Psicologia da Personalidade Flashcards

1
Q

Que aspetos estão relacionados personalidade, como são percebidos e quais os seus impactos

A

Ver esquema (1)

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2
Q

Avaliação da Personalidade: o que mede e com o quê?

A

Abrange a medição dos traços da personalidade, bem como dos estados, que são fluídos e mutáveis
Ferramentas para avaliar padrões característicos exibidos nas várias situações

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3
Q

Avaliação da Personalidade: dimensões

A
  • funcionamento comportamental, cognitivo e afetivo
  • autoimagem (eu) e características interpessoais (outros)
  • estilos característicos (e.g. BIG FIVE)
  • capacidade de enfrentar circunstâncias da vida, incluindo eventos adversos
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4
Q

Avaliação da Personalidade: testes e métodos

A

Envolve o uso de testes e métodos, incluindo: Incorporação e integração de informações de múltiplas fontes – compreensão abrangente do indivíduo e desenvolver conclusões e recomendações.
* Métodos baseados no desempenho
* Relatórios colaterais/registos
* Inventários heterorrelato
* Inventários de autorrelato
* Entrevistas
* Observações

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5
Q

Pluralismo Metodológico: Considerações Iniciais

A

Da importância do pluralismo metodológico na avaliação psicológica…
Multidimensional -> Multi-método -> Multi-agente -> Multi-momento

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6
Q

Pluralismo Metodológico: aspetos importantes

A
  • Nenhum método é melhor do que o outro
  • Neutraliza limites e inadequações ao emprego isolado de cada método
  • Diminui possibilidade de não encontrar material relevante
  • Representação mais completa, útil e válida do avaliado

Cuidado com a sobreavaliação:
Contrabalançar (des)vantagens de cada método
Reconhecer complexidade dos fenómenos psicológicos a identificar e compreender

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7
Q

Avaliação da personalidade: utilidade e o que permite compreender

A

Avaliação da Personalidade: Útil ALÉM do diagnóstico, planear tratamento e outras aplicações clínicas.
Avaliação da personalidade permite compreender:
* Autoconceito de um indivíduo (De Cuyper etal., 2017),
* Motivos subjacentes e expressos (Schultheiss & Brunstein, 2001)
* Controlo de impulsos (Burt et al., 2018),
* Mecanismos de defesa e estilo de coping (Exner & Erdberg, 2005)
* Complexidade cognitiva (Naglieri, 2005)
* Forças pessoais e funcionamento saudável da personalidade

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8
Q

Avaliação da personalidade: Guidelines - domínios

A

Existência de múltiplas guidelines internacionais de avaliação em diferentes domínios:
1. avaliação neuropsicológica(Conselho de Administração, 2007)
2. avaliações de custódia de crianças (American Psychological Association[APA], 2010)
3. avaliações psicológicas em questões de proteção à criança (APA,2013a)
4. avaliação psicológica forense(APA, 2013b)

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9
Q

Avaliação da personalidade: Guidelines - têm em conta o que?

A

Têm em conta:
* Âmbito e contextos
* Formação/treino e competência dos profissionais
* Considerações éticas
* Considerações sobre a diversidade
* Uso e interpretação dos instrumentos de avaliação
* Logística da avaliação da personalidade

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10
Q

Avaliação de personalidade: Aplicações e contextos - Clínico

A

Clínico:
1. Avaliar psicopatologia e sua gravidade, comprometimento funcional e diagnóstico;
2. Avaliar fatores emocionais e comportamentais que impactam no tratamento
3. Avaliar a capacidade funcional
4. Avaliar barreiras psicológicas e pontos fortes facilitadores do tratamento
5. Avaliar fatores de risco
6. Avaliar sintomas na testagem objetiva da eficácia do tratamento e/ou necessidade de encaminhamento para tratamento médico ou farmacológico
7. Confirmar ou refutar as impressões clínicas obtidas a partir de interações com paciente
8. Avaliar sintomas primários em condições neurológicas ou psiquiátricas.

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11
Q

Avaliação de personalidade: Aplicações e contextos - Forense

A

Forense:
1. Avaliar risco de violência institucional
2. Avaliar risco de comportamentos suicidas
3. Ajudar a determinar a necessidade de segregação da população geral em unidades de saúde mental
4. Apoiar o tribunal na avaliação da competência para testemunhar
5. Avaliação da personalidade dos progenitores e do menor
6. Personalidade, perigosidade, reincidência criminal
7. Nas avaliações forenses civis, auxiliar na determinação de incapacidade intelectual

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12
Q

Avaliação de personalidade: Aplicações e contextos - Organizacional

A

Organizacional:
Recrutamento e seleção das forças policiais (ex.: PSP, GNR, PJ), bem como outras profissões que requeiram habilidades interpessoais exigentes (recurso a MMPI, 16 PF, NEO-PI-R)

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13
Q

Avaliação de personalidade: Aplicações e contextos - Educacional

A

Educacional:
1. Relação entre personalidade, vivência e adaptação ao contexto académico
2. Dimensões estruturais e motivacionais,
3. Diversidade de trajetórias na organização da personalidade e percurso escolar
4. Sinalizar dificuldades de adaptação, para melhor intervir

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14
Q

Medidas de Autorrelato: Problemas associados

A
  • Desejabilidade social (quando elevada traduz: evitamento das críticas; necessidade de aprovação social; elevada conformidade social; tentativa de auto-proteção)
  • Vontade de permanecer mais aceitável socialmente
  • Não reconhecer limitações pessoais
  • Ausência de autoconhecimento
  • Auto-apresentação
  • Auto compreensão
  • Simulação de patologia:
    o consciente (casos jurídicos)
    o inconsciente (psicoterapia)
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15
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - medida; dimensão de avaliação; idade mínima de aplicação; população-alvo

A

Medida: BSI- Inventário de Sintomas Psicopatológicos/ Breve de Sintomas (Versão Canavarro, 1999)
Dimensão de Avaliação: Sintomatologia geral
Idade Mínima de aplicação: 13 anos
Pode ser aplicado a doentes do foro psiquiátrico ou psicológico e a indivíduos da população geral

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16
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - dimensões e índices

A

9 dimensões e pontos de corte:
* Somatização: Queixas centradas nos sistemas cardiovascular, gastrointestinal, respiratório, ou outro qualquer sistema com clara mediação autonómica (≥ 0.6);
* Obsessões-compulsões: cognições, impulsos e comportamentos que são percecionados como persistentes e os quais o indivíduo não consegue resistir; Dificuldade de cognição mais geral (≥ 1.6);
* Sensibilidade interpessoal: sentimentos de inadequação pessoal, inferioridade; Auto depreciação, hesitação, desconforto, timidez… (≥ 1.1);
* Depressão: sintomas de afeto e humor disfórico, perda de energia vital, falta de motivação e interesse pela vida (≥ 1.2);
* Ansiedade: nervosismo, tensão; ansiedade generalizada e ataques de pânico; Apreensão e correlatos somáticos de ansiedade (≥ 1.3);
* Hostilidade: pensamentos, emoções e comportamentos característicos do Estado afetivo negativo da cólera (≥ 1.1);
* Ansiedade fóbica: resposta de medo persistente que sendo irracional e desproporcionada em relação ao estímulo, conduz ao evitamento (≥ 0.6);
* Ideação paranóide: modo perturbado de funcionamento cognitivo (ex. Pensamento projetivo, hostilidade, suspeição, grandiosidade, e o centrismo, medo da perda de autonomia e delírios) (≥1.3);
* Psicoticismo: isolamento e estilo da vida esquizoide; sintomas primários de esquizofrenia como alucinações e controlo do pensamento (≥ 0.9).
Obtemos 3 índices globais e pontos de corte:
* IGS (Índice Geral de Sintomas): pondera a intensidade do mal estares presenciado com o número de sintomas assinalado (≥ 1);
* TSP (Total de Sintomas Positivos): representa o número de queixas somáticas apresentadas; TSP elevado -constelação complexa de sintomatologia (≥ 27);
* ISP (Índice de Sintomas Positivos): oferece a média da intensidade de todos os sintomas assinalados (≥ 1.7).

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17
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - versão sintetizada (dimensões e índices)

A

Versão Sintetizada: instrumento de rastreio de mal-estar psicológico com 18 itens.
3 dimensões:
* Somatização: mal-estar associado a manifestações dos sistemas regulados automaticamente
* Depressão: foca sintomas das perturbações depressivas (ex. Humor disfórico, anedonia, desesperança, ideação suicida)
* Ansiedade: sintomas indicativos de Estados de pânico (ex. Nervosismo, extensão, agitação motora e apreensão)
Obtemos: IGG (índice de gravidade global): nível geral de mal-estar psicológico do indivíduo

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18
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - História e fundamentação teórica

A

Diversas tentativas de quantificação da psicopatologia
Questionário mais recorrente SCL-90-R – Sympton Checklist 90 (Derogatis, 1977)
* Estudo em Portugal por Baptista (1993)
* Avalia um maior número de sintomas (90 itens);
* Tempo de preenchimento – 12-20m – limitação à sua utilização
–>
BSI – versão reduzida/breve do SCL-90-R: Auxilia a elaboração dos diagnósticos relativos às perturbações do eixo I

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19
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - Estudos realizados em Portugal

A

Primeiros estudos de validação realizados por Canavarro (1999)
Tradução do questionário – administrado individualmente
2 grupos: A1 população geral e A2 clinica
* A1: 404 sujeitos (114H e 290M)
* A2: 147 sujeitos (57H e 91M) Clínica Psiquiátrica dos HUC
* Boa estabilidade temporal
* Validade do construto, discriminatória e predita comprovadas
Atendendo a que a validade é um construto de natureza cumulativa, procedeu-se a correlações com outros instrumentos:
* EAS, PSS, 23 QVS e WHOQOL - revela que as associações encontradas são consistentes concetualmente e reforçadores da validade dos resultados do instrumento.
* Estudos posteriores envolveram grupos especiais (fibromialgia, mulheres c/ filhos c/ paralisia cerebral, …).

