6ª- Desenvolvimento Moral na Adolescência Flashcards

1
Q

O que são as teorias da aprendizagem?

Quais as suas implicações?

A

Condicionamento operante: reforço e punição
No condicionamento operante o sujeito opera no meio ambiente de forma a promover alterações que tenham consequências para o sujeito. As consequências podem ser positivas ou negativas.

Observação: modelagem e imitação
A aprendizagem por modelagem ocorre através da observação dos comportamentos e das suas consequências. Na modelagem dá-se a aquisição de regras de comportamento (servem de base de variantes do comportamento para diferentes objetivos e circunstâncias) que permitem mudança relativamente permanente de comportamento.
Na imitação ocorre uma reprodução quase literal e pontual (ex.: mímica)

Estas teorias realçam a importância dos adultos: pais professores…

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2
Q

Como se dá o desenvolvimento moral, segundo Piaget?

A

Segundo Piaget as crianças desenvolvem o seu entendimento moral por estádios e a progressão através destes estádios é determinada pelas competências cognitivas da criança.

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3
Q

Como se caracteriza cada estádio em relação à conceção de regras?

A

Fase Pré-moral
- regras motoras (3 anos)
- regras egocêntricas (4-6 anos)
Nesta fase as crianças não entendem o conceito de regras ou de moralidade.
-Fase heterónoma ou Estádio do Realismo Moral
- regras sagradas e imutáveis (7-10 anos)
As crianças ficam enamoradas pelas regras, vendo-as como inflexíveis, inalteráveis e da competência dos adultos.
Fase autónoma ou Estádio do Relativismo Moral
- regras codificadas e modificáveis por acordo (a partir dos 11-12 anos)
As crianças começam a compreender que as regras sociais são arbitrárias, podendo ser alteradas por acordo social. Compreendem que a obediência à autoridade não é sempre desejável, tal como acontece quando os adultos pedem à criança para fazer algo mau.

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4
Q

Como se caracteriza cada estádio em relação à avaliação das transgressões?

A

Fase heterónoma
- responsabilidade objectiva (consequências) - realismo moral
Nesta fase as crianças equacionam portar mal com as consequências e não com as intenções do autor. Assim, se outra criança partiu um copo deve ser punida, mesmo que não fosse a sua intenção partir o copo.
Fase autónoma
- Responsabilidade subjectiva (intenções) As crianças começam a distinguir claramente entre os atos acidentais e os atos que são cometidos intencionalmente, tendo em conta as intenções do autor.

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5
Q

Como se caracteriza cada estádio em relação aos castigos?

A

Fase heterónoma:
- imoral é o que é proibido
- confusão entre castigo e imoralidade
- castigos retaliatório
- castigos arbitrários
Fase autónoma:
- imoral é o que viola o espírito de cooperação e igualdade
- algo pode ser imoral e não levar ao castigo
- castigos como instrumento de reflexão
- castigos com maior relação com a transgressão

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6
Q

Como se caracteriza cada estádio em relação à distribuição de recursos?

A

Fase heterónoma :
- aceitação da desigualdade nalgumas condições (5-6 anos)
- distribuições justas são igualitárias (8-10 anos)
Fase autónoma: distribuições justas são equitativas (a partir dos 11-12 anos)

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7
Q

Quais são as críticas à teoria do desenvolvimento moral de Piaget?

A

Críticas e controvérsias à teoria de desenvolvimento moral semelhantes às críticas e controvérsias relativas à teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget.
A investigação de Piaget sobre o entendimento moral da criança foi criticada por depender excessivamente em entrevistas clínicas e histórias. O seu uso combinado com as capacidades cognitivas limitadas das crianças mascarou o seu nível de entendimento moral.

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8
Q

O que é a teoria de Kohlberg?

A

Kohlberg começou com a assunção de Piaget que as crianças desenvolvem o seu entendimento moral por estádios, sendo a progressão pelos estádios dependente das competências cognitivas da criança.
Kohlberg usou a Entrevista de juízo moral para testar a sua teoria. Nesta entrevista são apresentadas histórias que envolvem o conflito entre dois valores morais, sendo pedido à criança para decidir qual das soluções do conflito é a mais correta e porquê. Nestas histórias as crianças têm de decidir entre obedecer às regras sociais em vigor ou focarem-se no bem-estar da outra pessoa.
Kohlberg classifica o nível de desenvolvimento moral da criança com base nas justificações dadas. Com base nos seus estudos, Kolhberg desenvolveu um modelo do desenvolvimento moral com 3 estádios, cada estádio dividido em dois subestádios.

