and challenging our sense of what counts as ‘global’.

A

Uma série de críticas importantes surgiram, desestabilizando arquiteturas e imperativos de saúde globais assumidos e desafiando nosso senso do que é considerado “global”.

49
Q

While unearthing the dominant epistemic and political modes that enable global health operations, social theorists have also thought critically about what kinds of interventions are actually workable, desirable, or ethical in the face of widespread disease, new vectors and disasters, toxic environments, and deadly health disparities.

A

Embora desenterrando os modos epistêmicos e políticos dominantes que permitem operações globais de saúde, os teóricos sociais também pensaram criticamente sobre quais tipos de intervenções são realmente viáveis, desejáveis ​​ou éticas em face de doenças generalizadas, novos vetores e desastres, ambientes tóxicos e mortais disparidades em saúde.

50
Q

Attending to these inquiries helps us to better grasp what is at work and at stake in contemporary global health, and to push our methods and analytics to better account for life on the ground (Biehl and Petryna 2014; Das 2015).

A

Atender a essas perguntas nos ajuda a compreender melhor o que está em jogo e em jogo na saúde global contemporânea e a impulsionar nossos métodos e análises para melhor contabilizar a vida no terreno (Biehl e Petryna 2014; Das 2015).

51
Q

A first body of critique understands global health as a neocolonial or postcolonial imperial project. Historian of medicine Warwick Anderson (2014), for example, not only argues that biomedicine is ‘constitutively colonial’ but also questions how too-easy binaries of domination and submission miss the complex postcolonial ‘contact zones’ in which relations of power unfold in multiple, shifting, and contested ways.

A

Um primeiro corpo de crítica entende a saúde global como um projeto imperial neocolonial ou pós-colonial. O historiador da medicina Warwick Anderson (2014), por exemplo, não apenas argumenta que a biomedicina é “constitutivamente colonial”, mas também questiona como binários muito fáceis de dominação e submissão perdem as complexas “zonas de contato” pós-coloniais nas quais as relações de poder se desdobram em múltiplos , formas mutantes e contestadas.

52
Q

Against the linear march of a triumphant narrative of globalization, he attends to how global health both perpetuates and obscures colonial dynamics and to how global ‘flows’ rarely circulate smoothly.

A

Contra a marcha linear de uma narrativa triunfante da globalização, ele trata de como a saúde global perpetua e obscurece a dinâmica colonial e como os “fluxos” globais raramente circulam sem problemas.

53
Q

Such critiques resonate with the recent Ebola epidemic. Long before the outbreak erupted, the colonial legacy of the ‘rubber plantation model of international health’ shaped dramatic inequality in access to knowledge as well as resources (Dahn, Mussa, and Nutt 2015).

A

Essas críticas ressoam com a recente epidemia de Ebola. Muito antes de o surto eclodir, o legado colonial do “modelo de plantação de borracha de saúde internacional” moldou a desigualdade dramática no acesso ao conhecimento, bem como aos recursos (Dahn, Mussa e Nutt 2015).

54
Q

As early as 1982, scientific research warned of Ebola risk in the region, yet these findings – based on research carried out on the bodies of Liberian rubber workers by German scientists and published in a European journal – were never brought back to Liberia.

A

Já em 1982, pesquisas científicas alertavam sobre o risco do ebola na região, mas essas descobertas - baseadas em pesquisas realizadas em corpos de trabalhadores da borracha na Libéria por cientistas alemães e publicadas em um jornal europeu - nunca foram trazidas de volta à Libéria.

55
Q

The ‘flows’ of research were less ‘flows’ than lopsided allocations. Where Anderson productively argues for a more multifaceted view of colonialism and postcolonialism, Jean and John Comaroff (2012), too, work to decenter global sovereignty, rejecting the conflation of ‘the global’ with the ‘Euro-American’.

A

Os “fluxos” de pesquisa eram menos “fluxos” do que alocações desequilibradas. Enquanto Anderson argumenta produtivamente por uma visão mais multifacetada do colonialismo e do pós-colonialismo, Jean e John Comaroff (2012) também trabalham para descentrar a soberania global, rejeitando a fusão do “global” com o “euro-americano”.

56
Q

‘Theory from the south’, in the Comaroffs’ telling, not only flips the West/non-West binary but destabilizes it, casting the global South as ‘a harbinger of history-in-the-making’ (2012, 13).