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20
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - Procedimentos de Aplicação

A
  • Inventário de autorresposta;
  • Individual ou coletivamente;
  • Período dedicado às instruções gerais: para cada item deverá corresponder ao que melhor descreve a forma como aquele problema o afetou nos últimos 7 dias; Respostas: Nunca, Poucas vezes, Algumas vezes, Muitas Vezes, Muitíssimas vezes;
  • Tempo despendido: 8 a 10 minutos.
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21
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - Análise e Interpretação

A

Interpretação linear, dada a natureza descritiva da informação;
Indicador de sintomas de foro psicopatológico;
Avalia mal-estar sintomático, desde psicológico a mórbido;
9 dimensões – (in)existência de perturbação emocional;
Análise individual de cada dimensão, se necessário usar outros procedimentos avaliativos
* Ex: sensibilidade interpessoal elevada - situações de criticismo, ruminação, baixa autoestima, baixa capacidade de autoafirmação
* Realizar entrevista clínica, testes comportamentais, registos de automonitorização

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22
Q

Medidas de Autorrelato: BSI - Como relatar os dados?

A

“Embora a progenitora não apresentasse à data da presente avaliação perturbação emocional, manifestou sintomatologia psicológica de interesse clínico ao nível da somatização (ex. mal-estar resultante da perceção do funcionamento somático, queixas em equivalentes somáticos de ansiedade, por exemplo, “dores sobre o coração o peito”), obsessões-compulsões (ex. pensamentos, impulsos e comportamentos percecionados como persistentes e que não consegue resistir, por exemplo, “necessidade de verificar várias vezes o que fez”) e depressão (ex. “sentir-se triste” , “sentir-se sozinha”). Esta sintomatologia surgiu, segundo ela, sobretudo associada à atual situação familiar, de afastamento e impossibilidade de um convívio regular e de proximidade com os filhos (“Como é que eu posso estar bem, se não posso estar com os meus filhos, diga-me. Parece que o mundo está-se a fugir dos meus pés”).

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23
Q

Árvore de decisão de avaliação de patologia de personalidade

A

esquema (5)

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24
Q

Entrevista: considerações

A

Considerações:
Procedimento de avaliação usado em distintos propósitos:
* obter informação para efeitos de avaliação e intervenção psicológicas;
* indagar sobre as características da personalidade, estratégias e incidentes críticos, habilidades, competências e dados biográficos em processos de seleção;
* explorar aspetos motivacionais, interesses e competências do processo de orientação
Envolve interação verbal e não verbal entre entrevistador e entrevistado
Não é uma conversação convencional; requer conhecimentos e técnica
Permite conhecer ampla e profundamente o entrevistado, as suas particularidades, a maneira de se relacionar com os outros, como e o que pensa sobre determinados assuntos, a sua história, planos futuros, e também o que o incomoda numa diversidade de contextos e situações.

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25
Q

Entrevista: Classificações das Entrevistas Psicológicas - Craig

A

Craig (1989):
1. Entrevista de recolha de dados
2. Entrevista de estudo de caso
3. Entrevista de avaliação do estado mental
4. Entrevistas pré e pós-teste
5. Entrevistas breves de avaliação
6. Entrevistas de conclusão
7. Entrevistas de investigação

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26
Q

Entrevista: Classificações das Entrevistas Psicológicas - Poch e Talarn

A

Poch e Talarn (1991):
1. Níveis de estruturação (estruturadas, semi-estruturadas, abertas)
2. Ambiente emocional (frio, caloroso)
3. Objetivos (investigação, clínica, seleção)
4. Fase da relação (diagnóstica, terapêutica

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27
Q

Entrevistas psicológicas: Tipos - 1. Entrevista de recolha de dados

A
  • “rastreio psicológico”
  • Averiguar interesse e possibilidade de uma intervenção psicológica sem pedido direto, mas se dirigiu ou foi dirigido por uma instituição (ex.: sistema de saúde, jurídico-legal, vítima de maus-tratos)
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28
Q

Entrevistas psicológicas: Tipos - 2. Entrevista de estudo de caso

A
  1. Entrevista de estudo de caso
    * Aprofundamento de uma entrevista de recolha de dados
    * Metodologia nobre da clínica psicológica
    * Elucidação da problemática do cliente e auxilia na decisão do psicólogo do encaminhamento psicoterapêutico mais adequado
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29
Q

Entrevistas psicológicas: Tipos - 3. Entrevista de avaliação do estado mental

A
  1. Entrevista de avaliação do estado mental
    * mais estruturada e dirigida
    * avalia graus de deterioração ou disfunção em situações cujos sintomas sugerem doença psiquiátrica grave, estados demenciais ou de comprometimento neurológico
    * explora diferentes dimensões (ex.: apresentação e expressão, níveis de consciência, humor, perceção, memória, pensamento, etc.)
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30
Q

Entrevistas psicológicas: Tipos - 4. Entrevistas pré e pós-teste

A
  1. Entrevistas pré e pós-teste
    * aplicação em determinados contextos
    * contextos de saúde, testes ou intervenções físicas (ex.: cirurgias de elevado risco, interrupções voluntárias da gravidez, técnicas de reprodução medicamente assistidas)
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31
Q

Entrevistas psicológicas: Tipos - 5. Entrevistas de conclusão

A
  1. Entrevistas de conclusão
    * Encerra uma relação contratual estabelecida: final de processo longo de cariz psicoterapêutico, situações de alta de internamento, ambulatório, transferência de caso, serviço, setor,..
    * Objetivos/Para que servem?
    o balanço do trabalho desenvolvido
    o análise prospetiva do que ficou insuficientemente trabalhado e potenciais vulnerabilidades do sujeito - análise dos recursos adquiridos e vantagens proporcionadas
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32
Q

Entrevistas psicológicas: Tipos - 6. Entrevistas de investigação

A
  1. Entrevistas de investigação
    * Incluir todas as outras formas de entrevista
    * O objetivo último – recolha de dados para fins de pesquisa [Leal, 1999]
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33
Q

Entrevistas Psicológicas Vs. Clínicas - definições

A

Psicológicas: realizadas por psicólogos, com objetivos precisos à luz das teorias e práticas da psicologia enquanto ciência e profissão.
Clínicas: entrevistas psicológicas, assentes num quadro teórico de referência que, privilegiando as técnicas que dela decorrem, produzem uma avaliação do sujeito com o único objetivo de propor um trabalho que sirva as suas necessidades e que se traduz em propostas terapêuticas.

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34
Q

Entrevista Clínica: Importância da abordagem fenomenológica

A

Fenomenologia: aborda os assuntos a partir do ponto de vista da primeira pessoa
* Marco histórico na psicologia e psicopatologia
* Karl Jaspers (1883-1969) pioneiro na introdução da dimensão fenomenológica na psicopatologia

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35
Q

Entrevista Clínica: Princípios

A
  • observação descritiva dos estados de consciência, da experiência e da relação do sujeito com o meio
  • análise do cliente baseada na relação e na experiência vivida
  • importância da comunicação na relação terapêutica
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36
Q

Entrevista clínica: Algumas considerações

A

Paradigma do psicólogo clínico
Integra o método clínico
* Recolha de informação (observação, entrevista)
* Clínica instrumental (testes de autorrelato, projetivos, escalas clínicas, …)
Lugar de eleição na psicologia clínica e que visa recolher o máximo de informação sobre o sujeito, tomando SEMPRE o seu quadro de referência.
Aplica-se nos contextos de:
* Ajuda ou cuidados psicológicos
* Diagnóstico ou avaliação psicológica
* Investigação clínica

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37
Q

Entrevista clínica: Diferentes Aspetos Técnicos

A

Objetivos da entrevista (diagnóstico, terapêutico, orientação,…)
Modelos teóricos e formação do clínico
Personalidade, idade do sujeito e aspetos da interação durante entrevista
Pedido (próprio? família? Instituição?…)
Momento e condições entrevista (primeira, contexto de hospitalização, consulta externa, crise,…) –> Cada entrevista é única
Implica diálogo assimétrico
Apoiada em regras técnicas
Atitude clínica

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38
Q

Entrevista: Tipos

A

Tipos: Classificação em função do grau de estruturação e diretividade
1. Entrevistas estruturadas (e diretivas)
2. Entrevistas semi-estruturadas (e semidiretivas)
3. Entrevistas não-estruturadas ou de livre estruturação (e não-diretivas)

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39
Q

Entrevista não-estruturada: O que é?

