Pares Cranianos Flashcards

1
Q

Classifique o III

A

O nervo oculomotor é exclusivamente motor mas tem fibras tanto eferentes somáticas como eferentes viscerais (relacionados com a sua função parassimpática).
Este nervo possui então 3 núcleos, localizados ao nível dos colículos superiores no mesencéfalo. São eles o núcleo motor principal, o núcleo parassimpático acessório (mais conhecido por núcleo de Edinger-Westphal) e o núcleo de Perlia

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2
Q

Quais os núcleos do III

A

Podemo-nos referir aos nucleos do III par como o Complexo nuclear do oculomotor
•Núcleo do oculomotor (nucleo motor principal)
•Núcleo de Edinger-Westphal
•Núcleo de Perlia

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3
Q

Descreva o Núcleo do Oculomotor

A

O núcleo do oculomotor corresponde à maior porção e mais lateral do complexo nuclear do oculomotor. Este núcleo é responsável pela inervação motora somática dos músculos extraoculares à exceção do oblíquo superior e do reto lateral (inerva portanto o levator palpebrae superioris e reto superior através do ramo superior do nervo oculomotor e o reto inferior, reto medial e oblíquo inferior através do ramo inferior do nervo oculomotor).
Em relação à organização dos subnúcleos dentro do núcleo do oculomotor é de referir que existe um subnúcleo para cada um dos 5 músculos inervados. De superior/rostral para inferior/caudal, começa-se por observar ao nível do 1/3 superior: o subnúcleo do reto inferior (acompanhado do núcleo de Edinger-Westphal que é mais medial). Já no 1/3 médio observa-se além destes o subnúcleo do reto superior (este é o único destes subnúcleos que supre músculos contralaterais, todos os outros núcleos suprem músculos ipsilaterais). No 1/3 inferior juntam-se a estes o núcleo do levator palpebrae superioris (este é um núcleo ímpar e, portanto irá suprir ambos os levator palpebrae superioris), oblíquo inferior e reto medial.
Uma lesão deste núcleo na sua porção mais superior pode causar, como tal, uma parésia isolada do músculos reto inferior ipsilateral, com ou sem anormalidades pupilares (consoante exista afeção do núcleo de Edinger Westphal). Já uma lesão um pouco mais inferior, ao nível do 1/3 médio do núcleo pode causar uma parésia do músculo reto inferior ipsilateral e do reto superior contralateral.

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4
Q

Descreva o núcleo de Edinger-Westphal

A

O núcleo de Edinger-Westphal corresponde à menor porção e mais medial do complexo nuclear do oculomotor. Este núcleo é responsável pela inervação motora visceral dos músculos ciliares e dos músculos constritores/esfíncteres da pupila. Os axónios deste núcleo (fibras parassimpáticas pré-ganglionares) acompanham os provenientes do núcleo do oculomotor até à órbita, separando-se depois para atingir o gânglio ciliar, onde sinapsam. Daqui partem nervos ciliares curtos para os músculos já referidos.
Este núcleo apresenta um papel ao nível do reflexo de acomodação, convergência e constrição pupilar, recebendo as aferências provenientes da Área Pré-Tectal e enviando eferências para os músculos ciliares (mediando a acomodação), músculos constritores da pupila (mediando a constrição pupilar) e para os núcleos dos oculomotores, mais propriamente para os subnúcleos dos retos mediais ou para os Núcleos de Perlia (mediando a convergência pupilar).

No nervo oculomotor, as fibras parassimpáticas situam-se mais superficialmente que as motoras somáticas (que se apresentam numa posição mais profunda). Como tal, isto terá implicações ao nível da clínica:
•As fibras parassimpáticas, sendo mais superficiais estão mais suscetíveis a compressão extrínseca por massas extraneurais (ex: aneurisma da artéria comunicante posterior), podendo permanecer as fibras motoras somáticas preservadas.
•As fibras motoras somáticas, ocupando uma posição mais central e, considerando que os vasos sanguíneos ocupam uma posição periférica em relação ao nervo oculomotor, são as principais afetadas no caso de doença vascular isquémica (o sangue tem muito mais dificuldade a atingir a porção central do nervo do que a sua superfície), como a provocada pela diabetes tipo II.

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5
Q

Descreva o Núcleo de Perlia

A

Núcleo de PERLIA: A existência deste núcleo é variável e a sua importância debatível. Verificou-se em estudos com ratos a sua presença e papel no reflexo de convergência, recebendo fibras provenientes da Área Pré-Tectal ou do Núcleo de Edinger-Westphal e influenciando os subnúcleos do reto medial. No caso do humano, já se verificou em diversos casos a sua presença, no entanto não foi possível associar ao papel descrito, permanecendo uma incógnita a sua função. Num estudo de 2014 delimitaram-se os grupos nucleares e subnúcleos do complexo nuclear oculomotor (a figura mostra esses mesmos núcleos de superior para inferior - de D para A - e detetou-se um núcleo de Perlia numa posição intermédia, verificou-se também que o núcleo do reto medial poderá ocupar uma posição mais superior do que a prevista anteriormente – em que apenas surgia ao nível do 1/3 inferior do núcleo). Houve um estudo em que se observou observou-se a existência de motoneurónios para o músculo reto superior ao nível do Núcleo de Perlia, o que sugere um papel no movimento dos olhos para cima, contrariamente ao que se tinha observado para os ratos (em que se tinha postulado existir um papel no reflexo da convergência).

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6
Q

Quais os Núcleos Oculomotores Acessórios?

A

Núcleo intersticial de Cajal – este núcleo encontra-se súpero-lateralmente ao núcleo de Edinger-Westphal e apresenta 2 subpopulações de neurónios: uma relacionada com a integração de movimentos sacádicos oculares no plano vertical; e a outra relacionada com a coordenação oculocefalogira. Este núcleo recebe fibras provenientes do RiMLF e dos núcleos vestibulares e projeta eferências, através da comissura branca posterior, para os núcleos do oculomotor e troclear. Projeta ainda eferências para a medula espinhal através do Feixe Longitudinal Medial. Este núcleo é responsável pela geração de movimentos no plano vertical à exceção de movimentos sacádicos.

  • Núcleo rostral intersticial do Feixe Longitudinal Medial (RiMLF) – este núcleo está localizado superiormente ao núcleo do oculomotor e póstero-medialmente ao núcleo rubro. Contém neurónios responsáveis pela geração de movimentos sacádicos oculares no plano vertical. Este núcleo recebe fibras provenientes do Campo Ocular Frontal, Colículos superiores, Núcleo da Comissura Posterior e Núcleo Fastigioso do cerebelo. Este núcleo envia eferências para os núcleos do oculomotor e troclear, projetando-se simultaneamente para neurónios motores que movem os olhos na mesma direção (ex: oblíquo superior do olho direito e reto inferior do olho esquerdo). Emite ainda fibras para o Núcleo intersticial de Cajal, de modo a ocorrer a integração dos movimentos sacádicos verticais. As fibras que envia para os núcleos elevadores do olhar (reto superior e oblíquo inferior) são bilaterais, enquanto que as enviadas para os músculos depressores do olhar (reto inferior e oblíquo superior) são unilaterais. Como tal, uma lesão deste núcleo tem um maior efeito nos movimentos sacádicos verticais para baixo. Já uma lesão do núcleo intersticial de Cajal tem um maior efeito nos movimentos não sacádicos verticais para cima.
  • Núcleo de Darkschewitsch – Localiza-se póstero-lateralmente ao núcleo do oculomotor e emite fibras para o núcleo da comissura posterior
  • Núcleo da Comissura Posterior – Localiza-se no interior da comissura posterior, apresentando conexões com os núcleos posteriores do tálamo e com a Área Pré-Tectal.
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7
Q

Descreva o Trajeto do III

A

O nervo oculomotor emerge ao nível da face anterior do mesencéfalo, no sulco interpeduncular, que separa os pedúnculos cerebrais da substância perfurada anterior. Dirige-se depois anteriormente e atravessa a face lateral do seio cavernoso num desdobramento da dura-máter. Como podemos ver na imagem, vai ser o elemento mais superior na parede lateral do seio. É ao nível da sua emergência que se encontra a pinça do oculomotor, onde o nervo passa entre a artéria cerebral posterior, superiormente, e a artéria cerebelosa superior, inferiormente.

