Aula 02: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º, XXXII a LXXIX) Flashcards

(45 cards)

1
Q

Direito do consumidor, inciso e observações.

A

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
- A defesa do consumidor foi elevada à condição de princípio da ordem econômica por sua importânica no art. 170º.
- Norma de eficácia limitada, pois necessitou a edição da edição do Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/1990).
Obs.: Segundo o STF, as instituições financeiras também são alcançadas pelo Código de Defesa do Consumidor.
Obs.: em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional, serão aplicadas as normas de convenções internacionais.

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2
Q

Direito à informação, inciso e observações.

A

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
- Combinado com o princípio da publicidade, obriga todos os órgãos e entidades da Administração Pública, direta e indireta (incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista), a dar conhecimento aos administrados da conduta interna de seus agentes. O princípio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigação de transparência.

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3
Q

Direito à informação:
- Titulares
- Âmbito de proteção
- Exceções

A
  • Titulares: Pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras
  • Âmbito de proteção: Informações de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral
  • Exceções: informações imprescindíveis à segurança da sociedade ou do estado
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4
Q

Os tratados internacionais e a própria Constituição Federal convergem no sentido de reconhecer não apenas a ampla liberdade de acesso às informações públicas, corolário do direito à liberdade de expressão, mas também a possibilidade de restringir o acesso, desde que…

A

(i) haja previsão legal;
(ii) destine-se a proteger a intimidade e a segurança nacional; e
(iii) seja necessária e proporcional.

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5
Q

Qual a lei de regulamentação do art 5º, inciso XXXIII?

A

Lei nº 12.527/2011, a conhecida Lei de Acesso à Informação. É ela que define o procedimento para a solicitação de informações aos órgãos e entidades públicas, bem como os prazos e as formas pelas quais o acesso à informação será franqueado aos interessados.

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6
Q

Qual o remédio constitucional a ser usado pelo particular no caso de lesão ao direito à informação?

A

O mandado de segurança, pois se busca garantir o acesso a informações de interesse particular do requerente ou de interesse coletivo ou geral e não àquelas referentes à sua pessoa (que seria a hipótese de cabimento de habeas data).

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7
Q

Direito de petição e o direito de certidões, inciso.

A

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Obs.: Em ambos os casos, assegura-se o não pagamento de taxas, por serem ambas as hipóteses essenciais ao próprio exercício da cidadania.

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8
Q

O que são Petições e Certidões?

A
  • Petição: é um pedido, uma reclamação ou um requerimento endereçado a uma autoridade pública. Instrumento de exercício da cidadania, que permite a qualquer pessoa se dirigir ao poder público para reivindicar algum direito ou informação. Por esse motivo, o impetrante pode fazer um pedido em favor de interesses próprios, coletivos, da sociedade como um todo ou até mesmo de terceiros. O pedido tem que ser feito por documento escrito.
  • Certidão: é um atestado ou um ato que dá prova de um fato. Cópia autêntica feita por pessoa que tenha fé pública, de documento escrito registrado em um processo ou em um livro. Segundo a Lei Federal nº 9.051/1995, as certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deverão ser expedidas no prazo improrrogável de 15 (quinze) dias.
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9
Q

A Constituição da República garante aos cidadãos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a gratuidade na obtenção de certidões nas repartições públicas, desde que:

A

Condiciona-se à demonstração de que a certidão é solicitada para a defesa de direitos ou o esclarecimento de situações de interesse pessoal.

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10
Q

Diferença em relação as finalidades do direito de petição e do direito às certidões

A

1) O direito de petição tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso de poder.
2) O direito à obtenção de certidões tem como finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de situações de interesse pessoal. Quando o pedido tiver como objeto interesse indireto ou de terceiros, mostra-se imprescindível a explicitação das finalidades do requerimento.
Obs.: ambos servem para a defesa de direitos. Entretanto, a petição também é usada contra ilegalidade ou abuso de poder, enquanto as certidões têm como segunda aplicação possível o esclarecimento de situações de interesse pessoal.

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11
Q

Qual é o remédio constitucional destinado a proteger o direito de certidão?

A

O remédio constitucional que protege o direito de certidão é o mandado de segurança.
É errado dizer que é o habeas data, que é utilizado quando não se tem acesso a informações pessoais do impetrante que constam em um banco de dados mantido por um órgão público ou quando se deseja retificá-las.
Quando alguém solicita uma certidão, já tem acesso às informações; o que quer é apenas receber um documento formal do poder público que ateste a veracidade das informações. Portanto, é incabível o habeas data.

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12
Q

Princípio da inafastabilidade de jurisdição, inciso e observações.