A

Entrevista não estruturada: nestas entrevistas o entrevistador atua sem um guião pré-definido e tem a total liberdade para explorar as áreas que considere mais importantes. Neste tipo de entrevista o maior peso incide no entrevistador. A grande vantagem desse tipo de entrevista é que pode se ir adaptando às necessidades específicas de cada cliente. No entanto, como desvantagens cabe assinalar por um lado o risco do entrevistador deixar por explorar áreas importantes.

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40
Q

Entrevista não-estruturada: informações

A
  • É sempre multidimensional e pode conferir benefícios psicológicos (Finn & Tonsager, 1997)
  • Pode ser de diagnóstico, de gestão de riscos, para tratamento e investigação
  • O objetivo e o setting da entrevista dependem do seu próposito
  • Permite uma exploração profunda mas não ampla (Koerner et al., 2011)
  • Demora cerca de 50 a 60min
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41
Q

Entrevista não-estruturada: composição de 3 momentos

A

A entrevista de diagnóstico é feita de modo colaborativo, profissional e com fronteiras bem estabelecidas com um espaço físico (setting) privativo e com um contacto ocular flexível
A estrutura da entrevista compõe-se de 3 momentos:
1. Abertura
* Apresentação clara dos objetivos da entrevista e das condições se limites da confidencialidade
* Início com perguntas abertas que vão afunilando em função do pedido e impressões do entrevistador
* Observação de aspetos fundamentais como organização do pensamento (e.g.,, capacidade narrativa, atenção, tom de voz, postura corporal, estilo interpessoal …)
2. Corpo da entrevista
* é profunda e permite avaliar hipóteses clínicas formuladas pelo entrevistador ao longo do encontro
* Importância do paciente se sentir compreendido: pragmatismo e empatia
* Recolha da biografia, história clínica, estratégias de resolução, situação atual do paciente, razões que o levaram a consultar nessa altura
* Utilização de linguagem próxima do paciente
3. Conclusão
* Sumarização dos temas iniciais e levantamento de questões que deverão ser retomadas numa próxima sessão de diagnóstico, quando um só encontro não é suficiente
* Comunicação do diagnóstico inicial com profissionalismo, em função da capacidade de receção do paciente
* Comunicação do plano de tratamento ao paciente com alguma psicoeducação
* A entrevista não estruturada deve dispor de tempo para o paciente colocar questões relevantes para ele/ela, assimilar o que foi dito e poder discordar: a responsabilidade de continuar o tratamento é sua

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42
Q

Entrevista não-estruturada: vantagens e desvantagens

A

Tabela (7)

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43
Q

Entrevista Estruturada

A

Entrevista estruturada: na entrevista estruturada as perguntas, as respostas (geralmente fechadas) e a sequência de aplicação da entrevista são pré-determinadas. Este tipo apresenta uma série de deficiências relacionadas com o estabelecimento do rapport com o entrevistado. Utilizam-se especialmente na investigação de contextos laborais, escolares e clínicos.
As entrevistas estruturadas são as que apresentam maior confiabilidade teste-reteste e entre avaliadores
Exemplos: SCID-IV são as que apresentam maior adequação ao Eixo I e II do DSM

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44
Q

Entrevista Semi-Estruturada

A

Entrevista semi-estruturada: neste tipo de entrevista o entrevistador trabalha com uma série de perguntas abertas pré-estabelecidas ou com um esquema definido. No decorrer da entrevista pode incluir outros aspetos que considera relevantes.
* Considerada a mais eficaz para recolher informação diagnóstica;
* Abrangência de diagnóstico e propriedades psicométricas (de medida) fortes;
* O autorrelato depende em parte da capacidade de insight do cliente

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45
Q

Como escolher o tipo de entrevista?

A

Necessidade de adaptar à situação e sujeito
Flexibilidade na escolha do tipo
* Determinadas entrevistas (diagnóstico, avaliação psicológica) requerem mais intervenções por parte do clínico para conhecer melhor o sujeito
* Necessidades dos clientes, de maior apoio e intervenção do clínico ou, pelo contrário, clientes que percebem as intervenção como sendo intrusivas.
Quadros teóricos de referência
Sensibilidade do clínico, do seu «saber-fazer» e experiência prática

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46
Q

Entrevista: Observação - informações

A

Recorre aos sentidos para aceder a determinados aspetos da realidade, não se limitando, apenas, a ver e ouvir, mas também a examinar os fenómenos;
Capta aspetos dos quais o próprio indivíduo não tem consciência;
Permite ao observador um contacto mais direto com determinada realidade;
Abarca uma ampla variedade de fenómenos;
Menos dependente da introspeção e da reflexão;
Importante complemento da entrevista e de outras técnicas e instrumentos.

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47
Q

Entrevista: Observação -limitações

A

Pode levar à tendência para criar impressões favoráveis/desfavoráveis no observador
Risco de enviesar a informação recolhida;
Eventuais imprevistos podem interferir na tarefa do observador;
Nem todas as ocorrências se verificam na presença do observador

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48
Q

Entrevista: Observação - quanto aos meios

A

Observação não estruturada ou assistemática (Espontânea, ordinária, informal, simples, livre, ocasional ou acidental)
Observação estruturada ou sistemática (planeada, controlada e armada com instrumentos de registo)

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49
Q

Entrevista: Observação - quanto ao local

A

Observação em contexto real (o observador presencia as ocorrências no próprio meio em que eles acontecem naturalmente);
Observação laboratorial (com criação de um meio artificial que se aproxime ao máximo do contexto real das ocorrências).

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50
Q

Entrevista: Observação - instrumentos de registo

A
  • Na impossibilidade de usar instrumentos (sendo muitas vezes inconveniente), tomar notas no momento em que se observa o fenómeno ou anotar dados imediatamente após a observação;
  • As grelhas de registo muito formalizadas e estruturadas facilitam a interpretação e aumentam a objetividade dos dados. Não obstante, tais grelhas podem cair no risco de se tornarem demasiado superficiais e mecânicas, perdendo a riqueza e complexidade dos processos analisados.
  • Elaborar grelhas que acompanhem a flexibilidade das observações e que funcionem como complemento de outras formas de avaliação.
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51
Q

Testes Projetivos: o que são e qual o processo

A

Baseiam-se no pressuposto de que quando se pede a um indivíduo que dê significado a um estímulo relativamente ambíguo ou vago, a sua resposta refletirá as suas necessidades, experiências, sentimentos e processos de pensamento, o seu mundo interno (Fagulha, 2004).
–>
criação- interpretação
–>
hipótese-projetiva

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52
Q

Testes Projetivos: informações

A
  • Projetar para o exterior aspetos internos da personalidade
  • Respostas abertas e não-estruturadas
  • Material vago, ambíguo
  • Não há respostas certas ou erradas
  • Espaço lúdico, liberdade de expressão
  • Respostas dos examinados fornecem informação acerca da sua personalidade
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53
Q

Testes Projetivos: Teste de Rorschach

A

Riscos: Podemos reavaliar a decisão do Ministério Público de solicitar a aplicação do Rorschach enquanto teste forense e, pior, enquanto teste decisivo para a progressão de regime de uma prisioneira. A decisão demonstra, ao mesmo tempo, a falta de capacitação científica de membros do Ministério Público e Judiciário mas, de maneira mais grave, a falta de assessoria científica adequada para agentes públicos. Usar ferramentas diagnósticas comprovadamente ineficazes em casos criminais pode colocar criminosos perigosos na rua, e manter reabilitados, aptos ao convívio social, presos em função de idiossincrasias do avaliador.

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54
Q

SCID-5-CV: O que é; Quem Aplica; Público-alvo

A

Guia de entrevista para diagnósticos do DSM-5 (Eixo I).
Aplicação: Por clínicos ou profissionais de saúde mental treinados.
Público-Alvo: Pacientes psiquiátricos, pacientes de outras especialidades médicas, indivíduos de levantamentos comunitários de doenças mentais, familiares de pacientes psiquiátricos.

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55
Q

SCID-5-CV: Linguagem e cobertura diagnóstica

A

Linguagem e Cobertura Diagnóstica: Mais adequada para adultos (≥18 anos); pode ser adaptada para uso com adolescentes.

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56
Q

SCID-5-CV: compreensão

A

Compreensão: Indivíduo mediano deve compreender a linguagem da SCID-5.

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57
Q

SCID-5-CV: Limitações de Entrevistados

A

Limitações de Entrevistados: Indivíduos com prejuízo cognitivo grave, agitação ou sintomas psicóticos graves podem não ser entrevistados eficazmente.

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58
Q

SCID-5-CV: Alternativa em Casos Específicos

A

Alternativa em Casos Específicos: Em casos específicos, pode ser usada como lista de verificação diagnóstica ou árvore de decisão, com informações obtidas de outras fontes, se a entrevista não for viável nos primeiros 10 minutos da seção Visão Geral.

