Cardio 2 - João Flashcards

1
Q

O que é pré-carga?

A

a pré-carga é definida como uma tensão exercida sobre as fibras miocárdicas durante seu máximo comprimento (final da diástole), por exemplo, é a tensão de um peso de 40kg exercida sobre um bíceps esticado e sem contração.

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2
Q

O que é pós-carga?

A

a pós-carga é definida como a pressão aórtica, ou seja, é a pressão que o ventrículo exerce na aorta por meio da ejeção do sangue ou é a força que o ventrículo tem que exercer para ejetar sangue. Em um coração normal ela é calculada através da pressão arterial sistólica

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3
Q

O que é volume sistólico?

A

o volume sistólico é o volume de sangue ejetado pelo ventrículo durante uma sístole, matematicamente é igual ao volume de sangue no início da sístole menos o volume de sangue no final dela. Ele não necessariamente é o sangue que vai para a circulação sistêmica (IA)

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4
Q

O que é volume diastólico final?

A

volume diastólico final é o volume máximo de sangue que o ventrículo consegue suportar durante o seu relaxamento.

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5
Q

O que é fração de ejeção?

A

a fração de ejeção é o valor atribuído à eficácia dos ventrículos, ou seja, é a porcentagem de sangue que o ventrículo ejeta (volume sistólico) em relação ao seu volume total (volume diastólico final)

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6
Q

O que é a Lei de Frank-Starling?

A

é a lei que determina que o volume de sangue ejetado pelo coração depende do volume no ventrículo imediatamente antes da sístole, o qual, por sua vez, depende do volume que retorna para o coração, ou seja, a lei de Frank-Starling assegura que, em função ventricular normal, o volume ejetado é equivalente ao volume do retorno venoso.

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7
Q

O que é estenose mitral e quais suas principais etiologias?

A

Estenose mitral é o estreitamento do orifício da valva mitral, restringindo o fluxo sanguíneo do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo durante a diástole. Suas principais etiologias são a febre reumática, a congênita e a degenerativa

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8
Q

Descreva a fisiopatologia completa da estenose mitral.

A

O orifício valvar normal possui de 4 a 6 cm2, contudo, na estenose mitral o orifício é reduzido para igual ou abaixo de 2,5 cm2. Isto ocorre devido a reação inflamatória crônica causada pela doença autoimune da febre reumática que ataca o tecido valvar e o transforma em tecido fibroso, fazendo com que as comissuras se fundem, as cordoalhas se unem e encurtam e as cúspides se tornam rígidas. Com a redução dessa área há o aumento do gradiente pressórico entre o AE e o VE a fim de manter o fluxo de sangue diastólico adequado (Frank-Starling), isto ocorre a partir da hipertrofia e remodelação do átrio esquerdo para que ele suporte o volume elevado de sangue (causa trombose in situ, fibrilação atrial, compressão do nervo laríngeo recorrente E, compressão do esôfago). O aumento da pressão no AE é transmitido de forma retrograda para as veias pulmonares, que, por sua vez refluem para os capilares e artérias pulmonares. Esse aumento da pressão capilar no pulmão causa congestão pulmonar e consequentemente edema pulmonar por meio do extravasamento de líquido para os alvéolos, o que diminui a área útil para as trocas gasosas, causando tosse, dispneia e DPN. Em casos mais graves o sangue chega a ficar congesto no ventrículo direito e átrio direito, podendo apresentar turgência jugular e insuficiência cardíaca direita.

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9
Q

Qual a relação entre a taquicardia e a piora dos sintomas da estenose mitral?

A

o aumento da FC encurta a diástole proporcionalmente mais do que a sístole e diminui o tempo de enchimento ventricular. A taquicardia, incluindo a associada a fibrilação atrial, aumenta o gradiente de pressão no AE, acentuando a congestão e a pressão do átrio, piorando os sintomas.

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10
Q

O que acontece com um paciente com estenose mitral durante exercicios fisicos?

A

Nos pacientes com EM grave o DC é normal ou perto do normal no repouso, mas aumenta menos do que deveria durante os exercícios físicos. Já em pacientes com EM muito grave a DC é abaixo do normal em repouso e pode não mudar no esforço. Dessa forma, durante atividades físicas, o paciente pode sentir dispneia intensa, palpitações e fadiga excessiva devido à congestão pulmonar aumentada e o DC pouco variável.

