TRS Flashcards

(157 cards)

1
Q

O que é Doença Renal Crônica (DRC)?

A

É a condição em que ocorre perda progressiva e irreversível da função dos rins, habitualmente identificada pela queda sustentada da Taxa de Filtração Glomerular (TFG).

A DRC pode levar a complicações severas e necessidade de intervenções como a Terapia Renal Substitutiva.

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2
Q

Como se caracteriza a evolução da DRC em relação à TFG?

A

À medida que a DRC avança, a TFG diminui de forma progressiva, implicando piora da capacidade de filtração renal e maior acúmulo de toxinas.

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3
Q

Em quais estágios avançados da DRC a TRS se torna necessária?

A

Geralmente a partir de TFG < 10–15 mL/min/1,73 m² (estágios 4–5), ou diante de complicações como hipervolemia, hiperpotassemia, acidose e sintomas urêmicos.

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4
Q

O que abrange a Terapia Renal Substitutiva (TRS)?

A

Engloba diálise (hemodiálise, hemodiafiltração, diálise peritoneal) e transplante renal, substituindo as principais funções dos rins.

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5
Q

Quais as funções primordiais dos rins substituídas pela TRS?

A

Filtração de toxinas (ureia, creatinina), regulação hidroeletrolítica (Na+, K+, etc.), controle do equilíbrio ácido-base e do volume de fluidos.

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6
Q

Quais são as modalidades dialíticas mais comuns?

A

Hemodiálise (HD), Hemodiafiltração (HDF) e Diálise Peritoneal (DP).

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7
Q

Qual a terapia de escolha de longo prazo (quando viável)?

A

O transplante renal, pois oferece melhores benefícios em sobrevida e qualidade de vida, dependendo de doadores e condições cirúrgicas.

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8
Q

Em linhas gerais, quando se inicia diálise de forma eletiva?

A

Quando a TFG se encontra entre 10–15 mL/min/1,73 m² ou quando aparecem sintomas urêmicos moderados, estado nutricional ruim e descontrole metabólico que não responde a medidas clínicas.

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9
Q

Quais os critérios de indicação de diálise de urgência em DRC avançada?

A

Situações agudas de hiperpotassemia refratária, edema agudo de pulmão (hipervolemia), acidose metabólica severa, encefalopatia, pericardite urêmica ou risco de morte iminente.

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10
Q

Qual a relevância de um início oportuno da diálise?

A

Reduz complicações metabólicas e cardiovasculares, melhora a qualidade de vida e diminui mortalidade em pacientes com DRC avançada.

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11
Q

O que é hemodiálise?

A

É uma modalidade de TRS na qual o sangue do paciente é bombeado para um dialisador externo que remove toxinas e excesso de fluidos através de difusão e ultrafiltração.

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12
Q

Qual a prevalência da HD no Brasil?

A

É o método dialítico mais realizado, correspondendo a cerca de 90–91% dos pacientes em diálise, segundo censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia.

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13
Q

Quais as principais razões da alta difusão da HD no país?

A

Amplas disponibilidade de máquinas e centros, experiência das equipes e eficiência do procedimento em remover toxinas e água em sessões pré-fixadas.

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14
Q

De modo geral, qual a frequência semanal e duração de cada sessão de HD?

A

Três vezes por semana, quatro horas por sessão; porém existem variações (HD diária ou noturna, por exemplo).

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15
Q

Qual o papel do dialisador na HD?

A

É o filtro que contém fibras semipermeáveis por onde o sangue passa internamente e o dialisato externamente, permitindo trocas de solutos e água.

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16
Q

Quais os três tipos principais de acesso vascular para HD?

A

Fístula arteriovenosa (FAV), enxerto vascular (prótese sintética) e cateter venoso (túnelizado ou não).

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17
Q

Por que a fístula arteriovenosa (FAV) é considerada o acesso preferencial?

A

Oferece maior longevidade, menor risco de infecções e tromboses, além de suportar melhor fluxo sanguíneo para diálise.

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18
Q

Quais as desvantagens principais da fístula arteriovenosa?

A

Necessita de veias adequadas e tempo de maturação (4 a 8 semanas), não sendo utilizável em urgências imediatas.

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19
Q

Quando se opta por um enxerto vascular no lugar da FAV?

A

Quando o paciente não tem veias ideais para confeccionar a FAV ou há falências repetidas. O enxerto pode ser usado mais cedo, mas tem maior risco de infecção/trombose.

