Cirrose Flashcards

(33 cards)

1
Q

O que é cirrose?

A

Um processo patológico irreversível decorrente de agressão hepática crônica

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Q

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Agressão hepática crônica gera
_________ e ________

A

Regeneração incompleta nodular e fibrose hepática

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3
Q

Quais as principais etiologias de cirrose no Brasil?

3 itens

A

Álcool, hepatite C e esteatose hepática

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4
Q

Quais as consequencias finais da cirrose?

3 itens

A
  • Menor captação de substância pelos hepatócitos
  • Maior dificuldade de circulação do sangue do sistema porta para o sistema cava
  • Destruição de arquitetura hepática -> nódulos de regeneração cercados por tecido fibrótico denso
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5
Q

Anote a sequência que corresponde à fisiopatogenia da cirrose

A. Inflamação do espaço de Disse
B. Produção de matriz extracelular pelos miofibroblastos e secreção de mediadores inflamarórios e citocinas
C. Transformação do espaço de Disse
D. Deposição de colágeno e elastina -> formação de travas fibróticas
E. Ativação das células estreladas
F. Deposição de matriz no interstício hepático
G. Agressão celular
H. Perpetuação da inflamação e progressão da fibrose

A

G-A-E-B-F-H-C-F

  1. Agressão celular
  2. Inflamação do espaço de Disse
  3. Ativação das células estreladas
  4. Produção de matriz extracelular pelos miofibroblastos e secreção de mediadores inflamarórios e citocinas
  5. Deposição de matriz no interstício hepático
  6. Perpetuação da inflamação e progressão da fibrose pelas citocinas
  7. Transformação do espaço de Disse
  8. Deposição de colágeno e elastina -> formação de travas fibróticas

Notas correlacionadas ao número da etapa da sequencia acima

  1. miofibroblasto é a forma ativa das células estreladas
  2. a inflamação e fibrose leva a uma dificuldade na difusão de nutrientes para os hepatócitos por aumento da pressão portal
  3. esse processo só ocorre caso a agressão seja crônica
  4. fibrose leva a interrupção do fluxo de vasos, sinusóides e ducto biliar

A tranformação do espaço de Disse: deposição de colágeno e elastina -> formação de travas fibróticas

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6
Q

Cite 5

Etiologias da cirrose

A
  • Metabólicas: erros congênitos ou adquiridos - esteatose hepática não alcóolica
  • Virais: hepatite B, C
  • Alcoólica
  • Induzida por fármacos: hepatotóxicos de uso crônico - MTX, isoniazida, metildopa
  • Autoimune: lúpus, AH, Sjogren
  • biliar: cirrose biliar primária ou secundária, colangite esclerosante primária e obstrução crônica
  • Obstrução do efluxo venoso hepático: anóxica congestiva do fígado, Sd. de Budd-Chiari, doença veno-oclusiva
  • Criptogênicas: 5-10% sem etiologia

MTX - metotrexato

Metabólica
- infância e adolescencia: tirosinemia, galactosemia, doença de Wilson
- Idade avançada: hemocromatose, deficiência de alfa 1 antitripsina, esteatose
Autoimune - mulheres jovens ou na pós-menopausa com outras doenças autoimunes associadas

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7
Q

Caracterize

Forma assintomática da cirrose

A
  • Ocorre em 40% dos casos
  • Possui alterações persistentes da função hepática
  • Pode ocorrer quando a cirrose está compensada
  • Diagnóstico por exame clínico de rotina -> aumento do tempo de protrombina, biópsia e elastografia
  • As vezes só se descobre na autópsia
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8
Q

Caracterize

Forma sintomática da cirrose

Dados gerais

A
  • Ocorre em 60% dos casos
  • Manifestações pode ocorrer decorrente de disfunção hepatocelular e hipertensão portal
    ou
  • Manifestações podem ser inespecíficas e gerais
  • Podem ocorrer descompensações
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9
Q

