1. Atendimento Inicial ao Trauma Flashcards

(60 cards)

1
Q

Como ocorre a distribuição trimodal das mortes no trauma?

A
  • 1º pico (50%): morte em segundos a minutos (ex.: lesões de aorta,TCE grave).
  • 2º pico (30%): morte em minutos a horas (pneumotórax hipertensivo, lesão hepatica).
  • 3º pico (20%): morte em dias (ex.: sepse).

Obs.: devido a melhora dos tratamentos em UTI, a distribuição da morte no trauma está se tornando bimodal.

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2
Q

Como evitar as mortes na distribuição trimodal do trauma?

A
  • 1º pico: previnir o acidente.
  • 2º pico: PHTLS e ATLS (golden hour).
  • 3º pico: suporte clinico.
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3
Q

Qual o primeiro passo no atendimento ao paciente vitima de trauma no ambiente pré-hospitalar?

A

Segurança da cena.

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4
Q

Como é a prioridade de atendimento ao paciente vitima de trauma no ambiente pré-hospitalar?

A

X-ABCDE!

Obs.: o X são lesões eXanguinantes (ex.: amputação traumática, lesão de carótida) com rápido potencial de morte.

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5
Q

Quais medicações podem ser administradas no atendimento pré-hospitalar do paciente vítima de trauma?

A
  • Cristalóides.
  • Ácido tranexâmico.
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6
Q

Qual o mnemônico MIST para passagem de casos do ambiente pré-hospitalar para o hospiralar em paciente vitima de trauma?

A
  • M: mecanismo.
  • I: injúrias.
  • S: sinais vitais.
  • T: tratamento (hidratação, IOT, drenagem de tórax, etc).

Obs.: a anamnése minunciosa NÃO é fundamental para o atendimento e tratamento do paciente vítima de trauma.

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7
Q

Qual a sequência de atendimento inicial ao paciente vitima de trauma no ambiente hospitalar?

A
  • Sala e equipe preparada e paramentada.
  • ABCDE.
  • Monitorização.
  • Reavaliação constante.
  • Tratamento definitivo ou transferência hospitalar.
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8
Q

Quais os ítens avaliados no A no atendimento ao paciente vitima de trauma?

A
  • Via Aerea.
  • Estabilizar cervical.

Obs.: um jeito simples de avaliar a via aerea é conversando com o paciente. Se responder adequandamente, o ABCDE está sob controle.

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9
Q

Quais as medidas no A no atendimento ao paciente vitima de trauma?

A
  • Oferecer O2 a 100% 15l/min com máscara não reinalente para TODOS os pacientes.
  • Desobstruir via aérea (chin lift e jaw thurst) se necessário.
  • Avaliar uma via aérea definitiva.
  • Colar cervical, head block e movimentação em bloco.

Obs.: não fazer jaw thrust nas fraturas de mandíbula.

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10
Q

Quais dispositivos supraglóticos auxiliam na ventilação?

A
  • Máscara laringea.
  • Combitubo.
  • Cânula de Guedel.
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11
Q

O que é uma via aérea definitiva?

A

Um tubo na traqueia, com cuff insuflado abaixo das cordas vocais, conectado a um sistema de ventilação e fixado.

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12
Q

Quais os tipos de via aérea definitiva?

A
  • Tubo orotraqueal (escolha).
  • Tubo nasotraqueal.
  • Cricotireoidostomia cirúrgica.
  • Traqueostomia.
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13
Q

Quais as indicações de via aérea definitiva?

A
  • Apneia.
  • Glasgow < 8.
  • Comprometimento iminente das vias aereas (queimadura de face, edema de glote, etc).
  • Incapacidade de manter a via aérea desobstruida (ex.: sangramentos profusos).
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14
Q

Como é feita a intubação orotraqueal assistida por drogas (sequencia rápida)?

A
  • Pré-oxigenação por 3 minutos com FiO2 a 100% SEM ventilação por pressão positiva.
  • Pré-medicação (fentanil).
  • Indução (hipnóticos).
  • Bloqueador neuromuscular (succinilcolina > exceto se hipercalemia ou rabdomiolise).

