1. Oclusão Arterial Flashcards
(29 cards)
Quais as características da aterosclerose?
- Doença crônica associada a inflamação e infiltração da parede arterial por placas de gordura e linfócitos.
- Mais comum em hipertensos, diabéticos e obesos.
- O principal fator de risco modificável é o tabagismo.
- É uma doença SISTÊMICA, comprometendo vários territórios vasculares simultaneamente.
Obs.: como é uma doença de evolução crônica, o paciente pode ser assintomático pelo desenvolvimento de redes colaterais.
Qual o quadro clínico da doença arterial oclusiva periférica (DAOP)?
- Claudicação intermitente (principal).
- Ausência de pulsos.
- Palidez.
- Atrofia da pele.
- Sarcopenia.
Obs.: a presença de claudicação indica uma mortalidade em 5 anos de 15%.
Quais as características do ITB na DAOP?
- Calculado pela maior pressão sistólica do tornozelo/maior pressão sistólica no braço.
- Valor < 0,9: isquemia crônica.
- Valor < 0,6: claudicação intermitente.
- Valor < 0,3: isquemia em repouso.
Obs.: ITB > 1,3 indica calcificação arterial intensa.
Qual a classificação de Fontaine na doença arterial periférica?
- I: assintomáfico.
- II: claudicação intermitente limitante (a) ou incapacietante (b).
- III: dor isquêmica em repouso.
- IV: lesões tróficas.
Qual o tratamento da DAOP?
- Cessar tabagismo.
- Intensificar caminhadas.
- AAS + estatina.
- Cilostazol (aumenta distância de marcha).
Obs.: pode-se utilizar também a pentoxifilina (inibidor de PDE-5).
Quais as características da isquemia crítica na DAOP?
- Situação em que o membro está com ameaça iminente de necrose.
- Causa dor em repouso.
- Ocorre por piora do leito vascular (ex.: trombose aguda) ou aumento da demanda metabólica tecidual (ex.: feridas).
Quais as características da DAOP com isquemia crítica por lesão trófica?
- Manutensão do leito vascular, mas com aumento da demanda metabólica do membro.
- Ocorre pós-feridas no local.
- Pode evoluir com infecção ou necrose seca do membro.
- Tratar com revascularização e antibióticos (NÃO anticoagular).
Obs.: o exame de escolha para planejamento cirúrgico é a angiotomografia.
Quais as características da DAOP com isquemia crítica por piora da trombose?
- Ocorre por instabilidade aguda e trombose da placa aterosclerótica.
- Paciente evolui com claudicação em REPOUSO.
- Tratar com revascularização do membro.
Obs.: na trombose aguda, é possível realizar trombólise se o paciente possuir rede colateral adequada.
Qual a classificação WIfI na DAOP com isquemia crítica?
- Escore de gravidade clínica.
- Avalia o grau de isquemia, infecção e presença de lesão trófica.
Qual a classificação GLASS na DAOP com isquemia crítica?
- Escore de gravidade anatômica.
- GLASS I: favoravel à cirurgia endovascular (estenoses curtas).
- GLASS II: cirurgia endovascular possível.
- GLASS III: favorável à cirurgia aberta (estenoses longas).
Qual o tratamento da DAOP com isquemia crítica?
- Anticoagulação plena.
- Curativo aquecido.
- Solicitar exame de imagem.
- WIfI 1 e 2: otimizar tratamento medicamentoso.
- WIfI 3 e 4: angioplastia (GLASS I e II) ou enxertia (GLASS III).
Obs.: na presença de necrose ou úlceras realizar primeiramente a REVASCULARIZAÇÃO para depois amputar ou debridar.
Quais as características da oclusão arterial aguda?
- Interrupção abrupta da vascularização dos membros inferiores.
- Pode ser cardioembólica ou trombótica.
- O exame de escolha para estudo do leito vascular é a angiotomografia.
Qual a ordem dos tecidos mas sensíveis a isquemia na oclusão arterial aguda?
- Nervos sensitivos.
- Nervos motores.
- Músculos.
- Gordura.
- Pele.
- Osso.
Quais as características da oclusão arterial aguda cardioembólica?
- Ocorre embolização arterial por trombos cardíacos atriais
- Mais comum em pacientes com fibrilação atrial e IAM prévio.
- Geralmente, os pacientes não têm aterosclerose nem circulação colateral.
- Os embolos impactam em áreas de bifurcação (mudança de calibre).
Obs.: o principal local de oclusão é a artéria femoral superficial.
Qual o quadro clínico da oclusão arterial aguda cardioembólica?
- Dor hiperaguda.
- Pulso abolido no membro afetado e NORMAL no contralateral.
- Historia de doença cardíaca.
- AUSÊNCIA de claudicação prévia.
Quais os achados radiográficos na oclusão arterial aguda cardioembólica?
- Angiotomografia: falha de enchimento do segmento afetado SEM circulação colateral.
- USG doppler: ausência de fluxo arterial.
- Arteriografia (padrão-ouro): sinal do cálice invertido.
Obs.: os exames NÃO são necessários para o diagnóstico e não podem atrasar o tratamento (diagnóstico clínico).
Quais as características da oclusão arterial aguda trombótica?
- Ocorre em pacientes com doença arterial periférica oclusiva crônica com descompensação da doença de base.
- Presença prévia de claudicação e fatores de risco para aterosclerose.
- Tratamento depende de critérios clínicos e anatômicos.
Qual o quadro clínico da oclusão arterial aguda trombótica?
- Dor subaguda.
- Pulsos diminuitos BILATERALMENTE.
- Historia de aterosclerose e claudicação prévia.
Quais os achados radiológicos da oclusão arterial aguda trombótica?
- Angiotomografia: falha de enchimento do segmento afetado COM circulação colateral.
- USG: ausência de fluxo arterial.
- Arteriografia (padrão-ouro): sinal da ponta do lápis com rede vascular colateral.
Qual a classificação de Rutheford na oclusão arterial aguda?
- Rutheford I: paciente sem alterações sensitivas ou motoras.
- Rutheford IIa: paciente com parestesias, mas com motricidade preservada.
- Rutheford IIb: paciente com parestesias e paresia.
- Rutheford III: membro com anestesia e paralisia.
Qual a conduta inicial na oclusão arterial aguda?
- Anticoagulação plena.
- Aquecer membro inferior de forma passiva (algodão ortopédico).
- Maca em proclive.
Obs.: NÃO fazer aquecimento ativo pelo risco de causar vasodilatação venosa e aumento da isquemia.
Qual a conduta definitiva na oclusão arterial aguda?
- Rutheford I a IIb: embolectomia com cateter de Forgathy (se embólica) ou revascularização cirúrgica/trombólise (se trombótica).
- Rutheford III: amputação.
Obs.: idealmente, realizar o procedimento em até 6h sem sequelas (máximo de 12h com sequelas) para salvar o membro.
Quais as características da síndrome de reperfusão?
- Ocorre após reperfusões de isquemia > 6 horas de evolução.
- Causa acidose, hipercalemia e mioglobinúria.
Quais as características da síndrome compartimental?
- Associada a revascularização e edema muscular.
- Causa dor a movimentação passiva do membro, edema e prestesias.
- Tratar com fasciotomia.