Síndromes Dispépticas Flashcards
O que é dispepsia?
Dor epigástrica > 1 mês.
O que compõe a síndrome dispéptica?
- Dispepsia.
- Saciedade precoce.
- Plenitude pós-prandial.
- Azia (queimação epigástrica).
Quais os fatores de risco para câncer de estômago?
- > 40 anos.
- Sinais de alarme (emagrecimento, anemia, disfagia, odinofagia e massa abdominal palpável).
Qual o primeiro passo na investigação de um paciente com dispepsia COM > 40 anos ou fatores de risco?
Solicitar EDA!
Quais os resultados da EDA na investigação da dispepsia?
- Se positiva: dispepsia orgânica (úlcera, CA, etc) → tratar causa.
- Se negativa: dispepsia funcional → pesquisar e tratar H. pylori.
Qual o primeiro passo na investigação de um paciente com dispepsia < 40 anos e SEM fatores de risco?
Pesquisar e tratar H. pylori.
Como proceder se a pesquisa para H. pylori for negativa?
- IBP.
- Se falha, antidepressivos triciclicos.
- Se falha, procinéticos (domperidona).
Paciente vem ao PS com queixa de queimação retroesternal e abdominal. Alega episódios de regurgitação leve. Qual o diagnóstico?
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
Todo refluxo é patológico?
Não! Apenas se sintomático ou alterações endoscópicas!
Como ocorre a DRGE?
Relaxamento transitório do esfíncter esofagiano inferior NÃO relacionado a deglutição.
Quais os sintomas esofagianos da DRGE?
- Pirose (queimação retroesternal): é específica de DRGE!
- Regurgitação.
- Gosto amargo na boca.
Quais os sintomas atípicos (extraesofagianos) da DRGE (10% dos paciente)?
- Tosse (20% dos casos de tosse crônica).
- Broncoespasmos.
- Rouquidão.
- Sinusite.
- Otite média aguda.
OBS.: frequentemente não são acompanhados de sintomas esofágicos.
Qual o mecanismo dos sintomas atípicos na DRGE?
- Microaspiração de conteúdo gástrico.
- Reflexo vagal.
Qual o primeiro exame a ser feito na suspeita de DRGE?
Prova terapêutica com IBP dose plena 1x/dia por 4-8 semanas.
Quando solicitar EDA na DRGE?
- Idade > 40-45 anos.
- Sinais de alarme.
- Sintomas refratários ao tratamento.
OBS.: sintomas atípicos NÃO SÃO INDICAÇÃO!
Qual a principal utilidade da EDA?
- Descartar câncer.
- Identificar complicações da DRGE (50% dos pacientes).
OBS.: EDA normal NÃO descarta refluxo (baixa sensibilidade)!
Qual a classificação endoscópica de refluxo de Savary-Miller?
- I: erosões em apenas UMA prega longitudinal.
- II: erosões em DUAS OU MAIS pregas, mas menos que toda a circunferência esofágica.
- III: erosões em toda circunferência esofágica.
- IV: úlcera ou estenose péptica.
- V: esôfago de Barret.
Qual o exame padrão-ouro na DRGE?
pHmetria de 24h (futuramente, impedâncio-pHmetria).
Quais as indicações de pHmetriana DRGE?
- Sintomas atípicos.
- Antes de cirurgia antirrefluxo.
- Sintomas refratários à terapêutica com EDA normal.
Quando a pHmetria é sugestiva de DRGE?
> 7% das medidas do pH esôfagico menores que 4,0.
Quando utilizar a esofagomanometria na DRGE?
Na escolha da técnica operatória.
Quais as complicações da DRGE?
- Esofagite.
- Erosões e úlceras de esôfago.
- Estenose péptica( disfagia intermitente)
- Esôfago de Barret.
A intensidade e frequência dos sintomas na DRGE têm relação com o grau de esofagite?
Não!
Paciente com DRGE há 8 anos começa a apresentar disfagia progressiva pra sólidos. EDA descartou neoplasia. Qual o diagnóstico?
Estenose péptica.
O que é o esôfago de Barret?
Metaplasia intestinal do esôfago, substituindo o epitélio escamoso.
Qual a clínica do esôfago de Barret?
Melhora dos sintomas de DRGE após anos com a doença.
Qual o dado da EDA sugere (mas não confirma nem diagnostica) esôfago de Barret?
Mucosa esofágica com coloração vermelho salmão.
Como é feito o diagnóstico de esôfago de Barret?
Histopatológico (presença de células colunares e caliciformes).
Qual o grande problema do esôfago de Barret?