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20
Q

Em que circunstâncias o cateter venoso central é indicado?

A

Na urgência (sem tempo de maturar fístula) ou quando outros acessos são inviáveis. Apresenta maior risco de infecção e menor fluxo, devendo ser temporário.

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21
Q

O que é difusão na hemodiálise?

A

Troca de solutos através da membrana semipermeável guiada por gradiente de concentração, removendo principalmente moléculas pequenas como ureia e creatinina.

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22
Q

O que é ultrafiltração na hemodiálise?

A

Remoção de água do sangue para o dialisato por gradiente de pressão (transmembrana), ajudando a controlar volume e edema.

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23
Q

Qual o papel do fluxo em contracorrente no dialisador?

A

Aumenta a eficiência de remoção ao manter o gradiente de concentração favorável em todo o percurso, melhorando o clearance de toxinas.

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24
Q

Quais fatores influenciam a difusão na HD?

A

Gradiente de concentração, taxa de fluxo sanguíneo e de dialisato, permeabilidade da membrana e tamanho das moléculas.

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25
O que é convecção na HD?
Remoção de solutos arrastados pelo líquido ultrafiltrado. Na HD convencional, seu papel é menor do que na hemodiafiltração.
26
O que é o dialisato?
Solução que circula no compartimento externo do dialisador, permitindo a troca de toxinas e de água com o sangue do paciente por difusão e ultrafiltração.
27
Quais concentrados básicos compõem o dialisato?
Um concentrado ácido (com magnésio, cálcio, potássio, sódio, acidulante) e um concentrado básico (bicarbonato de sódio).
28
Por que o bicarbonato de sódio é fundamental no dialisato?
Ele funciona como tampão, corrigindo a acidose metabólica comum na insuficiência renal crônica ao ser transferido gradualmente para o sangue.
29
Como a concentração de potássio no dialisato é ajustada?
Personaliza-se conforme níveis séricos do paciente para prevenir hiper ou hipocalemia pós-diálise (p. ex., 1 ou 2 mEq/L).
30
Quais parâmetros críticos devem ser monitorados no dialisato para garantir segurança?
Temperatura, condutividade, pH e pureza da água (livre de bactérias, endotoxinas e metais pesados).
31
Por que a composição do dialisato é individualizada?
Para ajustar necessidades específicas do paciente, como controle de potássio ou cálcio, evitando desequilíbrios e sintomas intradialíticos.
32
Qual a importância da qualidade da água na diálise?
A água precisa ser ultrapura (osmose reversa, filtração, desinfecção). Contaminantes podem causar hemólise, reações inflamatórias e infecções graves.
33
Como os grandes volumes de água durante a HD podem ser perigosos?
Se houver contaminação, o paciente pode receber toxinas em alto fluxo, levando a complicações neurológicas, hemólise ou infecções sistêmicas.
34
Que normas regulam a qualidade da água e do dialisato no Brasil?
As resoluções da Anvisa, além de diretrizes KDIGO/KDOQI, que exigem testes periódicos de pureza, controle microbiano e manutenção do sistema de tratamento de água.
35
Quais ajustes no banho dialítico podem ser necessários em hiperpotassemia recorrente?
Redução da concentração de K+ no banho para 1 mEq/L ou até menos, dependendo da gravidade do paciente e do risco de hipocalemia.
36
O que é o dialisador de fibras ocas?
É o filtro onde há milhares de fibras tubulares finas, dispostas em paralelo, com paredes semipermeáveis para troca de solutos/água entre sangue e dialisato.
37
Quais materiais podem compor as fibras do dialisador?
Celulose modificada (cuprofano) ou sintéticos (polissulfona, poliacrilonitrila, polietersulfona), com diferentes biocompatibilidades.
38
Quais vantagens da disposição capilar em paralelo no dialisador?
Aumenta a área de troca, favorece fluxo laminar e maximiza a remoção de toxinas e fluidos por difusão e ultrafiltração.
39
O que diferencia dialisadores de baixo fluxo e alto fluxo (high flux)?
Os de alto fluxo têm membrana mais permeável, removendo substâncias maiores (como beta-2 microglobulina) e facilitando ultrafiltração.
40
O que é o coeficiente de ultrafiltração (KUF)?