59
Q

SCID-5-CV: Formas de uso

A

Formas de uso do SCID-5-CV:
1. Avaliação Sistemática em Contextos Clínicos:
* Garante avaliação sistemática de todos os principais diagnósticos do DSM-5.
* Usado em procedimentos de admissão para garantir avaliação diagnóstica forense abrangente.
2. Seleção de População de Estudo:
* Utilizado para selecionar participantes em estudos de pesquisa.
* Exemplo: Em estudo sobre eficácia de tratamento para depressão, exclui sujeitos com história de Transtorno por Uso de Substâncias nos últimos 12 meses.
3. Caracterização de População de Estudo:
* Fornece dados diagnósticos para pesquisadores, profissionais, legisladores, etc.
* Útil para estimar prevalência e incidência de transtornos psiquiátricos em populações específicas (ex: adultos nos EUA).
4. Desenvolvimento de Habilidades de Entrevista:
* Aprimora habilidades de entrevista para estudantes em saúde mental.
* Proporciona repertório de perguntas úteis para extrair informações do paciente.
* Familiariza estudantes com critérios do DSM-5 e enriquece repertório de perguntas por meio de aplicações repetidas.

60
Q

SCID-5-CV: o que fazer e não fazer

A

Tabela (10)

61
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas

A
  1. Considerações gerais
  2. Dados epidemiológicos
  3. Classificações nosológicas: DSM 5 e CID 10
  4. Avaliação do Nível de Funcionamento da Personalidade
  5. Modelo multidimensional do DSM 5 e suas implicações
  6. Clusters ou categorias da personalidade
62
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 1. Considerações Gerais - informações

A

Doenças mentais em sentido estrito vs. anomalias do desenvolvimento psicológico? (Kendall, 2002)
* Interação complexa de disposições biológicas, aprendizagens desadaptativas e mudanças ambientais stressantes
* Traços de personalidade = padrões de perceção, relacionamento e pensamento (eu, outros, mundo) em diversos contextos (pessoais e sociais)
Dimensão patológica = Inflexibilidade e inadaptação, com prejuízo funcional significativo ou sofrimento subjetivo
* Traços de personalidade são egosintónicos “O sujeito não se apercebe deles como algo estranho”
* Dificuldades com outros vistas como independentes do seu comportamento
* Indivíduo “alheado” do seu sentido de agência – não procura ajuda
* Dificulta a procura de tratamento

63
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 1. Considerações Gerais - Questões conceituais

A
  • Temperamento: Dimensão biológica da personalidade
  • Caráter: Influências ambientais (infância, adolescência)
64
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 1. Considerações Gerais - Classificações atuais contemplam 5 dimensões (Beck et al)

A

Esquema (11)

65
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 1. Considerações Gerais - Classificações atuais contemplam 5 dimensões ( The Five-factor Approch de Costa e McCrae)

A

(E): Sociabilidade, assertividade, atividade, busca de excitação, emoções positivas
(N): Ansiedade, hostilidade, depressão, autoconsciência, impulsividade, vulnerabilidade
(A): Confiança, franqueza, altruísmo, conformidade, modéstia, ternura
(C): Competência, ordem, obediência, esforço de realização, autodisciplina, deliberação
(O): Fantasia, estética, sentimentos, ações, ideias, valores

66
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 1. Considerações Gerais - Personalidade e questões de género

A

Que traços de personalidade associam às mulheres? E aos homens?
Del Giudice et al:
Mulheres: Sensibilidade, cordialidade, apreensão…
Homens: Estabilidade emocional, dominância, vigilância…
* Os desvios de personalidade podem ocorrer nos domínios cognitivo, afetivo, funcionamento interpessoal e no controle dos impulsos
* Geralmente têm início da idade adulta e são crónicos(permanecem pela vida toda) se não tratados.
* Assumem natureza multicausal, relacionando-se com as vivências da infância e adolescência
“Perda da capacidade de aprender múltiplos papéis e de escolher o mais adequado ao contexto, podendo fixar-se num determinado papel, independente do contexto” (Pires et al.,2017, pág. 34)
Padrões rígidos estabelecidos precocemente e reforçados pelo contacto com o ambiente – interação inadequada com o perimundo
“Flexibilidade de pensamento e ação” – um dos eixos das funções executivas

67
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 2. Dados Epidemiológicos - informações

A

PP ocorrem em 10% a 20% da população geral
Em população psiquiátrica, a comorbilidade das PP é cerca de 50% a 60%:
* Pert. paranóide de 0.5% a 2.5%, pert. esquizoide 7.5% e esquizotípica 3% da pop. geral
* Pert antissocial 3% H e 1% M, pert borderline 1% a 2%, com M diagnosticadas 3x mais do que H, pert histriónica +frequente nas M 2% a 3%, pert. narcisista >1% da população geral
* Perturbação obsessiva compulsiva (8%), evitante (2.5%) e dependente (0.5% a 2.5%) mais frequente nas mulheres
É o grupo das perturbações mais comuns entre os reclusos (Singleton, 1998)
A OMS documenta que em 9 milhões de reclusos, cerca de 50% apresentará alguma perturbação da personalidade
Associação ao crime estabelecida pelas características dos indivíduos como por exemplo:
* maior rigidez cognitiva/intelectual
* menor flexibilidade como respondem e experimentam diferentes contextos sociais

68
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 2. Dados Epidemiológicos - áreas afetadas

A

Áreas afetadas:
* Cognição - formas de perceção e interpretação de si próprio
* Afetividade – variedade, labilidade, intensidade e adequação da resposta emocional
* Funcionamento interpessoal
* Controlo dos impulsos

69
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 2. Dados Epidemiológicos - em Portugal

A

Em Portugal, Almeida (2007) documenta maior prevalência da doença mental entre homicidas; psicose e esquizofrenia com taxa 13-14 vezes superior à população geral
Talina (2013) no seu estudo sobre Saúde mental em meio prisional concluiu que os diagnósticos mais frequentes são:
* Perturbação antissocial da personalidade (58%)
* Depressão Major (56%)
* Ansiedade generalizada(50%)
* Abuso/Dependência de substâncias(48%)

70
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 3. Classificações Nosológicas - DSM5

A

Padrão estável de experiência interna e comportamento que se afasta marcadamente do esperado para o indivíduo numa dada cultura, é invasiva e inflexível, tem início na adolescência ou início da idade adulta, é estável ao longo do tempo e origina mal-estar ou incapacidade (APA, 2014)

71
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 3. Classificações Nosológicas - Perturbações de personalidade no DSM5

A

Tabela (12)

72
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 3. Classificações Nosológicas - modelo categorial

A

Modelo categorial: abordagem diagnóstica na qual as PP apresentam síndromes clínicas qualitativamente distintas;

73
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 3. Classificações Nosológicas - Modelo multidimensional

A

Modelo multidimensional: As PP representam variantes desadaptativos de traços da personalidade; Critérios gerais: As características essenciais de uma PP são:
A. Défice moderado ou superior no funcionamento da personalidade (próprio/interpessoal);
B. Um ou mais traços de personalidade patológicos;
C. Os défices no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo são relativamente inflexíveis e invasivos de uma ampla variedade de situações pessoais ou sociais;
D. Os défices no funcionamento da personalidade e expressão dos traços de personalidade do indivíduo são relativamente estáveis ao longo do tempo, com início que remota pelo menos à adolescência ou ao início da idade adulta;
E. Os défices no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo não são mais bem explicados por outra perturbação mental;
F. Os défices no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo não podem ser somente atribuídos aos efeitos fisiológicos do uso de uma sustância ou outra condição média (por exemplo, traumatismo craniano grave)
G. Os défices no funcionamento da personalidade e a expressão dos traços de personalidade do indivíduo não são mais bem compreendidos como normais para o estádio de desenvolvimento ou ambiente sociocultural do indivíduo.

74
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 3. Classificações Nosológicas - ICD-10

A

Perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo, usualmente envolvendo várias área da personalidade e quase sempre associado à considerável rutura pessoal e social (OMS, 1993)

75
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 3. Classificações Nosológicas - Perturbações de personalidade no ICD-10

A

Tabela (13)

76
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 4. Nível de Funcionamento da Personalidade

A

Critério A: défice moderado ou grave no funcionamento da personalidade
Atender à Escala de Nível de Funcionamento da Personalidade – LPFS- Level of Personality Functioning Scale
* 0. Pouco ou nenhum défice; 1. Algum défice; 2. Défice moderado; 3. Défice grave; 4. Défice extremo
Imagem (13)
* Necessário para diagnóstico de pert. da personalidade: moderado ou superior
* Núcleo psicopatológico: défice de ideias e sentimentos (self/próprio e relações/interpessoal)
* Componentes da escala LPFS: identidade, autodireção, empatia e intimidade, centrais na descrição do contínuo do funcionamento da personalidade
* LPFS indicador global do funcionamento da personalidade

77
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - informações

A

Critério B: um ou mais dos traços de personalidade patológicos
Traços patológicos – Recurso PID-5 – Personality Inventory for DSM-5
Traços = variáveis contínuas
Esquema (13)

78
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - Afetividade negativa vs estabilidade emocional

A

Afetividade negativa (vs Estabilidade emocional): Emoções negativas frequentes (e.g., ansiedade, vergonha, depressão), com comportamentos que causam dano ao próprio e relações interpessoais desfavoráveis.
* Labilidade emocional: experiências emocionais instáveis e mudanças de humor frequentes; emoções desproporcionais em relação aos acontecimentos.
* Ansiedade: sentimentos de nervosismo, pânico ou tensão frequentes em reação a situações sociais; preocupação com experiências desagradáveis passadas e com o futuro. Sentimento de apreensão pela incerteza e medo de ser envergonhado (a).
* Insegurança de separação: medo de ser rejeitado (a) por outros significativos associado ao medo excessivo da separação, dependência extrema e falta de confiança em ter a sua autonomia.
* Submissão: adaptação das necessidades, interesses e comportamento aos desejos efetivos ou percebidos dos outros.
* Hostilidade: sentimentos de raiva persistentes; irritabilidade em resposta a pequenos insultos.
* Perseveração: Repetição incontrolável de um comportamento pouco funcional.
* Depressividade: sentir-se em baixo com frequência; dificuldade em sair de um estado de humor negativo; pessimismo; vergonha; sentimentos de desvalorização de si próprio (a); ideação e comportamentos suicidas.
* Suspeição: expectativa de que os outros tenham más-intenções, dúvida frequente sobre a lealdade dos outros, sentir-se maltratado e perseguido.
* Afetividade Restrita: exibe pouca reação às situações que provocam emoções; constrangimento das experiências e expressões emocionais; indiferença e frieza.

