T8 - Zoonoses (3) Flashcards

1
Q

Distribuição de Ricketsioses?

A

❑ A rickettsiose é outra doença transmitida por vetores, nomeadamente carraças.
Há várias Ricketsias distribuídas pelo mundo, algumas com especificidades, nós temos a Ricketsia conorii que é típica dos países do sul da Europa e da bacia do Mediterrâneo,
❑ Os americanos têm a Rickettsia ricktsii que causa a febre das montanhas rochosas
❑ Há muitas outras, quase todas do grupo das febres eruptivas como a Ricketsia africae, israeli, slovaca, sibirica, Astrakhan, japónica, acari, que têm alguma coisa a ver com o local de onde são originárias.

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2
Q

Febre escaro-nodular - epidemio?

A

A febre escaro-nodular é a característica do sul da Europa, caracteriza-se por uma escara de inoculação (zona da cintura) e um exantema maculopapular com atingimento do tronco e dos membros, e são lesões papulares que se palpam.

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3
Q

Febre escaro-nodular - agente?

A

❑ Agente: R. conorii
❑ Estirpes de R. conorii:
- Malish (conorii sensu strictu)
- Israeli tick typhus (1997)
❑ Vector: Riphicefalus sanguineus (carraça do cão)

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4
Q

Grupos de Ricketsioses?

A

❑ Febres eruptivas
– Febre escaronodular ou da carraça
– Febre das Montanhas Rochosas
– Outras febres exantemáticas/botonosas
❑ Tifo
– Tifo epidémico, exantemático ou histórico
– Tifo endémico ou murino
– Doença de Brill-Zinsser

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5
Q

Ricketsias nas carraças?

A
  • infectam e multiplicam-se principalmente nas glândulas salivares e é de lá que depois são transmitidas a quem picam
  • mantém-se por transmissão transestadial e transovárica
  • transmitem-se a hospedeiros vertebrados durante a alimentação
  • doença é determinada pela distribuição geográfica das carraças
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6
Q

Família das Ricketsiaceae?

A
  • bactérias, cocobacilares ou bacilares Gram -vas
  • crescem apenas em células eucarióticas tal como os vírus portanto é muito difícil fazê-las crescê-las em laboratório
  • possuem antigénios proteicos de superfície: rOmpA e rOmpB - a base da sua serotipagem (daí haverem tantas Ricketsias diferentes)
  • transmitidas por artrópodes
  • o ser humano é hospedeiro acidental
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7
Q

Febre escaro-nodular - Patogénese?

A
  • inoculação por via cutânea, conjuntival escara
  • propagação via linfáticos e peq. vasos invasão sanguínea
  • endotélio vascular: fagocitose focos infecção intracelular, e são os focos de infeção intracelular que vemos nas lesões cutâneas e têm lá as Rickettsias
  • fissão binária, exocitose leva a propagação célula a célula (lesões maculopapulares)
  • lesão celular directa: aumento da permeabilidade vascular leva a edema, hipovolemia, hipotensão, hipoalbuminemia; edema pulmonar
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8
Q

Febre escaro-nodular - Diagnóstico?

A

❑ O 1o teste diagnóstico é a suspeição clínica - a suspeição clínica é o mais importante.
❑ O tratamento não deve esperar pela confirmação diagnóstica

❑ O prognóstico pode depender da precocidade da instituição terapêutica

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9
Q

Febre escaro-nodular - diagnóstico laboratorial?

A

Deve ser feito sobretudo nos casos que nos deixam dúvidas e em que o diagnóstico não é exclusivamente clínico.
*Testes de fixação do Complemento
*Testes de imunofluorescência directa
*Testes de imunofluorescência indirecta, aglutinação pelo latex (>1/64)
*Testes ELISA – detecção de IgM

Diagnóstico (soro) a partir da 2a semana da doença

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10
Q

Febre escaro-nodular maligna?

A

❑ Alterações da consciência/ neurológicas
❑ Insuficiência renal
❑ Atingimento respiratório com ARDS, cardíaco com miocardite e hepático
❑ Exantema frequentemente purpúrico
❑ Alterações hemodinâmicas/ hipotensão e há choque muitas das vezes
❑ Incidência mais elevada se
– >60 anos
– doença crónica debilitante/ alcoolismo
– deficiência de G6PD (glicose 6 fosfato desidrogenase)

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11
Q

Febre escaro-nodular ou botonosa?

A

– Doxiciclina 100mg q12h
– 200mg doxiciclina em dose única per os tem sido eficaz e segura
em crianças e adultos*
– Azitromicina 500mg/dia per os 3 dias
Terapêutica deve ser precoce para melhor prognóstico

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12
Q

Doenças zoonóticas transmitidas por solo e recursos hídricos

A

Doenças zoonóticas transmitidas por solo e recursos hídricos

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13
Q

Leptospirose - Overview?