A

‘Teoria do sul’, na narrativa de Comaroffs, não apenas inverte o binário Oeste / não Oeste, mas o desestabiliza, lançando o Sul global como ‘um precursor da história em formação’ (2012, 13).

57
Q

And indeed, countries in the global South are actively altering global health agendas for their own ends, through South–South partnerships, the circulation of generic pharmaceuticals, the contestation of trade and patent agreements, and the opening up of new markets (Cassier and Correa 2008; Hayden 2007; Rajan 2012).

A

E, de fato, os países do Sul global estão alterando ativamente as agendas globais de saúde para seus próprios fins, por meio de parcerias Sul-Sul, a circulação de medicamentos genéricos, a contestação de acordos comerciais e de patentes e a abertura de novos mercados (Cassier e Correa 2008; Hayden 2007; Rajan 2012).

58
Q

As in the case of Brazil (Biehl 2007, 2013; Biehl and Petryna 2013b), these countries are at once implicated in the broader landscapes of global health, and are forging novel dynamics for health care between markets, states, and citizens.

A

Como no caso do Brasil (Biehl 2007, 2013; Biehl e Petryna 2013b), esses países estão imediatamente implicados nas paisagens mais amplas da saúde global e estão forjando novas dinâmicas para a atenção à saúde entre mercados, estados e cidadãos.

59
Q

A second line of critique explores how global health reflects and shores up a capitalist neoliberal world order. Anne-Emanuelle Birn, for example, highlights how global health concerns merge with geoeconomic interests, increasingly under the purview of private-sector actors (Birn 2014; Birn and Dmitrienko 2005).

A

Uma segunda linha de crítica explora como a saúde global reflete e sustenta uma ordem mundial neoliberal capitalista. Anne-Emanuelle Birn, por exemplo, destaca como as preocupações com a saúde global se fundem com os interesses geoeconômicos, cada vez mais sob a supervisão de atores do setor privado (Birn 2014; Birn e Dmitrienko 2005).

60
Q

The capacities and interests of public multilateral health agencies give way to an ‘asymmetry of power’ between private-sector actors and public interests, and philanthropic efforts to improve health and quality of life may in fact reinforce the very inequities they seek to overcome (Birn 2014).

A

As capacidades e interesses das agências multilaterais de saúde públicas dão lugar a uma ‘assimetria de poder’ entre os atores do setor privado e os interesses públicos, e os esforços filantrópicos para melhorar a saúde e a qualidade de vida podem de fato reforçar as próprias iniquidades que procuram superar (Birn 2014).

61
Q

Such arguments also dovetail with what Naomi Klein (2007) has called ‘disaster capitalism’, when, in moments of health emergency, the chaos of crisis is harnessed to implement controversial neoliberal policies while ‘shock’ prevents citizens from mobilizing resistance.

A

Esses argumentos também se encaixam com o que Naomi Klein (2007) chamou de “capitalismo de desastre”, quando, em momentos de emergência de saúde, o caos da crise é aproveitado para implementar políticas neoliberais controversas, enquanto o “choque” impede os cidadãos de mobilizar resistência.

62
Q

As both Klein and anthropologists Anne Lovell (2011) and Vincanne Adams (2013b) observed in the aftermath of Hurricane Katrina, the less obvious effects of disaster capitalism include the creation (and destruction) of infrastructures and mechanisms of social displacement and eviction, which get prolonged as a way of life while bureaucratic processes reproduce (rather than dismantle) conditions of vulnerability.

A

Como Klein e os antropólogos Anne Lovell (2011) e Vincanne Adams (2013b) observaram na sequência do furacão Katrina, os efeitos menos óbvios do capitalismo de desastre incluem a criação (e destruição) de infraestruturas e mecanismos de deslocamento e despejo social, que ficam prolongado como um modo de vida enquanto os processos burocráticos reproduzem (ao invés de desmantelar) as condições de vulnerabilidade.

63
Q

Anthropologist-physician Paul Farmer is one of the most vocal critics of the structural violence wrought by neoliberalism, taking on poverty and disease through a community- based approach that blends technological intervention with a focus on making health systems work.

A

O médico antropólogo Paul Farmer é um dos maiores críticos da violência estrutural forjada pelo neoliberalismo, enfrentando a pobreza e a doença por meio de uma abordagem baseada na comunidade que combina intervenção tecnológica com foco em fazer os sistemas de saúde funcionarem.