Depois, vai atingir a fissura orbitária superior, onde se divide num ramo superior e num ramo inferior, que depois atravessam o anel de Zinn e se ramificam nos ramos para a inervação do músculo reto superior, músculo reto inferior, o músculo reto medial, o músculo pequeno oblíquo e o músculo elevador da pálpebra superior. Do ramo que inerva o músculo pequeno oblíquo, sai um ramo que irá inervar o gânglio ciliar, que transporta informação do neurónio pré-ganglionar parassimpático com origem ao nível do núcleo de Edinger-Westphal. Este neurónio sinapsa ao nível do gânglio ciliar e daqui sai então o neurónio pós-ganglionar que irá inervar os músculos ciliares e esfíncter da íris.

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8
Q

Descreva a Função do III

A

Inervação dos músculos reto medial, reto superior, reto inferior, oblíquo inferior e elevador da pálpebra superior (N. MP)
Fibras eferentes para constrição da pupila e para reflexo fotomotor (N. EW)
Fibras eferentes para reflexo de acomodação (N. Perlia)

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9
Q

Descreva o IV, a sua particularidade e o seu trajeto

A

O nervo troclear é um nervo exclusivamente motor com fibras eferentes somáticas, que é responsável pela inervação exclusivamente do músculo oblíquo superior. Ele possui um núcleo que se localiza no mesencéfalo, ao nível dos colículos inferiores, anteriormente à substância cinzenta periaqueductal, posteriormente ao feixe longitudinal medial e inferiormente ao núcleo motor principal do nervo oculomotor, sendo que existe um núcleo do nervo troclear de cada lado da linha média.
Tal como o III par, recebe fibras cortico-nucleares de ambos os hemisférios, fibras teto-bulbares provenientes dos colículos superiores (que o ligam ao córtex visual) e fibras do feixe longitudinal medial, que o liga aos núcleos dos nervos oculomotor, abducente e vestibular.
As suas fibras eferentes têm um pormenor interessante. Depois de saírem do núcleo, as fibras contornam a substância cinzenta periaquedutal e o Aqueduto de Sylvius, dirigindo-se primeiro lateral e posteriormente e depois medialmente. Ao alcançarem a face posterior do mesencéfalo, estas fibras decussam totalmente ao nível do véu medular superior (válvula de Vieussens), juntamente com o nervo troclear contralateral (ou seja, trocam tornam-se contralaterais à sua origem) e, desta forma, abandonam o mesencéfalo ao nível da sua face posterior, inferiormente aos colículos inferiores.
Vai depois contornar o mesencéfalo pelas suas faces laterais e anteriormente, atinge o seio cavernoso. Aqui, desloca-se inferiormente ao nervo oculomotor (III par), na parede lateral do seio cavernoso.
Este nervo tem então 2 particularidades: a primeira é que é o único par craniano que emerge na face dorsal do encéfalo; a segunda é que o nervo troclear direito, que provém do núcleo troclear direito, vai inervar o músculo oblíquo superior esquerdo, e vice-versa. Isto acontece devido à decussação que já falei anteriormente.
Ao nível da fissura orbitária superior, vai passar por fora do anel tendinoso comum. Mnemónica para nervos que passam na fissura orbitária superior por fora do anel tendinoso comum: Lágrima na Fronte Patética
Ao atingir a cavidade orbitária, dirige-se então para o músculo oblíquo superior.

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10
Q

Descreva o VI, desde a sua origem, trajeto e função

A

O nervo abducente é, também, um nervo exclusivamente motor com fibras eferentes somáticas, sendo responsável pela inervação de um único músculo: o músculo reto lateral.
Este nervo possui um único núcleo que se localiza na protuberância, na metade superior do pavimento do IV ventrículo, ao nível do colículo facial. As fibras do nervo facial (VII par) circundam o núcleo do nervo abducente (VI par) de medial para lateral, sendo este trajeto responsável pela formação da eminência mediana de Teres ou mais conhecido por colículo facial.
O núcleo do nervo abducente recebe fibras cortico-nucleares aferentes dos dois hemisférios, fibras do trato tetobulbar provenientes dos colículos superiores (a partir do qual se conecta ao córtex visual) e fibras do feixe longitudinal medial, através do qual se conecta aos núcleos dos nervos oculomotor, troclear e vestibular.
As fibras provenientes do núcleo do nervo abducente (VI par) vão se dirigir anterior e medialmente, passando medialmente ao trato central tegmental e emergindo ao nível do sulco bulbo-proteburancial… sendo o nervo mais medial de todos os que deste sulco emergem.
Dirige-se depois anteriormente e passa no canal de dorello, que é um canal ósseo que vai do ápex petroso até ao ligamento de Gruber. Devido a esta passagem na base do crânio, o nervo abducente é muitas vezes lesado em traumatismos cranianos que afetem a base. Continuando o seu percurso, passa no seio cavernoso mas com uma diferença importante relativamente aos outros pares: é que ele caminha no interior do seio cavernoso propriamente dito, em íntima relação com a artéria carótida interna. Isto significa que se houver, por exemplo, um aneurisma nesta artéria, o primeiro nervo a ser afetado será o nervo abducente, evoluindo depois para um estrabismo convergente.
Ao nível da fissura orbitária superior, ele vai passar por dentro do anel tendinoso comum. Ao atingir a cavidade orbitária, dirige-se para o músculo respetivo que inerva: o reto lateral.

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11
Q

Descreva os eixos dos movimentos oculares

A

Relativamente aos movimentos oculares, vamos ter movimentos em 3 eixos diferentes:
Um eixo horizontal, que permite movimentos de elevação e depressão (olhar para cima e para baixo. Usam os músculos reto superior e reto inferior isoladamente, respetivamente);
Um eixo vertical, que permite movimentos de abdução e adução (olhar para um lado e para o outro. Usam os músculos reto lateral e reto medial, respetivamente, de forma isolada)
Um eixo posterior, que atravessa a pupila até ao fundo da órbita, que permite movimentos de eversão e inversão. Estes movimentos são um pouco difíceis de compreender de forma isolada mas se pensarem, quando fazemos a flexão lateral do pescoço e mantemos o olhar fixo, é precisamente neste eixo que os nossos olhos se movimentam para que mantenhamos o olhar no horizonte.

