Anemia de doença crônica Flashcards
(3 cards)
Qual a fisiopatologia da anemia de doença
crônica?
INTRODUÇÃO:
DOENÇA CRÔNICA (INFLAMATÓRIA, INFECCIOSA, NEOPLÁSICA) CITOCINAS
HEPCIDINA FERRO PRESO NA FERRITINA (bloqueio na mobilização dos estoques) E ↓TRANSFERRINA (proteína que transporta o ferro).
O paciente deve ser portador, claro, de uma doença que esteja durando muito tempo. Mas, mais do que isso, é necessário que haja um componente de inflamação! Pode ser uma
doença crônica de natureza infecciosa (tuberculose é um grande exemplo), inflamatória (artrite reumatoide, LES, dermatopolimiosite) ou neoplásica. Essas doenças liberam citocinas
que atingem o fígado e promovem a liberação de HEPCIDINA. A hepcidina é responsável por fazer duas coisas: deixa o ferro ‘preso’ na ferritina, deixando-o indisponível; e diminui a produção hepática de transferrina. A fisiopatologia tem caído em prova! Essas 2 consequências conseguem justificar todo o laboratório de uma pessoa portadora de anemia da doença crônica.
Qual a cinética do ferro da anemia crônica?
LABORATÓRIO:
↓FERRO SÉRICO
O ferro sérico é o ferro que se encontra na transferrina. Lembre-se: existe ferro, mas está indisponível, pois está preso no estoque, preso na ferritina! Então, há uma
redução do ferro sérico. Isso também acontece na anemia ferropriva, mas de maneira diferente. Lá não havia ferro corporal! Aqui tem de sobra, mas ele está
indisponível!
↑FERRITINA
A ferritina está aumentada, pois o ferro todo está preso na forma deste estoque de ferritina… É a grande chave para diferenciar da anemia ferropriva! Lá havia
consumo de ferritina! Aqui ela está aumentada!
↓TIBC
O TIBC sempre acompanha a variação de transferrina! Como há uma menor síntese de transferrina no fígado, há uma diminuição do TIBC.
↓SATURAÇÃO DE TRANSFERRINA (ou normal)
A saturação da transferrina depende da quantidade de ferro circulante (que é o ferro que circula na transferrina) e da quantidade da própria transferrina. Aqui, há
redução dos dois, mas como geralmente o ferro sérico cai de modo mais intenso, a saturação de transferrina cai discretamente. É um dado menos importante.
INICIA NORMO/NORMO E DEPOIS FICA MICRO/HIPO
No hemograma vamos ter uma repercussão idêntica àquela da anemia ferropriva: aqui há a redução do ferro sérico, que é o ferro que circula e é oferecido a medula
óssea. A medula óssea, então, quando percebe que menos ferro chega a ela, num primeiro prioriza a produção de hemácias de qualidade em detrimento de grandes
quantidades! A anemia de doença crônica, inicialmente, é normo/normo. Agora… Em doenças crônicas mais arrastadas, chega um momento em que não se consegue
manter a produção de hemácias nem em qualidade e nem quantidade. A anemia se torna micro/hipo. Mas fique atento para a prática! Na anemia
ferropriva, o clássico de encontramos é uma anemia micro/hipo! Na anemia da doença crônica, o que é mais clássico de
encontrarmos é uma anemia normo/normo! Vale para a prática e para a prova! Para ficar micro/hipo teria que ser uma doença muuuito arrastada, com
um componente inflamatório muuito importante. Essa confusão é o que mais costuma aparecer em prova: as diferenças entre ferropriva e doença crônica! Fique
atento para a ferritina e TIBC!
Qual o tratamento da anemia crônica?
TRATAMENTO:
TRATAR A CAUSA BASE (NÃO PRECISA REPOR FERRO)!
Não é para dar ferro para tratar anemia de doença crônica! A pessoa não precisa de ferro, pois ela tem ferro demais. O que se faz é tratar a causa base! Se é
tuberculose, trata a tuberculose! Se é artrite reumatoide, trata a artrite reumatoide! Vamos tentar acabar com a inflamação que tudo irá se resolver!