64
Q

Farmer and Partners In Health, the organization he cofounded, understand diseases as loci where biology, environment, and medicine have gone awry, and their notion of intervention accordingly tackles the structural conditions that perpetuate disease (Keshavjee 2014).

A

Farmer and Partners In Health, a organização que ele cofundou, entendem as doenças como locais onde a biologia, o meio ambiente e a medicina deram errado, e sua noção de intervenção, em conformidade, aborda as condições estruturais que perpetuam a doença (Keshavjee 2014).

65
Q

During the recent Ebola outbreak in Sierra Leone, they challenged foreign interventionist approaches to the epidemic, hiring approximately one hundred Sierra Leoneans, including Ebola survivors, as community health-care workers and contact tracers for every one foreign medical professional shipped out to the country.

A

Durante o recente surto de Ebola em Serra Leoa, eles desafiaram abordagens intervencionistas estrangeiras para a epidemia, contratando cerca de cem serra-leoneses, incluindo sobreviventes do Ebola, como profissionais de saúde comunitários e rastreadores de contato para cada profissional médico estrangeiro enviado para o país.

66
Q

Such hiring practices facilitated local trust and helped build up a more sustainable, equitable, and accessible community health-care network that has persisted after Ebola quieted down and foreign/silo interventions ended. Farmer’s work serves as a kind of critique in action, rejecting economic orthodoxies and taking a social justice approach to patient care.

A

Essas práticas de contratação facilitaram a confiança local e ajudaram a construir uma rede de cuidados de saúde comunitária mais sustentável, equitativa e acessível que persistiu depois que o ebola se acalmou e as intervenções estrangeiras / silos terminaram. O trabalho de Farmer serve como uma espécie de crítica em ação, rejeitando ortodoxias econômicas e adotando uma abordagem de justiça social no atendimento ao paciente.

67
Q

A third critique of global health takes a more Foucauldian approach, focusing on the new regimes of governmentality and biosecurity reconfiguring discourse and practice around health and risk.

A

Uma terceira crítica da saúde global adota uma abordagem mais foucaultiana, enfocando os novos regimes de governamentalidade e biossegurança que reconfiguram o discurso e a prática em torno da saúde e do risco.

68
Q

As scholars like Andrew Lakoff and Stephen Collier (2008, 16) have argued, biosecurity in the realm of global health troubles traditional regulatory boundaries, as biological threats move without regard to borders, and globalization becomes as ‘a key source of pathogenicity’.

A

Como estudiosos como Andrew Lakoff e Stephen Collier (2008, 16) argumentaram, a biossegurança no reino da saúde global perturba os limites regulatórios tradicionais, à medida que as ameaças biológicas se movem sem levar em conta as fronteiras e a globalização se torna uma “fonte chave de patogenicidade”.

69
Q

In this ‘emergency modality of intervention’, approaches shift from prevention to preparedness, creating new modes of surveillance and intervention, and encouraging technical responses without much concern for ongoing living conditions (Lakoff, Collier, and Kelty 2015).

A

Nesta ‘modalidade de intervenção de emergência’, as abordagens mudam da prevenção para a preparação, criando novos modos de vigilância e intervenção e encorajando respostas técnicas sem muita preocupação com as condições de vida em curso (Lakoff, Collier e Kelty 2015).

70
Q

While these are compelling and important arguments on the level of institutional biosecuritization, this body of work largely ignores local perspectives. These critiques leave little space for asking how people exist amidst – and also lodge their own lived critiques of – such regimes of biosecuritization.

A

Embora esses sejam argumentos convincentes e importantes sobre o nível de biossecuritização institucional, este corpo de trabalho ignora amplamente as perspectivas locais. Essas críticas deixam pouco espaço para indagar como as pessoas existem em meio a - e também apresentam suas próprias críticas vividas a - tais regimes de biossecuritização.

71
Q

Furthermore, the trope of ‘security’ functions through a largely Westernized notion of governmental operants and biopower. What other forms of securitization exist elsewhere, and what clashes occur when they come into contact via global health interventions?

A

Além disso, o tropo de “segurança” funciona por meio de uma noção amplamente ocidentalizada de operantes governamentais e biopoder. Que outras formas de securitização existem em outros lugares e que choques ocorrem quando eles entram em contato por meio de intervenções de saúde global?