Cite 6

Manifestações gerais

Cirrose

A

Fadiga, perda de massa muscular, edema, anorexia, osteoporose, astenia

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10
Q

Cite

Manifestações decorrentes de disfunção hepatocelular e disrupção do parênquima hepático

5 itens

A

Icterícia, prurido, equimoses fáceis, edema de mmii, hiperbulirrubinemia, ascite, asterix/flapping, hipogonadismo, dispnéia, esteatorréia, sangramentos

  • Equimoses e sangramentos - problemas na coagulação por disfunção de síntese hepatica, deficiência de vitamina K, além do álcool ter efeito direto na medula óssea
  • Prurido e icterícia por acumulo de bile na pele
  • Osteoporose por deficiência de vit D e cálcio
  • Hipogonadismo por deficiência no metabolismo de hormônios sexuais
  • Edema por problemas na síntese proteica
  • Ascite e dispnéia pela hipertensão portal e estase -> ICC e Insuficiência pulmonar
  • Asterix/ flapping é sinal de encefalopatia hepática -> acúmulo de substâncias tóxicas, que deveriam ser metabolizadas e eliminadas pelo fígado
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11
Q

O que caracteriza a descompensação hepática?

Cirrose

A

Ascite, sangramento gastrointestinal ou encefalopatia hepática

Sangramentos -> varizes esfágicas

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12
Q

Cite 5 achados

Quais os achados do exame físico?

Cirrose

A

Icterícia, ascite, edema de mmii, hepatoesplenomegalia, asterixis, telangectasias, circulação lateral venosa, aranhas vasculares, eritema palmar, ginecomastia, rarefação pilosa, atrofia testicular, virilização, alterações ungueais, anéis de Kayser-Fleiser

  • Defeito na síntese de hormônios sexuais -> hipogonadismo -> aumento de estrógeno periférico -> vasodilatação superficial -> telangectasias e aranhas vasculares
  • Defeito na síntese de hormônios sexuais -> hipogonadismo -> ginecomastia, rarefação pilosa, atrofia testicular, virilazação
  • Menor sintese proteica -> alterações ungueais
  • Anéis de Kayser-Fleicher devido a menor excreção de bile -> acumulo de cobre -> deposição em membrana córnea. Na cirrose, esse achado ocorre apenas depois de anos de comprometimento hepático.
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13
Q

Cite 5

Exames laboratoriais

Cirrose

A
  • hemograma com plaquetas
  • transaminases (AST e ALT)
  • y glutamil - transpeptidase (Gama-GT)
  • fosfatase alcalina
  • bilirrubina total, direta e indireta
  • amônia
  • eletroforese de proteinas
  • tempo de protrombina
  • alfa feto-proteina
  • exames sorológicos para os vírus das hepatites
  • ac. anti-nucleares e ac. anti-musc. liso
  • outros exames para descoberta da etiologia

ac. anti-nucleares + e ac. anti-musc. liso + ________ hepatite autoimune

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14
Q

Cite 5

Resultados de exames laboratorias para cirrose

A
  1. aumento de bilirrubinas total, conjugada e não conjugada
  2. plaquetopenia
  3. aumento de TGO e TGP: TGP > TGO
  4. aumento de Gama-GT e fosfatase alcalina (enzimas canaliculares)
  5. aumento de amônia
  6. hipoalbuminemia
  7. aumento de tempo de protrombina
  8. pequena elevação de alfa feto-proteína

TGO = ALT
TGP = AST
Bilirrubina direta = conjugada
Bilirrubina indireta = não conjugada
Bilirrubina total é a soma das duas
1. Não ocorre excreção nem conjugação
1. Plaquetas sequestradas e diminuição da sintese de trombopoietina (hormonio que regula a produção de plaquetas pela medula óssea)
1. Prejuízo no clareamento de TGP e a TGO é mais relacionado à inflamação do que fibrose, por isso TGP > TGO na cirrose
1. Associado à alteração na excreção de bile (colestase)
1. Devido ao prejuízo no ciclo da ureia. O aumento da amônia justifica edema cerebral e encefalopatia hepática.
8. Devido à menor síntese de fatores de coagulação
9. Alfa feto-proteína (principal proteína do soro fetal). Aumento devido à redução da excreção dela.