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9
Q

Como se caracteriza o nível pré-convencional da Teoria de Kohlberg?

A

A moralidade vem do meio externo, as crianças aceitam as regras e as consequências das ações que as desrespeitam.

  • Estádio 1: orientação para a punição e obediência (perspetiva única, do próprio ou da autoridade):
    “Não devia roubar, porque a polícia prende-o.
    Devia roubar, porque a mulher lhe disse para roubar.”
    Orientação para a obediência e para o castigo; deferência egocêntrica para com o poder ou prestígio superior; ou uma tendência para evitar problemas; responsabilidade objectiva.
  • Estádio 2: orientação calculista e instrumental (coordena as duas perspetivas):
    “Depende, se ele gosta da mulher, devia roubar, mas senão não gosta da mulher não devia roubar. “
    Orientação ingenuamente egoísta; as ações corretas são aquelas que satisfazem as próprias necessidades individuais e ocasionalmente as dos outros. Consciência de que o significado das coisas depende das necessidades e perspetivas de cada pessoa. Igualitarismo ingénuo e orientação para as trocas e para a reciprocidade.
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10
Q

Como se caracteriza o nível convencional da Teoria de Kohlberg?

A

A conformidade com as regras é importante, mas o foco deixa de ser o interesse do individuo e passa a ser mais o interesse da sociedade. As normas do grupo ao qual o sujeito pertence tornam-se a base dos seus julgamentos morais.

  • Estádio 3: orientação para a aprovação interpessoal (“bom menino”, emergência da perspetiva da 3ª pessoa afetiva e relacional):
    “Não devia roubar, porque uma pessoa honesta não rouba, mesmo quando
    precisa muito.
    Devia roubar, porque a obrigação de um marido é fazer tudo pela mulher. “
    Orientação para a obtenção de aprovação, para agradar e auxiliar os outros. Conformidade para com as imagens estereotipadas de “maioria” ou de comportamento natural ao papel desempenhado. Julgamentos consoante as intenções.
  • Estádio 4: orientação para a lei, ordem coletiva e progresso social (3ª pessoa generalizada e social):
    “Não devia roubar, porque se cada pessoa que ficasse desesperada
    roubasse, a sociedade não funcionaria.
    Devia roubar, porque não se deve pactuar com a ganância. “
    Orientação para realizar o dever próprio, para mostrar respeito pelas figuras de autoridade e para manter a ordem social dada para o bem individual. Consideração das expectativas que os outros têm a seu respeito.
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11
Q

Como se caracteriza o nível pós-convencionas da Teoria de Kohlberg?

A

Nível pós-convencional
O sujeito move-se para além das regras de conformidade e envolve-se ativamente no questionamento das leis da sociedade. Os indivíduos que atingiram este nível de pensamento pensam em princípios morais abstratos.

  • Estádio 5: orientação para um contrato social, o relativismo da lei, e o maior bem para o maior número (perspetiva de uma 3ª pessoa moral, racional e universal)
    “Devia roubar, porque o valor da vida prevalece sobre o valor da
    propriedade.
    Não devia roubar, pois isso poderia fazer com que o farmacêutico, ou outros, desistam de descobrir medicamentos, causando a morte a mais pessoas.”
    Orientação contractual-legalista. Reconhecimento de um elemento arbitrário nas normas das expectativas por uma questão de acordo. Dever definido em termos de contracto. Recusa geral em violar a vontade ou os direitos dos outros, ou os desejos e o bem-estar da maioria.
  • Estádio 6: orientação para os princípios éticos universais (3ª pessoa
    generalizada e social)
    “Devia roubar, pois mesmo o farmacêutico, se verdadeiramente se
    imaginasse na situação da mulher, teria de concordar. “
    Orientação para uma tomada de consciência ou para princípios, não apenas para as regras sociais impostas, mas para princípios ligados às escolhas que apelam para uma universalidade e consistência lógicas. A consciência é um agente diretor, juntamente com o respeito e confiança mútuos.
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12
Q

Quais são as críticas à Teoria de Kohlberg?

