Carcinogênese Flashcards
Resumo da aula (31 cards)
Conceito de Carcinogênese
É o processo de transformação neoplásica maligna; formação de câncer; transformação de uma uma célula normal em mutante.
Formação do câncer
Primeiro, se inicia com a exposição de células normais a agentes carcinógenos, sejam eles extrínsecos ou intrínsecos. Existem particularidades para cada neoplasia, contudo, algumas características são comuns aos diferentes tipos de câncer.
A carcinogênese depende de quais fenômenos?
Genéticos e epigenéticos.
Processo da carcinogênese
O processo é complexo e multifásico. Envolve a transformação de uma célula normal em mutada e o modelo é a carcinogênese química.
Quais as características dos clones de células?
São capazes de se multiplicar automaticamente, invadir tecidos vizinhos e gerar metástases.
Na fase pré clínica existem 3 etapas. Caracterize cada uma.
1- Iniciação: etapa das mutações;
2- Promoção: multiplicação da célula mutada;
3- Crescimento tumoral: ocorre ativação de oncogenes, inativação de genes supressores tumorais e alteração de genes que regulam a apoptose;
O que ocorre na fase clínica?
Ocorre a progressão tumoral, que leva à Neoplasia/Câncer;
Progressão tumoral
É a expressão de produtos gênicos alterados e perda de reguladores, o que configura a expansão dos clones e mutações adicionais.
Quais atributos de malignidade temos na Neoplasia/Câncer?
Crescimento excessivo, invasividade, escape imunológico, invasão local e metástases.
As mutações na carcinogênese podem ocorrer de forma:
1- Espontânea (rara)
2- Adquirida (+ comum)
3- Herdada (<10%)
Quais são os principais alvos dos agentes carcinogênicos?
1- Célula de reserva ou basais dos epitélios;
2- Células Tronco;
3- Células em G0;
A mutação (primeira etapa da carcinogênese), pode ser adquirida através do contato com agentes carcinógenos. Sendo assim, cite quais são esses agentes e exemplifique-os.
1- Agentes físicos: radiações ionizantes, raios ultravioleta;
2- Agentes biológicos: vírus e bactérias;
3- Agentes químicos: hidrocarbonetos aromáticos, corantes Azo, estrógeno e asbesto;
Agentes carcinogênicos físicos
As radiações eletromagnéticas (X e Gama) e as partículas (alfam beta, prótons e nêutrons) provocam lesão direta no DNA, determinando mutação e formação de radicais livres, ativação de vírus oncóticos latentes e ativação de proto-oncogenes e oncogenes.
Radiação ionizante (raios x)
É dose dependente, ou seja, quanto mais exposição maior é o risco. Tem efeito cumulativo e irreversível.
Raios ultravioleta
Derivado do sol e leva a maior incidência de câncer de pele. O grau do riso depende do tipo de raio UV, da intensidade de exposição e da quantidade do manto protetor de melanina.
Traumatismo crônico
Os agentes físicos originam traumatismo crônico que poderia funcionar como um promotor de
irritação crônica. Ex.: irritação crônica por bordas pontiagudas de dentes fraturados, dentaduras mal
adaptadas ou piercings aumenta a chance de câncer da cavidade oral. A irritação prolongada atuaria como
um agente promotor, promovendo uma inflamação crônica (mediadores químicos) e estimulando a
proliferação celular.
Agentes carcinógenos biológicos
Podem ser vírus DNA oncogênicos (HPV), vírus RNA oncogênicos (HTLV-1), bactérias como a Helicobacter pylori, e vermes como o Schistosoma haematobium;
Sobre Vírus DNA Oncogênico
Nos vírus DNA oncogênicos, o DNA viral é diretamente inserido no DNA da célula hospedeira (é mutagênese insercional), de modo que o HPV se manifesta com verrugas malignas e benignas, o EBV é um vírus da família dos Herpes que determina mononucleose infecciosa e tem relação com linfoma de Burkitt e carcinoma nasofaríngeo, e o HBV é o vírus da hepatite B.
Sobre Vírus RNA oncogênicos
são retrovírus, que possuem uma enzima transcriptase reversa que utiliza o RNA do vírus como modelo para a transcrição de uma cópia de DNA em células novas, formando um provírus, que é a cópia do DNA viral inserido no genoma da célula hospedeira.
O HTLV-1 (Human T lymphotropic vírus type 1) é semelhante ao vírus da AIDS, apresentando tropismo por células T CD4+. A transmissão ocorre pela via sexual, por hemo-derivados ou amamentação. Esse vírus é associado à uma forma de leucemia/linfoma de células T.
HTLV-1
Esporádico nos EUA e endêmico em certas partes do Japão e Bacia do Caribe, Am. Central e do Sul. Além da leucemia, o vírus está associado a um distúrbio neurológico desmielinizantes, assim como também à uveíte e artrite nas áreas endêmicas.
Subtipos de HPV (Papiloma vírus humano)
Subtipos 1,2,4 e 7 : Papilomas escamosos - verrugosas
Subtipos 6 - 11: baixo risco - colo uterino
Subtipos 16-18: Alto risco- relação com câncer cervical
Subtipos 31,33,35,51 : Alto risco para câncer de colo uterino, porém, em menor frequência
Potencial oncogênico do vírus
O potencial oncogênico do HPV é relacionado com produtos gênicos virais que agem para transformar e imortalizar as células (proteínas E6 e E7). O HPV produz as proteínas E6 e E7, de forma que E6 se liga com p53 (responsável por induzir apoptose na agressão do genoma), induzindo a degradação de p53 e RB por interação com proteínas virais. A ptn E7 se liga com RB (responsável pelo freio do ciclo celular), induzindo degradação de p53 e Rb e consequentemente haverá bloqueio da apoptose e remoção da restrição à proliferação celular.
Vírus Epstein-Barr (EBV)
é um vírus da família do herpes que infecta células epiteliais da orofaringe e os linfócitos B. Em pessoas normais a infecção pelo EBV pode ser controlada pela resposta imunológica ou até causar mononucleose infecciosa. Em pacientes imunossuprimidos, como os africanos com malária crônica e outros cofatores, ou em aidéticos, pode provocar carcinogênese. O EBV infecta células B ou da orofaringe.
Vírus Epstein-Barr (EBV)
Em pacientes com resposta imune normal, o EBV dá infecção latente tipo mononucleose. Já em aidéticos ou em tratamento imunossupressor, o EBV se manifesta na forma africana do Linfoma de Burkitt, que é um tumor dos linfócitos B, que é o tumor mais comum da infância, na África Central e na Nova Guiné, onde mais de 90% desses tumores têm genoma EBV. Ainda em pacientes aidéticos ou em tratamento imunossupressor, o EBV pode determinar câncer nasofaríngeo, linfoma de Burkitt em imunossuprimidos ou ainda Doença de Hodgkin.