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11
Q

Quais são as manifestações clínicas de um paciente com estenose mitral?

A
  • Turgência jugular
  • Hepatomegalia
  • Ascite
  • Edema de membros inferiores
  • Dispneia aos esforços, DPN e ortopneia
  • Rouquidão – síndrome de ortner (compressão do nervo laríngeo)
  • Fadiga
  • Hemoptise (rompimento de capilares e veias)
  • Embolia (trombo -> AVC)
  • Palpitações (FA paroxística)
  • IC direita
  • Cansaço (queda do DC)
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12
Q

Como é o exame físico de um paciente com estenose mitral?

A

inspeção normal, palpação normal, ausculta:
- Sopro grave proto e telediastólico (EM leve) ou holossistólico (grave) em ruflar no foco mitral
- Hiperfonese de B1
- Estalido de abertura
P2 hiperfonética, se presença de HP

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13
Q

Quais exames complementares podemos pedir para um paciente com estenose mitral? O que espera ser encontrado neles?

A
  • ECG: onda P ‘’mitralis’’ -> onda P bífida, indica sobrecarga de AE (repolarização atrasada de AE); fibrilação atrial: ritmo irregular, FC > 100, contração descoordenada.
  • Rx de tórax: sinais de aumento do AE (quarto arco na silhueta cardíaca esquerda, luxação de brônquio fonte esquerdo e duplo contorno da silhueta cardíaca direita); congestão pulmonar
  • Ecocardiograma com Doppler: é a abordagem mais precisa para diagnostico e avaliação da estenose mitral; avalia a morfologia da valva; Escore de Wilkins.
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14
Q

Existe tratamento medicamentoso para estenose mitral? Se sim, qual?

A
  • Controlar a frequência cardíaca (aumentar tempo de diástole): beta blocks, BCC, digitais (inotrópico positivo).
  • Avaliar a congestão: diuréticos.
  • Evitar eventos cardioembólicos (FA, dilatação importante do AE): anticoagulante oral (varfarina)
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15
Q

Qual o tratamento cirúrgico para estenose mitral e quais suas indicações?

A
  • Valvoplastia por cateter balão
    o Ausência de trombos
    o Ausência de regurgitação mitral
    o Anatomia favorável (Wilkins < 8)
  • Cirúrgico
    o Todos os sintomáticos (NYHA III/IV)
    o Assintomáticos com HP ou FA (embolia sistêmica)
    OBS.: área < 1,5cm2
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16
Q

O que é insuficiência mitral e quais suas principais etiologias?

A

A insuficiência valvar mitral consiste no extravasamento patológico de sangue, sob pressão sistólica, do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo devido a uma incompetência do mecanismo de fechamento valvar mitral. Suas principais etiologias são:
* Febre reumática
* Síndrome do Prolapso da Valva Mitral (decorrente de doença sistêmica que altera o colágeno III)
* DAC (necrose da parede em que o musculo papilar está levando a não contração dele)
* Endocardite infecciosa (destruição das cordoalhas tendíneas)
* Doença do colágeno
* Secundaria a dilatação de VE (aumenta o tamanho do anel valvar fazendo com que o tamanho do folheto seja insuficiente)

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17
Q

Como a insuficiência mitral pode ser classificada?

A

Orgânica ou primária: ocorre devido à doença valvar intrínseca, como febre reumática, endocardite, doenças degenerativas.
Funcional ou secundária: ocorre devido ao remodelamento global ou regional do VE sem anormalidades na valva em si, como doença isquêmica e cardiomiopatias.
Crônica e Aguda: sendo a aguda causada por ruptura de cordoalha, musculo papilar ou endocardite infecciosa e a crônica por FR e doenças degenerativas.

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18
Q

Descreva a fisiopatologia completa da insuficiência mitral.