Indica a capacidade do dialisador de remover fluido por unidade de pressão, orientando o médico na prescrição do volume a ser ultrafiltrado.
41
Qual a principal função da máquina de hemodiálise?
Garantir a circulação extracorpórea do sangue, controlar os parâmetros de diálise (fluxos, ultrafiltração, temperatura, condutividade) e zelar pela segurança do paciente.
42
Quais pressões são monitoradas na máquina de HD?
Pressões arterial (antes do dialisador), venosa (após o dialisador) e transmembrana (diferença para o dialisato), para prevenir coágulos, extravasamentos e hipotensão.
43
Como a máquina regula a ultrafiltração?
Ajusta a pressão transmembrana (PTM) entre sangue e dialisato, definindo quantos mililitros de água são removidos por minuto ou por sessão.
44
O que faz o detector de ar/bolhas?
Interrompe imediatamente o fluxo sanguíneo se detectar bolhas, prevenindo embolia gasosa ao paciente.
45
Qual a importância do monitor de condutividade?
Verifica se a concentração de eletrólitos no dialisato está correta. Desvios na condutividade podem levar a desequilíbrios eletrolíticos graves (hipernatremia ou hiponatremia).
46
Como se chama a linha que leva o sangue do paciente à bomba de sangue?
Linha arterial (ou “pacote arterial”), pois “aspira” o sangue do acesso vascular em direção ao dialisador.
47
O que é a câmara venosa ou “cata-bolhas”?
Recipiente no circuito venoso que retém bolhas de ar e espuma, protegendo o paciente de embolias.
48
Quais os passos do sangue no circuito extracorpóreo?
Acesso vascular → linha arterial → bomba de sangue → dialisador → linha venosa → retorno ao paciente.
49
Como se forma o dialisato na máquina?
Pela mistura proporcional de água tratada + concentrado ácido + concentrado básico, criando a composição eletrolítica e de pH adequados.
50
O que ocorre com o dialisato após “lavar” o sangue no dialisador?
É descartado no expurgo, pois carrega toxinas e fluidos que foram removidos do sangue.
51
Quais sistemas de segurança existem na máquina de HD?
Alarmes de pressão arterial e venosa, detector de ar, monitor de fuga de sangue, controle de condutividade, de temperatura e clamp de segurança.
52
Por que é essencial o monitor de temperatura do dialisato?
Se o dialisato estiver muito frio, pode causar vasoconstrição e desconforto; se muito quente, risco de hemólise e hipotensão.
53
O que é a monitoração contínua de Kt/V?
Indicador da eficácia dialítica (depuração de ureia em relação ao volume de distribuição do paciente). Alguns equipamentos monitoram em tempo real.
54
Qual a consequência de qualquer variação fora do ideal na condutividade?
55
Qual é o efeito de um dialisato muito frio?
Causa vasoconstrição e desconforto
56
Qual é o risco de um dialisato muito quente?
Hemólise e hipotensão
57
O que indica a monitoração contínua de Kt/V?
Eficácia dialítica (depuração de ureia em relação ao volume de distribuição do paciente)
58
Qual a consequência de qualquer variação fora do ideal na condutividade?
Alarmes soam e podem parar a bomba de sangue
59
Por que é crucial calibrar e manter a máquina de HD regularmente?
Para garantir medidas exatas de fluxo, pressões, temperatura e condutividade
60
Cite duas vantagens gerais da HD.
1) Remoção rápida e eficaz de toxinas e água 2) Sessões em dias fixos, sem necessidade de manipulação diária pelo paciente
61
Cite duas limitações gerais da HD.
1) Necessidade de infraestrutura especializada (centro de diálise) 2) Oscilações súbitas no equilíbrio hídrico/eletrolítico
62
O que é hemodiálise diária?
Um esquema com 5 ou mais sessões semanais, sessões mais curtas (<2h30)
63
Como funciona a HD noturna?
5–6 sessões por semana, normalmente dormindo, com duração mais longa (6h ou mais)
64
Qual a ideia da abordagem incremental na HD?
Iniciar com 1–2 sessões semanais em pacientes com função renal residual
65
Por que a hipotensão é a intercorrência mais comum durante HD?
Devido à remoção rápida de líquido por ultrafiltração
66
Quais medidas podem prevenir hipotensão na diálise?
Ajustar menor volume de UF, resfriar dialisato, elevar concentração de sódio
67
Por que evitar refeições copiosas durante a HD ajuda a prevenir hipotensão?
A digestão redireciona fluxo sanguíneo para o TGI
68