A

❑ Em termos clínicos, a leptospirose oscila entre uma doença paucissintomática até uma forma sética grave conhecida por síndrome de Weil em 5 a 10% dos casos.
❑ Quer nas formas mais graves, quer nas menos graves, pode ter um curso bifásico nem sempre percetível: uma fase inicial septicémica e depois uma segunda fase imune.
❑ Nas formas graves pode haver disfunção de órgão e comporta-se como uma sepsis com disfunção de órgão.

❑ Forma anictérica – 85 a 90%
- Autolimitada, curso bifásico
- fase septicémica
- fase imune

❑ Forma ictérica (Síndrome Weil) – 5 a 10%
- forma grave, potencialmente fatal
- demarcação das 2 fases nem sempre evidente

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14
Q

Leptospirose?

A

❑ Infecção re-emergente
❑ Distribuição universal
❑ Climas temperados: pico de incidência: Verão e Outono
❑ Agente – Espiroqueta: Leptospira interrogans
❑ Infecção no homem é acidental
❑ Excreção urinária prolongada da Leptospira
❑ Reservatórios: roedores, gado, animais domésticos

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15
Q

Leptospirose: epidemiologia?

A

❑ Contacto com ambiente ou água contaminada c/ urina onde existe Leptospira
❑ Porta de entrada: pele escoriada, mucosas; raramente ingestão, inalação, mordedura
❑ Exposição ocupacional
❑ Actividades recreativas - nadar (águas paradas, doce), canoagem, campismo
❑ Exposição doméstica - cães, lixos, sistemas de captação de águas e contacto c/ ratos

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16
Q

Leptospirose - progressão?

A

❑ P. Incubação : 2 - 20 dias (média 10 d)
❑ Pode ter curso bifásico

❑ Fase septicémica (duração: 4 - 7 d )
— Disseminação da L. interrogans no sangue, LCR e tecidos
— Lesão da célula endotelial - vasculite difusa

❑ Fase imune (duração: 10 - 30 d)
— Leptospira desaparece do sangue e LCR
— Excreção intermitente na urina e presente no humor aquoso
— Manifestações multissistémicas.

17
Q

Leptospirose - Clínica?

A

❑ Infecção sub-clínica
❑ Síndrome febril agudo
❑ Meningite de líquor claro (normalmente benigna)
❑ Síndrome de Weil (forma sética e grave)

❑ Doença de declaração obrigatória
❑ Doença profissional para algumas populações de risco p.e. pessoas que trabalham nos saneamentos

18
Q

Leptospirose - Diagnóstico?

A

❑ Exame direto em microscopia de fundo escuro, coloração pela prata
❑ Crescimento lento me cultura (sangue, urina ou LCR) - isolamento 50%
❑ Uroculturas positivas a partir da 2ª semana durante cerca de 30d
❑ Serologia - gold standard
❑ Ácidos nucleicos - muito útil

19
Q

Leptospirose (2 fases)?

A

❑ Fase septicemica
– Febre, arrepios
– Cefaleias, mialgias
– Sufusões conjuntivais

–Leptospira – sangue e líquor

❑ Fase imune
– Meningite
– Exantema
– Uveíte
– Icterícia
– Coagulopatia
– Insuf. renal aguda

– Serologia positiva
– Leptospira – urina

20
Q

Leptospirose: Tratamento?

A

❑ Formas ligeiras
– Doxiciclina
❑ Formas moderadas a graves
– Penicilina G
❑ Tratamento de suporte
– Hidratação adequada
– Suporte renal e respiratório sempre que necessário
❑ Tratamento profilático:
– Doxiciclina 200mg por semana per os.

21
Q

Leptospirose - prevenção?

A

❑ Controlo de roedores, protecção ocupacional (botas, luvas p.e. quem trabalha nos saneamentos e lixeiras), desinfecção de áreas de trabalho contaminadas
❑ Antimicrobianos
– só em exposição de risco - doxiciclina 200 mg/sem
– se exposição documentada - doxiciclina 100 mg - 7 dias
❑ Vacinação dos animais domésticos
❑ Previne doença, mas não a infecção e a excreção urinária da L. interrogans

22
Q

Consumo de antibióticos nos animais: riscos para a saúde pública?

A

❑ Consequências: resistências mais frequentes e alargadas nas bactérias patogénicas zoonóticas (que podem transitar para nós) e na flora intestinal
❑ Risco para saúde pública