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12
Q

Descreva a ação dos vários músculos extraoculares

A

Posição primária do olhar:

  • Reto superior – olhar para cima
  • Reto inferior – olhar para baixo
  • Reto Externo – abdução
  • Reto Interno – adução
  • Oblíquo superior – olhar para baixo e para fora (rotação interna) → o “para fora” é uma acção acção não chega “efectivamente a acontecer” no seu extremo outros músculos contraem e diminuem a amplitude do movimento de rotação (pensar por ex no recto medial a contrair!), mas na teoria o movimento de rotação no seu extremo daria para isso
  • Oblíquo inferior – olhar para cima e para fora (rotação externa) → o “para fora” é uma acção acção não chega “efectivamente a acontecer” no seu extremo outros músculos contraem e diminuem a amplitude do movimento de rotação (pensar por ex no recto medial a contrair !), mas na teoria o movimento de rotação no seu extremo daria para isso
  • Posição Extrema Lateral do Olhar:
  • Reto Superior – levantador puro
  • Reto Inferior – abaixador puro

Posição Extrema Medial do Olhar:

  • Oblíquo Superior – abaixador puro&raquo_space; DAÍ SER AVALIADO PELA TÉCNICA DO H
  • Oblíquo Inferior – Levantador puro
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13
Q

Descreva as Lesões dos Nervos Oculomotores

A

Estrabismo convergente ou esotropia - lesão do abducente (IV)

Troclear (IV) - estrabismo convergente e superior. Posição compensatória da cabeça → a cabeça inclina para o lado CL à lesão e a diplopia surge quando inclinamos a cabeça para o lado da lesão!
Movimentos que agravam a diplopia da parésia do IV par (aumentam o desvio ocular):
- inclinação da cabeça para o lado homolateral à lesão
- virar a cara para o lado CL da lesão
- infraversão do olhar

Oculomotor - ptose palpebral, midríase e estrabismo divergente ou exotropia (down and out syndrome) → só temos diplopia quando a parésia é INCOMPLETA (ou seja quando não vai afectar o ramo que inerva o elevador da pálpebra superior, porque nesse caso a pálpebra cai e não há diplopia porque apenas um dos olhos é que está a ver!)

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14
Q

Descreva a composição e função do V

A

O nervo trigémio é o maior nervo craniano. Como sabem, é um nervo misto, portanto tem uma componente motora e sensitiva, sendo constituído por 2 raízes: uma raiz motora e outra sensitiva.
A raiz motora transporta fibras eferentes para os músculos da mastigação, m. tensor do tímpano, tensor do véu do palato, milohioideu e ventre ant do digástrico.
A raiz sensitiva, por sua vez, transporta as fibras aferentes somáticas gerais da sensibilidade da pele da face, das órbitas, cavidades nasais e cav bucal. As duas raízes emergem da protuberância no limite entre a face anterior e lateral desta, ao nível dos pedúnculos cerebelosos médios. A raiz sensitiva, de maior tamanho, abandona a protuberância mais lateralmente enquanto a raiz motora, mais pequena se posiciona medialmente. Do interior para o exterior da protuberância as fibras dirigem-se para a frente e para fora

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15
Q

Descreva o Trajeto do V desde que abandona o TC

A

O nervo segue para a frente, deixando a fossa craniana posterior, e repousa sobre a face superior do ápice da parte petrosa do osso temporal na fossa média do crânio. A grande raiz sensitiva expande-se formando o gânglio trigeminal em forma de crescente, que se localiza dentro de uma bolsa da dura-máter denominada cavidade trigeminal ou de Meckel
Ao nível da margem anterior do gânglio de Gasser, o V divide-se em três ramos principais, o N. oftálmico (V1), que se dirige para a órbita a partir da fissura orbitária superior, o N. maxilar (V2), que se dirige para a fossa pterigopalatina pelo foramen redondo, e o N. mandibular (V3), o único com a componente motora, que se dirige para a base do crânio pelo foramen oval.

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16
Q

Quais os núcleos do V?

A
O trigémio emerge de 4 núcleos, dos quais 3 são sensitivos e 1 é motor.
Núcleo sensitivo Principal 
N. espinhal do trigémio 
N. mesencefálico 
núcleo motor
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17
Q

Descreva o Núcleo Sensitivo Principal do V

A

O Núcleo sensitivo Principal encontra-se na porção posterior da protuberância, lateralemente ao n. motor. Continua-se inferiormente com o núcleo espinhal e superiormente com o núcleo mesencefálico.
o grande local de recepção do tacto epicritico e vibração, mas também pode receber protopático e pressão e propioceção consciente

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18
Q

Descreva o Núcleo Espinhal do Trigémio

A

O N. espinhal do trigémio estende-se desde a protuberância continuando pelo bulbo, ocupa grande parte do seu espaço no bulbo, terminando no 2º segmento cervical da medula espinhal onde se funde com a subs gelatinosa de Rolando desse segmento.
Este recebe todas as modalidades sensitivas destes pares cranianos no que toca a cabeça e pescoço. Ou seja, recebe sensibilidade termo-álgica e grande parte do tacto protopático + pressão. Recebe aferências dos nervos facial, glossofaríngeo e vago, responsáveis pela sensibilidade térmico-álgica do pavilhão auricular e canal auditivo externo. Pelo que considera-se que este núcleo também pertence aos núcleos do vago e glossofaríngeo

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19
Q

Descreva o Núcleo Mesencefálico do V

A

O N. mesencefálico encontra-se no mesencéfalo, na porção lat da substância cinzenta que envolve o aqueduto de Sylvius. Estende se inf até à protuberância onde encontra o n- sensitivo principal. Este núcleo recebe fibras proprioceptivas dos m. mastigadores, extra oculares, mímica, palato, ATM e dos dentes. Dá-nos a informação da posição da mandíbula e da força de mordedura. Este núcleo tem uma particularidade, que é o facto de ser o único núcleo sensitivo que contém no seu interior o corpo celular do I neurónio (todos os outros tem a origem real fora pq falamos de sensibilidade)

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20
Q

Descreva o Núcleo Motor do V

A

O núcleo motor encontra-se na protuberância, medialmente ao n. sensitivo principal. As fibras eferentes motoras deste núcleo deixam a protuberância medialmente à raiz sensitiva, passam o G. Gasser infero-medialmente para se juntar à divisão mandibular do trigémio.

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21
Q

Descreva a Via Trigeminal

A

A via trigeminal do tacto protopático + pressão, tato epicrítico e vibração e termo-álgica:
A sensibilidade somática geral da cabeça é conduzida ao TC pelos nervos V, VII, IX, X. Sendo que daqui o mais importante é o trigémio visto que os outros apenas inervam um pequeno território no pavilhão auricular e meato acústico externo.
Ora, o corpo celular do 1º neurónio está ao nível dos gg sensitivos anexos a estes nervos– gg de Gasser do V, gg geniculado do VII, gg superior do IX e superior do X.
O primeiro neurónio é pseudounipolar, tendo então um prolongamento periférico e um prolongamento central.
O prolongamento periférico recebe as sensações de dor, temperatura, tatos epicrítico e protopático da pele e mucosas da face.
O prolongamento central do I neurónio vai entrar no TC para sinapsar com o segundo neurónio.

Onde está o 2º neurónio? Está no núcleo espinhal e no núcleo sensitivo principal do trigemio.
É importante saberem que quando os prolongamentos centrais do I neurónio entram no tronco para sinapsar com o 2º neurónio, metade das fibras dividem-se em ramos ascendentes e descendentes; e as demais ascendem ou descendem sem divisão. Os ramos ascendentes terminam no núcleo sensitivo principal, e os ramos descendentes terminam no núcleo espinal.
Ora, existe “somatotopia” relativa ao tipo de informação que chega a cada um dos núcleos, isto porque:
> o núcleo sensitivo principal é considerado o grande local de recepção do tacto epicritico e vibração, mas também pode receber informação do tato protopático e pressão!
> o núcleo espinhal do trigemio recebe a sensibilidade termo-algica e grande parte do tacto protopático e pressão.