Qual o papel do 'peso seco' no manejo da hipotensão intradialítica?
Evitar UF excessiva e ajustes adequados
69
Como o aumento na frequência das sessões de HD reduz a incidência de hipotensão?
Cada sessão remove menos volume, evitando desequilíbrios bruscos
70
O que é síndrome de desequilíbrio dialítico?
Alteração neurológica pela redução rápida de ureia no sangue
71
Por que câimbras podem ocorrer na HD?
Hipovolemia aguda e desequilíbrios eletrolíticos
72
Como ocorre a embolia gasosa na HD?
Bolhas de ar entram no circuito e atingem a circulação do paciente
73
Quais sinais podem indicar reação ao dialisador?
Prurido, vermelhidão, urticária, dispneia, hipotensão
74
Como se manifesta a hemólise intradialítica?
Dor lombar, coloração avermelhada do fluido no dialisato, hipotensão súbita
75
Que fatores tornam inviável o uso da hemodiálise?
Falência de todos os acessos vasculares ou comorbidades avançadas
76
Por que comorbidades graves podem contraindicar HD?
Instabilidade durante rápidas mudanças volêmicas e osmóticas
77
Em casos de falência de acesso vascular, há outra opção dialítica?
Diálise peritoneal ou transplante renal
78
Qual o papel do cateter venoso quando não se pode fazer fístula ou enxerto?
Alternativa temporária para acesso vascular
79
Pacientes com instabilidade cardiovascular podem tolerar melhor outra modalidade?
Sim, a diálise peritoneal é preferível
80
O que é hemodiafiltração (HDF)?
Modalidade de diálise que combina difusão com alta convecção
81
Qual a representatividade da HDF no Brasil?
Cerca de 5% dos tratamentos dialíticos
82
Por que a HDF ainda é pouco difundida mundialmente?
Maior custo e necessidade de tecnologia específica
83
Quais os principais benefícios da HDF frente à HD convencional?
Maior remoção de substâncias, redução de sintomas urêmicos
84
O que justifica a remoção mais ampla de solutos na HDF?
Força convectiva adicional
85
Quais dois mecanismos são combinados na HDF?
Difusão e convecção
86
Qual o papel do fluido de substituição na HDF?
Compensar o grande volume de líquido removido
87
Que volume de fluido pode ser infundido na HDF?
20 a 100 litros por sessão
88
O que significa 'produção online' do fluido de substituição?
Máquina prepara o fluido em tempo real
89
As complicações da HDF diferem das da HD?
Não muito, pois a base técnica é semelhante
90
Em que a HDF se assemelha à HD?
Acesso vascular, máquina, dialisador e dialisato são semelhantes
91
Qual o 'componente extra' na HDF?
Fluido de substituição
92
Por que a biocompatibilidade do dialisador é crítica na HDF?
Maior passagem de fluido aumenta interações imunológicas
93
A HDF requer um fluxo de sangue maior que a HD convencional?
Sim, busca-se manter fluxo sanguíneo robusto
94
Por que é fundamental a água ultrapura na HDF?
Contaminação pode aumentar o risco de reações tóxicas
95
O que é diálise peritoneal (DP)?
Método que usa o peritônio como filtro natural
96
Qual a prevalência da DP na população dialítica?
Cerca de 4% dos pacientes em diálise
97
Quais são as três principais modalidades de transporte na DP?
Difusão, ultrafiltração e absorção
98
O que é indispensável para a realização da DP?
Implante de um cateter peritoneal
99
Por que a DP pode ser favorável à preservação da função renal residual?
Método contínuo e suave
100
Como funciona a difusão no peritônio?
Substâncias em maior concentração passam para o dialisato
101
O que gera a ultrafiltração na DP?
Alta concentração de glicose no dialisato
102
Qual o papel dos vasos linfáticos peritoneais na DP?
Reabsorver parte do dialisato
103
Quais fatores determinam a eficiência de difusão peritoneal?
Gradiente de concentração, peso molecular, área peritoneal e permeabilidade
104
O que pode interferir na capacidade de ultrafiltração peritoneal?
Densidade de poros na membrana e coeficiente de reflexão do agente osmótico
105
Como é feita a infusão e drenagem do dialisato na DP?
Através de um cateter abdominal específico
106
Que sintomas urêmicos podem ser controlados pela DP?
Fadiga, náuseas, alterações neurológicas leves, prurido
107
Por que não é necessária remoção súbita de grandes volumes na DP?
É um processo contínuo e lento
108
Em que casos a DP é vantajosa?
Pacientes com instabilidade hemodinâmica, idosos frágeis
109
Qual o risco de absorção de glicose pela DP?