Obs.: se colar cervical, abrir o colar enquanto outro profissional estabiliza a coluna para intubar.

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15
Q

Quais as principais drogas utilizadas para sedoanalgesia em UTI?

A
  • Propofol: meia vida curta e causa hipotensão.
  • Cetamina: sedativo e analgésico, podendo causar hipertensão e broncoespasmo.
  • Etomidato: sedativo cardioestável, podenda causa insuficiência adrenal.
  • Midazolam: manutenção (exceto hepatopatas), podendo causar hipotensão.
  • Dexmedetomidina (precedex): sedação e analgesia, podendo causar bradicardia e hipotenção.
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16
Q

O que é a intubação orotraqueal em sequência atrasada?

A
  • Adição de uma fase de dissociação com quetamina e uma oxigenação apneica com canula nasal antes de intubar.
  • Evita agitação e riscos de broncoaspiração.

Obs.: a principal indicação é no TCE!

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17
Q

Qual a contraindicação da intubação orotraqueal em sequência atrasada?

A
  • Traumas de face.
  • Traumas graves na via aérea.
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18
Q

O que é uma via aérea dificil?

A

Incapacidade de garantir uma via aérea definitiva por intubação orotraqueal por um profissional experiente.

Obs.: o acrônimo ROMAN indica dificuldade inclusive na ventilação do paciente com bolsa-máscara.

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19
Q

Quais os preditores de uma via aérea difícil?

A

LEMON!

  • Look externaly (pouca abertura da boca, retrognatismo, pescoço curto, etc).
  • Evaluate 3-3-2 rule (distancia entre os dentes, mento-hioide e tireoide-mandíbula).
  • Mallanpati.
  • Obstruction.
  • Neck mobity (ex.: colar cervical limitando a mobilização).

Obs.: outro método é o Cormack Lehane (visualização de estruturas na laringoscopia).

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20
Q

Qual a conduta na via aérea dificil?

A
  • Chamar colega mais experiente.
  • Solicitar materiais de apoio (ex.: mascara laringea, bougie).
  • Cogitar via aérea cirúrgica (cricotireoidostomia ou traqueostomia).
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21
Q

Paciente não consegue ventilar após intubação, mantendo saturação inadequada. No que pensar?

A

DOPE

  • Deslocamento (ex.: intubação seletiva, intubação do esôfago) ou Desconexão do tubo.
  • Obstrução.
  • Pneumotórax.
  • Equipamento (ex.: cuff furado).
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22
Q

Quais as indicações de via aérea cirúrgica?

A
  • Falha na tentativa de intubação orotraqueal.
  • Traumas maxilofaciais graves.
  • Edema de glote.
  • Sangramentos importantes da via aérea.
  • Obstrução importante da via aérea.
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23
Q

Quais as caracteríaticas da cricotireoidostomia cirúrgica?

A
  • É a melhor escolha quando falha a intubação orotraqueal (o crico eu faço?)
  • Pode ficar até 72h antes de converter para traqueostomia (mais complicações a LONGO prazo).

Obs.: a CURTO prazo, a cricotireoidostomia é mais rápida e possui menos complicações do que a traqueostomia.

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24
Q

Qual a contraindicação da cricotireoidostomia cirúrgica?

A

Crianças < 12 anos (risco de colabar a via aérea).

Obs.: nesses casos preferir traqueostomia ou cricotireoidostomia por punção.

