16) Mobilização - Leal (Coronelismo, enxada e voto) e Limongi ( Fazendo Eleitores e Eleições: Mobilização Política e Democracia no Brasil Pós-Estado) Flashcards
(18 cards)
Qual é o contexto e o problema central do estudo de Limongi em Fazendo Eleitores e Eleições?
Fernando Limongi analisa a dinâmica eleitoral brasileira pós-Estado Novo (1945–1964), questionando a ideia de que eleições competitivas exigem eleitores independentes e voto livre, destacando práticas tradicionais de mobilização.
O que significa “fazer eleitores” segundo Limongi?
Políticos organizam alistamentos, providenciam transporte e até cédulas preenchidas, “fazendo” eleitores. Esse controle não impede a competição, pois partidos rivais também mobilizam suas bases.
Como Limongi descreve a competição eleitoral?
Inspirado por Cox, Limongi argumenta que a competição não exige persuasão ideológica. Mesmo com votos “controlados”, há incerteza nos resultados, pois partidos competem para mobilizar mais eleitores.
Qual é a abordagem metodológica de Limongi?
Limongi usa dados históricos, discursos parlamentares e análises legislativas para reconstruir as eleições brasileiras de 1945–1964, destacando a competição apesar de práticas clientelistas.
O que Limongi conclui sobre a transição democrática de 1945?
A transição de 1945 foi um rearranjo das elites e suas estratégias eleitorais, não apenas uma mudança institucional, com a oposição ganhando espaço real.
Como os partidos se estruturaram no período analisado por Limongi?
PTB, PSD e UDN surgiram com bases e lógicas distintas, refletindo divisões internas do regime getulista, misturando mobilização de massa com práticas locais tradicionais.
Qual é a principal implicação teórica do estudo de Limongi?
Desafia noções normativas de democracia baseada em voto livre, mostrando que a incerteza nos resultados eleitorais é essencial para a competição, mesmo em contextos clientelistas.
Qual é uma limitação do estudo de Limongi?
O foco em elites e partidos dá menos atenção às bases populares e seus interesses autônomos, além de negligenciar aspectos culturais, como valores democráticos.
Qual é o contexto e o problema central de Coronelismo, Enxada e Voto de Leal?
Victor Nunes Leal analisa a Primeira República (1889–1930), mostrando como o coronelismo articulava poder local e central, permitindo uma democracia formal coexistir com práticas oligárquicas e clientelistas
O que é o coronelismo segundo Leal?
O coronelismo é um pacto local-nacional onde coronéis controlavam votos em troca de apoio estadual e federal, garantindo estabilidade e reprodução do poder das elites agrárias.
Como o voto funcionava no sistema de coronelismo de Leal?
Apesar de formalmente universal (para homens alfabetizados), o voto era controlado por redes clientelistas, com eleitores dependendo economicamente dos coronéis, que entregavam resultados previsíveis.
Qual é a abordagem metodológica de Leal?
Leal combina análise histórica, institucional e sociológica, usando dados eleitorais, relatos históricos e documentos administrativos para mostrar o acordo entre coronéis e chefes estaduais.
Qual é o papel do coronelismo segundo Leal?
O coronelismo era um mecanismo de mediação entre Estado e sociedade, garantindo estabilidade política em um contexto rural e patrimonialista, apesar da exclusão e desigualdade.
Como Leal vê as eleições e a autonomia municipal?
Eleições eram rituais de legitimação das elites, e a autonomia municipal era aparente, com coronéis dependentes do centro para manter privilégios.
Qual é a principal implicação teórica do estudo de Leal?
Mostra como democracias formais podem operar sob lógicas oligárquicas, antecipando debates sobre clientelismo, patrimonialismo e dificuldades de consolidação democrática.
Qual é uma limitação do estudo de Leal?
O foco no campo minimiza dinâmicas urbanas emergentes e formas alternativas de participação política, como resistências populares.
Como Limongi e Leal se conectam no estudo do clientelismo?
Ambos analisam como práticas clientelistas (coronelismo em Leal, mobilização direta em Limongi) coexistem com competição eleitoral, mas Leal foca na estabilidade oligárquica da Primeira República, enquanto Limongi destaca a incerteza competitiva pós-1945.
Como Limongi e Leal abordam a mobilização eleitoral?
Leal vê a mobilização como controle dos coronéis para resultados previsíveis, enquanto Limongi mostra que a mobilização direta por partidos no pós-1945 gerava incerteza, permitindo competição real.