As fibras que chegam ao n. Espinhal apresentam uma organização específica que curiosamente é invertida em relação à disposição das fibras à chegada ao G. De Gasser As fibras sensitivas da divisão oftálmica do nervo trigémio terminam na parte inferior do núcleo espinal; as fibras da divisão maxilar terminam na parte intermédia do núcleo espinal; e as fibras da divisão mandibular terminam na parte superior do núcleo espinal. Esta inversão deve-se a uma rotação interna da raiz sensitiva quando esta penetra no tronco cerebral.

Dos núcleos espinhal do trigemio e sensitivo principal formam-se os tractos trigeminotalamicos dorsal e ventral.
- Mais concretamente, do núcleo espinhal do trigemio parte o axónio do 2ºneuronio que decussa ao longo do seu trajecto para formar o tracto trigemino-talamico ventral. Este ascende enquanto tracto até à porção cranial da ponte, onde recebe os 2os neurónios do núcleo sensitivo principal do trigemio e ai se forma o lemnisco trigeminal.
Durante o seu percurso, o trato trigeminotalamico ventral envia ramos colaterais para vários núcleos localizados do tronco cerebral (XII, X, IX, VII V para estabelecer reflexos). O tracto trigeminotalamico ventral é o que se considera o grosso do lemnisco, o “verdadeiro” lemnisco, se podemos assim dizer!
- Do núcleo sensitivo principal do trigemio parte o axónio 2º neurónio que pode seguir por duas vias, a que decussa, indo acumular-se nas restantes fibras do tracto trigemino-talamico ventral contralateral, formando o lemnisco!; e a que nao decussa e que constitui o trato trigemio-talamico dorsal que cursa ipsilateralmente até ao talamo ipsilateral.
Relativamente ao tracto trigemino-talamico dorsal não há grandes descrições sobre ele, Há autores que dizem que se junta ao tracto trigemino-talamico ventral, há autores que dizem que não. No fundo, este trato pode ser “negligenciavel” em termos de importância, visto que é o trato ventral que se considera como sendo o verdadeiro lemnisco. No entanto, este trato permite perceber o porquê de se dizer que a area somatoestesica primaria poder receber sensibilidade de ambas as hemifaces.

Por fim, o 3º neurónio. este vai estar localizado no núcleo ventral postero-medial. Daqui vão partir axónios que percorrem o braço posterior da cápsula interna até à a área somatoestesica primária.

RECEPTORES:

  • VIA termo-álgica : terminações axonais livres
  • Via do tacto protopático e pressão: corpúsculos de Mecker, de Krauss, de Rufiini e Meissner
  • Via do tacto epicrítico, sensibilidade vibratória e propiocepção consciente: (propiocepção é órgão tendinosos de golgi, fusos NM), vibração e toque discriminativo – vatter pachini (++ vibração), corpúsculos rufini e meissner - tato

Relativamente, à porção da via trigeminal referente à propocioceção dos músculos da mastigação e dos músculos faciais e extraoculares
- O corpo celular do 1º neurónio está localizado no núcleo mesencefálico do trigémio. O primeiro neurónio é pseudounipolar, tendo então um prolongamento periférico e um prolongamento central. O prolongamento periférico liga-se a fusos neuromusculares presentes nos músculos da mastigação, faciais e extraoculares e a recetores na ATM e nos dentes O prolongamento central vai sinapsar com o 2º neurónio. Algumas fibras levam impulsos propriocetivos inconscientes ao cerebelo
- 2º neurónio está localizado no núcleo motor do V.
Forma-se assim um arco reflexo, neste caso, o arco reflexo monossinaptico da mandíbula. A partir do n. Motor saem as fibras que vão inervar a componente motora do trigémio.
O n. Motor para além de receber fibras do núcleo mesencefálico com informação propioceptiva, recebe também fibras cortico-nucleares de ambos os hemisférios, da formação reticular, dos núcleos rubros, do tectum do mesencéfalo e do feixe longitudinal medial.

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22
Q

Descreva uma Lesão do V

A
FIBRAS MOTORAS - Desvio do maxilar para o lado da lesão
FIBRAS SENSITIVAS - Perda da sensibilidade da face e perda do reflexo corneano.
Nevralgia do Trigémio - dor severa tipo “facada” em toda a hemi-face homolateral.  Causa muitas vezes idiopática, que envolve as fibras nociceptivas do trigémio.
Trigeminal neuralgia (tic douloureux) is a disabling painful sensation in the distribution of the branches of the trigeminal nerve. The pain is paroxysmal, stabbing, or like lightning in nature and usually is triggered by eating, talking, or brushing the teeth. Several methods of treatment, including drugs, alcohol injection of the nerve, electrocoagulation of the ganglion, and surgical interruption of the nerve or spinal tract in the medulla oblongata (trigeminal tractotomy), have been tried with varying degrees of success.
23
Q

Descreva, de um modo geral o VII

A

Relativamente ao facial: como já sabem do 1º ano, é um nervo misto formado por 2 raízes: uma motora, que é o nervo facial propriamente dito, e que compreende também fibras vegetativas que controlam a secreção lacrimal; e uma sensitiva, o nervo intermédio de Wrisber, que também leva fibras vegetativas responsáveis pela inervação das glandulas linguais, submandibulares e sublingual

24
Q

Que estruturas são inervadas pelo VII?

A
Motora Somática:
M. da Face e do Escalpe
M. do estribo
ventre post. do digástrico
M. estilo-hioideu

Sensorial Geral:
1/3 médio pav auricular
Canal auditivo externo
Membrana do tímpano

Sensorial Especial:
2/3 ant língua
Pav cav bucal e palato

Motora Visceral:
Glândula lacrimal
G. sublingual e submandibular

25
Q

Quais os Núcleos do VII?

A

O nervo facial vai ter 4 núcleos: um núcleo motor principal, 2 núcleos parassimpáticos e um núcleo sensorial. O Afifi considera os núcleos parassimpáticos como núcleos secretomotores ou vísceromotores, e o núcleo motor propriamente dito é o núcleo somatomotor.

26
Q

Descreva o Núcleo motor principal do facial

A

O N. motor Principal situa-se na formação reticular, na porção inf da protuberância. A suas fibras vão cursar dorsomedialmente e contornam o nucleo do nervo abducente, formando uma impressão no pavimento do 4º ventrículo que é o colículo facial (como já foi falado na aula de tronco cerebral). Depois vão seguir ventrolateralmente e emergir na margem lateral da protuberância. Vão ser responsáveis pela inervação dos músculos da expressão facial, estapédio, estilo-hioideu e ventr post do digástrico

O afifi refere ainda que o núcleo motor pode ser subdividido em 4 porções/subnúcleos:
medial, dorsal, intermédio e lateral. No snell apenas há a divisão entre porção superior e inferior.
Os neuronios motores que suprem os músculos do quadrante superior da face vão estar localizados na porção dorsal, enquanto que os que suprem o quadrante inferior, na porção lateral. O núcleo medial vai ser responsável pela inervação do platisma e dos músculos auriculares posteriores.
O núcleo dorsal vai receber fibras dos 2 hemisférios, enquanto que o lateral só recebe de um, por isso se tivermos uma lesão central (supranuclear) apenas o quadrante inferior vai estar afetado (como a joana já referiu em uma aula passada)