A

Durante a sístole ventricular parte do sangue que deveria ser ejetado para a circulação sistêmica regurgita para o AE. O AE recebe, então, a soma da circulação venosa pulmonar mais o volume de sangue regurgitado. Durante a próxima fase de enchimento ventricular o VE recebe o volume de sangue do AE (regurgitado + venoso pulmonar) e soma este volume com o que sobrou no VE (volume residual), acarretando uma sobrecarga do VE. O DC diminui, pois o fluxo sanguíneo opta por retornar ao AE do que vencer a pressão aórtica, e o resultado futuro é a congestão pulmonar. Assim, o paciente sente dispneia por causa do edema pulmonar, pode ocorrer TEP. Fisiologicamente, o ventrículo esquerdo dilata (aumento do volume diastólico final, aumento da pré-carga) permitindo que o volume sistólico (volume enviado para a circulação) e o DC permaneçam normais, na fase inicial.
Na fase final, na qual os mecanismos de compensação chegam ao seu limite e começam a falhar, há disfunção ventricular esquerda, diminuindo o DC efetivo e piora gradual da congestão venosa, além da dilatação do AE (risco de FA).

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19
Q

Como é o quadro clínico dos pacientes com insuficiência mitral leve, moderada e grave?

A
  • Assintomáticos (leve)
  • Dispneia progressiva aos esforços (moderada)
  • EAP ou evidência de IVD (grave)
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20
Q

Como é o exame físico do paciente com insuficiência mitral?

A

Palpação: Ictus cordis desviando para a esquerda e para baixo (dilatação do VE) -> complicação crônica.
Ausculta:
o Sopro holossistólico no foco Mi com irradiação para a região axilar
o P2 hiperfonética (caso tenha hipertensão pulmonar)
o B1 hipofonética -> a valva mitral não fecha ou não fecha por falta de tempo

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21
Q

Quais exames devem ser pedidos para o paciente com suspeita de insuficiência mitral? Quais achados são esperados nos exames?

A
  • ECG:
    o Sobrecarga de AE: onda P com duração aumentada, índice de Morris
    o Sobrecarga de VE: aumento da amplitude de QRS em derivações esquerdas (Sokolow e Cornell)
    o FA
    o Hipertensão pulmonar: eixo desviado para a direita e SVD
  • Radiografia de Tórax:
    o Aumento da silhueta cardíaca com dilatação de AE e VE
    o Sinais de congestão venosa pulmonar
    o Aumento da área cardíaca à custa das cavidades cardíacas esquerdas
    o Aumento da trama vascular pulmonar nos campos pulmonares superiores, indicativo de congestão pulmonar
  • Ecocardiograma com Doppler:
    o Confirmação diagnóstica
    o Define sua etiologia
    o Estima a FE e a gravidade da regurgitação
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22
Q

Existe tratamento farmacológico para a insuficiência mitral? Se sim, qual?

A
  • Tratamento da causa (não exclui a necessidade de cirurgia)
  • Enquanto aguarda a definição cirúrgica
    o Vasodilatadores intravenosos na IM aguda, importante e sintomática
    o Diuréticos na IM aguda, importante, sintomática e com sinais de congestão
    o Vasodilatadores orais na IM crônica importante, sintomática
    o Não há tratamento farmacológico definido para a IM crônica assintomática
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23
Q

Quais os critérios para tratamento intervencionista da insuficiência mitral?

A
  • Sintomáticos (CF NYHA II)
  • Assintomáticos com complicações
    o Fração de ejeção entre 30 e 60% e/ou diâmetro sistólico do VE > 40mm
    o Sinais de hipertensão pulmonar (PSAP > 50mmHg) ou presença de FA
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24
Q

Depois de avaliado para o tratamento intervencionista da insuficiência mitral quais são as opções de intervenção e seus critérios de escolha?

A
  • Valvoplastia: preserva o arcabouço fibroso da sustentação cardíaca – anatomia favorável
  • Troca valvar: anatomia desfavorável
  • Percutâneo: clipagem percutânea mitral (MitraClip): risco cirúrgico alto ou proibitivo + etiologia não reumática
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25
Q

O que é estenose aórtica e quais suas principais etiologias?

A

A estenose valvar aórtica consiste na abertura inadequada e diminuída dos folhetos da valva aórtica, durante a sístole ventricular. Essa restrição de abertura causa um aumento no gradiente de pressão sistólico entre o VE e a aorta. Suas principais etiologias são a febre reumática, valva aórtica bicúspide (CC mais comum) e degenerativa (calcificação do anel valvar).

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26
Q

Descreva a fisiopatologia da estenose aórtica.