79
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - Desprendimento vs. extroversão

A

Desprendimento (vs Extroversão): afastamento de interações interpessoais, afetividade restrita e limitação na capacidade para sentir prazer.
* Afastamento: relutância em estar em situações sociais; tendência em evitar estabelecer contactos com os outros e em participar de atividades sociais.
* Evitamento de Intimidade: as relações de intimidade ou românticas são evitadas com frequência.
* Anedonia: insatisfação persistente, e pouca energia para experienciar a vida; dificuldade em sentir prazer ou interesse com as coisas do dia-a-dia.
* Depressividade: sentir-se em baixo com frequência; dificuldade em sair de um estado de humor negativo; pessimismo; vergonha; sentimentos de desvalorização de si próprio (a); ideação e comportamentos suicidas.
* Afetividade Restrita: pouca reação a situações que provocam emoções; expressão emocional restrita; apatia.
* Suspeição: expectativa de que os outros tenham más-intenções, dúvida frequente sobre a lealdade dos outros, sentir-se maltratado e perseguido.

80
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - Antagonismo vs agradabilidade

A

Antagonismo (vs Amabilidade): desacordo frequente com outras pessoas, sentimento de ser mais importante que os outros. Falta de consideração dos sentimentos e necessidades dos outros.
* Manipulação: uso frequente de estratégias para influenciar ou controlar os outros; sedução, encanto, bajulação para atingir os seus objetivos.
* Falsidade: desonestidade ou fraudulência; representação enganosa de si; inventar frequentemente quando relata um evento.
* Grandiosidade: sentir-se superior aos outros; egocentrismo; transigência em relação aos outros.
* Procura de atenção: procura de admiração; tentativas de chamar sempre a atenção dos outros e tornar-se o foco da atenção.
* Insensibilidade: nenhum interesse nos problemas ou sentimentos dos outros; inexistência de culpa ou de remorso sobre os efeitos negativos das suas ações nos outros; maldoso (a); agressivo (a).
* Hostilidade: sentimentos de raiva persistentes; irritabilidade em resposta a pequenos insultos.

81
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - Desinibição vs conscienciosidade

A

Desinibição (vs Conscienciosidade): procura por gratificação imediata, impulsividade sem levar em consideração as consequências do seu comportamento.
* Irresponsabilidade: desrespeito por regras ou obrigações; ausência de comprometimento; falta de cuidado com as propriedades dos outros.
* Impulsividade: agir no impulso frequentemente; dificuldade em definir um plano; comportamentos autolesivos quando está em sofrimento emocional.
* Distratibilidade: facilidade demasiada de se desviar a atenção por estímulos externos; falta de atenção nas tarefas; dificuldade em planear e realizar as tarefas.
* Envolvimento em comportamentos de risco: envolvimento em atividade de risco para o próprio, sem considerar as consequências; falta de preocupação com os limites e com o perigo iminente.
* Perfeccionismo rígido: insistência rígida em que tudo seja perfeito e sem defeitos, incluindo os desempenhos próprios e dos outros; dificuldade em mudar de ideias; preocupação com pormenores, organização e ordem.

82
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - Psicoticismo vs lucidez

A

Psicoticismo (vs Lucidez): comportamentos e cognições estranhas, incomuns e excêntricas. São culturalmente incongruentes.
* Crenças e experiências incomuns: conteúdo do pensamento e perspetivas da realidade bizarros ou idiossincráticos; fusão pensamento-ação, experiências alucinatórias.
* Excentricidade: comportamento ou aparência estranhos ou bizarros; expressar coisas incomuns.
* Desregulação cognitiva e percetual: processos de pensamento estranhos; pensamentos ou discurso vagos; despersonalização; desrealização e experiências dissociativas; sensações estranhas em várias modalidades sensoriais.

83
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - Vantagens do modelo multidimensional

A

Vantagens no Modelo Multidimensional DSM5
* Auxiliar nas decisões clínicas (ex., grau de incapacidade; riscos de autoagressão; violência, criminalidade; tipo e intensidade do tratamento recomendado, prognóstico)
* Base de informação rica e valiosa no planeamento do tratamento e predição do curso e do prognóstico de muitas outras doenças mentais além da PP
* Útil em casos de existência de PP ou não

84
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 5. Modelo Multidimensional DSM-5 e Implicações - Diagnóstico Axial

A

Diagnóstico Multiaxial
Eixo 1 – Perturbações mentais: (ex. perturbações, utilizações de substâncias, humor, ansiedade)
Eixo 2 – Perturbações de personalidade em que as pessoas frequentemente:
* Grupo A – parecem bizarras ou excêntricas: paranóide, esquizoide e esquizotípica (i.e., comportamentos estranhos, bizarros, de isolamento ou de suspeita)
* Grupo B – parecem dramáticas, emocionais ou inconstantes: antissocial, estado limite, histriónica, narcísica (i.e., comportamento dramático, emocional, impulsivo, inconstante, lacunas da empatia)
* Grupo C – parecem ansiosas ou medrosas: evitante, dependente, obsessivo compulsiva (i.e., comportamento ansioso ou perfecionista)
Eixo III – Estados físico gerais
Eixo IV – problemas psicossociais e ambientais
Eixo V – avaliação global do funcionamento

85
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 6. Clusters ou categorias de perturbação de personalidade - Classificação DSM-5

A
  • Grupo/Cluster A – Comportamentos estranhos, peculiares, excêntricos, isolamento social, ausência de insight: paranóide, esquizoide e esquizotípica
  • Grupo/Cluster B – Comportamento dramático, emocional, inconstante ou impulsivo, falta de empatia, tendência para externalizar culpa, obtenção de poder nas relações: antissocial, estado limite, histriónica, narcísica
  • Grupo/Cluster C – comportamento ansioso, medroso ou perfecionista: evitante, dependente, obsessivo-compulsivo (i.e., comportamento ansioso ou perfecionista)
86
Q

Psicopatologia e Dimensões Associadas: 6. Clusters ou categorias de perturbação de personalidade - perturbações

A

Paranóide: desconfiança;
Narcisista: Grandiosidade;
Dependente: Dependência dos outros;
Passiva-agressiva: labilidade/volubilidade;
Borderline: instabilidade emocional;
Antissocial: agressiva;
Histriónica: apelativa;
Obsessiva: perfeição/organização;
Evitante: inibição social;
Esquizoide: indiferença/restrição de contactos;
Esquizotípica: excentricidade

87
Q

Grupo A (Excêntricos; “Os loucos”): Paranóide - Informações

A
  • Desconfiança generalizada conduz a uma interpretação enviesada das atitudes dos outros – comportamentos violentos;
  • Nos doentes paranoides com atividade delirante, a violência tende a ser planeada e consoante com a temática do delírio;
  • Violência dirigida contra um indivíduo específico (frequentemente familiares ou outros).
88
Q

Grupo A (Excêntricos; “Os loucos”): Paranóide - critérios de diagnóstico

A

Critérios de diagnóstico:
Um padrão global de desconfiança e suspeitas em relação aos outros, de modo que nas intenções são interpretadas como más, que se manifesta no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos, indicado por, no mínimo, quatro dos seguintes critérios:
1. suspeita, sem fundamento suficiente, de estar sendo explorado, maltratado ou enganado por terceiros
2. preocupa-se com dúvidas infundadas acerca da lealdade ou confiabilidade de amigos ou colegas
3. relutância em confiar nos outros por um medo infundado de que essas informações possam ser maldosamente usadas contra si.
4. Interpreta significados ocultos, de carácter humilhante ou ameaçador em observações ou acontecimentos benignos
5. Guarda rancores persistentes, ou seja, é implacável com insultos, injúrias ou deslizes
6. Percebe ataques a seu carácter ou reputação que não são visíveis pelos outros e reage rapidamente com raiva ou contra-ataque
7. Tem suspeitas recorrentes sem justificativa quanto à fidelidade do cônjuge ou parceiro sexual

89
Q

Grupo A (Excêntricos; “Os loucos”): Esquizóide - Informações

A

caracterizada geralmente por “frieza emocional”, ideias fantasiosas do mundo, e preferência em estar sozinho e evitar contato com outras pessoas - crimes com manifesta crueldade

