Trauma Laríngeo Flashcards
(10 cards)
Sobre o Trauma Laríngeo:
- Quais os tipos de trauma que podem ocorrer?
- Mortalidade é maior nos traumas contusos ou penetrantes?
- Mortalidade é mais alta no adulto ou na criança?
Tipos de trauma:
- Os traumas podem ser EXTERNOS (contusos ou penetrantes) ou INTERNOS.
Mortalidade:
- Mortalidade alta em ADULTOS (chega a 40% nos traumas CONTUSOS e 20% em penetrantes). É raro ter somente laringe acometida. Geralmente tem crânio, coluna cervical e/ou esôfago.
- Mortalidade em crianças chega a 8,7%.
Sobre o Trauma Laríngeo:
- Cite fatores que protegem a criança do trauma laríngeo (3).
Crianças são menos expostas a esse trauma:
- Proporção da cabeça proporcionalmente maior em relação ao pescoço e tórax.
- Altura da laringe mais alta, por volta de C4, enquanto do adulto é mais baixa, por volta de C6-C7.
- Cartilagens mais flexíveis e com maior mobilidade (menos ossificadas).
Sobre o Trauma Laríngeo (Externo):
- Cite o maior risco associado a traumas contusos.
- Cite 2 mecanismos de trauma contuso e a diferença entre eles.
- Cite os 2 mecanismos de trauma penetrante e a diferença entre eles.
Contusos:
- MAIOR RISCO DE INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (edema e obstrução de VAS).
- Mecanismo: ARREMESSO FRONTAL (acidente automobilístico) Gera fratura de cartilagem, DISRUPÇÃO MUCOSA, trauma de coluna vertebral e aritenoides e lesões dos nervos laríngeos recorrentes.
- Mecanismo: ESTRANGULAMENTO (fratura de cartilagens porém SEM GRANDES LESÕES MUCOSAS).
Penetrantes:
- Mecanismo: FACADAS (lesões no trajeto da lâmina).
- Mecanismo: ARMA DE FOGO (pode causar destruição dos tecidos moles adjacentes. Quanto maior a velocidade do projétil, maior a destruição).
Sobre o Trauma Laríngeo (Interno):
- Cite 5 formas de trauma interno.
- A IOT gera lesão em quais tipos de pacientes?
- A IOT pode gerar mais comumente quais dois tipos de lesões?
- Porque a pressão do cuff deve ser monitorada?
- SONDA NASOGÁSTRICA (edema em região posterior da laringe. Piora o grau de DRGE).
- INGESTA DE CORROSIVOS (sonda cáustica)
- CIRURGIAS ENDOSCÓPICAS
- QUEIMADURAS
- INTUBAÇÃO (esse tipo de lesão, devido à menor proporção glótica, é MAIS FREQUENTE EM MULHERES E CRIANÇAS.
A escolha do tamanho do tubo e a sua passagem também é fundamental. O uso de guia pode machucar. A insuflação do Cuff também deve ser adequada (ideal que tenha ALTO VOLUME e BAIXA PRESSÃO). A perfusão da mucosa laríngea gira em torno de 30-40mmHg. Se pressão do cuff for maior, pode haver isquemia, necrose e ESTENOSE SUBGLÓTICA. Outra possível lesão que pode ser gerada pela intubação é o GRANULOMA DE PROCESSO VOCAL.
Sobre a sintomatologia:
- Qual atenção temos que ter nas primeiras horas?
- Quais os 4 sintomas cardianais?
- Quais os 4 sinais de gravidade?
- Qual cuidado devo ter em relação às crianças?
Cuidado inicial:
- Cerca de 1/3 dos pacientes são assintomáticos (principalmente nas primeiras 24-48 horas).
Sintomas cardinais:
- Disfonia
- Disfagia
- Odinofagia
- Dor sobre laringe
Achado que indicam maior gravidade:
- Estridor
- Hemoptise
- Enfisema subcutâneo
- Equimose ou petéquias
Crianças podem não mostrar sinais de gravidade (laringe mais flexível). Portanto devemos MANTER INTERNAÇÃO POR 24-48 HORAS nesse grupo.