A

Por causa da estenose aórtica, o VE encontra uma dificuldade maior para bombear o sangue através da valva até o arco aórtico, assim, de forma crônica, o VE sofre uma sobrecarga pressórica (aumento da pós-carga) e que o força a hipertrofiar de forma concêntrica, ou seja, aumentar a espessura de sua parede e reduzir a cavidade (disfunção diastólica – menor complacência). O coração entra então em uma fase compensada, onde a HVE concêntrica consegue normalizar o estresse da parede ventricular causada pelo aumento da pós-carga (devido a obstrução do fluxo), contudo perde sua capacidade de regular o DC, o qual encontra-se fixo ou aumenta pouco. Lei de Laplace:

Estresse Parietal Sistólico (pós-carga)=P x R/(2 x Espessura da parede)

Ao longo do tempo, se não tratada, a estenose aórtica entra então na fase descompensada, na qual os mecanismos cardíacos para superar o aumento da pressão chegam ao seu limite, fazendo com que o miocárdio perca a capacidade de contração necessária, o que leva a uma hipertrofia excêntrica por aumento da pressão diastólica final (volume residual + volume de enchimento diastólico). Nessa fase os miócitos estão degenerados, apoptóticos e há intensa fibrose do tecido cardíaco em decorrência da dilatação. Também é nesta em que os sintomas aparecem ou tornam-se mais graves e evidentes. Em suma, o coração torna-se insuficiente bombeando menos sangue (DC reduzido) e congestionando o fluxo retrogradamente para o AE (risco de FA) e para a circulação pulmonar.
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27
Q

Quais os sintomas da estenose aórtica e porque eles aparecem?

A
  • Angina: ocorre devido ao desequilíbrio entre consumo aumentado de O2 (inotropismo) pelo miocárdio hipertrofiado e à perfusão inadequada das coronárias por compressão destas (isquemia subendocárdica)
  • Síncope: em esforço – ocorre devido a baixa perfusão cerebral decorrente do DC fixo ou pouco variável + vasodilatação periférica; em repouso – ocorre devido ao DC reduzido e/ou pelas arritmias cardíacas.
  • Dispneia: ocorre devido à disfunção ventricular esquerda que causa a congestão pulmonar.
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28
Q

O aparecimento dos sintomas da estenose aórtica são indicativos sobrevida e estágio da doença. Qual é a ordem dos sintomas de acordo com gravidade e qual a sobrevida média após o aparecimento de cada um deles.

A

Sobrevida do paciente caso ele siga sem tratamento: angina 3 anos; síncopes 2 anos; dispneia 1 ano.

29
Q

Como é o exame físico de um paciente com estenose aórtica?

A
  • Pulso arterial diminuído, com baixa amplitude e duração prolongada (parvus et tardus)
  • Ausculta:
    o Sopro holossistólico em forma de diamante em foco aórtico.
    o Sopro pode irradiar para as carótidas, surgindo um frêmito palpável.
    o Desdobramento de B2 (prolongamento da sístole)
    o Presença de B4 devido à HVE concêntrica e aumento da pressão diastólica final do VE (é causada pelo sangue da contração atrial no enchimento do ventrículo)
    o Fenômeno de Gallavardin
30
Q

O que é parvus et tardus?

A

Parvus et tardus é o nome utilizado para descrever o pulso característico que pacientes com estenose aórtica possuem, ele é um pulso menos amplo mas com maior duração devido a contração prolongada do VE.

31
Q

Quais os exames complementares que são pedidos para os pacientes com suspeita de estenose aórtica? O que é esperado de se encontrar?

A
  • ECG: Hipertrofia ventricular esquerda; Sobrecarga atrial esquerda (Sokolow e Cornell).
  • Radiografia de tórax: não há alteração do índice cardiotorácico inicial pois a hipertrofia concêntrica não o aumenta.
  • Ecocardiograma com Doppler: É o exame diagnostico mais importante, pois fornece a anatomia valvar, a quantificação dos gradientes e da área valvar aórtica e determina a etiologia da estenose aórtica. O ecocardiograma transesofágico é o melhor para avaliar a valva aórtica.
32
Q

Existe tratamento farmacológico para a estenose aórtica? Se sim, qual?

A

Não, o tratamento clínico oferece muito pouco ao paciente, todos os pacientes com essa valvopatia são, geral, candidatos à cirurgia.