72
Q

Public intellectuals in the global South, such as the Brazilian public health and legal scholar Deisy Ventura (2016), offer an important swerve here, hinting at how critiques of governmentality might more fully account for the social and political.

A

Os intelectuais públicos do Sul global, como a estudiosa de saúde pública e jurídica brasileira Deisy Ventura (2016), oferecem aqui uma guinada importante, sugerindo como as críticas à governamentalidade podem explicar mais plenamente o social e o político.

73
Q

As we see currently in Brazil, where ‘the securitization of the response to Zika turned the Aedes aegypti mosquito into public enemy number one’ (Ventura 2016, 3), the depiction of disease as a ‘security threat’ can also have other effects, including panic, haste, suspicion, and discrimination, as certain populations are labeled as vectors or ‘at risk’.

A

Como vemos atualmente no Brasil, onde ‘a securitização da resposta ao Zika transformou o mosquito Aedes aegypti no inimigo público número um’ (Ventura 2016, 3), a descrição da doença como uma ‘ameaça à segurança’ também pode ter outros efeitos, incluindo pânico, pressa, suspeita e discriminação, já que certas populações são rotuladas como vetores ou ‘em risco’.

74
Q

Such securitization, Ventura argues, fosters a proliferation of surveillance techniques to prevent the spread of disease, exerting control not only over contagions themselves but the myriad vectors that carry them (in other words, people and goods).

A

Essa securitização, argumenta Ventura, promove uma proliferação de técnicas de vigilância para prevenir a propagação de doenças, exercendo controle não apenas sobre os próprios contágios, mas também sobre os inúmeros vetores que os transportam (em outras palavras, pessoas e bens).

75
Q

Moreover, the ‘risk’ Ventura foresees in her analysis dooms global health to ongoing periods of ‘war’ and ‘truce’ as opposed to a systematic practice addressing the infrastructural roots of socially determined health outcomes.

A

Além disso, o “risco” que Ventura prevê em sua análise condena a saúde global a períodos contínuos de “guerra” e “trégua”, em oposição a uma prática sistemática que aborda as raízes infraestruturais de resultados de saúde socialmente determinados.

76
Q

A final sphere of critique has approached global health as a form of transnational humanitarianism. Perhaps best exemplified by the work of Fassin (2011), these critiques see global health as an extension of a broader form of humanitarian reason, which has become a dominant form of moral thinking in the West.

A

Uma última esfera de crítica abordou a saúde global como uma forma de humanitarismo transnacional. Talvez melhor exemplificado pelo trabalho de Fassin (2011), essas críticas vêem a saúde global como uma extensão de uma forma mais ampla de razão humanitária, que se tornou uma forma dominante de pensamento moral no Ocidente.

77
Q

Fassin (2012) cautions against taking the ‘idea’ of global health for granted, interrogating the assumptions of both ‘global’ – ultimately neither universal nor ever truly worldwide – and ‘health’ – where the politics of life are never a given.

A

Fassin (2012) adverte contra tomar a ‘ideia’ de saúde global como certa, questionando os pressupostos de ‘global’ - em última análise nem universal nem verdadeiramente mundial - e de ‘saúde’ - onde as políticas da vida nunca são dadas.

78
Q

Attentive to how compassion in the face of suffering can be depoliticizing, and to the ways humanitarian intervention has become an increasingly important form of global governance, Fassin and others rightly trouble our complacency about acting ‘in the name of humanity’, and highlight the inequality and violence that accompanies care (Redfield 2013; Ticktin and Feldman 2010; Han 2012; Stevenson 2014).

A

Atento a como a compaixão em face do sofrimento pode ser despolitizante e às maneiras como a intervenção humanitária se tornou uma forma cada vez mais importante de governança global, Fassin e outros corretamente perturbam nossa complacência em agir “em nome da humanidade” e destacam a desigualdade e a violência que acompanha o cuidado (Redfield 2013; Ticktin e Feldman 2010; Han 2012; Stevenson 2014).

79
Q

Yet, while critiques of global health as humanitarianism can nuance our thinking about rationality, interventionism, and morality, in certain forms, their uptake can also elide the very possibility of engagement itself.

A

No entanto, embora as críticas à saúde global como humanitarismo possam matizar nosso pensamento sobre a racionalidade, o intervencionismo e a moralidade, em certas formas, sua compreensão também pode eliminar a própria possibilidade de engajamento.