O núcleo motor recebe algumas aferências importantes, nomeadamente:
Do córtex cerebral (que vai ser importante para explicar a lesão, mas a frente)
Dos ganglios basais - Quando fazemos uma avaliação neruológica, e vão aprender isto no próximo ano, temos que saber distinguir entre uma paralisia facial central e uma periférica. Uma das formas que nos ajuda a distinguir é verificar a expressão do doente enquanto demonstra emoções, como rir, chorar, etc. Isto porque, normalmente, as paralisias centrais conseguem manter a motilidade quando a pessoa demonstra emoções, e isto deve-se à esta aferencia dos ganglios basais. Numa lesão periférica, contudo, não há motricidade nem em emoções, nem voluntária.
Oliva superior - a oliva superior, como a joana vai falar mais a frente, está envolvida na via auditiva, e por isso esta conexão explica o reflexo que nós temos, ao ouvir um barulho muito alto, de contrair a cara e fechar os olhos.
Colículo superior - Recebe aferências do colículo superior através da via tetobulbar, e esta conexão vai explicar o reflexo que as pessoas têm de contrair a cara aquando uma luz muito intensa ou objeto rápido súbitos na sua direção
Sistema trigeminal - Faz o elo de ligação entre o nervo trigeminal e o facial, e explica o reflexo córneo, que é basicamente o fechar dos olhos aquando estimulação córnea

27
Q

Descreva os Núcleos Parassimpáticos do VII

A

O núcleo salivatorio superior encontra-se atrás e para fora do N. motor do facial, no tegmento da protuberância.
Elas vão ter um percurso direto, saindo anteriormente da protuberância juntamente com o nervo intermédio de Wrisberg. Vão inervar as glandulas linguais, sublinguais e submaxilares.

Vai receber fibras aferentes do hipotálamo pelas vias vegetativas descendentes e recebe fibras do trato solitário, particularmente, do N. sensitivo, com informações relativas ao paladar. Forma assim uma resposta de salivação perante estímulos do paladar pelo trato solitário ou resposta de salivação perante estímulos visuais, olfativos ou auditivos via hipotálamo.

O núcleo lacrimal, tb parassimpático, recebe fibras do hipotálamo relacionadas com respostas emocionais transmitindo estímulos à gl. lacrimal. Recebe tb aferências do N. sensitivo principal do Trigémio para formar um arco reflexo lacrimal quando ocorre irritação da córnea ou da conjuntiva.

28
Q

Descreva o Núcleo Sensitivo (de Wrisberg) do VII

A

O nervo facial vai transmitir informação sensitiva de vias exteroceptivas provenientes da orelha externa, e informação relativa do paladar dos ⅔ anteriores da língua.
As fibras provenientes da orelha externa são processos periféricos do gânglio geniculado, e os seus processos centrais vão projetar-se no núcleo espinhal trigeminal.
Já as vias relativas ao paladar, também prolongamentos do gânglio geniculado, transmitem a informação das papilas gustativas até aos seus processos centrais que vão projetar-se no tronco cerebral, na parte gustatória do trato solitário (porção superior).

29
Q

Descreva o Trajeto do VII

A

Apenas para lembrar a origem aparente: As 2 raízes, motora e sensitiva (com as componentes vegetativas) vão emergir da porção lateral do sulco bulboprotuberancial, sendo que a motora se localiza medialmente à sensitiva

30
Q

Descreva uma Lesão do VII

A

The cortical input to the facial nucleus is bilateral to the part of the nucleus that supplies the upper facial muscles and only contralateral to the part that innervates the perioral musculature.

In lesions affecting one hemisphere, only the lower facial muscles contralateral to the lesion are affected. This is referred to as central (supranuclear) facial paresis, in contradistinction to peripheral facial paralysis or paresis (resulting from lesions of the facial motor nucleus or the facial nerve),in which all the muscles of facial expression ipsilateral to the lesion are affected.

O afifi ainda descreve dois tipos de central facial paresis (palsy): voluntary and involuntary (mimetic), na qual a involuntária ainda permite a contração do quadrante inferior em resposta a estímulos emocionais, enquanto que a paralisia central voluntária não.

31
Q

Descreva, de um modo geral o VIII

A

este vai ter duas componentes, o nervo vestibular e o nervo coclear, que vão transmitir informação afeterente a partir do ouvido interno, até ao SNC.

32
Q

Descreva o Nervo Vestibular, seus núcleos e as suas aferências e eferências

A

Começando com o nervo vestibular: este vai conduzir impulsos provenientes do utriculo e sáculo (com informação relativa à posição da cabeça) e dos canais semicirculares (providenciam informação sobre os movimentos da cabeça), e entram no sulco bulboprotuberancial.

dentro da protuberância, as fibras vestibulares vão passar entre o corpo restiforme (uma porção do pedúnculo cerebeloso inferior) e o complexo trigeminal espinhal, até atingir o complexo nuclear vestibular. Uma parte das fibras não acaba nos núcleos, dirigindo-se diretamente ao cerebelo através do corpo juxtarestiforme
Existem 4 núcleos vestibulares: superior, inferior, medial e lateral, localizados sob o pavimento do 4º ventriculo.
Os núcleos inferior e medial estendem-se desde a porção mais superior do bulbo até à protuberância. depois o temos o lateral e por fim o superior, medialmente e dorsalmente aos núcleos lateral e medial.

Os núcleos vestibulares recebem fibras da medula, através dos tratos espinhovestibulares lateral e medial (que acabam nos núcleos lateral e medial, respectivamente); Do cerebelo, através do corpo juxtarestiforme; e do córtex vestibular

Envia eferências para a medula, cerebelo, tálamo (para vários núcleos - ventral posterolateral, centrolateral, e para o grupo posterior), muito importante para os núcleos dos nervos oculomotores: III, IV e VI, através do fascículo longitudinal medial. Como podem ver, as fibras que decussam a linha média vão ter uma ação maioritariamente excitatória sobre os núcleos, enquanto que as que não decussam vão ser inibitórias. Esta conexão vai ser importante a seguir quando eu explicar o reflexo vestibulo-ocular.
Também enviam eferencias para o córtex vestibular

33
Q

Descreva o Reflexo Vestibulo-Ocular

A

Quando realizamos um movimento com a nossa cabeça, os nossos olhos vão naturalmente ter um movimento oposto ao da nossa cabeça, à mesma velocidade, o que ajuda a estabilizar a imagem na retina ao manter o olho fixo e focado em um objeto, apesar de haver movimentação da nossa cabeça.

Como a joana vai explicar mais à frente, os canais semicirculares vão traduzir motricidade angular da cabeça, e o útriculo e sáculo motricidade linear.

A informação do sistema vestibular segue então até ao tronco cerebral, sinapsa nos núcleosvestibulares e segue pelo fascículo longitudinal medial até aos núcleos dos nervos oculomotores, cujos neurónios vão estimular os músculos extraoculares.
Basicamente, cada canal semicircular vai excitar um par de músculos e inibir um par de músculos. Como vemos na imagem, os impulsos que partem dos núcleos ventriculares direitos, vão causar excitação do núcleo abducente esquerdo, causando abdução do olho esquerdo, e excitação do retmo medial direito, através da estimulação do núcleo do oculomotor, causando adução do olho direito.
Vemos que os núcleos vestibulares esquerdos vão ter uma ação contrária, inibindo o reto lateral direito e o reto medial esquerdo, permitindo um movimento conjugado dos olhos.
Significado clínico:Disruption of vestibulo–ocular reflex results in symptoms such as nausea, head tilt, imbalance during walking, and other daily life activities, dizziness, oscillopsia, and blurred vision during motion. This reflex, however, becomes damaged in brain stem injury.