Hiperglicemia e ganho de peso
110
Cite duas vantagens da diálise peritoneal.
1) Pode ser feita em casa 2) Mantém estabilidade cardiovascular
111
Cite duas desvantagens da DP.
1) Necessita aprendizado rigoroso 2) Maior risco de peritonite
112
Por que a DP pode preservar melhor a função renal residual?
Método contínuo, menor 'stress' hemodinâmico
113
Quais condições abdominais podem inviabilizar a DP?
Cirurgias abdominais extensas, aderências, hérnias volumosas
114
Como a peritonite impacta a continuidade da DP?
Infecções repetidas podem levar a lesão crônica do peritônio
115
O que é um método contínuo na diálise?
Um método mais contínuo, com menor “stress” hemodinâmico, retarda a perda total de diurese.
116
Quais condições abdominais podem inviabilizar a DP?
Cirurgias abdominais extensas, aderências, hérnias volumosas ou eventrações que impeçam a livre circulação do dialisato.
117
Como a peritonite impacta a continuidade da DP?
Infecções repetidas podem levar a lesão crônica do peritônio, fibrose e falha do método, forçando a migração para HD.
118
Quais são as principais vantagens da hemodiálise em relação à DP?
Maior clearance de toxinas em sessões curtas, suporte de equipe profissional contínuo, indicada para a maioria dos pacientes.
119
Quais são as principais vantagens da DP em relação à HD?
Realização domiciliar, preserva melhor a função renal residual, reduz oscilações de pressão arterial e tem menos restrições de transporte.
120
Quais desvantagens sociais podem ocorrer na DP?
Isolamento social, pois o paciente faz tudo em casa e não frequenta clínica 3x/semana, podendo perder interação e vigilância profissional imediata.
121
Por que a HD tende a causar variações abruptas no equilíbrio hídrico?
A remoção de volume ocorre intensivamente em 4 horas, ao contrário da DP, que é mais contínua.
122
Como o risco de infecção difere entre HD e DP?
Na HD, há risco de infecções de acesso vascular (principalmente cateter), enquanto na DP o principal é a peritonite pelo manuseio do cateter abdominal.
123
Quais são exemplos de indicações de urgência para TRS?
Hipercalemia refratária, edema agudo de pulmão, acidose metabólica grave, pericardite urêmica, encefalopatia urêmica.
124
Quais são exemplos de indicações eletivas para TRS?
Sintomas urêmicos persistentes, piora nutricional, TFG <10–15 mL/min/1,73 m², queixas leves a moderadas de fadiga e náuseas.
125
Por que é controverso iniciar diálise muito precocemente?
Estudos não mostram vantagem clara; iniciar cedo pode expor o paciente às complicações da diálise sem prolongar sobrevida.
126
Quais sinais definem a necessidade de transição de tratamento clínico para diálise?
Falha no controle de volume (edemas refratários), distúrbios eletrolíticos e acidose sem resposta, sintomas urêmicos e perda nutricional progressiva.
127
Qual o papel da TFG na decisão eletiva?
Geralmente, TFG entre 10–5 mL/min/1,73 m² somada a sintomas e piora nutricional indica que chegou o momento de iniciar diálise.
128
Quando a hipercalemia demanda diálise imediata?
Se K+ estiver muito elevado (ex.: >6,0–6,5 mEq/L) com alterações eletrocardiográficas ou sem resposta a medidas clínicas.
129
Por que a hipervolemia grave pode ser urgente?
Se causar edema pulmonar agudo ou insuficiência cardíaca congestiva instável, há risco de morte; diálise com ultrafiltração reverte rapidamente.
130
Que medidas prévias se tentam antes de indicar diálise na hipervolemia?
Restrição de sódio e líquidos, uso de diuréticos e controle rigoroso da pressão arterial. Se falharem, indica-se diálise urgente.
131
Como a presença de FAV pronta auxilia na urgência de hipercalemia ou hipervolemia?
Permite início imediato de HD com fluxo adequado, evitando o uso de cateter central e diminuindo complicações de acesso.
132
Em que casos a urgência dialítica pode ocorrer sem sinais respiratórios óbvios?
Em hipervolemia sem edema pulmonar evidente, mas com hiperpotassemia ou sintomas urêmicos graves.
133
Por que a pericardite urêmica sinaliza urgência dialítica?
Há risco de derrame pericárdico e tamponamento cardíaco; surge em fase terminal da DRC e pode levar a morte se não tratada rapidamente.
134
Quais queixas clínicas sugerem pericardite urêmica?
Dor torácica, febre ocasional, atrito pericárdico na ausculta.