80
Q

Grossly oversimplifying the anthropological engagements with suffering, poverty, violence, and affliction as akin to acritical and heroic impulses towards universal humanity and salvation (Robbins 2013; Ticktin 2014), such approaches can themselves produce a kind of myopia, missing ethnographic ambiguities and the complexities of how projects are actually conceptualized, implemented, and worked out, or desired by people themselves.

A

Simplificando grosseiramente os compromissos antropológicos com o sofrimento, pobreza, violência e aflição como impulsos acríticos e heróicos em direção à humanidade universal e à salvação (Robbins 2013; Ticktin 2014), tais abordagens podem produzir uma espécie de miopia, perdendo ambiguidades etnográficas e complexidades de como os projetos são realmente conceitualizados, implementados e elaborados, ou desejados pelas próprias pessoas.

81
Q

Scholars like Farmer, engaged in the practical work of delivering care on the ground, highlight the deep ambiguities that coexist with new potentials and impasses, while also refusing to disengage from action in the face of radical injustice, despite inevitable double-binds and ethical gray zones.

A

Estudiosos como Farmer, engajados no trabalho prático de cuidar no terreno, destacam as ambigüidades profundas que coexistem com novos potenciais e impasses, ao mesmo tempo que se recusam a se desvencilhar da ação diante da injustiça radical, apesar dos inevitáveis ​​vínculos duplos e zonas éticas cinza.

82
Q

Analytical distance too easily becomes a sanctioned form of moral detachment that dooms people differently than humanitarian reason – but dooms them nonetheless. The challenge here is to restore to the social sciences a sense of moral purpose and practical solidarity that might animate both critical thought and social action (Wilkinson and Kleinman 2015; Briggs and Mantini-Briggs 2016).

A

A distância analítica torna-se facilmente uma forma sancionada de distanciamento moral que condena as pessoas de maneira diferente da razão humanitária - mas as condena mesmo assim. O desafio aqui é restaurar para as ciências sociais um senso de propósito moral e solidariedade prática que pode animar o pensamento crítico e a ação social (Wilkinson e Kleinman 2015; Briggs e Mantini-Briggs 2016).

83
Q

Peopling global health and multiplying theory

While all of these spheres of critique point to the uneasy stakes of global health and its agendas, forms of practice, and consequences, none can fully account for the highly complex and uneven ways they unfold on the ground, nor the difficulties of engaging at all. In When People Come First (2013), Adriana Petryna and I make the case for an ethnographic empirical lantern in the critical studies of global health.

A

População global de saúde e teoria da multiplicação

Embora todas essas esferas de crítica apontem para os desafios incômodos da saúde global e suas agendas, formas de prática e consequências, nenhuma pode ser totalmente responsável pelas formas altamente complexas e desiguais com que se desdobram no terreno, nem as dificuldades de se envolver em tudo . Em When People Come First (2013), Adriana Petryna e eu defendemos uma lanterna empírica etnográfica nos estudos críticos da saúde global.

84
Q

That is, we advocate for charting the lives of individuals and institutions over time, chronicling people’s varied interpretations of their conditions, all the while denaturalizing operational categories and illuminating the concrete ways meso- and macro-level actors impinge on local worlds and become part of global orders.

A

Ou seja, defendemos mapear a vida de indivíduos e instituições ao longo do tempo, narrando as interpretações variadas das pessoas sobre suas condições, ao mesmo tempo desnaturalizando categorias operacionais e iluminando as formas concretas de atores de nível meso e macro interferirem nos mundos locais e se tornarem parte de pedidos globais.

85
Q

Close attention to particular realities and to the various technologies and metrics in which they are cast highlights the productive and fraught coexistence between the design of global health systems and the alternative models people craft for ‘engaging the real . . . [and for] worlding the world’, as Clifford Geertz put it (2007, 222).

A

A atenção especial às realidades particulares e às várias tecnologias e métricas em que são lançados destaca a coexistência produtiva e carregada entre o design de sistemas de saúde globais e os modelos alternativos que as pessoas elaboram para “engajar o real. . . [e para] mundializar o mundo ‘, como Clifford Geertz colocou (2007, 222).

86
Q

They attune us to the places where global inequities and ideologies – neocolonialism, neoliberalism, governmentality, humanitarian reason – are reified, and also to the limits of those categories.

A

Eles nos sintonizam com os lugares onde as desigualdades e ideologias globais - neocolonialismo, neoliberalismo, governamentalidade, razão humanitária - são reificadas, e também com os limites dessas categorias.