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15
Q

cite 5

Complicações da cirrose hepática

A

Hipertensão portal, varizes esofágicas, ascite, encefalopatia hepática, sd. hepatorrenal, sd. hepatopulmonar, hepatocarcinoma

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16
Q

O que é a hipertensão portal?

A

É o aumento da resistência vascular intrahepática ao fluxo sanguíneo. Caracterizada pelo aumeno da PVenosa do sistema portal e formação de vasos colaterais, com retenção sanguínea no sistema esplênico

17
Q

Arrume a sequência da fisiopatologia da hipertensão portal. Anota-a

A- Aumento de volume intravascular
B- Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona
C- Alteração hepática
D- Vasodilatação esplênica e sistêmica de estruturas anteriores ao sistema porta
E- Aumento de débito cardíaco
F- Redução de volume efetivo renal
G- Intensificação da hipertensão portal
H- Dificuldade no fluxo sanguíneo entre sistema porta e sistema cava + aumento de vasoconstritores e redução de vasodilatadores
I- Retenção de sódio e água

Lembrando que é um ciclo

A

C - H -D - F - B - I - A - E - G

C. Alteração hepática
H. Dificuldade no fluxo sanguíneo entre sistema porta e sistema cava + aumento de vasoconstritores e redução de vasodilatadores
D. Vasodilatação esplênica e sistêmica de estruturas anteriores ao sistema porta
F. Redução de volume efetivo renal
B. Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona
I. Retenção de sódio e água
A. Aumento de volume intravascular
E. Aumento de débito cardíaco
G. Intensificação da hipertensão portal

Explicação: em texto porque é dificil explicar ciclo em setinhas

A fibrose hepática causa uma dificuldade no fluxo sanguíneo do sistema posta para o sistema centro lobular (cava). Isso por si, já aumenta o volume intravascular. Somado à redução do fluxo, temos um aumento de vasoconstrictores (endotelina), uma diminuição de vasodilatadores (NO) e um aumento de volume intravascular decorrente do aumento do débito cardíaco, cujo causa está mais a frente.
Todo esse aumento de volume leva a uma vasodilatação esplênica e sistêmica de estruturas anteriores ao sistema porta (pense na anatomia venosa), visto que o sangue não tem vazão na circulação portal.
Visto que grande parte do sangue fica retido no baço, temos que o sangue que vai para os rins é menor e, com isso, o sistema RAA é ativado, o que por sua vez leva a retenção de água e sódio promovendo aumento de volume intravascular.
Consequentemente, temos um débito cardíaco maior.
Daí para a frente o ciclo se repete e temos a intensificação da hipertensão portal.

18
Q

cite 4

Consequências da hipertensão portal

A

Ascite, hiponatremia dilucional, sd. hepatorrenal, varizes gastroesofágicas

19
Q

Cite

Fatores de risco para hemorragia de varizes

A
  • Maiores calibres de varizes
  • Presença de manchas vermelhas na mucosa (endoscopia)
  • Grau de disfunção hepática

Classificação de Child -> quanto pior função hepática (maior a pontuação na escala de Child), pior a coagulação e maior o risco de sangramento

20
Q

cite 2

Tratamento de varizes esofágicas

A
  • Betabloqueadores
  • Ligaduras elásticas via endoscópica

Betabloqueadores para varizes grossas e com função alterada
Ligadura em caso de sangramento

21
Q

Complete

Um sinal de mau prognóstico da cirrose hepática é _____________

A

a ascite

Indicam a necessidade de transplante hepático em futuro próximo

22
Q

Fisiopatologia da ascite

A

Tendo como base o ciclo da hipertensão total, temos que a vasodilatação esplânica também aumenta a produção de linfa. Essa produção a mais excede a capacidade de transporte do sist. linfático.
Resultado (dentro da cavidade peritonial): Retenção de sódio e água + maior permeabilidade vascular esplânica + acúmulo de linfa