90
Q

Grupo A (Excêntricos; “Os loucos”): Esquizóide - Critérios de diagnóstico

A

A. Um padrão global de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais, que se manifesta no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos, indicado por, no mínimo, quatro dos seguintes critérios:
1. não deseja nem gosta de relacionamentos íntimos, incluindo fazer parte de uma família
2. quase sempre opta por atividades solitárias.
3. manifesta pouco, se algum, interesse em ter experiências sexuais com um parceiro
4. tem prazer em poucas atividades, se alguma
5. não tem amigos íntimos ou confidentes, outros que não parentes em primeiro grau
6. mostra-se indiferente a elogios ou críticas
7. demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo
B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia, Transtorno do Humor Com Características Psicóticas, outro transtorno Psicótico ou um Transtorno Global do Desenvolvimento, nem é decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica geral

91
Q

Grupo A (Excêntricos; “Os loucos”): Esquizotípica - Informações

A

relacionada com a esquizofrenia e é caracterizada por comportamento egocêntrico, ideias estranhas, dificuldade de raciocínio, falta de emoção, reações emocionais inapropriadas e capacidade para ouvir ou ver coisas estranhas – violência

92
Q

Grupo A (Excêntricos; “Os loucos”): Esquizotípica - Critérios de diagnóstico

A

A. Um padrão global de deficits sociais e interpessoais, marcado por desconforto agudo e reduzida capacidade para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou percetivas e comportamento excêntrico, que se manifesta no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos, indicado por, no mínimo, cinco dos seguintes critérios:
1. ideias de referência (excluindo delírios de referência)
2. crenças bizarras ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e não estão de acordo com as normas da subcultura do indivíduo (p. ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou ¨sexto sentido¨, em crianças e adolescentes, fantasias e preocupações bizarras)
3. experiências percetivas incomuns, incluindo ilusões somáticas
4. pensamento e discurso bizarros (p. ex., vago, circunstancial, metafórico ou estereotipado)
5. desconfiança ou ideação paranóide
6. afeto inadequado
7. aparência de comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico
8. não tem amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau
9. ansiedade social excessiva que não diminui com a familiaridade e tende a estar associada com tremores paranoides, em vez de julgamentos negativos acerca de si próprio

93
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Antissocial - Informações

A

indiferença e insensibilidade aos sentimentos dos outros

94
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Antissocial - Critérios de diagnóstico

A

A. Um padrão global de desrespeito e violação dos direitos alheios, que ocorre desde os 15 anos, indicado por, no mínimo, três dos seguintes critérios:
1. incapacidade de se adequar às normas sociais com relação a comportamentos lícitos, indicada pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção
2. propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer
3. impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro
4. irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas
5. desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia
6. irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou de honrar obrigações financeiras
7. ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado alguém

95
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Estado Limite - Informações

A
  • doentes difíceis de tratar;
  • comportamentos suicidas frequentes e graves;
  • posição de vedetas entre as personalidades patológicas.
96
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Estado Limite - Critérios de diagnóstico

A

A. Um padrão global de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, da auto imagem e dos afetos e acentuada impulsividade, que se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por, no mínimo, cinco dos seguintes critérios:
1. esforços frenéticos no sentido de evitar um abandono real ou imaginário. Nota: Não incluir comportamento suicida ou auto mutilante (critério 5).
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da autoimagem ou do sentimento de self
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (p. ex., gastos financeiros, sexo, abuso de substâncias, condução imprudente, comer compulsivo). Nota: Não incluir comportamento suicida ou auto mutilante, coberto no Critério 5.
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento auto mutilante
6. Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (p. ex., episódios de intensa disforia, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas horas e apenas raramente mais de alguns dias)
7. Sentimentos crónicos de vazio
8. Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (p. ex., demonstrações frequentes de irritação, raiva constante, lutas corporais recorrentes)
9. Ideação paranoide transitória e relacionada ao stress ou graves sintomas dissociativos.

97
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Estado Limite - informações extra

A
  • Grande associação com drogas, alcoolismo e violência na intimidade
  • Acessos de violência ou comportamento ameaçador são comuns, sobretudo em resposta a críticas de outros
  • Suicídio ocorre em 8-10% dos casos
  • Auto mutilação (70-80%), tentativas e ameaças de suicídio são frequentes
  • Mais diagnosticada nas mulheres (75%)
98
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Histriónica - Informações

A
  • emocionalidade exagerada;
  • procura constante a atenção dos outros.
99
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Histriónica - Critérios de diagnóstico

A

A. Um padrão global de excessiva emotividade e busca de atenção, que se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por, no mínimo, cinco dos seguintes critérios:
1. desconforto em situações nas quais não é o centro das atenções
2. a interação com os outros frequentemente se caracteriza por um comportamento inadequado, sexualmente provocante ou sedutor
3. mudanças rápidas e superficialidade na expressão das emoções
4. constante utilização da aparência física para chamar a atenção sobre si próprio
5. estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes
6. dramaticidade, teatralidade e expressão emocional exagerada
7. sugestionabilidade, ou seja, é facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias
8. considera os relacionamentos mais íntimos do que realmente são

100
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Histriónica - Características problemáticas

A
  • Maior risco para gestos ou ameaças de suicídio para chamar a atenção e coagir os outros a um maior envolvimento.
  • Manifestam grande intolerância à frustração por situações que envolvem adiamento da gratificação – ações voltadas para a satisfação imediata
101
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Narcísica - Informações

A
  • grande sentido de grandiosidade;
  • necessidade de admiração;
  • ausência de empatia
102
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Narcísica - Critérios de diagnóstico

A

Um padrão global de grandiosidade (em fantasia ou comportamento), necessidade de admiração e falta de empatia, que se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por, no mínimo, cinco dos seguintes critérios:
1. sentimento grandioso acerca da própria importância (e.g. exagera realizações e talentos, espera ser reconhecido como superior)
2. preocupação com fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal
3. crença de ser ¨especial¨ e único e de que somente pode ser compreendido ou deve associar-se a outras pessoas (ou instituições) especiais ou de condição elevada.
4. Exigência de admiração excessiva
5. Presunção, ou seja, possui expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediência automática às suas expectativas
6. É explorador em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos
7. Ausência de empatia: relutância em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias
8. Frequentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia
9. Comportamentos e atitudes arrogantes e insolentes

103
Q

Grupo B (Dramáticos; “Os Maus”): Narcísica - Características problemáticas

A
  • Ofendem-se facilmente, sentindo-se humilhados ou “vazios”
  • Podem reagir com desdenho, raiva ou contra-ataques
  • A ganância, a inveja, o desejo de se livrar de um parceiro sexual de modo a ser como o outro, traição ou o abandono de um dos cônjuges
  • Dificuldades nas relações interpessoais devido à excessiva necessidade de admiração e indiferença pelos sentimentos dos outros
  • Embora a sua confiança e ambição os possa levar a ter um desempenho elevado, muitas vezes este é diminuído pela intolerância ao criticismo ou por não quererem correr riscos em situações em que podem ser mal sucedidos
104
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Evitante - Informações

A

Grande inibição social e sentimentos de inadequação

105
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Evitante - Critérios Diagnóstico

A

Um padrão global de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa, que se manifesta no início da idade adulta e está presente numa variedade de contextos, indicado por, no mínimo, quatro dos seguintes critérios:
1. evita atividades ocupacionais que envolvam contacto interpessoal significativo por medo de críticas, desaprovação ou rejeição
2. relutância em envolver-se, a menos que tenha a certeza da estima da pessoa
3. mostra-se reservado em relacionamentos íntimos, por causa do medo de passar uma vergonha ou ser ridicularizado
4. preocupação com críticas ou rejeição em situações sociais
5. inibição em novas situações interpessoais, em virtude de sentimentos de inadequação
6. vê-se como socialmente inapto, sem atrativos pessoais, ou inferior
7. extraordinariamente reticente em assumir riscos pessoais ou envolver-se em quaisquer novas atividades, porque estas poderiam provocar vergonha.

106
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Evitante - Características problemáticas

A
  • Hipervigilantes às expressões dos outros com quem contactam
  • Invalidação ao nível do funcionamento escolar e ocupacional
  • Isolamento social  sem rede social de suporte
  • Desejo de afeto e aceitação e possibilidade de fantasiarem acerca de relações ideais
107
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Dependente - Informações

A

Necessidade persistente de serem cuidados.

108
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Dependente - Critérios de diagnóstico

A

Uma necessidade global e excessiva de ser cuidado, que leva a um comportamento submisso e aderente e a temores de separação, que se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, indicado por, no mínimo, cinco dos seguintes critérios:
1. dificuldade em tomar decisões do dia-a-dia sem quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento de outras pessoas
2. necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida
3. dificuldade em expressar discordância de outros, pelo medo de perder apoio ou aprovação.
4. Dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria (por falta de autoconfiança no seu julgamento ou capacidades, não por falta de motivação ou energia)
5. Vai a extremos para obter carinho e apoio, a ponto de oferecer-se para fazer coisas desagradáveis
6. Sente desconforto ou desamparo quando só, em razão de temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si próprio
7. Busca urgentemente novo relacionamento íntimo como fonte de carinho e amparo, quando um relacionamento é rompido
8. Preocupação irrealista com temores de ser abandonado à própria sorte

109
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Dependente - Características problemáticas

A
  • Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo
  • Facilmente é ferido por crítica ou desaprovação
110
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Obsessivo-Compulsivo - Informações

A

Preocupação excessiva com a ordem, perfecionismo.