87
Q

Ethnography can thus capture the active embroilment of reason, life, and ethics, offering entry points into the plasticity of systems, theorizers, and norm-makers themselves and leaving space for pursuing new forms of socially meaningful anthropological work in global health.

A

A etnografia pode, portanto, capturar o envolvimento ativo da razão, da vida e da ética, oferecendo pontos de entrada na plasticidade dos sistemas, teorizadores e formuladores de normas e deixando espaço para a busca de novas formas de trabalho antropológico socialmente significativo na saúde global.

88
Q

Instead of withdrawing to a dispassionate ‘armchair’ position and easy cynical dismissal, this kind of work inhabits the tension between a critique of and a critique in global health, sustaining a space for critical inquiry and action, understanding and doing.

A

Em vez de se retirar para uma posição de “poltrona” desapaixonada e fácil rejeição cínica, este tipo de trabalho habita a tensão entre uma crítica e uma crítica na saúde global, sustentando um espaço para investigação crítica e ação, compreensão e ação.

89
Q

People and the worlds they navigate and the outlooks they articulate are more confounding, incomplete, and multiple than dominant analytical schemes tend to account for.

A

As pessoas e os mundos pelos quais navegam e as perspectivas que articulam são mais confusos, incompletos e múltiplos do que os esquemas analíticos dominantes tendem a explicar.

90
Q

Drawn to the unsettling of rationalities and ingrained commonsense, critical global health eschews a sense of theory as a totalizing enterprise or as the privileged domain of elite knowledge- makers self-appointed to speak on behalf of benighted populations.

A

Atraída pelo desequilíbrio das racionalidades e do senso comum arraigado, a saúde global crítica evita o senso da teoria como um empreendimento totalizante ou como o domínio privilegiado de elitistas formadores de conhecimento que se autodenominam para falar em nome de populações ignorantes.

91
Q

Rejecting the division between those who know the world and those who must simply struggle to survive it, and upholding an equality of intelligences, our ethnographic forays can chronicle lived tensions between theory and practice and invoke both alternative conceptual frameworks and new kinds of imagination.

A

Rejeitando a divisão entre aqueles que conhecem o mundo e aqueles que devem simplesmente lutar para sobreviver a ele, e defendendo uma igualdade de inteligências, nossas incursões etnográficas podem registrar tensões vividas entre teoria e prática e invocar estruturas conceituais alternativas e novos tipos de imaginação.

92
Q

The ‘people’ of global health tinker with alternative spaces of the ‘global’ in the pursuit of ‘health’ – troubling the inequalities of geopolitics and the hollow conceptions of truth and justice in preposterous social orders.

A

O ‘povo’ da saúde global conserta espaços alternativos do ‘global’ na busca da ‘saúde’ - perturbando as desigualdades da geopolítica e as concepções vazias de verdade e justiça em ordens sociais absurdas.

93
Q

Current emergencies in global health, from the Zika virus to the water contamination in Flint, Michigan, speak to how bodies, infrastructures, technologies, and evidence are unequally shared and lived.

A

As emergências atuais na saúde global, desde o vírus Zika até a contaminação da água em Flint, Michigan, falam sobre como corpos, infraestruturas, tecnologias e evidências são compartilhados e vividos de maneira desigual.

94
Q

No longer a mere backdrop, materials and infrastructures (from water management and sewage and road systems to birth control methods and pesticides) actually assume a central, often agentive role, interacting with communities in ways unaccounted for, and many times harmful (Barreto et al. 2016; Bellinger 2016).

A

Não mais um mero pano de fundo, materiais e infraestruturas (de gestão de água e esgoto e sistemas de estradas a métodos de controle de natalidade e pesticidas) na verdade assumem um papel central, muitas vezes agente, interagindo com as comunidades de maneiras inexplicáveis ​​e muitas vezes prejudiciais (Barreto et al. . 2016; Bellinger 2016).

95
Q

Epidemiological uncertainty unleashes new forms of evidence making and surveillance, expanding to the policing of women’s reproductive practices or standing-water tanks in favelas, for example.

A

A incerteza epidemiológica desencadeia novas formas de produção de evidências e vigilância, expandindo-se para o policiamento das práticas reprodutivas femininas ou caixas d’água em favelas, por exemplo.

