Fisiopatologia da SAOS Flashcards

1
Q

Quais as duas forças antagônicas quando falamos sobre colapso das VAS?

A

Músculos dilatadores da faringe x pressão intraluminal negativa durante a inspiração.

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2
Q

Cite 8 fatores que ESTREITAM a luz faríngea.

A
  • Forças adesivas da mucosa
  • Tônus vasomotor
  • Flexão do pescoço
  • Abertura e o deslocamento inferior da mandíbula
  • Força da gravidade
  • Resistência nasal aumentada
  • Efeito de Bernoulli
  • Aumento da complacência dinâmica
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3
Q

Cite 2 fatores que DILATAM a luz faríngea.

A
  • Extensão do pescoço
  • Tração caudal torácica (pelo aumento do volume pulmonar na inspiração).
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4
Q

Cite e explique os 4 principais grupos fisiopatológicos (endótipos) da apneia obstrutiva do sono.

A

COLAPSABILIDADE DAS VAS

  • Anatomia da VAS alterada
  • Pressão crítica de fechamento aumentada
  • Volume pulmonar reduzido

FATORES NEUROMUSCULARES

  • Variações na capacidade dos músculos dilatadores da VAS de responder às adversidades respiratórias durante o sono
  • Miopatia na estrutura muscular faríngea

BAIXO LIMIAR AO DESPERTAR

  • Propensão ao despertar cortical durante um aumento da pressão negativa inspiratória.

HIGH LOOP GAIN

  • Variações na estabilidade do sistema de controle respiratório.
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5
Q

De onde até onde se estende a área colapsável das VAS?

A

Área colapsável se extende do PALATO DURO até LARINGE, com 12 a 15cm. Não há estrutura esquelética nem cartilaginosa na faringe para dar sustentação.

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6
Q

Quais os 4 subsegmentos da faringe e os limites de cada um deles?

A
  • NASOFARINGE
    (Coanas - palato mole).
  • VELOFARINGE
    (Região retropalatal - palato mole-úvula).
  • OROFARINGE
    (Área retroglossal - úvula-ápice da epiglote).
  • HIPOFARINGE
    (Base da epiglote - região cranial das PPVV).
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7
Q

Qual o principal sítio de obstrução na apneia obstrutiva do sono?

A
  • VELOFARÍNGE (região retropalatal).

Porém em 70% das vezes é MULTINÍVEL, ou seja, ocorre em mais de um local ao mesmo tempo.

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8
Q

Qual a definição de Pcrit e como ela é medida?

A

Pressão negativa aplicada nas VAS em que observamos o colapso da faringe. Utiliza-se um CPAP mas funcionando de forma invertida, ao invés de gerar pressão positiva, ele gera uma pressão negativa e isso fornece uma medida em centímetros de água que define o momento em que a via aérea vai fechar. Avalia diretamente o componente anatômico do colapso (apesar de mecanismos neuromusculares também estarem envolvidos).

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9
Q

Qual o valor esperado da Pcrit em um paciente normal (sem apneia) ?

A

Em torno de -8 cmH₂O.

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10
Q

Qual a tendência com os valores da Pcrit nos indivíduos com apneia?

A

Pcrit se torna PROGRESSIVAMENTE POSITIVA (menos negativa) em indivíduos portadores de ronco, hipopneias e apneias (quanto mais se aproxima de 0 e de valores positivos, maior a gravidade).

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11
Q

Como a REDUÇÃO DO VOLUME PULMONAR pode interferir no diâmetro da área seccional da faringe em indivíduos acordados e também durante o sono?

A

Quando o volume pulmonar está REDUZIDO, há um deslocamento do diafragma e do tórax rumo à cabeça. Este movimento resulta em PERDA DA TRAÇÃO CAUDAL DA FARINGE, resultando em maior predisposição ao COLAPSO.

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12
Q

Sobre os fatores musculares e neuromusculares, qual o principal músculo DILATADOR da faringe?

A

Músculo GENIOGLOSSO

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13
Q

Quais nervos são responsáveis pela atividade coordenada dos músculos das VAS e motoneurônios?

A

Hipoglosso e Frênico.

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14
Q

Em qual fase da respiração os músculos dilatadores da faringe possuem padrões máximos de contração?

A

Durante a INSPIRAÇÃO, momento crucial para a manutenção da patência da via aérea, frente à pressão negativa intratorácica.

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15
Q

A atividade dos músculos dilatadores da faringe durante o sono é determinada por quais fatores?

A
  • Drive respiratório (controle central)
  • Reflexo de pressão negativa (controle local)
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16
Q

A atividade (tônus) do genioglosso na EMG está aumentada ou reduzida nos pacientes apneicos?

A

Estudos mostram que o tônus do genioglosso e outros dilatadores está AUMENTADA passivamente para compensar o colapso nos pacientes com apneia. Esse tônus pode voltar ao normal com o uso de CPAP.

17
Q

Cite 5 alterações histopatológicas vistas em relação ao tecido muscular dos pacientes com apneia.