111
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Obsessivo-Compulsivo - Critérios Diagnóstico

A

Padrão persistente de preocupação com a ordem, perfeccionismo e controle de si mesmos, dos outros e das situações, caracterizado pela presença de ≥ 4 dos seguintes:
1. Preocupação com detalhes, regras, horários, organização e listas
2. Esforço para fazer algo de modo perfeito que interfere na conclusão da tarefa
3. Devoção excessiva ao trabalho e produtividade (não por causa de necessidade financeira), resultando em negligência das atividades de lazer e amigos
4. Retidão excessiva, meticulosidade e inflexibilidade em relação a questões e valores éticos e morais
5. Falta de disposição para descartar objetos desgastados ou sem valor, mesmo aqueles sem nenhum valor sentimental
6. Relutância em delegar ou trabalhar com outras pessoas, a menos que essas pessoas concordem em fazer as coisas exatamente como os pacientes querem
7. Abordagem avarenta (eles mesmo e outros) porque vêm o dinheiro como algo a economizar para catástrofes futuras
8. Rigidez e teimosia

112
Q

Grupo C (Ansiosos; “ Os tristes”): Obsessivo-Compulsivo -Características problemáticas

A
  • Enorme quantidade de tempo(e grande sofrimento) em processos de decisão
  • Grande irritação em situações em que não conseguem manter o controlo, demonstrando grande indignação perante pequenos erros
  • Grande deferência para com figuras de autoridade que respeite e excessiva resistência perante figuras de autoridade que não respeitem
113
Q

Phineas Gage (1823-1860)

A

Phineas gage foi um trabalhador norte-americano dos caminhos de ferro no século XIX que viveu em Cavendish, Vermont. Um dos seus trabalhos consistia em colocar cargas explosivas em grandes blocos de rocha de forma a fragmentá-los. Numa dessas circunstâncias, a detonação ocorreu antes do que estava previsto, tendo como resultado a perfuração do seu crânio pelo bastão de ferro que tinha sido construído especialmente para ele. O bastão entrou pela face esquerda de Gage, ultrapassa a base do crânio, atravessa a parte anterior do lobo frontal do seu cérebro e sai alta velocidade pelo topo da cabeça, aterrando no chão a mais de 30 m de distância.
Gage já podia circular pela vila. Mas estava diferente. Alegadamente teria se transformado num homem de mau génio, grosseiro, desrespeitoso com os colegas e incapaz de aceitar conselhos. Os seus planos futuristas foram abandonados e ele passou a agir sem pensar nas consequências.

114
Q

O Cérebro da Personalidade Antissocial - Motzkin, J. Newmann, J.P., Kiehl, K., & Koenigs M. (2011)

A

Estudo realizado com 40 presos, em que 20 foram diagnosticados como psicopatas e 20 cometeram crimes semelhantes aos psicopatas, mas não são psicopatas.
Os presos diagnosticados como psicopatas apresentam um menor número de conexões nervosas entre o córtex pré-frontal ventromedial (CPFvm) e a amígdala.
O CPFvm, é a região do encéfalo responsável pelos sentimentos de culpa, empatia e remorso, enquanto que a amígdala está relacionada com medo e ansiedade. Nos psicopatas essas estruturas parecem não comunicar entre si adequadamente, comprometendo assim o comportamento social.
Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal, um assassino com história de privação na infância e um assassino sem história de privação é identificado como psicopata. O cérebro de um psicopata tenho uma atividade muito baixa em muitas áreas, mas que é fortemente ausente na área frontal.

115
Q

Psicopatologia da Personalidade e Dimensões Associadas

A
  1. Fatores Genéticos
  2. Fatores ambientais de risco
  3. Mecanismos patofisiológicos
  4. Correlatos cerebrais a nível estrutural e funcional associados a dimensões de personalidade
  5. Decurso e tratamento
116
Q

Que FATORES contribuem para as alterações na estrutura da personalidade?

A

Genes, escolhas individuais, ambiente

117
Q
  1. Fatores de Risco Genéticos
A

Pessoas da mesma família tendem a assemelhar-se nas 5 dimensões da personalidade
* A componente genética é de 42% a 46% e a ambiental partilhada de 7%
* O metabolismo rápido das catecolaminas (adrenalina, noradrenalina, dopamina) está associado nas mulheres com procura de sensações e o metabolismo lento ao evitamento de sofrimento e neuroticismo nas mulheres

118
Q
  1. Fatores de Risco Genéticos - Cluster A
A

Parentes de esquizofrénicos apresentam PP de Cluster A: a PP esquizotípica partilha com a esquizofrenia vários loci de suscetibilidade em diferentes cromossomas

119
Q
  1. Fatores de Risco Genéticos - Cluster B
A

Baixa atividade do gene codificado para a monoamino-oxidase (MAO): enzima que degrada as monoaminas como dopamina, adrenalina, noradrenalina, serotonina, histamina - em Cluster B:
* Maior vulnerabilidade a psicopatologias desinibitórias
* Antissocialidade (nas suas características de impulsividade e agressividade)– deficiências no funcionamento da MOA

120
Q
  1. Fatores de Risco Genéticos - Estudo de Raine
A

Estudo meta-analítico de Raine (1993), no qual examinou 29 estudos, analisando os efeitos de 3 neurotransmissores: serotonina (28 referências); noradrenalina (32) e dopamina (19), mediante LCR:
* Redução significativa dos níveis de serotonina (efeito mais significativo) e noradrenalina nos antissociais (sobretudo nos grupos mais violentos)
* SEROTONINA– principal neurotransmissor associados às PP
Redução significativa dos níveis de serotonina em indivíduos antissociais:
* Com história de abuso de álcool
* Com perturbações da personalidade (Bordeline) e histórias de tentativas de suicídio
* Violentos e com tentativas de assalto
Redução significativa dos níveis de noradrenalina em indivíduos antissociais:
* Com história de abuso de álcool
* Com perturbações da personalidade e histórias de tentativas de suicídio
* Com depressão ou distimia

121
Q
  1. Fatores de Risco Genéticos - Prevalências
A

Parentes em primeiro grau de homens com PP antissocial têm 5x mais risco de apresentarem a mesma perturbação; parentes de mulheres com PP antissocial têm 10x mais risco se comparados com população geral
20% das crianças adotadas, de pais biológicos criminosos, apresentam comportamentos criminais, comparadas com 10% de crianças sem pais biológicos criminosos
A PP borderline acontece em 10% dos parentes de pacientes
Há evidência de uma influência genética para o traço extroversão que é expresso exageradamente pelas personalidades histriónica e narcisista

122
Q
  1. Fatores de Risco Genéticos - Cluster C
A

Os resultados genéticos para o Cluster C são complexos pelo facto de que estas PP podem ser confundidas com perturbações da ansiedade:
* PP Evitante pode ter fatores genéticos comuns com P Ansiedade
* PP Obsessiva Compulsiva pode ser confundida com perturbação obsessiva compulsiva (POC) ansiosa

123
Q
  1. Fatores de Risco Ambientais
A

Experiências de vida traumáticas (e.g., negligência, abuso na infância) associadas a maior probabilidade de desenvolvimento de PP

124
Q
  1. Fatores de Risco Ambientais - Cluster A e B
A

Trauma precoce e vinculação insegura associados a PP (Cluster A e Cluster B); PP paranóide e PP antissocial (90%) estão associadas com longos períodos de ausência da figura de vinculação, abusos físicos e infância difícil

125
Q
  1. Fatores de Risco Ambientais - Cluster B
A

Cluster B, cerca de 70% a 80% de PP borderline têm histórias de abuso físico ou sexual precoce (antes da idade de 7 anos); estes pacientes apresentam longas separações e negligência emocional

126
Q
  1. Fatores de Risco Ambientais - Cluster C
A

Cluster C, as evidências são mistas, provavelmente parecidas com os fatores de risco para depressão e P da ansiedade

127
Q
  1. Mecanismos Patofisiológicos
A

Evidências para uma interação entre genes e ambiente
* Os genes que se pensa estarem na origem das PP da personalidade são os que controlam a produção, degradação e recaptação de aminas ( dopamina, norepinefrina, serotonina)
* Cluster A: provavelmente são geneticamente semelhantes a esquizofrenia
* Cluster B: variante de baixa atividade da monoamina-oxidase associada a agressividade, comportamento antissocial, impulsividade e hostilidade, risco de suicídio e dependência de drogas
* Variante de alta atividade da MOA associada com perturbação da ansiedade
* O polimorfismo do gene transportador da serotonina, que difere no comprimento da região que controla a transcrição, regula a expressão e a recaptação da serotonina
* Variante alélico curto resulta em baixa transcrição e portanto baixa serotonina circulante; variante longo resulta em alta transcrição e alta serotonina circulante
* A expressão genética no cérebro depende de informação ambiental
* Estudos em neuroimagem mostraram que a PP esquizotípica está associada com menos matéria cinzenta nas áreas frontotemporais e menor volume das estruturas estriadas
* A PP antissocial apresenta em alguns casos lesão da zona orbito-frontal
* A PP antissocial está associada com ausência de resposta autonómica de medo a condicionamento, incapacidade de planeamento, impulsividade, provavelmente associadas com baixa serotonina no córtex anterior
* A PP borderline mostra evidência de desconexão entre a amígdala e a zona orbitofrontal, com mais matéria cinzenta na região da amígdala e reduzida no hipocampo- stress crónico na infância
Estas características podem explicar a dificuldade em regular emoções e perceber os seus estados mentais e dos outros