A

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Somente o Poder Judiciário poderá decidir uma lide em definitivo. isso não impede que o particular recorra administrativamente ao ter um direito seu violado: ele poderá fazê-lo, inclusive apresentando recursos administrativos se for o caso. Entretanto, todas as decisões administrativas estão sujeitas a controle judicial, mesmo aquelas das quais não caiba recurso administrativo.

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13
Q

Sistema de jurisdição adotado pelo Brasil?

A

No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição, que é o sistema de jurisdição una. Nesse modelo, somente o Poder Judiciário pode dizer o Direito de forma definitiva, isto é, somente as decisões do Judiciário fazem coisa julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, está o sistema francês de jurisdição (contencioso administrativo), no qual tanto a Administração quanto o Judiciário podem julgar com caráter definitivo.

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14
Q

Existe no Brasil a “jurisdição condicionada” ou “instância administrativa de curso forçado”

A

Em razão do princípio da universalidade de jurisdição, não! Isso quer dizer que o acesso ao Poder Judiciário independe de processo administrativo prévio referente à mesma questão.

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15
Q

Exceções nas quais a jurisdição é condicionada, ou seja, somente é possível acionar o Poder Judiciário depois de prévio requerimento administrativo:

A

a) habeas data — um requisito para que seja ajuizado o habeas data é a negativa ou omissão da Administração Pública em relação a pedido administrativo de acesso a informações pessoais ou de retificação de dados.
b) controvérsias desportivas — o art. 217, § 1º, da CF/88, determina que “o Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”.
c) reclamação contra o descumprimento de súmula vinculante pela Administração Pública — o art. 7º, § 1º, da Lei nº 11.417/2006, dispõe que “contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas”. A reclamação é ação utilizada para levar ao STF caso de descumprimento de enunciado de súmula vinculante (art. 103-A, § 3º). Segundo o STF, a reclamação está situada no âmbito do direito de petição (e não do direito de ação); portanto, entende-se que sua natureza jurídica não é a de um recurso, de uma ação nem de um incidente processual.
d) requerimento judicial de benefício previdenciário — antes de recorrer ao Poder Judiciário para que lhe conceda um benefício previdenciário, faz-se necessário o prévio requerimento administrativo ao INSS.

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16
Q

Súmula Vinculante nº 28 (depósisto prévio para pagamento de taxas a tribunais)

A

“é inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”
Obs.: A taxa judiciária possui um limite, para que não haja desproporções em relação ao custo da prestação jurisdicional.

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17
Q

O que é duplo grau de jurisdição?

A

É um reexame da matéria decidida em juízo, ou seja, trata-se de uma nova apreciação jurisdicional (reexame) por um órgão diverso e de hierarquia superior àquele que decidiu em primeira instância.
Obs.: Embora o duplo grau de jurisdição exista no ordenamento jurídico brasileiro (em razão da incorporação ao direito doméstico da Convenção Americana de Direitos Humanos), não se trata de um princípio absoluto, uma vez que a Constituição estabelece várias exceções a ele. Nesse sentido, não cabe recurso da decisão do Senado que julga o Presidente da República por crime de responsabilidade; ou, ainda, é irrecorrível a decisão do STF que julga o Presidente e os parlamentares nas infrações penais comuns.

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18
Q

Inciso da garantia da irretroatividade das leis

A

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Instrumentos de segurança jurídica. O Estado não é impedido de criar leis retroativas; estas serão permitidas, mas apenas se beneficiarem os indivíduos, impondo-lhes situação mais favorável do que a que existia sob a vigência da lei anterior.

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19
Q

Súmula STF nº 654 (Garantia da irretroatividade da lei)

A

A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado
- Suponha que a União tenha editado uma lei retroativa concedendo um tratamento mais favorável aos servidores públicos do que o estabelecido pela lei anterior. Por ser benigna, a lei retroativa pode, sim, ser aplicada mesmo diante do direito adquirido.
Poderá a União (que editou a lei retroativa) arrepender-se do benefício que concedeu aos seus servidores e alegar em juízo que a lei não é aplicável em razão do princípio da irretroatividade das leis?
Não poderá, pois a garantia da irretroatividade da lei não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.

20
Q

O que é direito adquirido?

A
  • É aquele que já se incorporou ao patrimônio do particular, uma vez que já foram cumpridos todos os requisitos aquisitivos exigidos pela lei então vigente. É o que ocorre se você cumprir todos os requisitos para se aposentar sob a vigência de uma lei X. Depois de cumpridas as condições de aposentadoria, mesmo que seja criada lei Y com requisitos mais gravosos, você terá direito adquirido a aposentar-se.
  • Diferente da Expectativa de direito. Ex.: Suponha que a lei atual, ao dispor sobre os requisitos para aposentadoria, garanta-lhe esse direito daqui a 5 anos. Caso amanhã seja editada uma nova lei, que imponha requisitos mais difíceis para a aposentadoria, fazendo com que você só possa se aposentar daqui a 10 anos, ela não estará ferindo seu direito. Veja: você ainda não tinha direito adquirido à aposentadoria, mas mera “expectativa de direito”.
21
Q

O que é Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada?

