Caderno de erros - Inquérito Policial Flashcards
(49 cards)
Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente deverá decretar a extinção da punibilidade, e a celebração e o cumprimento do referido acordo não poderão constar da certidão de antecedentes criminais, para quaisquer fins.
O erro está na expressão “para quaisquer fins”.
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
E para entendermos que fins são esses:
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
>
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em:
>
1. acordo de não persecução penal,
2. transação penal ou
3. suspensão condicional do processo; e
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mas isso se aplica apenas para fins externos. Para fins internos do sistema de justiça criminal, a informação pode ser considerada, por exemplo, para impedir a concessão de novo acordo ao mesmo investigado no prazo de 5 anos.
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sendo que o ANPP não faz coisa julgada material, caso o infrator venha descumpri-lo o processo será reativado, podendo o MP oferecer denúncia.
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ART.28-A, § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.
Qual é o dever do órgão do Ministério Público em relação ao arquivamento de inquéritos policiais?
Comunicar à vítima o arquivamento de quaisquer elementos informativos de natureza similar ao inquérito policial.
CPP, Art. 28: Ordenado o arquivamento do inquérito policial, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
O que pode fazer a vítima se não concordar com o arquivamento do inquérito policial?
B) CPP, Art. 28, § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
### não confundir com o indeferimento de ABERTURA do IP:
CPP, Art. 5º, § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
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Recorrer da decisão de arquivamento ao chefe de polícia no prazo de 30 dias.
CPP, Art. 28, § 1º: A vítima pode submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial.
Nos crimes em que não couber ação penal de iniciativa pública, para onde os autos do inquérito serão enviados?
Serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal. ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Art. 19, CPP.
É correto afirmar que um membro de um tribunal pode exercer a função de juiz de garantias?
Incorreta. O juiz de garantias deve ser investido em um juízo especificamente criado por lei.
Interpretação do STF sobre a função do juiz de garantias.
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A) INCORRETA. Segundo a interpretação do STF, o juiz das garantias deve ser investido em um juízo especificamente criado por lei para exercer essa função, e não pode atuar como um “juiz de empréstimo” ou ser designado de forma precária. Isso significa que não é suficiente que um membro de um tribunal assuma essa função; é necessário que exista um juízo específico, uma “Vara”, que tenha a competência definida para atuar como juiz das garantias. Portanto, a atuação do juiz das garantias deve ser realizada por um magistrado que ocupa um cargo especificamente criado para essa função, respeitando os critérios objetivos estabelecidos pelas normas de organização judiciária.
Texto extraído da IA do Buscador Dizer o Direito.
O juiz pode redefinir a estratégia de investigação do Ministério Público?
Não cabe ao juiz redefinir a estratégia de investigação do Ministério Público.
Em razão do sistema acusatório, é vedada a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
Obs.: o STF entendeu que o juiz pode determinar diligências suplementares para dirimir dúvida sobre ponto relevante, na forma do art. 156, inc., II, do CPP.
B) CORRETA.
É permitida a combinação de normas mais benéficas da Lei n.º 13.964/2019 com normas de outras leis?
Incorreta. Não é permitida a combinação de dispositivos de leis diversas.
Violação aos princípios da legalidade e da separação de poderes.
Para uma maior amplitude de defesa, normas mais benéficas da Lei n.º 13.964/2019 podem ser combinadas com normas de outras leis que ela haja revogado.
C) INCORRETA. Não é permitida, nem mesmo para beneficiar o réu, a combinação de dispositivos de leis diversas, criando uma terceira norma (lex tertia) não estabelecida pelo legislador, sob pena de violação aos princípios da legalidade, da anterioridade da lei penal (art. 1º do Código Penal) e da separação de poderes.
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/06, desde que o resultado da incidência das suas disposições na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinação de leis.
O Ministério Público pode propor acordo de não persecução penal para crimes iniciados antes da Lei n.º 13.964/2019?
Incorreta. O acordo pode ser celebrado mesmo em processos em andamento na vigência da lei.D) INCORRETA.É cabível a celebração de Acordo de Não Persecução Penal em casos de processos em andamento quando da entrada em vigência da Lei nº 13.964, de 2019, mesmo se ausente confissão do réu até aquele momento, desde que o pedido tenha sido feito antes do trânsito em julgado.
STF, HC 185.913/DF: Celebração de Acordo de Não Persecução Penal.
Qual é a posição do STF sobre a legitimidade do Ministério Público em presidir procedimento investigatório criminal?
O Ministério Público tem atribuição para presidir investigações de natureza criminal.
STF, Plenário, RE 593.727, Tema 184 RG.
segundo o STJ, “A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia” (súmula 234).
O membro do Ministério Público ou o delegado de polícia podem requisitar informações de empresas de telecomunicações sem autorização judicial?
Incorreta. A requisição deve ser feita mediante autorização judicial.
CPP, art. 13-B: Requisição para localização de vítimas ou suspeitos.
Qual é o prazo para o membro do Ministério Público dar andamento às representações e requerimentos que lhe são encaminhados?