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25
Quais as caracteríaticas da cricotireoidostomia por punção?
- Indicada em obstruções agudas e graves da via aérea. - **NÃO** é uma via aérea definitiva. - Pode permanecer por até 30 a 40 minutos (risco de hipercapnia).
26
Quais as características da traqueostomia?
- Indicado em traumas de laringe. - Procedimento eletivo, e não de urgência.
27
Quais os ítens avaliados no B no atendimento ao paciente vitima de trauma?
- Ventilação. - Exame físico completo do tórax.
28
Quais as medidas no B no atendimento ao paciente vitima de trauma?
- Identificar e tratar causas que comprometam a ventilação (pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço, tamponamento cardíaco, etc). - Exames auxiliares (E-FAST e radiografia).
29
Quais os ítens avaliados no C no atendimento ao paciente vitima de trauma?
- Circulação. - Controle do sangramento.
30
Quais as medidas no C no atendimento ao paciente vitima de trauma?
- Interromper sangramento (ex.: compressão, torniquete). - 02 acessos venosos periféricos calibrosos. - Infundir 1000ml de cristaloide aquecido a 39°. - Considerar transfusão sanguínea. - Colher exames e tipagem sanguinea. **Obs.:** a priorida sempre é a **HEMOSTASIA** (toracotomia, laparotomia, fixação da pelve, etc), e **NÃO** a reposição das perdas!
31
Qual o cristalóide de escolha na reposição volêmica no paciente vítima de trauma?
Soro Ringer-Lactato **Obs.:** o uso de SF0,9% pode causar acidose metabolica hiperclorêmica.
32
Qual a maxima do choque no paciente vítima de trauma?
Todo choque é **HIPOVOLÊMICO** e **HEMORRÁGICO** até que se prove o contrário. **Obs.:** no perfil hemodinâmico do choque hemorrágico, tudo está **DIMINUIDO** (exceto a resistência vascular periférica).
33
Quais as principais a fontes do choque hipovolênico no paciente vítima de trauma?
- Tórax. - Abdome. - Pelve. - Reteoperitôneo. - Ossos longos. **Obs.:** hemorragias intracranianas **NÃO** causam choque hipovolêmico em adultos (só em crianças)
34
Qual a classificação do choque quanto a perda volêmica?
- **Grau I:** até 750ml (< 15%) - **Grau II:** 750 a 1500ml (15 a 30%). - **Grau III:** 1500ml a 2000ml (30 a 40%). - **Grau IV:** mais de 2000ml (> 40%). **Obs.:** os melhores parâmetros para se classificar o choque são a FC e a PA (porém, o mais precoce é a **DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO DE PULSO**)!
35
Qual a conduta na reposição volêmica de acordo com a classificação do choque hipovolêmico?
- **Grau I e II:** cristaloide. - **Grau III:** cristaloide + sangue. - **Grau IV:** cristaloide + sangue (**transfusão maciça**).
36
O que é a tabela de resposta ao tratamento no choque hipovolêmico?
- Resposta do corpo após a a infusão de 1000ml de soro ringer lactato aquecido. - Indica a gravidade da perda sanguínea. - Guia a necessidade de transfusão sanguinea e abordagem cirúrgica.
37
Quais as vias de acesso para reposição volêmica no paciente vítima de trauma?
- Acesso periférico (**1ª escolha**). - Acesso intra-ósseo (**2ª escolha, principalmente em crianças < 6 anos**). - Acesso venoso central. - Dissecção de veia safena magna (anterior ao maleolo medial).
38
Quais as características do acesso venoso central?
- Cateterização de uma grande veia do sistema venoso profundo. - Adequada para infusão de medicações de alta osmolaridade e vasoativas. - O cateter deve estar posicionado na **VEIA CAVA SUPERIOR**. **Obs.:** caso o procedimento seja feito em cenário de urgência, é prudente realizar nova punção em sítio diferente do atual em melhores condições de assepsia e antissepsia.
39
Quais as características do sítio jugular interno no acesso venoso central?
- Acesso preferencial pela anatomia mais favorável. - Menor risco de pneumotórax.
40
Quais as características do sítio subclavio no acesso venoso central?