33
Q

Quais são os tipos de intervenção cirúrgica da estenose aórtica e quais as suas recomendações?

A

o Troca valvar: faz-se em pacientes jovens com baixo risco cirúrgico (mais informações e melhor sobrevida)
o TAVI: faz-se em pacientes que não podem realizar o procedimento cirúrgico.

34
Q

No caso da TAVI (endoprótese) para pacientes com estenose aórtica quais são as indicações e as comorbidades?

A

o Indicação: Idade > 75 anos; estenose aórtica de origem degenerativa; sintomática; área valvar < 0,8 cm2.
o Comorbidades: Aorta em ‘’porcelana’’; deformidades torácicas; DPOC grave; insuficiência renal grave (hemodiálise); cirrose com hipertensão portal; disfunção neurocognitiva degenerativa; contraindicação da cirurgia.

35
Q

O que é insuficiência aórtica e quais suas principais etiologias?

A

A insuficiência valvar aórtica caracteriza-se pelo fluxo retrogrado de sangue, durante a sístole, da aorta para o ventrículo esquerdo, produzindo uma sobrecarga de volume. Suas principais etiologias são a febre reumática, a valva aórtica bicúspide, endocardite infecciosa.

36
Q

A insuficiência aórtica tem duas origens. Quais são elas? Cite dois exemplos.

A

Doença primária da valva aórtica: Febre reumática, endocardite infecciosa
Doença primária da raiz da aorta: Dissecção de aorta ascendente, síndrome de Marfan

37
Q

Quais as classificações da insuficiência aórtica?

A
  • Aguda: ausência de mecanismos compensatórios
  • Crônica: ocorre de forma progressiva, o que mantem o paciente assintomático até o esgotamento dos mecanismos de compensação
38
Q

Descreva a fisiopatologia da insuficiência aórtica?

A

Durante a sístole, uma parte do volume sistólico retorna para o VE em vez de ir para a circulação sistêmica devido a incompetência da valva aórtica de se fechar corretamente. Na próxima diástole, o volume diastólico final do VE vai ser o volume regurgitado da sístole anterior + o sangue vindo do AE (aumento da pré-carga), ocasionando uma sobrecarga de volume no VE. Como mecanismo compensatório há hipertrofia ventricular esquerda excêntrica (replicação em serie dos sarcômeros e alongamento dos miócitos de das fibras cardíacas. Contudo, com o aumento do volume diastólico final vem acompanhando o aumento do volume sistólico (mesmo que boa parte retorne) o que causa um aumento da pós-carga, ou seja, há concomitantemente a sobrecarga de volume uma sobrecarga de pressão, o que causa hipertrofia ventricular esquerda concêntrica.
Quando os mecanismos compensatórios começam a falhar entramos na fase descompensada, na qual há progressiva deterioração dos miócitos e um declínio da função sistólica, progredindo, novamente, para a congestão venosa pulmonar.

39
Q

Quais são os sintomas da insuficiência aórtica compensada e descompensada?

A
  • Enquanto o VE aumenta gradualmente e cronicamente o paciente mantém-se assintomático.
  • Dispneia, ortopneia e DPN.
    o Ocorre na disfunção ventricular já estabelecida
    o Ocorre por aumento de pressão diastólica final secundária à sobrecarga de volume sanguíneo no VE, e consequente da congestão venosa e capilar pulmonar.
40
Q

A pressão diastólica é um fator determinante para a compreensão por completo da insuficiência aórtica. O que é a pressão diastólica? Qual sua relação com o sono? Como ela se comporta na insuficiência aórtica?

A

1) é o valor mínimo de pressão sanguínea dentro da aorta durante a diástole, ela é importante para a perfusão coronariana.
2) durante o sono, a pressão diastólica reduz por causa da bradicardia fisiológica
3) durante o sono a bradicardia aumenta o tempo da diástole, com o aumento da diástole a regurgitação aumenta e a pressão diastólica reduz mais ainda diminuindo a perfusão coronariana, nestes casos é possível do paciente sentir anginas noturnas que o despertam e melhoram após um tempo acordado.

41
Q

Quais os sintomas da insuficiência aórtica e quais as suas fisiopatologias?