A
  • Ética do cuidado vs. ética da justiça (Gilligan)
    Gilligan (1982) criticou Kohlberg por não ter tido em consideração a moralidade das raparigas e das mulheres, dado que as suas entrevistas foram conduzidas só em homens. Gilligan assinalou que as mulheres têm um senso de moralidade diferente do dos homens, muito mais focado na ética do cuidado, que é classificado nos estádios 3 ou 4. Os estados morais mais elevados, a ética da justiça, estariam mais adequados ao pensamento moral dos homens. No entanto, estudos mais recentes mostram que as raparigas raciocinam ao meu nível que os rapazes, indicando que a teoria de Kohlberg tem em conta ambos os tipos de valores.
  • Enviesamento cultural
    A teoria de Kohlberg não tem em consideração a cultura. Alguns argumentam que está focada nos direitos individuais, e que a sua teoria desvaloriza as ideias colectivistas de moralidade de outras culturas.
  • Falta de correspondência entre raciocínio moral e acção moral
    A ideia de que quem conhece o bem pratica o bem. Não é garantido. Ex. uma criança pode empatizar como uma vítima de bullying mas não ajudar a vítima.
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13
Q

O que é o comportamento pró-social e o comportamento altruísta?

A

Comportamento pró-social Ações que tem como objetivo ajudar outra pessoa, na expectativa de receber algo em troca, como um obrigado ou gratitude. É observado em bebés. A empatia e a tomada de perspectiva, componentes estimuladores do comportamento pró-social, desenvolvem-se com a idade, atingindo o máximo na adolescência. Consistente no tempo, o nível de comportamento pró-social aos 6 anos de idade é preditor do nível observado aos 12 anos.
Comportamento altruísta Ações que tem como objetivo ajudar outra pessoa, mas que não esperam nada em troca. São motivados por valores internalizados e auto-recompensas. Só aparece mais tarde no desenvolvimento.

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14
Q

Quais são os fatores envolvidos no desenvolvimento do comportamento pró-social?

A
  • Desenvolvimento cognitivo
  • Desenvolvimento emocional
  • Ambiente da criança
  • Fatores genéticos
    O comportamento pró-social conduz a crianças mais felizes e aceites pelos seus pares.
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15
Q

O que mostram os estudos sobre aversão à inequidade?

A

De forma avaliar se as crianças são adversas à iniquidade, foi pedido a crianças entre os 6 e os 8 anos de idade para distribuírem um bem (chocolates) a terceiros. Descobriram que crianças entre os 6 e os 8 anos de idade preferiam deitar no lixo um bem que não houvesse em quantidade suficiente para todos, do que distribui-lo de forma desigual. O comportamento das crianças não teve por base não querer perturbar os outros ou preferências por simetria visual. As crianças foram capazes de atirar um bem para o lixo, em vez de ficarem com ele, de forma a evitarem desigualdade. Estes resultados suportam a aversão das crianças pela iniquidade.

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16
Q

O que é que os estudos sobre justiça mostram (aos 15 meses) ?

A

Estudo da expectativa de comportamento justo dos outros
As crianças viram um filme em que um ator colocava bolachas em dois recipientes. O resultado da distribuição estava escondido atrás de um écran. Na fase de teste, duas fotos apareciam uma a seguir à outra descrevendo uma distribuição ora equitativa ora inequitativa dos bens. Na fase pós-teste, duas fotos apareciam uma a seguir à outra, mas já sem contexto social (sem pessoas ao pé).
Resultados: As crianças só olharam significativamente mais para a distribuição injusta no contexto social. Os resultados mostram que as crianças são sensíveis à justiça.

17
Q

Quais as emoções auto-conscientes? E qual a sua relação com a moralidade?

A

A culpa, a vergonha e o embaraço têm sido apelidadas emoções morais auto-conscientes.

  • Embaraço: a menos negativa das três, envolvendo menos raiva dirigida ao self. A pessoa cora ou desvia o olhar.
  • Culpa: lamentar a ação incorreta. Pensa-se que é a emoção com maior relevância moral, dado que é a mais direcionada à modelação do comportamento para com os outros. A culpa está positivamente correlacionada com a empatia pelos outros. As crianças que apresentam sinais precoces da experiência de culpa estão mais preocupadas com as regras e com a moralidade.
  • Vergonha: por comparação com a culpa, a pessoa detesta-se mais. Envolve sentir-se exposto e degradado. É motivada pela experienciação social ou mental de opiniões depreciativas sobre si mesma. A vergonha está negativamente correlacionada com a empatia pelos outros, porque é um sentimento virado para o próprio.