34
Q

Descreva o Nervo Coclear e os seus núcleos

A

Passando então ao nervo coclear - estes vão ser processos centrais das células nervosas localizados nos ganglios espirais da cóclea.

Ao entrarem na protuberância, lateralmente ao nervo vestibular, vão se projetar nos núcleos cocleares, que são dois: ventral e dorsal (ou anterior e posterior, como no snell)

O núcleo dorsal recebe fibras que medeiam sons de alta frequência, da região basal da cóclea
O núcleo ventral recebe fibras que medeiam sons de baixa frequência, da região apical da cóclea

35
Q

Quais as funções do IX?

A

Nervo completo, com as seguintes funções:

  • > Função motora – fibras eferentes somáticas especiais que enervam o músculo estilofaríngeo, que eleva a faringe durante a fala e deglutição.
  • > Função sensitiva – fibras aferentes viscerais e somáticas para o 1/3 posterior da mucosa da língua, mucosa da faringe, palato, amígdalas, ouvido médio. Também contribui para inervação de parte da região retroauricular, concha do pavilhão auricular e CAE.
  • > Função sensorial – fibras aferentes viscerais especiais do 1/3 posterior da língua (paladar)
  • > Função vegetativa – fibras eferentes viscerais para a parótida, constitui o ramo aferente do barorreflexo; seio carotídeo (barorreceptor) e corpo carotídeo (quimiorreceptor)
36
Q

Descreva o Trajeto do IX

A

Relativamente à origem aparente, as fibras do Glossofaríngeo saem/entram no bulbo pela porção superior do sulco colateral posterior, por cima da origem aparente do nervo vago (X) e por baixo da origem do nervo vestíbulo-coclear (VIII) · Esta emergência realiza-se por 5 a 6 filetes radiculares que se unem rapidamente num único cordão nervoso.
Desde a sua origem aparente o nervo dirige-se antero-lateralmente e abandona a cavidade craniana ao nível do forâmen jugular (no segmento anterior da porção anterior do BLP). Vai apresentar a este nível os seus dois gânglios, superior e inferior. Vai seguir a artéria carótida interna e então a face externa do músculo estilofaríngeo, originando a este nível os seus vários ramos. segue ao longo da orofaringe e termina na base da língua, onde fornece os seus ramos terminais para a mucosa do terço posterior (sensitiva e sensorial).

37
Q

Quais os colaterais mais importantes do IX?

A

Ao longo do seu trajeto fornece vários ramos colaterais: (os mais importantes)
Ansa de Haller anastomose com ramo do facial
Nervo Jacobson entra pelo canal timpânico, na parede anterior da caixa do tímpano, onde constitui o plexo timpânico, dando origem a vários ramos. Um destes ramos é o nervo petroso menor. O nervo petroso menor, que se anastomosa com o nervo pequeno petroso superficial (do VII) e dirige-se para o gânglio ótico na fossa infratemporal. Após a sinapse, as suas fibras pós-ganglionares dirigem-se através do nervo auriculo-temporal do V para a parótida, garantindo assim a sua inervação parassimpática secretomotora
Ramos amigdalinos formam o plexo amigdalino de Andersch

38
Q

Quais os núcleos do IX?

A

O nervo glossofaríngeo apresenta 4 núcleos ao nível do bulbo:

  • Núcleo Motor Principal
  • Núcleo salivar inferior
  • Núcleo do Trato Solitário
  • Núcleo Espinhal do Trigémio
39
Q

Descreva o Núcleo Motor Principal do Glossofaríngeo

A

Este núcleo corresponde à extremidade superior do núcleo Ambíguo, que se encontra profundamente na formação reticular do bulbo. É uma coluna de células situada a meio caminho entre o núcleo olivar inferior e o núcleo espinhal do V. Os axónios dos neurónios deste núcleo cursam dorsomediamente e em seguida vão virar ventromedialemente para emergir na superfície lateral do bulbo entre a oliva inferior e o pedúnculo cerebeloso inferior.
Este núcleo recebe fibras cortico-nucleares de ambos os hemisférios cerebrais e as suas fibras eferentes inervam o músculo estilofaríngeo que eleva a faringe durante a deglutição e a fala.

40
Q

Descreva o Núcleo Salivar Inferior do IX e as suas aferências/eferências

A

também é designado núcleo Parassimpático/Vegetativo. O núcleo salivatório inferior é um grupo de neurónios que são difíceis de distinguir dos neurónios reticulares na superfície dorsal do bulbo. Os axónios dos neurónios deste núcleo são fibras eferentes viscerais pré-ganglionares que transmitem impulsos secretomotores para a glândula parótida. estas fibras transportados através pelo nervo petroso menor até ao gânglio otico, a partir do qual surgem fibras pós-ganglionares para a glândula parótida, como já vimos.
Este núcleo recebe fibras aferentes do:
• Hipotálamo, através das fibras descendentes vegetativas. De entre estas fibras temos um conjunto de fibras designado Feixe Longitudinal Posterior de Shultz, que une o hipotálamo à superfície periaqueductal, aos núcleos vegetativos dos vários pares craniano( salivares , núcleo acessório do MOC, etc) é por isso que podemos ter Boca seca em resposta ao medo e ansiedade,
• Sistema olfactivo e região septal através do feixe prosencefálico medial, o que explica salivação em resposta ao odor alimentar.
• Núcleo do trato espinhal do V: fibras aferentes somáticas gerais da região retro-auricular.
• NTS: fibras aferentes viscerais gerais com informações relativas a sensações tácteis, termico-álgicas provenientes da mucosa do terço posterior da língua, das amígdalas e da trompa de eustáquio. Deste núcleo recebe ainda fibras aferentes especiais que transmitem sensações de sabor do terço posterior da língua.

41
Q

Descreva o Núcleo do Trato Solitário do IX

A

Corresponde à porção superior do núcleo do Tracto Solitário (porção infero-medial). A porção correspondente ao IX deste núcleo constitui a zona de receção de:
Informações relativas ao paladar vão desde o 1/3 posterior da língua até aos corpos celulares de neurónios situadas nos gânglios do glossofaríngeo, através dos prolongamentos periféricos destas neurónios. Os prolongamentos centrais destas células terminam no núcleo do tracto solitário. Para além do paladar, também recebe informações aferentes viscerais sensitivas (temperatura, dor, tato) da trompa de Eustáquio, do terço posterior da língua e das amígdalas.
Impulsos aferentes do seio carotídeo (barorreceptor situado na bifurcação da carótida primitiva, responsável pela regulação da pressão arterial) percorrem o nervo glossofaríngeo e terminam no núcleo do tracto solitário, estabelecendo conexões com o núcleo dorsal do nervo vago (X)

42
Q

Descreva a importância do Núcleo Espinhal do Trigémio para o IX

A

As fibras aferentes somáticas gerais que inervam a região retro auricular, cujo corpo celular se encontra no gânglio superior entram no tronco cerebral, e terminam sinapsando no núcleo espinhal do trigémio.

→ fibras aferentes viscerais da TE, ⅓ post da língua e amígdalas

43
Q

Quais as funções do X?