É o principal fator de risco para adenocarcinoma de esôfago (quanto mais extenso, maior o risco).
Qual o tratamento da DRGE?
- Medidas antirrefluxo (elevar cabeceira da cama, perder peso, parar de fumar, evitar alimentos desencadeantes e fracionar a dieta).
- Inibidor de bomba de prótons (IBP) em dose plena 1x/dia por 4-8 semanas.
O que fazer no caso de recorrência dos sintomas após 8 semanas?
Continuar o uso sobre demanda ou crônico.
O que fazer nos casos sem melhora após 8 semanas?
Utilizar dose dobrada (2x/dia).
O que fazer se, mesmo com dose dobradade IBP, não haver melhora dos sintomas de DRGE?
Investigar outras causas (EDA, pHmetria).
Quais as complicações do uso crônico de IBPs?
- Pólipos intestinas.
- Deficiência de micronutrientes (ferro, vit. B12 → demência).
- Hipergastrinemia.
Quais as indicações do tratamento cirúrgico da DRGE?
- Alternativa ao tratamento contínuo em pacientes < 40 anos.
- Refratariedade ao tratamento clínico (com EDA normal).
- Intolerância aos IBPs.
- Complicações.
OBS.: a indicação cirúrgica do Esôfago de Barret não é consensual…
Qual exame sempre deve ser solicitado antes da cirurgia do DRGE?
pHmetria de 24h.
manometria ( para avaliar se há peristalse)
- se peristase boa: fundoplicatura total
- se peristalse ruim fundoplicatura parcial
Qual a cirurgia de escolha na DRGE?
Fundoplicatura videolaparoscópica.
Quais as técnicas de fundoplicatura se manometria normal?
Nissen (360°) com válvula curta (é a técnica de escolha).
Quais as técnicas de fundoplicatura se manometria com dismotilidade esofágica?
- Fundoplicatura parcial anterior: Dor (180°) e Thal (90°) com válvula longa.
- Fundoplicatura parcial posterior: Toupet-Lind (270°) com válvula longa.
“Como dói o tal do topete lindo!”
Qual a principal complicação intraoperatória da fundoplicatura? E a pós-operatória?
Pneumotórax. Disfagia (síndrome pós-fundoplicatura).
Qual o tratamento da estenose péptica?
Dilatação pneumática. Não contraindica a fundoplicatura.
Qual o tratamento do esôfago de Barret (segundo o ACG)?
- Sem displasia: EDA a cada 3-5 anos.
- Diaplasia leve: ablação endoscópica (ou acompanhamento anual).
- Displasiade alto grau (adenocarcinoma in situ): ablação endoscópica.
- IBP ad eternum.
Qual o tratamento do esôfago de Barret (segundo o Consenso Brasileiro)?
- Sem displasia: EDA com 1 anos, depois de 2/2 anos.
- Displasia leve: biópsia de 6/6 meses, depois anual.
- Displasia de alto grau (carcinoma in situ): esofagectomia, ou EDA de 3/3 meses.
- IBP ad eternum.
OBS.: com o tratamento adequado, pode haver reversão do esôfago de Barret.
O que é hérnia de hiato?
Protusão do estômago acima do diafragma.
Qual a classificação da hérnia de hiato?
- Deslisamento (tipo I): herniação da junção esofagogástrica (é a mais comum).
- Rolamento (tipo II): herniação do fundo gástrico (não relacionada com DRGE, mas pode ter isquemia/volvo).
- Mista (tipo III).
Qual o aspécto radiográfico de uma hérnia de hiato?
Bulha gástrica no tórax.
A hérnia de hiato sempre se associa com refluxo?
Não! Frequentemente assintomática!
Qual o tratamento de DRGE associada a hérnia de hiato?
Tratamento clínico (medidas antirrefluxo + IBP).
Se falha terapêutica na DRGE associada a hérnia de hiato, qual o tratamento?
Histoplastia com fundoplicatura.
Na investigação de DRGE a pesquisa de H. pylori deu positiva, junto com gastrite enematosa. Deve-se erradicar a bactéria?
Não! H. pylori não tem relação com refluxo (pelo contrário, protege)!
Obs.: gastrite enematosa não quer dizer nada…
Paciente vem ao PS com queixa de dor epigástrica a 3 meses. Relata também empachamento e saciedade precoce. Faz uso frequente de AINES. Qual o diagnóstico?
Doença ulcerosa péptica (DUP)?
Como ocorrem as úlceras pépticas?
Diminuição das defesas da mucosa e aumento da acidez estomacal, levando a danos.