96
Q

Only by insisting upon a space where precarity is mobilizing force and where ‘those of no account are counted’ (Rancière 2001) might we restore the place of the poor in political and scientific community.

A

Somente insistindo em um espaço onde a precariedade é força mobilizadora e onde “aqueles que não contam” (Rancière 2001) poderíamos restaurar o lugar dos pobres na comunidade política e científica.

97
Q

Ethnographic theory emerges from and in conversation with people and world-making practices, with various ways of knowing and relating. It is a way of staying connected to open-ended social processes and unknowns – a way of counterbalancing the generation of certainties and foreclosures by other disciplines.

A

A teoria etnográfica emerge de e na conversa com pessoas e práticas de fazer mundo, com várias formas de conhecer e se relacionar. É uma forma de se manter conectado a processos sociais abertos e desconhecidos - uma forma de contrabalançar a geração de certezas e fechamentos por outras disciplinas.

98
Q

Keeping interrelatedness, precariousness, uncertainty, and curiosity in focus, our theorizing is never detached from praxis, but directly shapes and channels anthropology’s entanglements in processes of transformation. In this way, theory is multiple and multiplies, a ‘tool box’ that can be actionable, in the world and in our writing: ‘it has to be used, it has to work’ (Deleuze 2004, 210).

A

Mantendo a inter-relação, precariedade, incerteza e curiosidade em foco, nossa teorização nunca está separada da práxis, mas molda e canaliza diretamente os enredos da antropologia nos processos de transformação. Desta forma, a teoria é múltipla e se multiplica, uma “caixa de ferramentas” que pode ser acionada, no mundo e em nossa escrita: “ela tem que ser usada, tem que funcionar” (Deleuze 2004, 210).

99
Q

It is these immanent negotiations (of people, institutions, technologies, evidence, social forms, ecosystems, health, efficacy, and ethics) – in their temporary stabilization, production, excess, and creation – that animate the unfinishedness of ethnography and critical global health.

A

São essas negociações imanentes (de pessoas, instituições, tecnologias, evidências, formas sociais, ecossistemas, saúde, eficácia e ética) - em sua estabilização temporária, produção, excesso e criação - que animam o inacabamento da etnografia e da saúde global crítica .

100
Q

Acknowledgments
This essay builds on a paper presented at the session ‘Critical Global Health’ of the annual meetings of the American Anthropological Association, in Denver, November 2015, and on a lecture delivered at the Cermes 3 international colloquium ‘Savoirs, Pratiques, Politiques: Les Sciences Sociales et les Transformations Contemporaines des Mondes de la Sante’, in Paris, May 2016. I want to express my deepest gratitude to Vincanne Adams, Jean-Paul Gaudilliére, Peter Locke, and Adriana Petryna for their generous and very helpful comments and to Elizabeth Durham, Alexandra Middleton, and Naomi Zucker for their critical engagement and wonderful editorial help.

A

Agradecimentos
Este ensaio baseia-se em um artigo apresentado na sessão ‘Critical Global Health’ das reuniões anuais da American Anthropological Association, em Denver, novembro de 2015, e em uma palestra proferida no colóquio internacional Cermes 3 ‘Savoirs, Pratiques, Politiques: Les Sciences Sociales et les Transformations Contemporaines des Mondes de la Sante ‘, em Paris, maio de 2016. Quero expressar minha mais profunda gratidão a Vincanne Adams, Jean-Paul Gaudilliére, Peter Locke e Adriana Petryna por seus comentários generosos e muito úteis e a Elizabeth Durham, Alexandra Middleton e Naomi Zucker por seu envolvimento crítico e excelente ajuda editorial.

101
Q

About the author
João Biehl is Susan Dod Brown Professor of Anthropology and Woodrow Wilson School Faculty Associate at Princeton University. He is also the codirector of Princeton’s Global Health Program. Biehl is the author of the books Vita: Life in a Zone of Social Abandonment (University of California Press, 2005) and Will to Live: AIDS Therapies and the Politics of Survival (Princeton University Press, 2007).

A

Sobre o autor
João Biehl é professor na de Antropologia na Susan Dod Brown e Woodrow Wilson School Faculty Associate na Universidade de Princeton. Ele também é codiretor do Programa de Saúde Global de Princeton. Biehl é autor dos livros Vita: Vida em uma zona de abandono social (University of California Press, 2005) e Will to Live: AIDS Therapies and the Politics of Survival (Princeton University Press, 2007).