Capítulo 7 - SEÇÃO A: Classificação geral; cabos de fibras naturais Flashcards

1
Q

Classificação dos cabos

A

Podem ser classificados segundo sua matéria prima utilizada:

a. Cabos de fibra;

b. Cabos de aço.

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2
Q

Cabos de fibra

A

(1) cabos de fibras naturais – Confeccionados com as fibras do caule ou das folhas de algumas plantas têxteis, tais como manilha, sisal, linho cânhamo, linho cultivado, coco, juta e algodão. Atualmente, os cabos de fibras naturais mais empregados a bordo são confeccionados com manilha e sisal; e

(2) cabos de fibras sintéticas – Nesta categoria incluem-se os cabos
confeccionados com matéria plástica, entre elas náilon, polipropileno, polietileno, poliéster e kevlar.

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3
Q

Cabos de aço

A

Confeccionados principalmente com fios de arame de aço, podendo ser utilizado o ferro na confecção de cabos de qualidade inferior.

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4
Q

Manilha

A

Fibra de uma planta muito semelhante à bananeira e, por isso
mesmo, chamada às vezes de bananeira selvagem; é originária, principalmente, do Arquipélago das Filipinas. A árvore tem altura de 4,5 a 6 metros e possui a matéria têxtil no caule.É uma fibra lisa, macia e sedosa; seu comprimento varia de 1,2 a 3 metros.

Apresenta uma resistência à tração de 21 kg/mm2. Devido a certos óleos
existentes em sua composição, ela não sofre muito a ação da água salgada. O cabo de manilha é apenas 10% menos resistente que o de linho cânhamo branco, mais leve do que ele cerca de 22%, e tem ainda as vantagens de ser pouco sensível à umidade e de possuir alguma flutuabilidade.

Comparado com o cabo de linho alcatroado, ele é mais forte e mais flexível, porém deteriora-se mais rapidamente.
Quando molhado, não perde em resistência, mas isso não exclui a necessidade de enxugá-lo após seu uso. Embora no passado tenha sido extensivamente aplicado em quase todos os serviços de bordo ( como espias, boças, nos aparelhos fixos e de laborar, retinidas, coseduras, fiéis de toldo etc.), vem sendo substituído na maioria desses serviços pelo sisal.

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5
Q

Sisal

A

Oriundo do México, Haiti e África. É uma fibra encontrada nas
folhas de uma planta sem caule, muito semelhante ao pé de abacaxi. O sisal é muitas vezes empregado como substituto da manilha na manufatura de cabos, por ser mais barato, mas sofre muito a ação do tempo. Além disso, a fibra do sisal não é tão lisa e macia como a da manilha, de modo que um cabo feito de sisal apresentase
com asperezas e pontas salientes. Uma vantagem do sisal sobre a manilha é aceitar melhor o alcatrão. O sisal tem uma resistência à tração de cerca de 17kg/mm2, isto é, 20% a menos que a manilha, e se enfraquece bastante com a umidade.

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6
Q

Linho cânhamo

A

É a fibra com que se faz o cabo comumente designado cabo de linho; a matéria filamentosa está na casca que envolve o caule da planta chamada cânhamo. O caule do cânhamo atinge cerca de 4 metros de altura, produzindo um filamento maior que 3 metros, de cor prateada.

O cabo confeccionado com esta fibra possui grande resistência e flexibilidade quando molhado, e sua cor é esbranquiçada como um cabo de algodão.

O cabo de linho cânhamo não alcatroado, também chamado cabo de linho
branco, é o mais forte dos cabos de fibra. Entretanto, ele tem a desvantagem de absorver facilmente a umidade, deteriorando-se sempre que exposto ao tempo, razão por que se faz o tratamento das fibras do cânhamo com alcatrão vegetal antes da manufatura do cabo; isso o preserva da umidade, mas diminui sua flexibilidade e o enfraquece.

O cabo de linho cânhamo de grande bitola (grossura do cabo) é pouco usado na Marinha do Brasil e, quando usado, quase sempre é alcatroado. Mesmo nos aparelhos fixos dos navios, que no passado só empregavam cabo de linho alcatroado, o uso de cabo de aço é quase que obrigatório. O cabo de linho não alcatroado só é usado nos grandes veleiros e nos aparelhos de laborar de grandes pesos, e, particularmente, nos países de origem dessa fibra (Estados Unidos, França, Alemanha e outros).

O linho cânhamo encontra grande aplicação nos cabos finos, fios e linhas.
Nesta forma, ele é usado como merlim, mialhar, linha alcatroada, fio de vela etc.

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7
Q

Linho cultivado

A

É o Linun usitatissimum, uma planta cultivada em todo o mundo. A matéria têxtil encontra-se na casca em volta do caule; as de melhor qualidade são as que apresentam cor branca, marfim ou amarela, sendo as mais escuras de qualidade inferior. É 30% menos resistente que o cânhamo, mas seu peso é cerca de 40% inferior. É uma fibra muito usada na confecção de linhas para adriças de bandeiras.