- Sitio preferencial para acessos permanentes. - Maior risco de pneumotórax, porém menor risco de infecção e trombose. - Evitar em caso de pacientes anticoagulados (dificil compressão).
41
Quais as características do sítio femoral no acesso venoso central?
- Primeira opção em pacientes anticoagulados e no **trauma**. - Sítio que mais infecta e trombosa **Obs.:** não é indicado realizar anticoagulação sistêmica para previnir trombose de cateter.
42
Quais as indicações de ácido tranexâmico no paciente vítima de trauma?
- Traumas com sangramento não compressiveis com **FC > 110** e/ou **PAS < 90**. - Deve ser feito 1g até **3h do trauma**, com uma nova dose ao longo de **8h da primeira dose**.
43
Quais os componentes da tríade letal do trauma?
- Coagulopatia. - Acidose. - Hipotermia. **Obs.:** atualmente, discute-se o diamente letal, devido a importancia do cálcio.
44
O que é o protocolo de transfusão maciça?
Paciente que necessitou de 04 CH em 1h **OU** 10 CH em 24h (01 volemia).
45
Como é feito o protocolo de transfusão maciça?
- Reposição **1:1:1** (sangue / plaquetas / plasma) **OU** **2:1:1:1** (sangue / plaquetas / plasma / plasminogênio ) **OU** **sangue total** tipo O negativo. - Repor cálcio a cada 02 bolsas. - Evitar colóides. - Cogitar hemodiálise se uso de dabigatrana ou vitamina K se warfarina. **Obs.:** o melhor exame para avaliar a coagulopatia do paciente é o **tromboelastograma**, apesar de **NÃO** avaliar bem os novos anticoagulantes orais.
46
Quais as indicações de iniciar o protocolo de transfusão maciça?
- ABC Score > ou = 2. - Shock Index > 1,4.
47
Quais os componentes do ABC Score?
**ABC S**core! - **A**travessou o torso (**trauma penetrante**). - **B**aixa pressão sistólica (**PAS < 90**). - **C**oração acelerado (**FC > 120**). - **S**onografia positiva (**FAST positivo**). **Obs.:** cada ítem pontua 1.
48
Como calcular o Shock Index?
FC / PAS.
49
Quais os objetivos da hipotensão permissiva?
Manter a pressão arterial **TEMPORARIAMENTE** abaixo do normal para evitar piora do sangramento. **Obs.:** o alvo é uma PAS = 80/90 e uma PAM = 50/60.
50
Quais as contraindicações da hipotensão permissiva?
- TCE. - TRM. - Gestação.
51
Quais os ítens avaliados no D no atendimento ao paciente vitima de trauma?
Disabilidade (exame neurológico).
52
Quais as medidas no D no atendimento ao paciente vitima de trauma?
- Escala de coma de Glasgow. - Avaliação pupilar. - Contactar a neurocirurgia. - Avaliar diagnosticos diferenciais (hipoglicemia, drogas, etc).
53
Como calcular a escala de coma de Glasgow?
- Abertura ocular. - Melhor resposta verbal. - Melhor resposta motora. **Obs.:** varia de 3 a 15
54
Quais as características do Glasgow-P?
- Utiliza a escala de coma de Glasgow e subtrai-se 01 ponto para cada pupila alterada. - Varia de 1 a 15.
55
Quais os ítens avaliados no E no atendimento ao paciente vitima de trauma?
Exposição e controle do ambiente.
56
Quais as medidas no E no atendimento ao paciente vitima de trauma?
- Despir o paciente a procura de lesões. - Controle da temperatura do ambiente. - Aquecimento ativo.
57
Quais exames laboratoriais coletar durante o atendimento inicial do paciente vítima de trauma?
- Tipagem sanguínea + Fator Rh. - Gasometria arterial. - Beta-hCG (mulheres em idade fértil).
58
Quais os 3 tempos da cirurgia de controle de danos?
- **1º tempo:** controlar lesões e sangramentos que ameaçam imediatamente a vida. - **2º tempo:** controle da tríade letal na UTI. - **3º tempo:** revisão cirurgica com tratamento definitivo (após 48 a 72h).
59
Quais os parâmetros utilizados na avaliação da perfusão tecidual?
- PAM > 65 mmHg. - TEC < 3s. - Diurese > 0,5 ml/kg/h. - Lactato < 2 mmol/L. - SvO2 > 65-70%. - GAP venoso-arterial de CO2 entre 2 e 6 mmHg. - Índice cardíaco entre 2,6 e 4,2 L/min/m2.
60
Qual o perfil hemodinâmico dos diferentes tipos de choque?