A
  • Angina: ocorre pela redução do volume sistólico efetivo (sistêmico); pode ocorrer anginas noturnas pela bradicardia noturna.
  • ‘’Palpitações’’ ou desconforto torácico: pacientes se queixam disto em razão do impacto do coração contra a parede torácica.
42
Q

Como é o exame físico de um paciente com insuficiência aórtica?

A
  • Pulso arterial em martelo d’água ou Corrigan: ascensão rápida de alta amplitude e queda rápida.
  • Ausculta:
    o Sopro diastólico aspirativo de alta frequência e decrescente melhor audível no foco aórtico acessório
    o Em caso de dilatação da aorta o sopro é melhor audível no foco aórtico clássico.
    o Sopro de Austin-Flint: sopro diastólico em ruflar no foco mitral que simula uma estenose mitral, é causado pelo fluxo retrógrado da aorta que oclui parcialmente a valva mitral em sua abertura, configurando uma estenose mitral funcional.
  • Ictus cordis desviado para a esquerda e para baixo, devido a dilatação do VE.
  • Aumento da pressão de pulso – diferença entre pressão sistólica e diastólica.
  • OBS.: tudo pulsa em um paciente com insuficiência aórtica: sinal de Musset (cabeça), Minervi (base da língua), Quincke (leito ungueal).
43
Q

Quais exames complementares devem ser solicitados para um paciente com suspeita de insuficiência aórtica? O que se espera encontrar neles?

A
  • ECG: sinais de sobrecarga de câmaras esquerdas.
  • Radiografia de tórax: aumento da área cardíaca; dilatação da aorta.
  • Ecocardiograma com Doppler: avaliação da etiologia; diâmetro da aorta ascendente; diâmetros ventriculares e função ventricular; quantificação da regurgitação.
44
Q

Existe tratamento farmacológico para a insuficiência aórtica? Se sim, qual?

A

Não existe terapia para prevenir a progressão da doença e só se utilizam IECA e BRA quando a cirurgia é contraindicada, mesmo estes medicamentos tendo um efeito ok para tratar sintomáticos graves.

45
Q

Quais são as opções de terapia intervencionista para pacientes com insuficiência aorta? Quais são seus critérios?

A

Cirurgia de troca valvar: sintomáticos; assintomáticos com FEVE < 50%; diâmetros ventriculares VDiastolico > 75mm e VSistólico > 55mm
TAVI: sintomáticos com expectativa de vida > 1 ano com contraindicação cirúrgica

46
Q

Qual o conceito de CIA? Quais são os locais de possíveis comunicações?

A

Comunicação interatrial. Caracteriza-se por qualquer abertura no septo que separa as cavidades atriais (é diferente de forame oval patente). Essa é responsável por 10% das cardiopatias congênitas no mundo.

Classificação
A. Ostium secundum (mais comum)
B. Ostium primum (comum na síndrome de down)
C. Seio venoso
D. Seio coronário

47
Q

Descreva a fisiopatologia da CIA.

A

A CIA é um shunt de sangue entre o AE e o AD e a direção e o tamanho do fluxo dependem do tamanho da CIA e da complacência ventricular. No início da doença o shunt é AE -> AD, pois o átrio esquerdo possui maior pressão na sua contração (8mmHg contra 4mmHg), assim, há sobrecarga nas câmeras direitas pelo aumento do volume sanguíneo no coração direito e aumento do fluxo sanguíneo pulmonar. O átrio e o ventrículo direitos se dilatam e as artérias pulmonares ‘’engrossam’’ para suportar o novo aporte sanguíneo, o que leva à hipertensão pulmonar.

48
Q

Descreva a Síndrome de Eisenmenger

A

É uma complicação causada pelas comunicações crônicas anormais do coração (CIA, CIV e PCA). É uma doença obstrutiva vascular pulmonar que se desenvolve em consequência de um grande shunt E -> D, de maneira que as pressões arteriais pulmonares chegam próximas da pressão arterial sistêmica e impede a passagem do sangue do VD para as artérias pulmonares e, assim, por incompetência do sangue fluir corretamente do VD para as AP. Quando isso ocorre a as comunicações anormais cardíacas não pode ser fechada pois caso ocorra, o coração entraria em falência aguda pois o VD não conseguiria bombear sangue para o pulmão, o sangue não chegaria ao coração esquerdo e todo o sangue ficaria retido no coração direito, impedindo todo o fluxo arterial e congestionando o venoso.