A

o Vago é um nervo completo com uma extensão de inervação enorme
Tem:
→ Função motora – fibras eferentes viscerais especiais que inervam os músculos da faringe e da laringe e palato mole
→ Função sensorial – fibras aferentes viscerais especiais responsáveis pelas impressões gustativas ao nível da base da língua (atrás do “V” lingual) e epiglote.
→ Função sensitiva – fibras aferentes somáticas e fibras aferentes viscerais de todos os territórios de inervados por ele (recebe sensações viscerais do trato GI, faringe, laringe, traqueia, CAE, concha do pavilhão auricular e trompas de Eustáquio e região retroauricular…); conduz também informação proprioceptiva das mucosas da Faringe e Laringe, sendo importante na proteção das vias aéreas.
→ Função parassimpática/vegetativa – fibras eferentes viscerais para as vísceras torácicas (esófago, traqueia, brônquios, pulmões, coração, grandes vasos torácicos) e abdominais (tracto alimentar desde o esófago abdominal até à curva esplénica do cólon, fígado, rins e pâncreas)

44
Q

Descreva o Trajeto do X

A

Recordando a sua origem aparente, este nervo emerge ao nível do sulco colateral posterior do bulbo, inferiormente ao IX par e superiormente À raiz bulbar do XI par. Segue desde a sua origem aparente em direção ao BLP, percorrendo a face lateral do Bulbo. Abandona a cavidade craniana através do forâmen jugular ou Buraco Lácero Posterior (segmento posterior da porção anterior, juntamente com o nervo Espinhal).
Ao nível do pescoço constitui um dos elementos do pedículo vasculonervoso, localizando-se no ângulo diedro formado pela VJI e CI (sup) e CC( + inferiormente).
Apresenta diferentes trajetos ao nível da porção torácica, consoante À esquerda ou direita, bem como a origem de alguns ramos colaterais também diferente (não esquecer a origem dos laríngeos recorrentes: Nervo Laríngeo Recorrente Direito - tem origem ao nível da face anterior da artéria subclávia. Contorna esta artéria, passando por baixo e depois por trás dela; o Nervo Laríngeo Recorrente Esquerdo – tem origem ao nível da face inferior do arco da aorta. Contorna a crossa da aorta dirigindo-se primeiro para trás e depois para cima.)
Na porção abdominal, o nervo vago direito forma o tronco posterior do vago e o nervo vago esquerdo forma o tronco anterior do vago.
sendo que o TP contribui na sua maioria para a formação do plexo celíaco. Ao longo do seu trajeto fornece vários ramos colaterais.

45
Q

Quais os núcleos do X?

A

Relativamente à sua origem real, o nervo vago apresenta quatro núcleos: o núcleo motor principal, o núcleo dorsal do vago ou parassimpático e os núcleo sensitivos

46
Q

Descreva o Núcleo Motor Principal do X

A

Também denominado núcleo ventral do vago. Este núcleo corresponde a uma porção do Núcleo ambíguo, imediatamente abaixo do segmento destinado ao IX, e superiormente ao segmento destinado à raiz bulbar do XI. Localiza-se portanto profundamente na formação reticular do bulbo.
Este núcleo recebe fibras cortico-nucleares de ambos os hemisférios, fibras aferentes somáticas gerais do núcleo do trato espinhal (info relativa ao ouvido externo, canal auditivo externo e superfície externa da MT) e fibras aferentes viscerais gerais (sensações viscerais da faringe, laringe, traqueia e esófago, bem como as vísceras torácicas e abdominais) e especiais (Estas fibras transmitem sensações de sabor da região da epiglote e base da língua) do núcleo do trato solitário.
Envia fibras motoras para a inervação dos músculos da faringe, laringe e palato mole, músculo elevador do véu do paladar, músculo da úvula.

47
Q

Descreva o Núcleo Dorsal do Vago

A

Localizado no pavimento do 4º V ao nível do bulbo, formando o trígono do vago, externamente e posteriormente ao núcleo motor do nervo hipoglosso. Os axónios dos neurónios deste nervo cursam ventrolateralmente no bulbo e vão emergir na superfície lateral do bulbo entre a oliva inferior e o pedúnculo cerebeloso inferior. Recebe fibras aferentes do hipotálamo, por meio das vias descendentes vegetativas, e da porção superior do NTS correspondente ao nervo glossofaríngeo (IX), importante para o barorreflexo que já vou falar mais à frente. Recebe tb, fibras dos núcleos vestibulares; assim, a estimulação vestibular excessiva (por exemplo, enjoo do movimento) resulta em náuseas, vómitos e uma mudança na frequência cardíaca.
Os axónios provenientes deste núcleo consistem em fibras parassimpáticas pré-ganglionares que transmitem impulsos viscerais eferentes para as vísceras do tórax e abdómen (músculos involuntários dos brônquios, coração, esófago, estômago, intestino delgado e da porção do cólon até ao ângulo esplénico). As fibras pós ganglionares surgem a partir de gânglios localizados junto às vísceras.

48
Q

Descreva o Núcleo do Trato Solitário

A

Este núcleo é sensitivo, localizando-se anterolateralmente ao Núcleo Dorsal do Vago.
Este núcleo divide-se em em duas porções:
uma porção supero-lateral, o núcleo de Nageotte, que corresponde à zona gustativa, ou seja, está destinada à função visceral especial
e uma porção ínfero-medial, destinada à sensibilidade visceral geral, nomeadamente à função cardio-respiratória
Inferiormente, as duas porções mediais do NTS unem-se para formar o Núcleo comissural.

A zona gustativa:
Recebe a sensibilidade sensorial dos nervos responsáveis pela inervação sensorial da língua (facial- transmite as sensações gustativas dos ⅔ anteriores da lingua, glossofaríngeo - transmite as sensações gustativas do ⅓ posterior da lingua, e vago- transmite as sensações gustativas da base da língua e epiglote). Daqui partem as fibras que no final atingem o NVPM do tálamo, passam pelo braço posterior capsula interna até à área gustativa primária.

Zona sensibilidade visceral:
Esta zona corresponde ao NTS propriamente dito, recebendo as fibras sensitivas do nervo glossofaríngeo e vago.
Deste núcleo seguem fibras para :
Núcleo AMBÍGUO
Núcleo Parabraquial pôntico, que retransmite a informação ao Hipotálamo e Amígadala, permitindo associar reações autonómicas apropriadas através do input gustatório
Núcleo Dorsal Vago
Formação Reticular Bulbar - a núcleos relacionados com o controlo da função CV e Respiratória
Região intermediolateral da medula (associado à componente simpática da medula)

curiosidades: Lesões deste núcleo e das suas ligações com a área postrema têm sido associadas a mudanças no comportamento alimentar caracterizada pela saciedade precoce e pelo fraco apetite.
O núcleo solitário é coextensivo com o centro respiratório medular fisiologicamente definido, que inclui o núcleo ambiguo e partes circundantes da formação reticular. As células do centro respiratório medular são ativadas por impulsos vagais e por alterações no ambiente químico nomeadamente por (acumulação de CO2). Por estas relações, NTS está implicado na génese do edema pulmonar neurogénico.

49
Q

Descreva o Núcleo Espinhal do V quanto ao X

A

O núcleo Espinhal do Trigémio recebe fibras sensitivas da região retroauricular, canal auditivo externo e membrana do Tímpano.