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8
Q

Coco

A

Produz o chamado cabo do Cairo. É bastante leve e pode flutuar,
mas sua resistência é pequena. É uma fibra usada nos serviços em que o cabo deva permanecer imerso na água e onde não se exija grande carga de ruptura, tais como defensas, coxins, redes, cabos para pescadores etc.

Apresenta a vantagem de não apodrecer com facilidade, porém é mais fraco 30% que o cabo de manilha de mesmo diâmetro; apresenta uma cor avermelhada.

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9
Q

Juta

A

Nativa dos climas quentes, principalmente na Índia, desenvolve-se
de preferência nas margens do rios. Foi trazida para o Brasil e cultivada com êxito pelos colonos japoneses na Amazônia; nessa região é denominada juta de Parintins.

Quando novos, os cabos de juta flutuam. Não é utilizado normalmente a bordo porque as suas fibras se separam em pouco tempo quando em contato com a água.

Apresenta uma resistência um pouco menor que a do linho branco e o peso é 47% menor. A juta de melhor qualidade possui cor branco-pérola, tem pouco menos de 2 metros de comprimento e deve se apresentar bem enxuta. Industrialmente, a juta tem grande aplicação na manufatura de sacos.

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10
Q

Algodão

A

Matéria têxtil constituída por uma penugem filamentosa, fina, de cor branca ou amarelada, que envolve as sementes do algodoeiro, arbusto próprio das regiões quentes e úmidas. Desenvolve-se em todo o Brasil, embora a Região Norte seja a mais favorável ao seu cultivo, especialmente na Amazônia.

Muito usado na indústria de tecidos, o algodão é também aproveitado para a manufatura de cabos finos, onde se exija pouca resistência, ou para adornos. É utilizado, especialmente, na confecção de linhas de barca e de prumo, fios de coser, cabos de enfeite, aranhas de maca etc

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11
Q

Linho da Nova Zelândia

A

Matéria filamentosa extraída das folhas da planta Phormium tenax, que é nativa da Nova Zelândia. A fibra assemelha-se à da manilha, mas é inferior em resistência e por isso é pouco empregada na indústria de cabos.

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12
Q

Pita

A

Matéria têxtil que se encontra nas folhas da planta chamada aloé, procedente das Antilhas; é 10% mais fraca que o linho branco, não recebe o alcatrão e apodrece com facilidade.

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13
Q

Piaçava

A

Fibra extraída das folhas da planta chamada piaçava (Attalia funifera), da família das palmeiras; a qualidade mais apreciada é a do Brasil, cultivada às margens do Rio Negro; é também cultivada na Bahia, no Espírito Santo e em Alagoas. Sua resistência é cerca de 20% inferior à do cânhamo, mas possui as propriedades de flutuar e não apodrecer por efeito da água do mar.

A piaçava não é muito empregada na indústria de cordoaria, por serem as fibras muito rígidas, não podendo ir à máquina; os cabos de piaçava são feitos a mão e são trançados.

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14
Q

Curtimento (manufatura)

A

Que pode ser feito a seco ou com auxílio de água e tem por finalidade fazer desaparecer a substância gomosa que liga as fibras têxteis.

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15
Q

Trituração (manufatura)

A

A fim de fragmentar a parte lenhosa, os talos.

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16
Q

Tasquinha (manufatura)

A

Para separar os talos, deixando livre a parte têxtil.

17
Q

Ordem da manufatura

A

1) Curtimento;
2) Trituração;
3) Tasquinha;
4) Exugamento;
5) Manipulação - finalidade de dividir as fibras têxteis;
6) Inspecioandas;
7) Separadas - por qualidade e postas em fardos para irem à fiação;

18
Q

Condição das fibras para assegurar qualidade

A

as fibras utilizadas devem estar secas, ser longas, novas e genuínas, não adulteradas, sem defeitos, bem fiadas e uniformes

19
Q

Cardação

A

Primeira operação nas fábricas; máquina se chama carda.

Finalidade:

(1) separar das fibras a pouca substância lenhosa ou impurezas ainda aderentes;

(2) isolar as fibras umas das outras, torná-las paralelas e posicioná-las de
modo que suas extremidades fiquem colocadas em pontos diversos no sentido do comprimento do feixe;

(3) subdividir um feixe em muitos outros menores e iguais; e

(4) separar os filamentos mais longos dos mais curtos e retirar especialmente aqueles muito curtos que, não servindo à fiação, vão servir apenas para estopa.