Cite o exame padrão-ouro para avaliação e outros subsidiários.
Principal:
- TC (PADRÃO-OURO). Feita em janelas ósseas e moles (obrigatoriamente). Deve haver ESTABILIDADE clínica do paciente.
Outros:
- RM: pode ser auxiliar em crianças (processo de ossificação pequeno) e melhor avaliação de lesão em partes moles.
- Radiografia de partes moles: exame geralmente mais disponível. Pode haver desvio ou presença de ar entre as estruturas, fraturas e hematomas.
- Laringoscopia flexível ou rígida ou laringo de suspensão. Bom para via aérea livre e em traqueostomizados. Visualiza exposição de cartilagem, fístulas, avaliação funcional. LARINGOSCOPIA DIRETA É UMA BOA OPÇÃO PARA CASOS INSTÁVEIS.
- Esofagoduodenografia: suspeita de lesão esofágica.
Sobre os passos iniciais do tratamento:
- Qual deve ser a PRIEMIRA conduta para qualquer trauma laríngeo?
Primeira conduta:
- ATLS (garantir via aérea e estabilização hemodinâmica).
Avaliação conforme via aérea:
- Se via aérea INSTÁVEL, iniciar por traqueostomia, cricotireoidostomia ou IOT e depois realizar avaliação com LARINGOSCOPA DIRETA E ESOFAGOSCOPIA..
- Se via aérea ESTÁVEL, pode ser indicado laringoscopia flexível, videoestroboscopia, TOMOGRAFIA e/ou eletromiografia.
Sobre o Trauma Laríngeo:
- Após as primeiras condutas e avaliação, o paciente é classificado em grupos conforme gravidade das lesões. Cite o nome da classificação utilizada e os 5 grupos.
Classificação de Schaefer & Fuhrman
- Grupo I: edema e lacerações discretas.
- Grupo II: edema e lacerações moderadas (alteração respiratória variável).
- Grupo III: edema e lacerações importantes + EXPOSIÇÃO DE CARTILAGEM + FRATURA ESTÁVEL (observar a primeira imagem abaixo. Tem apenas uma linha de fratura. A cartilagem continua presa e sem risco de colabar e obstrução de via aérea) .
- Grupo IV: edema, lacerações importantes, exposição de cartilagem + FRATURA INSTÁVEL (observar a segunda imagem abaixo. Há duas ou mais linhas de fratura, com risco de colapso de via aérea.
- Grupo V: SEPARAÇÃO LARINGOTRAQUEAL.
Cite as condutas específicas (medidas clínicas, exames e/ou cirurgias) indicadas conforme cada grupo (I-V).
- Grupo I: MEDIDAS CLÍNICAS (repouso, cabeceira elevada, nebulização contínua para evitar crostas, dieta líquida e fria, evitar sonda nasogástrica, IBP e considerar corticoterapia e ATB).
- Grupo II: além das medidas clínicas, associar TRAQUEOSTOMIA e AVALIAÇÃO ENDOSCÓPICA (nessa avaliação é feita laringoscopia, broncoscopia e esofagoscopia. EVITAR REALIZAR ESOFAGOGRAMA POR RISCO DE EXTRAVASAR BÁRIO).
- Grupos III, IV e V: além das medidas clínicas, traqueostomia e avaliação endoscópica, deve ser feita EXPLORAÇÃO ABERTA DA LARINGE.
Após exploração aberta, além da REDUÇÃO DAS FRATURAS, cite quando é indicado:
- Fixação sem laringofissura.
- Fixação com laringofissura.
- Fixação com placas e stent.
Na exploração aberta, ALÉM DA REDUÇÃO DE FRATURAS, deve ser feito (conforme achados):
- FIXAÇÃO SEM LARINGOFISSURA: se tireóide e cricóide com fraturas mas endolaringe intacta.
- FIXAÇÃO COM LARINGOFISSURA: para fraturas estáveis, comissura anterior intacta e pequenas lacerações de mucosa.
- FIXAÇÃO COM PLACAS E STENT: fraturas instáveis, ruptura da comissura anterior, grandes lacerações mucosas.