49
Q

Qual é o quadro clínico da CIA?

A
  • Assintomático (leve)
  • Palpitações (FA), sintomas de IVD (congestão pré pulmonar), cianose (shunt D -> E)
50
Q

Como é o exame físico da CIA?

A

*Ausculta
o Desdobramento fixo da segunda bulha (aumento do volume no VD – atraso no fechamento da pulmonar)
o Se hiperfluxo pulmonar, sopro sistólico ejetivo suave no 2° EIE
o O FLUXO DA CIA NÃO CAUSA SOPRO

51
Q

Quais são os exames complementares que podemos solicitar na suspeita de CIA? Quais são os achados esperados?

A
  • ECG: sobrecarga de VD, bloqueio de ramo direito
  • Radiografia de tórax: aumento da trama vascular pulmonar; abaulamento do tronco da AP; aumento da área cardíaca às custas da dilatação do AD e VD.
  • Ecocardiograma: dilatação do AD e VD; identifica tamanho, localização e fluxo da CIA; algumas vezes é necessário o ETE para melhor definição anatômica.
52
Q

Como tratamento é o tratamento da CIA no adulto?

A
  • Clínico: controle da IC e das arritmias
  • Percutâneo: fechamento com dispositivo de Amplatzer
    Tratamento Cirúrgico:
  • Atriosseptoplastia com retalho de pericárdio bovino ou sutura primária
  • Opção para o caso do seio venoso, OP e OS caso a anatomia não seja adequada.
53
Q

Quando é indicado o tratamento de CIA Ostium Secundum?

A
  • Comprometimento da capacidade funcional
  • Aumento do AD e/ou do VD
  • Pressão sistólica da artéria pulmonar menor que 50% da sistêmica e a resistência vascular pulmonar menor que um terço da sistêmica.
54
Q

Quando não trata a CIA? E porque?

A
  • Quando houver pequenas falhas e shunts esquerdo-direito triviais
  • Em indivíduos com doença vascular pulmonar grave sem shunt esquerdo-direito significativo ou shunt D-E (síndrome de Eisenmenger)
55
Q

Qual o conceito de CIV? Como é sua epidemiologia?

A

Comunicação interventricular. Caracteriza-se por qualquer abertura no septo que separa as cavidades ventriculares. É a cardiopatia congênita mais comum, quando excluída a valva aórtica bicúspide – correspondendo a 20-25%. Várias cardiopatias congênitas apresentam CIV associada. Das CIVs 20-40% fecham até antes dos 2 anos e 90% fecham-se até os 10 anos.

56
Q

A CIV é classificada em 4, quais são elas?

A
  • Membranosa (70%)
  • Muscular (20%)
  • Do tipo via de entrada (8%)
  • Do tipo via de saída (5-7%)
57
Q

Descreva a fisiopatologia da CIV.

A

A CIV é uma comunicação no septo ventricular que permite a comunicação e a formação de um shunt de sangue entre o VE e o VD durante a sístole, permitindo que o sangue oxigenado entre pela artéria pulmonar. Esse aumento do fluxo sanguíneo pulmonar faz com que haja o aumento da pressão capilar nos pulmões, há a sobrecarga volumétrica nas câmaras esquerdas do coração (dilatação de AE e VE). Ao decorrer do tempo, há o aumento da resistência vascular pulmonar e hipertensão arterial pulmonar que causa lesão endotelial, que evolui para fibrose e torna-se irreversível (Síndrome de Eisenmenger). Na CIV também possuímos o fenômeno da Síndrome de Eisenmenger, quando a pressão pulmonar chega próxima da pressão sistêmica, assim, novamente é impossível tratar, pois o ventrículo direito não tem capacidade de superar a resistência vascular pulmonar sem o auxílio do VE.
OBS.: a pressão na sístole dos ventrículos direito e do esquerdo, respectivamente, é 24mmHg e 120mmHg, mas na diástole ambos os ventrículos se igualam em pressão, quase 0mmHg. Dessa forma, inicialmente, todo o sangue oxigenado que passa pela comunicação interventricular vai para a artéria pulmonar e não para no VD e, assim, não há sobrecarga de pressão dessa câmara.