A
  • AUMENTO DE FIBRAS MUSCULARES TIPO II (contração rápida e alta fatigabilidade), sendo também reversível com uso do CPAP.
  • FIBROSE INTERSTICIAL
  • HIPERTROFIA DAS FIBRAS MUSCULARES (pelo trauma vibratório), espessando as paredes musculares e causando mais oclusão.
  • DENERVAÇÃO E DISFUNÇÃO CONTRÁTIL, com fraqueza muscular.
  • AUMENTO DO COLÁGENO TIPO 1 (mais rigidez faríngea).
18
Q

Quais os dois principais músculos constritores da faringe?

A
  • PALATOFARÍNGEO (mais importante)
  • CONSTRITOR SUPERIOR DA FARINGE
19
Q

Qual mecanismo de apneia relacionado aos músculos constritores da faringe?

A

Eles fazem REDUÇÃO VOLUMÉTRICA anatômica do tubo muscular faríngeo durante o sono (sua contração aumenta paradoxalmente o lúmen, mas sua hipertrofia faz obstrução passiva dela). São os músculos abordados na faringoplastia lateral e expansora (miotomia deles aumenta o espaço faríngeo).

20
Q

O que é limiar para despertar?

A

O limiar para despertar é a capacidade do organismo de promover um despertar cortical para encerrar um evento respiratório obstrutivo do sono, sendo um mecanismo de DEFESA para reabertura das vias aéreas.

21
Q

Como o baixo limiar para despertar predispõe à apneia do sono?

A
  • Se o despertar cortical ocorrer como resposta a um estímulo respiratório mínimo (baixo limiar para despertar), qualquer alteração de pressão (resistência de VAS) já causa despertar e fragmentação do sono (sem dar tempo de recrutar musculos dilatadores). Em geral esses pacientes possuem muitos despertares com poucos eventos obstrutivos respiratórios.

Obs: o limiar aumentado também é ruim: se não há despertar mesmo com eventos obstrutivos importantes que necessitariam disso, há grandes eventos apneicos, de longa duração e dessaturações importantes.

22
Q

Como é feito o controle ventilatório durante o sono?

A
  • É PURAMENTE QUÍMICO, por quimiorreceptores centrais e periféricos.

A obstrução da via aérea leva a aumento do esforço respiratório e HIPERVENTILAÇÃO, com REDUÇÃO DE PaCO₂. Se a diminuição dos níveis de CO₂ for mais intensa, pode levar a eventos de apneia central (o controle central entende que é necessário reduzir o drive respiratório).

23
Q

Existe alteração do tônus da musculatura faríngea em eventos centrais?

A

SIM! Mesmo em eventtos centrais há redução do tônus. Os baixos níveis de CO₂ estimulam a musculatura faríngea a reduzir ainda mais o calibre da via aérea, piorando a obstrução (em outras palavras, a APNEIA CENTRAL PODE GERAR UMA APNEIA OBSTRUTIVA, o que caracteriza a apneia MISTA na polissonografia).

24
Q

Qual o conceito de Loop Gain?

A

Razão entre a resposta ventilatória e o distúrbio ventilatório que a gerou.

25
Q

Qual valor do Loop Gain é considerado normal e qual indica instabilidade respiratória?

A
  • Normal = valor menor que 1 (resposta ventilatória menor que o distúrbio que a gerou, com retorno à ventilação basal com o passar do tempo)
  • Instabilidade respiratória = valor IGUAL OU MAIOR QUE 1, com resposta ventilatória é maior que o distúrbio que a gerou
26
Q

Quais os 3 principais fatores de risco para SAOS?

A
  • Obesidade
  • Sexo masculino
  • Idade avançada
27
Q

Quais os 3 principais fatores envolvidos na SAOS em pacientes obesos?

A
  • Redução da área seccional da faringe.
  • Redução da capacidade pulmonar residual e perda da tração caudal
  • Instabilidade do controle ventilatório
28
Q

Cite 5 principais fatores envolvidos na SAOS relacionadas a sexo masculino.

A
  • Maior área colapsável (faringe mais longa que as mulheres)
  • Menor área seccional da faringe (maior tendencia a gordura no pescoço).
  • Nivel maior de testosterona

Obs: mulheres na pós-menopausa possuem faringe mais longa tendo quase mesma incidência que nos homens.

Obs: administração de testosterona em homens com hipogonadismo pode induzir apneia do sono em alguns pacientes.

  • Resposta ventilatória mais intensa (instabilidade ventilatória).
  • Aumento de tecido adiposo mais na região central (redução da tração caudal).
29
Q

Cite 3 principais fatores que fazem com que o risco de apneia aumente progressivamente com a idade.

A
  • Fatores anatômicos citados anteriormente (gordura central e no pescoço)
  • Menor eficiência dos músculos dilatadores
  • Menor reflexo do genioglosso
30
Q

Existe relação da apneia com fatores genéticos e histórico familiar?

A

SAOS é considerada MAIS FREQUENTE EM PARENTES DE PRIMEIRO GRAU de portadores desse distúrbio, quando comparado a indivíduos saudáveis. Fatores anatômicos e ventilatórios estão associados com essa predisposição (níveis aumentados de HLA, obesidade, síndromes genéticas, etnias, sonolência excessiva, alteração do controle ventilatório, expressão de mediadores inflamatórios, etc). Porém, necessita trabalhos adicionais.