A

1) Ato jurídico perfeito é aquele que reúne todos os elementos constitutivos exigidos pela
lei; é o ato já consumado pela lei vigente ao tempo em que se efetuou. Ex.: um contrato celebrado hoje, na vigência de uma lei X.
2) Coisa julgada compreende a decisão judicial da qual não cabe mais recurso.

22
Q

Situações nas quais não cabe invocar direito adquirido?

A

a) Normas constitucionais originárias. As normas que “nasceram” com a CF/88 podem revogar qualquer direito anterior, até mesmo o direito adquirido.
b) Mudança do padrão da moeda.
c) Criação ou aumento de tributos.
d) Mudança de regime estatutário.

23
Q

Incisos do princípio do “juízo natural”

A

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Garante ao indivíduo que suas ações serão apreciadas por um juiz imparcia.
O princípio do juiz natural deve ser interpretado de forma ampla. Ele não deve ser encarado apenas como uma vedação à criação de tribunais ou juízos de exceção; além disso, decorre desse princípio a obrigação de respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência, para que não seja afetada a independência e a imparcialidade do órgão julgador.

24
Q

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

A

a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

25
O que é o tribunal do júri?
é um tribunal popular, composto por um juiz togado, que o preside, e vinte e cinco jurados, escolhidos entre cidadãos do município (Lei Federal nº 11.689/2008) e entre todas as classes sociais. Possui competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida. Crime doloso é aquele em que o agente prevê o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, pratica a ação, produzindo o resultado.
26
Duas jurisprudências importantes sobre competências do tribunal do júri
1) A competência constitucional do Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII) não pode ser afastada por lei estadual, nem usurpada por vara criminal especializada, sendo vedada, ainda, a alteração da forma de sua composição, que deve ser definida em lei nacional. 2) A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular, e não do tribunal do júri (Súmula STF nº 603). O latrocínio é um roubo qualificado pela morte da vítima. É considerado pela doutrina como um “crime contra o patrimônio” (e não como “crime contra a vida”), ficando, por isso, afastada a competência do tribunal do júri.
27
Por que a competência do tribunal do júri para julgar os crimes dolosos contra a vida não é absoluta?
- Porque não alcança os detentores de foro especial por prerrogativa de função previsto na CF. Ex.: O Presidente da República e os membros do Congresso Nacional serão julgados pelo STF quando praticarem crimes comuns, ainda que dolosos contra a vida, desde que os crimes tenham sido cometidos durante o exercício do cargo e em razão deste. - O foro por prerrogativa de função prevalece sobre a competência do tribunal do júri, desde que esse foro especial decorra diretamente da CF. Obs.: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. (SV nº 45)
28
O que é plenitude de defesa?
É uma variante do princípio da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, LV), que permite ao acusado apresentar defesa contra aquilo que lhe é imputado. Sua concretização pressupõe que os argumentos do réu tenham a mesma importância, no julgamento, que os do autor.
29
O que é a Soberania dos Veredictos?
Prerrogativa do tribunal do júri assegurada pela Carta Magna, destaca-se que esta tem a finalidade de evitar que a decisão dos jurados seja modificada ou suprimida por decisão judicial. Não se trata de um princípio absoluto, sendo possível a sua relativização. A soberania dos veredictos não confere ao tribunal do júri o exercício de um poder incontrastável e ilimitado, nem exclui a recorribilidade de suas decisões, quando manifestamente contrárias à prova dos autos.
30
O voto dos jurados do tribunal do júri é secreto?
Embora o tribunal possua o Sigilo de Votação, o voto não é secreto, uma vez que esse sigilo pontua que o ato de votar deve ser feito longe do alcance público.
31
Lei ordinária que amplie a competência do Tribunal do Júri não ofende o art. 5º, XXXVIII, letra “d”, nem a cláusula pétrea do § 4º do art. 60, ambos da Constituição Federal. (C ou E)
Segundo o STF, é possível que lei ordinária amplie a competência do tribunal do júri, ou seja, não há qualquer ofensa à CF/88. Questão correta.
32
Princípio da legalidade, inciso e observações
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; O princípio da legalidade desdobra-se em dois outros princípios: - **Princípio da reserva legal**: determina que somente lei em sentido estrito (lei formal, editada pelo Poder Legislativo) poderá definir crime e cominar penas. - **Princípio da anterioridade da lei penal**: exige lei anterior para que uma conduta possa ser considerada como crime
33
O que são as normas penais em branco?