128
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Investigação - Comprometimento das funções frontais
A
  • Região orbitofrontal potencialmente mais relevante para PP antissocial
  • Lesão encefálica associada a alterações psicológicas consequentes (ex.: irritabilidade e impulsividade)
  • Estudos sobre as lesões do córtice frontal mostraram padrão de défices– síndrome do lobo frontal (termo geralmente utilizado para descrever um conjunto de sintomas e disfunções associadas a lesões ou danos nas áreas do cérebro conhecidas como lobos frontais.)
129
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Investigação - Lobo Frontal
A

Tabela (22)

130
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Investigação - Sujeitos com lesões frontais - (cf. Barbosa, 2000; Gonçalves, 2008)
A
  • Erros de perseverança - repetem comportamentos que sabem estar incorretos;
  • Perda de insight ou afasia semântica – dissociação constatada entre os comportamentos pró-sociais verbalizados por esse grupo e o seu comportamento antissocial discordante.
131
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Disfuncionamento do Lobo frontal: Origens
A
  • Complicações ocorridas durante a gravidez ou parto
  • Malformação no desenvolvimento
    o Craniossinostose/Estenose craniofacial: Fecho prematuro das suturas ósseas da cabeça impedindo crescimento normal do crânio.
  • Envelhecimento
  • Tumores intracranianos
  • Doenças cerebrovasculares
  • Exposição a substâncias tóxicas
  • Procedimentos cirúrgicos de natureza corretiva
  • Lesão mecânica (ex.; golpe na cabeça, um acidente de carro)
    Lesões podem ser temporárias e reversíveis (e.g., efeitos de drogas ou álcool) ou irreversíveis
132
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Investigação - Disfunções fronto-temporo-límbicas
A

Nos últimos 20 anos, estabelecida a relação entre PP antissocial e disfunções cerebrais nas regiões anteriores do hemisfério esquerdo– estruturas e conexões fronto-temporo-límbicas.
Região frontotemporal importante na modulação e controlo dos lobos frontais sobre o comportamento.
Evidências utilizadas para justificar a impulsividade e desinibição comportamental encontrada nos criminosos (psicopatas e não psicopatas).

133
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Lesões no Sistema Límbico
A

Comportamento
Expressão de emoções
* coração
* respiração
* tremores
* transpiração
* expressões faciais
Unidades básicas/primárias
* Sexo, fome, sede
* Resposta fuga-ou-luta - defesa e ataque
Amígdala
* Processamento de sinais de medo e tristeza
* Lesões conduzem a uma dificuldade em processar estas emoções
Hipocampo
* memória
* aprendizagem
* regulação de emoções
Córtex temporal
* Violência
* Produção
* Controlo
Imagem (23)

134
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Personalidade e Cérebro - Evidências
A

Variabilidade estrutural do cérebro avaliada através de Imagens de Ressonância Magnética (MRI)
Um estudo de imagem estrutural de escalas NEO em 116 adultos saudáveis concluiu por uma elevação no neuroticismo associada com menor volume no córtex pré-frontal dorsomedial (PFC) e uma parte do lobo temporal medial esquerdo, incluindo o hipocampo posterior– resultados consistentes com o modelo de base biológica dos Big Five.

Neuroticismo: Associado com volumes de regiões cerebrais implicadas em ameaça, punição e afeto negativo;
Extroversão: correlacionado com volume do córtex orbitofrontal medial, uma região do cérebro envolvida no processamento de informações de recompensa;
Conscienciosidade: associada ao volume no pré-frontal córtex lateral, uma região envolvida no planeamento e no controlo voluntário do comportamento.

135
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Investigação - Genética, cérebro e personalidade
A

Estudos apontam para elevada hereditariedade da estrutura do cérebro e hereditariedade moderada de traços de personalidade; há ainda evidências que sugerem que pelo menos algumas das influências genéticas na personalidade podem ser mediadas por variações geneticamente transmitidas na estrutura do cérebro

136
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Contributos das neurociências
A

Os diagnósticos psicopatológicos categoriais dificultam as investigações na área das neurociências;
Emergência de modelos psicopatológicos de natureza dimensional
Esquema (24)

137
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Métodos e técnicas utilizados
A
  • Imagens de Ressonância Magnética Funcional (fMRI)
  • Eletrofisiologia (evento-potenciais relacionados - ERPs)
  • Tomografia por Emissão de Positrões (PET)
  • Neuroimagem Estrutural
  • Modelagem de Equações Estruturais (SEM)
138
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Resultados
A

Análise dos processos sócio afetivos em relação às dimensões de personalidade-psicopatologia usando fMRI:
* Exemplo: Neumann investigou a associação da ativação da amígdala em resposta às expressões faciais com traços de personalidade e sintomas de psicopatologia de internalização e externalização (n= 1330 adultos jovens). O SEM transversal revelou associações diretas interessantes de ativação da amígdala com traço de personalidade, mas também associações indiretas como psicopatologia por meio da personalidade, avançando assim no conhecimento das relações neurobiológicas-personalidade-psicopatologia.
* Exemplo: Sun et al. (2020) investigou as associações entre personalidades adaptativa, sintomas de PTSD e ativação de regiões do cérebro implicadas na regulação da emoção durante uma tarefa emocional em veteranos militares dos EUA (n= 93)
o maiores sintomas de PTSD foram associados a respostas mais fracas do córtex pré-frontal dorsolateral e desativação embotada na amígdala e na região anterior
o a baixa emocionalidade positiva foi estatisticamente responsável pela relação transversal entre os sintomas de PTSD e a desativação da amígdala sob condições de alta carga cognitiva, apontando para um papel potencial da emocionalidade positiva na ligação entre a desregulação emocional e os sintomas de PTSD.

139
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Estudo da Personalidade - Desafios Futuros
A

Progredir na construção de um modelo unificador e biologicamente informado da personalidade, conseguindo-se uma melhor integração das pesquisas realizadas no domínio da genética e das neurociências:
* Investir no desenvolvimento de estudos baseados em metodologias mais sofisticadas, rigorosas, de caráter longitudinal (ex. Características das amostras, métodos utilizados: MRI, DTI, fMRI e EEG)
* Recorrer a grandes amostras longitudinais para considerar explicitamente o desenvolvimento, isto é, perceber como as dimensões do continuum psicopatologia-personalidade mudam ao longo da vida e possível associação com os sistemas neuronais;
* Concertar esforços entre grupos de investigação (Ex. ENIGMA network)

140
Q
  1. Correlatos Cerebrais: Perturbações da Personalidade - Diagnóstico diferencial e Comorbilidade
A
  • Sobreposição de várias PP
  • 40% dos pacientes apresentam critérios de mais do que uma PP
  • Cluster B tem comorbilidade com abuso de substâncias
  • Indivíduos com PPB poderão apresentar PTSD crónica, especialmente os que apresentam história de abuso sexual na infância
  • PPH é mais prevalente em indivíduos com desordens de somatização
  • O Cluster C apresenta comorbilidade com a perturbações da personalidade
141
Q
  1. Decurso e Tratamento
A

A maioria das PP são crónicas
* Cluster A permanece estável ou evolui para esquizofrenia (10% esquizotípicos cometem suicídio)
* Cluster B podem morrer de acidente devido a comportamentos de risco
o Borderline apresentam comportamentos suicidas, sobretudo se associados a impulsividade, hostilidade e comorbilidade
* Cluster C funcionam bem em ambientes protegidos - personalidades dependentes
O tratamento é com psicoterapia e psicofarmacologia

142
Q

A personalidade pode mudar? - Estabilidade

A

Será a personalidade realmente estável?
* Numa perspetiva funcional, faz sentido que a personalidade permaneça estável ao longo tempo.
* Relações construídas com base na expectativa e previsibilidade do comportamento dos outros.
* A identidade estável ajuda as pessoas a lidar com as idiossincrasias de um mundo em mudança, ajuda a definir metas, fazer planos e regular seu comportamento– criar um sentido de identidade.
* A maioria dos modelos teóricos defende noção de estabilidade
Estabilidade provável e desejável

143
Q

A personalidade pode mudar? - Maleabilidade

A

Será a personalidade realmente estável?
* Algumas definições apelam à maleabilidade da estrutura da personalidade (Allpport’s, 1937)
* Cerne do tratamento psicológico: pedidos de ajuda no sentido alterar disposições básicas de personalidade (e.g., ansiedade crônica, timidez ou depressão prolongada)
* Incentivos ao crescimento pessoal e positivo– “mudança é desejável e possível”
* Decisões (pessoais, judiciais) sustentadas na possibilidade da mudança
Poderá a mudança ser duradoura?
* Evidências comprovam a estabilidade, mas também mudança, maturidade e adaptação da personalidade
Natureza dinâmica da personalidade