50
Q

Descreva o Barorreflexo Carotídeo

A

No nosso corpo, temos dois grandes tipos de barorecetores, os aórticos e os carotídeos. Nos aórticos, a aferência é via o X par, nos carotídeos é o IX par.
No caso do barorreflexo carotídeo: quando a pressão arterial aumenta, aumenta o estiramento das fibras nervosas no seio carotídeo, levando à sua excitação. Esta é transmitida pelo nervo de Hering, ramo do glossofaríngeo, até ao N. do tracto solitário. Este núcleo ao ser estimulado estimula, por um lado, o núcleo ambíguo e também o núcleo motor dorsal do vago. Daqui vão partir fibras parassimpáticas tanto directamente para as vísceras (ex: para o coração, diminuindo FC e força de contração). Por outro lado, do NTS vão partir fibras para outras áreas do bulbo; ao nível do bulbo, há inibição da região ventrolateral do bulbo, uma grande fonte de estimulação simpática do tronco simpático e da medula tóraco-lombar (região intermediolateral)..
Ou seja, um único estímulo conduzido até ao NTS consegue levar a uma inibição tanto periférica (coração) como central (região ventrolateral do bulbo), diminuindo o estímulo simpático para a pressão arterial. temos uma diminuição da estimulação simpática ao nível das estruturas responsáveis pela diminuição PA e FC.

Nos idosos a atividade do seio carotídeo está aumentada face aos adultos mais jovens. Por essa razão, não se deve fazer a palpação simultânea de ambos os pulsos carotídeos, porque podemos levar a uma redução tremenda da PA e assim a uma síncope.

51
Q

Descreva o Reflexo do Vómito

A

De uma forma geral, a sensação de náusea e despoletar do vómito são considerados reflexos protetores que ajudam a proteger o nosso organismo de substâncias tóxicas. O vómito pode ser induzido por uma variedade de triggers. Não são apenas estímulos provenientes do trato GI (através da estimulação dos nervos esplâncnicos e nervo vago) que conduzem ao reflexo do vómito, existem outras fontes de input:

  • Input sensorial: determinados estímulos visuais, olfativos e auditivos; também estímulos associados ao movimento/equilíbrio (sistema vestibular)
  • Input do córtex cerebral ( estados emocionais), tálamo, hipotálamo
  • Situações patológicas associadas a lesão do encéfalo ( hemorragia epidural)
  • Estimulação fibras do vago no coração em situações de isquemia e necrose (EAM posterior)
  • Estimulação da base da língua, junto aos pilares amigdalinos posteriores (vago + glossofaríngeo)
  • Substâncias eméticas do sangue

Curiosidade: a inervação pelo nervo vago do meato acústico externo explica porque a limpeza mecânica do meato (através da introdução de um funil auricular) pode causar tosse e náuseas

No bulbo há uma região, a área postrema, que não tem barreira hematoencefálica e funciona assim como um sensor central do que se passa no sangue. Quando esta deteta determinadas substâncias, desde fármacos a substâncias endógenas, vai enviar fibras para o NTS. Além das aferências da área postrema, o núcleo solitarius recebe aferências dos nervos cranianos VII, IX e X (que transportam informações relativas ao sabor); aferências autonómicas do intestino parassimpáticas através do nervo craniano X e simpáticas através dos nervos esplâncnicos (simpáticos); e ainda do sistema vestibular.
O núcleo solitário projeta-se para um gerador de padrão central.
Este gerador de padrão central é quem vai coordenar a sequência de procedimentos para o vómito ocorrer:
Estimula os núcleos motores dos pares cranianos que controlam os músculos da mandíbula (trigémio músculos mastigadores), da língua (grande hipoglosso) e da mímica (nervo facial orbicular dos lábios, etc)
Estimula os núcleos motores associados aos músculos respiratórios torácicos e abdominais, que participam na fase de expulsão do vómitos (corno anterior da medula, núcleo ambíguo e núcleo motor dorsal do vago)
Hipotálamo

O conceito anterior de um “centro de vómito” na medula foi agora substituído pelo conceito de presença um gerador de padrão central, isto é, grupos neuronais organizados que podem ser ativados em sequência por um gerador de padrão central.

52
Q

Descreva as Lesões Bilaterais e Unilaterais do V

A
Lesões bilaterais do nervo vago são fatais como resultado da paralisia da laringe e da asfixia.
Lesões unilaterais do nervo glossofaríngeo manifestam-se pelos seguintes sinais: 
1. Perda do reflexo do vómito ipsilateralmente para a lesão nervosa. Este reflexo é provocado pela estimulação da parede posterior da faringe, da área das amígdalas ou da base da língua. Normalmente, a retração da língua está associada à elevação e constrição da musculatura faríngea
 2. Perda do barorreflexo carotídeo homolateral à lesão  
3. Perda do paladar no terço posterior homolateral da língua. 
4. Desvio da úvula para o lado não afetado. 
Neuralgia glossofaringeo (síndrome de Reichert, tympanic plexo neuralgia) é caracterizado por paroxismos de dor severa na garganta, língua posterior e ouvido desencadeado por movimentos de deglutição ou língua.

lesão causa desvio da úvula para o lado CL à lesão!

53
Q

Descreva o XI

A

É um nervo motor, constituído por duas raízes (origem dupla):
uma bulbar que tem origem no núcleo ambíguo e sai do tronco pelo sulco colateral posterior; e uma medular, que tem origem nos cornos anteriores dos segmentos C1-C6 da medula, que ascendem então ao longo da medula, atravessam o foramen magnum, e une-se à raíz bulbar.

O nervo assim formado atravessa o buraco lácero posterior e divide-se então de novo.

The spinal root contains somatic motor fibers that supply the sternocleidomastoid and trapezius (upper part) muscles.

Raiz bulbar – responsável pela enervação dos músculos do véu do paladar (excepto o músculo tensor do véu do paladar), da faringe (excepto o músculo estilofaríngeo) e da laringe (excepto o músculo cricotiroideu), através de ramos do nervo vago (ramos faríngeos e nervo laríngeo recorrente)
Raiz medula - vai inervar o ECM e o trapézio

54
Q

Descreva o XII

A

O nervo hipoglosso é exclusivamente motor. O seu núcleo vai determinar o trígono do hipoglosso na porção bulbar do pavimento do 4º ventrículo. As suas fibras vão ter a sua origem aparente no sulco colateral anterior, entre a pirâmide e a oliva, atravessar o canal do nervo hipoglosso e deslocar-se depois entre a artéria carótida interna e a veia jugular interna. Depois cruza ambas as artérias carótidas, dirigindo-se para a base da língua, onde se ramifica e inerva todos os músculos da língua exceto o palatoglosso, que é inervado pelo vago.

Este núcleo vai receber fibras corticonucleares predominantemente bilaterais (SÓ AS FIBRAS DO GENIOGLOSSO É QUE SÃO CONTRALATERAIS!), o que implica uma diferença em termos da lateralidade da lesão consoante a lesão é central ou periférica. A lesão periférica implica um desvio homolateral, uma vez que o genioglosso contralateral não vê a sua ação contrariada. O inverso acontece na lesão central, em que há um desvio contralateral à lesão.

FUNÇÃO: INERVA TODOS OS MUSCULOS DA LÍNGUA EXCEPTO O PALATOGLOSSO

The muscular/lingual branch is a general somatic efferent (GSE) branch and innervates all the muscles of the tongue (both intrinsic and extrinsic), except for the palatoglossus, which receives motor innervation from the vagal nerve (CN X). The muscular branch controls most actions of the tongue including, protruding, retracting, depressing the tongue, and changing the tongue’s shape