58
Q

Como é o quadro clínico da CIV?

A
  • CIV pequenas: assintomáticas
  • CIV maiores: Dispneia, taquicardia, sudorese e insuficiência cardíaca
59
Q

O que é encontrado no exame físico do paciente com CIV?

A

*Ausculta
o Sopro holossistólico evidente no bordo esternal esquerdo baixo, comumente associado a frêmito. CIV grande → P2 hiperfonética
o Equalização das pressões pulmonares pelo aumento da resistência vascular pulmonar → sopro diminui e desaparece

60
Q

Quais são os exames diagnósticos solicitados para os pacientes com suspeita de CIV?

A

*Eletrocardiograma
o CIV pequenas → Normal
o CIV maiores → Sobrecarga biventricular
o Com HP → Desvio do QRS para a direita e sobrecarga de AD
*Ecocardiograma
o Dilatação das câmaras cardíacas e da artéria pulmonar
o Pressão da artéria pulmonar
o Identifica diretamente a localização, o tamanho e o fluxo da CIV
Eu acho q tem Rx tbm mas n tem no slide :(

61
Q

Como é o tratamento de CIV no adulto?

A

*Clínico
o CIV pequenas, isoladas, restritivas, com ausência de complicações, fluxo pequeno pela CIV e pressão pulmonar normal.
*Cirúrgico
o CIV com grande fluxo, SVE, QP/QS ≥ 1,5 ou de via de saída com insuficiência aórtica.
*Percutâneo
o CIV com anatomia favorável (CIV muscular ou perimembranosa) com grande fluxo, QP/QS ≥ 1,5, SVE.

62
Q

Qual o conceito de PCA?

A

Persistência do Canal Arterial. O canal arterial é uma estrutura presente no feto que comunica a aorta e a artéria pulmonar, desviando o fluxo do ventrículo direito para a circulação sistêmica. Normalmente, ele se fecha logo após o nascimento. Quando isso não acontece, há fluxo da aorta para a artéria pulmonar. É responsável por 10% das CC e é raro em adultos já que os shunts maiores são assintomáticos já na infância.

63
Q

Descreva a fisiopatologia da PCA.

A

Na comunicação aorta -> artéria pulmonar há um shunt sanguíneo que leva sangue oxigenado para o pulmão. O comprometimento fisiológico depende do tamanho do canal e da resistência vascular pulmonar, já que com o aumento do volume sanguíneo nos vasos pulmonares há aumento da resistência. A PCA impõe uma sobrecarga de volume sobre as câmaras esquerdas, que leva a dilatação do AE e VE, levando a uma disfunção do VE e aumento da resistência vascular pulmonar. Algumas complicações graves, secundárias à detecção tardia, são a hipertensão pulmonar, a Síndrome de Eisenmenger, calcificação, endocardite e insuficiência cardíaca.

64
Q

Como é o quadro clínico da PCA?

A
  • PCA pequena: Assintomáticos.
  • PCA maiores: dispneia ou palpitações por arritmias atriais e eventualmente presença cianose diferencial (localização anatômica do canal).
65
Q

O que é possível ser encontrado no exame físico de um paciente com PCA?

A

*Ausculta
o Sopro contínuo, “em maquinaria” (trem), alcançando o pico no fim da sístole
o Mais bem audível no 1° ou 2° EIE

66
Q

Quais exames diagnósticos devem ser solicitados para os pacientes com suspeita de PCA? E quais são os achados esperados?

A

*Eletrocardiograma: Usualmente normal, SVE nas PCAs grandes
*Radiografia de tórax: Aumento da área cardíaca à custa do VE, aumento da circulação pulmonar, calcificação ductal; PCA grandes: aumento da área cardíaca, aumento do tronco da artéria pulmonar e da aorta e aumento da trama vascular pulmonar
*Ecocardiograma:
o É a chave do diagnóstico. Identifica o canal e seu tamanho, demonstra o shunt.
o Tamanho das cavidades – evidência indireta da magnitude do shunt.

67
Q

Como é o tratamento da PCA?

A
  • A PCA deverá ser fechada se houver sinais de sobrecarga de VE e na ausência de hipertensão pulmonar irreversível (Síndrome de Eisenmenger).
  • Pode ser fechada de forma percutânea se o canal for menor que 8mm.
68
Q
A