30 dias, podendo ser prorrogado por até 90 dias.
Res. CNMP nº 181/2017, art. 3º, § 4º.
O que pode fazer o Ministério Público se o delegado sugerir o arquivamento de um inquérito policial?
Promover fundamentadamente o arquivamento do inquérito policial.
O Ministério Público deve comunicar a vítima e o juiz competente.
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submetendo sua manifestação ao juiz competente e comunicando à vítima, ao investigado e à autoridade policial.”
A legislação vigente que se aplica aqui é o artigo 28 do Código de Processo Penal, que prevê que, quando o Ministério Público requerer o arquivamento do inquérito policial, o juiz, caso discorde, deve remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça.
O arquivamento é promovido pelo Ministério Público, mas não requer homologação judicial em todos os casos, apenas comunicação.
Além da vítima, quem mais pode submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial em caso de discordância do arquivamento do inquérito?
A autoridade judicial competente também pode submeter a matéria à revisão.
INFO 1106 do STF: Interpretação do § 1º do art. 28 do CPP.l, caso verifique patente ilegalidade ou teratologia no ato do arquivamento.
Acontecimentos como a ocorrência de denúncia anônima da prática de tráfico de drogas e uma possível fuga do morador da casa ao avistar a polícia configuram, sozinhos, fundadas razões para autorizar o ingresso policial no referido domicílio, sem o consentimento do morador ou sem uma determinação judicial.
A análise do pedido de trancamento da ação penal é prejudicada pela aceitação de proposta de suspensão condicional do processo.
Alternativas
Certo
Errado
Ela estabelece que, mesmo que o réu aceite a suspensão condicional do processo, isso não impede que o Judiciário analise um pedido de trancamento da ação penal.
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O Ministério Público pode oferecer a suspensão condicional do processo quando preenchidos os requisitos do art. 89 da Lei 9.099/95, no entanto, pode ocorrer de a acusação ser baseada em uma denúncia frágil, sem justa causa ou manifestamente ilegal. Se isso acontecer, a defesa pode impetrar habeas corpus ou outro pedido para trancar a ação penal.
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A súmula assegura que a mera aceitação do sursis processual não significa uma “renúncia” ao direito de questionar a legalidade da ação penal.
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Gabarito da professora: ERRADO.
B
A absolvição do réu não somente gera a revogação das medidas assecuratórias como também impede que a vítima obtenha reparação por outra via.
Alternativa B: Está incorreta porque a absolvição do réu não impede que a vítima busque reparação por outras vias, como o processo civil. A absolvição pode levar à revogação das medidas assecuratórias no âmbito penal, mas não retira o direito da vítima de buscar seus direitos em outra esfera.
C
O sequestro de bens somente cabe por ocasião do oferecimento da denúncia ou queixa.
Alternativa C: Errada. O sequestro de bens pode ser decretado a qualquer momento, não se limitando ao oferecimento da denúncia ou queixa, conforme o entendimento e a necessidade do caso concreto.
D
Nenhuma medida assecuratória pode ser decretada de ofício pelo juiz ou tribunal competente.
Alternativa D: Esta está equivocada, pois algumas medidas assecuratórias podem sim ser decretadas de ofício pelo juiz, especialmente quando há risco à efetividade da futura sentença.
D) CPP, Art. 127. O juiz, de ofício a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em:
- qualquer fase do processo ou ainda
- antes de oferecida a denúncia ou queixa.
E
A finalidade do sequestro ou arresto de bens no processo penal é:
Alternativa E: Incorreta, pois a finalidade do sequestro não se limita a bloquear instrumentos da criminalidade visando à ordem pública, mas principalmente assegurar a reparação do dano causado pelo crime.
- bloquear instrumentos da criminalidade de natureza econômica, a fim de se evitarem novos agravos à ordem pública.
- assegurar a reparação do dano causado pelo crime.
segundo a jurisprudência do STJ, é possível o sequestro de bens de pessoa jurídica mesmo que ela não seja diretamente investigada, desde que …………
existam indícios de que esses bens foram adquiridos com proventos de crimes.
E) o arresto incide sobre o …..
Tem por objetivo garantir a……….
patrimônio lícito do agente, isto é, aquilo que não é produto da prática delituosa.
….satisfação de indenização futura, por isso, tem como lastro o interesse privado, tendo como destinatários finais o ofendido ou os seus sucessores.
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✅ Explicando com outras palavras, de forma simples:
Arresto é quando a Justiça bloqueia ou “congela” bens do acusado para garantir que, no futuro, a vítima (ou sua família) possa ser indenizada.
Esse bloqueio só pode atingir os bens legais do acusado, ou seja, aquilo que ele possui de forma lícita (honesta) — não inclui os bens que ele conseguiu com o crime, que seguem outra regra (ex: confisco).
O objetivo do arresto é proteger o interesse da vítima, então ele tem um foco privado (diferente da punição criminal, que tem interesse público).
No fim, quem vai receber o valor dos bens arrestados são a vítima ou seus herdeiros, caso a pessoa prejudicada tenha falecido.