20
Q

Cabo alcatroado e cabo branco (cardação)

A

Enquanto se processa a cardação, as fibras passam por um banho de alcatrão, se são destinadas a cabo alcatroado, ou por um tratamento de óleo lubrificante especial, se são destinadas a cabo branco. O óleo tem por fim amaciar e lubrificar as fibras, para que sejam facilmente trabalhadas nas cardas, e ainda, criando uma camada protetora nos filamentos, permitir que o cabo confeccionado resista melhor à ação da umidade.

Cerca de 10 a 15% do peso de um cabo branco consistem em óleo de lubrificação.

21
Q

Cabos de primeira e segunda qualidade

A

Relacionado ao tamanho das fibras. A primeira tratam-se das fibras longas; as fibras curtas darão cabos de segunda qualidade, que não devem ser utilizados nos serviços de bordo.

22
Q

Construção de um cabo de massa

A

Formado por três ou quatro pernas.

Fios primários se tornam fios de carreta após serem torcidos em um sentido.

Os fios de carreta são reunidos e torcidos em sentido contário para formar as pernas (cordões).

As pernas (cordões), três ou quatro, são reunidas e torcidas em sentido contário, formando um cabo.

A fabricação dos cabos é realizada pela união e torção de determinado número de fios primários, formando os fios que, no cabo, tomam o nome de fios de carreta. Esses, reunidos e retorcidos, também em certo número, mas em sentido contrário ao anterior, formam as pernas (cordões) do
cabo, que são reunidas, torcidas ou trançadas. Três ou quatro pernas, torcidas todas juntas e em sentido inverso ao anterior, formam um cabo.

O cabo assim confeccionado chama-se cabo de massa (fig. 7-1), e é sempre formado de três ou quatro pernas, qualquer que seja sua bitola.

23
Q

Nome das tranças que compõem um cabo

A

Fibras - fios de carreta - cordões - e, enfim, cabo de massa

24
Q

Cabo calabroteado

A

Composto por três cabos de massa

25
Q

Cochas

A

Torcidas chamam-se cocha, já que o ato de torcer se chama cochar.

As cochas também são os intervalos entre as pernas de um cabo.

Cocha também pode ser o ângulo que as pernas fazem em relação ao eixo de um cabo de 3 pernas.

A cocha dos cabos de 8 pernas é o comprimento dos traçados individuais, também denominado de costura.

26
Q

Cabos de quatro pernas

A

São traçados em tordo de outro cabo já confecicionado, mais fino do que as pernas, o madre do cabo.

Em cabos de aço, trata-se da alma.

A madre do cabo não aumenta a resitência do conjunto, já que sendo de menor bitola que as pernas, não possui a mesma elasticidade destas, mas, entretanto, dá mais flexibilidade.

27
Q

Direção da cochada

A

São, usualmente, cochados para a direito.

28
Q

Motivo da alternância da cochada

A

Para contrariar a tendência a descochar é que as torcidas sucessivas são
feitas em sentidos alternados.

O princípio da construção dos cabos baseia-se na oposição destas cochas;
os fios de carreta, isoladamente, tendem a se descochar, mas como são cochados em sentido contrário ao da primeira cocha para compor uma
perna, as duas tendências se neutralizam. Daí se deduz que uma perna é neutra, isto é, não apresenta tendência para descochar-se, mas ao torcermos as pernas para confeccionar um cabo, este estado de equilíbrio fica alterado e o cabo terá uma tendência contínua a descochar.

Por isto, é necessário dar às pernas, quando elas passam na máquina para compor o cabo, uma torção extra, a qual deve ser apenas o suficiente para neutralizar a tendência em sentido contrário que eles adquirem ao serem cochados juntos.

29
Q

Pernas em cabos finos

A

As pernas são trançadas, em vez de cochadas (torcidas); isto faz desaparecer a tendência para a coca, isto é, a dobra que o cabo
toma sobre si mesmo, no seio, mas diminui a elasticidade.

Os cabos trançados (fig. 7-6) têm um número variado de pernas.

Em um cabo trançado de 8 pernas, dispostas 2 a 2, empregam-se 4 pernas cochadas para a esquerda e 4 para a direita.

30
Q

Variações na fabricação dos cabos

A

Há ainda pequenas variações na fabricação dos cabos, especialmente no
modo como são constituídas as pernas: em uns, as fibras elementares de cada perna são torcidas em torno de um eixo longitudinal, em vez de serem torcidas em fios de carreta; em outro tipo, a perna é constituída por duas ordens de fios de carreta do tamanho comum envolvendo oito fios de carreta mais grossos.

31
Q

Aduchas

A

Nas fábricas, depois de prontos, os cabos são enrolados em aduchas. É
importante notar que as aduchas são feitas sempre do mesmo modo, e por isto, ao desenrolar um cabo novo, tem que se desfazer a aducha num determinado sentido, contrário àquele em que o cabo foi enrolado.

32
Q

Efeitos mecânicos da torção

A