135
Por que se recomenda evitar ou reduzir heparina em casos de pericardite urêmica?
A heparina pode favorecer ou agravar efusões pericárdicas, aumentando o risco de tamponamento.
136
Quais sintomas neuropsíquicos indicam uremia grave?
Desorientação, confusão mental, redução do nível de consciência, flapping (asterixis).
137
Como a anorexia, náuseas e vômitos se associam à uremia?
São sinais de acúmulo de toxinas que irritam o sistema gastrointestinal, prejudicando o estado nutricional.
138
Por que a indicação eletiva de TRS é considerada mais controversa?
Estudos mostram ausência de benefícios claros em começar muito cedo quando o paciente ainda não tem sintomas graves.
139
Quais os três critérios principais para decidir iniciar diálise eletivamente?
1) Possibilidade de controle clínico de alterações metabólicas/volêmicas; 2) Presença de sintomas urêmicos; 3) Estado nutricional do paciente.
140
Em que intervalo de TFG costumam surgir os critérios de falência funcional?
Geralmente entre 10–5 mL/min/1,73 m².
141
Por que alguns centros optam pelo “início tardio”?
Para evitar complicações e desgaste da diálise quando ainda há função renal residual suficiente.
142
O que acontece se se aguarda demais para iniciar diálise?
Risco de complicações graves (hiperpotassemia, edema pulmonar, encefalopatia urêmica).
143
O que é a síndrome do desequilíbrio dialítico?
Uma condição na qual a remoção rápida de ureia gera mudança osmótica cerebral, provocando cefaleia, náuseas, confusão e convulsões.
144
Como lidar com reações a produtos da diálise?
Interromper a sessão se for grave, investigar alergias específicas e, se necessário, trocar tipo de membrana ou modificar o banho.
145
Por que há maior risco de hipotensão em pacientes com pouca reserva cardiovascular?
A remoção de volume reduz a pré-carga, e se o paciente já tem doença cardíaca, compensa mal a hipovolemia.
146
Que medidas são tomadas se detectada embolia gasosa?
Parada imediata da bomba de sangue, posicionar o paciente em decúbito lateral esquerdo, fornecimento de oxigênio e suporte hemodinâmico.
147
Como se previne hemólise durante a diálise?
Garantindo temperatura e osmolaridade corretas do dialisato, ausência de contaminantes químicos e manutenção adequada da máquina.
148
Em que cenários se considera a renúncia à TRS?
Quando o paciente recusa ou opta por não iniciar ou interromper a diálise em casos de prognóstico muito ruim.
149
Qual a condição fundamental para recusa legítima de diálise?
O paciente deve ter capacidade de decisão e receber informações claras sobre quadro clínico, prognóstico e consequências.
150
Como proceder se o paciente não tem capacidade de decisão, mas deixou declaração prévia de recusa à diálise?
Respeitar seu desejo manifestado, desde que confirmada a validade dessa diretiva antecipada de vontade.
151
Em que casos um representante legal pode solicitar descontinuação de TRS?
Se o paciente estiver incapacitado de decidir, com prognóstico muito reservado e após avaliação ética e médica.
152
Quais aspectos éticos são fundamentais na recusa ou descontinuação de diálise?
Autonomia do paciente, beneficência, não maleficência e esclarecimento completo do estado de saúde.
153
Quais modalidades de diálise são incluídas no tratamento dialítico?
Hemodiálise convencional, Hemodiafiltração (HDF) e Diálise Peritoneal (DP).
154
Quando se indica diálise de urgência?
Hipercalemia grave, edema agudo de pulmão, acidose refratária, pericardite urêmica e encefalopatia urêmica.
155
Quais condições tornam a fístula arteriovenosa (FAV) o padrão-ouro de acesso vascular?
Menor infecção, boa durabilidade, melhor fluxo sanguíneo e menor risco de trombose a longo prazo.
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Como a hemodiafiltração (HDF) se diferencia da HD na remoção de solutos?
Convecção intensificada + difusão combinadas permitem maior remoção de moléculas de médio e alto peso molecular.
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Qual a ideia central do texto sobre Terapia Renal Substitutiva (TRS)?
Mostrar que TRS é imprescindível em DRC avançada, e que a escolha e o momento de início dependem do quadro clínico, acesso vascular, disponibilidade de recursos e preferências.