23
Q

Diagnóstico

Ascite

A

Exame físico:
* sinal de piparote positivo
* submacicez móvel

Punção
US abdominal
GASA (gradiente de albumina soro-ascítica > 1.1)

submacicez móvel quando a quantidade de líq. > 1500ml
Piparote + em ascites volumosas
GASA > 1.1 -> ascite portal
GASA < 1.1 -> ascite não portal

24
Q

O que é a encefalopatia hepática?

A

Complicação neuropsiquiátrica frequente dos hepatopatas. Disturbio metabólico potencialmente reversível causado pelo acúmulo de amônia

25
# Cite 4 Sintomas da encefalopatia hepática
Distúrbio de atenção Alteração do sono Distúrbios motores Alterações do nível de consciência (letargia a estorpor)
26
Fisiopatologia da encefalopatia hepática
* alvo comum via de regra é o astrócito * cirrose hepática -> defeito no ciclo da uréia -> acúmulo de amônia -> alterações nos astrócitos -> neuroinflamação -> edema cerebral (gatilho para) -> alterações astrocitárias e disfunções neurais * outras mecanismos de edema cerebral: citocinas inflamatórias, estresse oxidativo e nitrosativo, distúrbios eletrolíticos, benzodiazepínicos * Zindo e manganês são tóxicos para os astrócitos
27
# NÃO SEI SE PRECISA MANTER ISSO Fatores precipitantes da encefalopatia hepática
infecção hemorragia digestiva desidratação sedativos hipopotassemia constipação intestinal excesso de ingestão protéica
28
Tratamento | encefalopatia hepática
* Investigação de gatillhos e tratamento de acordo com a condição de base * lactulose (laxante -> diminui flora -> reduz amônia) * antibióticos
29
Sd. Hepatorrenal: o que é?
Insuficiência renal funcional que se desenvolve na presença de disfunção hepática grave, crônica ou aguda, sem evidência de lesão estrutural ## Footnote Glormérulo está normal. Há uma queda da taxa de filtração glomerular funcional, associada aos mecanismos vasculares ligados a cirrose e hipertensão portal. Isso leva a um aumento da ureia e creatinina
30
Quais achados da sd. hepatorrenal?
oligúria, sedimento urinário benigno, excreção urinária baixa de sódio, aumento progressivo na concentração plasmática de creatinina
31
A sd. hepatorrenal é classificada de acordo com a velocidade de aparecimento. Descreva o tipo 1 quanto a gravidade, achados laboratoriais, gatilhos e prognóstico
* Tipo 1 é mais **grave**, com insuficiência renal rapidamente progressiva * **duplicação da creatinina sérica** para valor superior a 2,5 mg/dL ou **redução de clearance de creatinina** para valor inferior a 20ml/dL em menos de 2 semanas * Infecção, hemorragia digestiva etc * prognóstico **ruim**, com maior taxa de **mortalidade no 1º mês** ## Footnote o tratamento do fator precipitante pode reverter o quadro
32
Descreva o tipo 2 quanto a gravidade, fisiopatologia e ao tratamento | Sd. hepatorrenal
* **Menos grave**, é insidiosa * Relacionada a **perda progressiva de mecanismos de compensação** -> não consegue manter a filtração glomerular * Pode ter ascite refratária * único tratamento: **transplante hepático**
33
Critérios diagnósticos para sd. hepatorrenal
* cirrose com ascite * creatinina sérica > 1,5 mg/dL * Ausência de melhora com a retirada de diuréticos (ha pelo menos 2 dias) e expansão plasmática com albumina * ausência de choque * ausência de uso recente de nefrotóxicos * ausência de doença parenquimal renal prévia * USG normal ## Footnote doenças parenquimais renal: proteinúria, hematúria