são aquelas que tipificam a conduta criminosa, mas que dependem de complementação em outra norma. Ex.: o crime de contrabando, que consiste em “importar ou exportar mercadoria proibida” (art. 334-A, Código Penal). A definição do crime de contrabando depende de uma complementação, uma vez que o Código Penal não define quais são as mercadorias proibidas. É a legislação extrapenal que o fará. Assim, o crime de contrabando é uma norma penal em branco. Obs.: as normas penais em branco não violam o princípio da reserva legal.
34
Irretroatividade da lei penal, inciso e observações
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; - Retroatividade é a capacidade de atingir atos pretéritos; por sua vez, irretroatividade é a impossibilidade de atingi-los. - **Ex tunc**, aquilo que tem retroatividade; e **ex nunc** (nunca mais... a partir de agora), o que é irretroativo; são expressões que podem aparecer em textos júridicos relacionado ao tema - Deriva do princípio da anterioridade da lei penal (essa não atinge fatos pretéritos).
35
Em que situação haverá a retroatividade da lei penal?
A “novatio legis in mellius” (nova lei mais benéfica) retroagirá para beneficiar o réu. Há um tipo especial de “novatio legis in mellius”, que é a conhecida “abolitio criminis”, assim considerada a lei que deixa de considerar como crime conduta que, antes, era tipificada como tal, evitando que indivíduos sejam punidos por terem cometido essa conduta quando ainda era considerada criminosa.
36
Diferença entre lei penal benigna x lei penal mais gravosa
- Lei penal benigna: Retroagirá para beneficiar o réu, mesmo que tenha ocorrido trânsito em julgado de sua condenação. - Lei penal mais gravosa (aumenta a penalidade ou passa a considerar determinado fato como crime): só alcançará fatos praticados após sua vigência. É a irretroatividade da lei penal mais grave: a “novatio legis in pejus” não retroage.
37
No contexto de retroatividade das leis, por que não é possível a combinação de leis no tempo?
pois, caso se agisse dessa forma, estaria sendo criada uma terceira lei (“lex tertia”). De acordo com o Pretório Excelso, extrair alguns dispositivos, de forma isolada, de um diploma legal, e outro dispositivo de outro diploma legal implica alterar por completo o seu espírito normativo, criando um conteúdo diverso do previamente estabelecido pelo legislador.
38
Mandados de criminalização, inciso da discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais e observações.
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais - Norma de eficácia limitada - As condutas homofóbicas e transfóbicas deverão ser tipificadas como crime de racismo. A repressão penal a essa prática não restringe o exercício da liberdade religiosa.
39
Mandados de criminalização, inciso sobre a prática de racismo e observações.
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; - Imprescritível é aquilo que não sofre prescrição. A prescrição é a extinção de um direito que se dá após um prazo devido à inércia do titular do direito em protegê-lo. - Inafiançável é o crime que não admite o pagamento de fiança (montante em dinheiro) para que o preso seja solto. - é punível com a pena de reclusãoe não detenção
40
Mandados de criminalização, inciso sobre os crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia.
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; - Não são impescritíveis; - 3 T 1H não têm graça (Tortura, Tráfico..., Terrorismo + crimes hediondos...)
41
Mandados de criminalização, inciso sobre a ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
42
Diferença entre os delitos de Injúria Racial e Racismo?
- O crime de injúria racial, cuja tipificação consta no art. 2º- A da Lei Federal nº 7.716/1989 (Lei do Crime Racial), consiste em ofender a honra de alguém em função de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem. É uma categoria do crime de racismo, por isso, também é imprescritível. - O crime de racismo, previsto na mesma Lei Federal nº 7.716/1989, atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda uma raça.
43
Crimes presentes na CF que são Imprescritíveis, inafiançáveis e Insuscetíveis de graça e anistia.
- Imprescritíveis: Racismo e ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático - inafiançáveis: Racismo, 3T e 1H, ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático - Insuscetíveis de graça e anistia: 3T e 1H
44
Intranscendência, intransmissibilidade ou personalização das penas: Inciso (XLV)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
45
Intranscendência, intransmissibilidade ou personalização das penas (XLV): Exemplos para entender o princípio da intranscendência das penas e obrigação de reparar o dano
Ex.: João é condenado a 5 anos de prisão, porém morre antes de completá-los. Os seus filhos não sofrerão quaisquer efeitos penais da condenação de João (Intranscendência). Ex.: No caso de obrigação de reparar o dano e à decretação do perdimento de bens: João morre deixando uma dívida de R$ 1.500.000,00. Ao mesmo tempo, deixa uma herança de R$ 900.000,00 para seus sucessores. A obrigação de reparar o dano irá estender-se à Lúcia e a Felipe, mas apenas até o limite do patrimônio transferido. Ouseja, o restante da dívida será esquecido.