Células T CD1 Flashcards
(32 cards)
O que são as células T restritas a CD1? Que antigénios apresentam?
São células T que em vez de serem restritas a MHC, são restritas a moléculas como CD1 (muito semelhantes a MHC I). Assim, este tipo de moléculas encontram-se na superfície das APC e apresentam antigénios lipídicos (glicolípidos) endógenos (self) ou exógenos às T.
Estas células admitem classes?
Sim, segundo a isoforma do CD1 (CD1 a, b, c, d), sendo o CD1d partilhado por humanos e ratinhos.
Porque as células T restritas a CD1 são denominadas também por NKT?
Apresentam marcadores comuns das células T e NK, sendo restritas à isoforma CD1d.
Que diferentes tipos de NKT existem?
- Tipo 1 ou iNKT que admitem um TCR mais conservado, logo podem ser identificáveis por marcadores.
- Tipo II ou NKT II que admitem um TCR menos conservado.
Podem ocorrer NKT reativas?
Sim, mas a taxa é de 0.1 a 10%.
Lípidos são moléculas…
Anfipáticas com cabeças hidrofílicas e caudas hidrofóbicas.
As isoformas de CD1 variam como?
- Variam segundo o tamanho da fenda (groove), portanto cada isoforma liga-se a diferentes antigénios.
- Variam segundo as vias de reciclagem.
As grooves são constituídas por moléculas…
Hidrofóbicas que se ligam às caudas hidrofóbicas dos antigénios lipídicos.
Como é constituído o complexo de reconhecimento antigénio-TCR?
As caudas hidrofóbicas do antigénio ligam-se à fenda, enquanto a cabeça de carboidratos liga-se ao TCR.
A ligação entre CD1 e lípido é específica?
Não, está relacionada com o tamanho do lípido, sendo que algumas isoformas de CD1 (como o CD1b) admitem spacers lipídicos que estabilizam a fenda.
O CD1 a liga-se a lípidos…
O sulfatídio liga-se a…
Mais pequenos.
Várias isoformas.
Que diferentes mecanismos de reciclagem podem os diferentes CD1 ser sujeitos?
Os CD1 b, c, d seguem a via dos endossomas, no entanto o CD1 b para além dos endossomas prossegue até os lisossomas adquirindo aí os lípidos exógenos.
Como ocorrem as vias de secreção dos CD1?
Inicia no ER com os CD1 associados a lípidos endógenos, seguindo o complexo de Golgi até à membrana celular.
Quais as caraterísticas de iNKT?
- Admitem a cadeia alfa (Va14) do TCR invariável (muito conservado) reconhecendo lípidos associados a CD1d;
- Expressam marcadores NK e T;
- Estimulado por glicolípidos como alfa-GalCer;
- Rápida produção de citocinas de ativação Th2;
- As suas respostas contribuem para a homeostase e proteção contra infeção, mas podem contribuir para dano tecidual e inflamação;
- Normalmente são residentes em tecidos, logo não circulam por todo o organismo = permanecem nos órgãos linfoides e não linfoides adquirindo as caraterísticas destes, tais como fígado, medula, nódulos, pulmões.
Que mecanismos asseguram a variabilidade de TCR?
-Existem vários segmentos V, D, J, C nos genes que codificam o TCR cujos nucleótidos das junções dos segmentos são deletados ou adicionados, ocorrendo diversas recombinações, contribuindo para a variabilidade dos CDR3.
Que típico segmento génico está presente nas iNKT?
Va24-Ja18/Vb11.
Que células são ativadas após a ativação de iNKT?
- Th2 por IL4 e 13; Treg por IL10, 2 e TNFb; MDSC (ativam células mieloides); NK por IFNg;
- Ativação de CD1a (células dendríticas Langerhans na pele) leva a ativação de TH17.
Quais os sinais dominantes entre a APC e a iNKT?
- Complexo TCR-antigénio
- Citocinas, principalmente IL12.
Como as doenças lisossomais afetam as iNKT nos modelos de ratinhos destas doenças?
- Diminuição do nº de iNKT no timo, baço, fígado ao longo do tempo;
- Defeitos de apresentação antigénica por CD1d.
O tratamento com a enzima alfa-Gal altera o nº diminuído de iNKT no baço?
Sim, provoca um aumento desse tipo celular.
Nas doenças lisossomais foi possível identificar que as APC dos ratinhos conseguiam apresentar antigénios por…
CD1b e CD1d.
Porque os resultados nos estudos de doenças lisossomais podem variar dos resultados obtidos nos doentes humanos?
- nos ratinhos são estudados os órgãos, enquanto nos doentes são apenas recolhidas amostras de sangue;
- o nível bioquímico de deficiência é diferente, pois resultam de mutações diferentes;
- para o CD1b foram usadas APC in vitro com antigénios já processados.
Ratinhos com baixo nível de iNKT admitem necessariamente defeitos na apresentação antigénica por CD1d?
Não, alguns ratinhos admitiam nº diminuídos de células, mas apresentação normal.
A doença Fabry admite como caraterística a acumulação de Gb3. Que relação tem com as iNKT?
Não promove a ativação destas células, pois diminui a capacidade de apresentação de alfa-GalCer, já que diminui a formação de complexos GalCer-CD1d = competição pelo local de CD1d.