CNPI- Conteúdo Global Flashcards
(335 cards)
Em que se baseia o modelo de dividendo descontado (DDM)?
O modelo baseia-se na ideia de que o valor intrínseco de uma ação pode ser estimado a partir do valor esperado dos fluxos de caixa, o qual será gerado por ela no futuro. O princípio por trás desse modelo é o valor presente líquido dos fluxos de caixa. Esse valor é derivado da fórmula para o valor presente de uma perpetuidade.
Fórmula: “ O valor de uma ação é igual ao somatório de dividendos futuros dividido pela taxa de desconto.”
Valor da ação é o somatório em t=1 até N de D(t)/(1+r)^t
onde
D(t) = Dividendo no tempo “t”
r=taxa de desconto (custo do capital próprio))
Quando é apropriado a utilização do DDM?
modelo é apropriado quando:
-a firma paga dividendos;
-a empresa está em “steady-state” e com dividendos que crescem a uma taxa passível de ser sustentada no longo prazo;
-a política de dividendos é consistente com a lucratividade da empresa; e
-o investidor não é controlador.
Qual a desvantagem do modelo DDM?
Não é efetivo quando a empresa sob avaliação não apresenta um histórico de dividendos ou quando atua em setores muito voláteis, seja em termos de competição ou lucratividade.
Como pode ocorrer a determinação do valor terminal do fluxo de caixa descontado do DDM?
Podemos estimar o valor terminal de duas maneiras: a partir do valor de liquidação dos ativos da empresa, assumindo que eles sejam vendidos no último ano, ou estimando o valor de entidade em continuidade (Going Concern Value), se considerarmos que a empresa continua em operação.
Presumindo que a empresa acabará no último ano, quando os ativos também serão liquidados, podemos estimar o produto da liquidação a partir de uma combinação de números de mercado (para ativos como imóveis, que dispõem de mercado) e estimativas.
odavia, se houver continuidade da empresa, no fim do período de estimativa, é possível estimar o valor do empreendimento presumindo que, depois disso, as gerações de caixa crescerão a uma taxa constante para sempre.
Fórmula:
Valor terminal no ano n = Geração de caixa no ano (n+1)/(Taxa de desconto - Taxa de crescimento perpétuo)
O que é perpetuidade?
Perpetuidade é uma série constante e infinita de fluxo de caixa. Em se tratando do Modelo de Dividendo Descontado (DDM), pode ser representada conforme a seguir:
Valor da ação = Dividendo por ação/(Taxa de desconto - Taxa de crescimento)
Com essa fórmula, pressupõe-se um crescimento constante de dividendos ao longo do tempo. É importante que os itens estejam em um mesmo período. Por exemplo, caso o dividendo por ação seja anual, a taxa de crescimento também deve ser por ano.
Atenção: Esse cálculo é válido considerando que a empresa já está em crescimento constante. Ou seja, estamos calculando em termos de valor presente. Caso a empresa entre em crescimento constante apenas no futuro, o cálculo não encontrará o valor da ação hoje, mas o valor da ação no futuro. Portanto, nesses casos, o valor da ação na perpetuidade, após ser encontrado pela fórmula apresentada, será ainda trazido a valor presente juntamente com todos os outros períodos anteriores à fase de crescimento constante, para que sejam todos somados. Veremos esta situação com mais detalhes na aula do modelo para 2 ou 3 estágios. Nos casos em que a perpetuidade é considerada apenas para o futuro, ela também pode ser chamada de valor terminal.
Por que deve ser descontado o dividendo, e não o lucro na avaliação?
No modelo aqui referido, descontamos os dividendos, e não os lucros. Isso acontece porque os investidores escolhem uma ação em função do que ela pode pagar. Desse modo, ao adquirir uma ação, os investidores só recebem retornos oriundos de duas fontes: dividendos e preço final de venda (determinado pelos dividendos que os investidores futuros esperam receber). Nesse contexto, somente uma parte dos lucros é recebida pelos acionistas sob a forma de dividendos. O restante é retido para gerar dividendos futuros. Além disso, descontar os lucros em lugar dos dividendos seria o mesmo que ignorar o investimento que uma empresa deve fazer hoje com a finalidade de gerar resultados no futuro.
Como é o cálculo da projeção de dividendo no modelo de Gordon?
Dividendos são pagos a uma taxa de crescimento constante (modelo estável).
Fórmula:
DPS (t) = D (0) *(1+g)^t
Onde
DPS (t)=Dividendos esperados no momento t
D (0) = Dividentos no momento 0
g=taxa de crescimento perpétua para os dividendos.
ou
DPS (t) = DPS (t-1) *(1+g)
Como é calculada a perpetuidade no modelo de Gordon?
Valor (ação)=DPS(t)/(r-g)
onde
r = custo de capital próprio
g= taxa de crescimento estável
taxa de crescimento estável:
g(t)=(NI(t)-NI(t-1))/NI(t-1)
onde
NI = lucro líquido
Quanto a taxa de créscimento é considerada estável?
taxa de crescimento que pode ser considerada a “taxa de crescimento estável” deve ser menor ou igual em relação à taxa de crescimento da economia na qual a firma opera.
Quais os critérios devem ser observados durante a utilização do modelo de Gordon?
-O índice beta utilizado para mensurar o custo do capital próprio nos modelos de crescimento diferenciado deve acompanhar a modificação do conceito de risco para a empresa no decorrer do período. Por exemplo, empresas em período de crescimento acelerado possuem um risco maior e, consequentemente, também um beta maior. Tal indicador, que é um dos fatores para a definição do custo de capital que será usado como taxa de desconto, não deve, portanto, manter o mesmo patamar em todo o período analisado.
-O modelo assume a hipótese de que todos os indicadores da empresa devem crescer na mesma proporção. Por exemplo, se houver mudança no payout em patamares superiores à taxa de crescimento dos lucros da empresa, certamente haverá um momento em que será distribuída uma quantia superior àquela efetivamente gerada, levando a uma inconsistência do modelo.
Quais as limitações do modelo de Gordon?
-Não há adoção de taxas médias entre o início e término das fases de crescimento acelerado e períodos de estabilidade, o que faz com que essas taxas decresçam abruptamente entre os períodos analisados, podendo distorcer a avaliação;
-O uso do modelo de Gordon é limitado a empresas que crescem a uma taxa estável.
Quando utiliza-se o modelo de 2 estágios?
Segundo Damodaran (1994), o modelo de 2 estágios, como o próprio nome sugere, possibilita a precificação de dois estágios de crescimento da empresa em análise. Trata-se de uma fase inicial, em que o crescimento não é dado a uma taxa constante, e um período subsequente de maturação, quando a empresa estabiliza o seu crescimento. Embora muitas empresas tenham um crescimento acelerado no início de suas operações, o modelo pode ser adaptado àquelas com crescimento inferior no período inicial. Adicionalmente, o valor da ação será o valor presente do período inicial somado ao valor presente da perpetuidade com crescimento. Desse modo:
P(0)= Somatório de t=1 até n de (DPS(t)/(1+K(e,ac))^t)+(P(n)/(1+K(e,ac))^n)
onde
P(n)=DPS(n+1)/(K(e,ce)-g(n))
DPS(t)=D(0)*(1+g)^t
DPS(n+1)=D(0)(1+g)^n(1+g(n)
Em que
DPS(t)= Dividendos esperados no ano t
D(0)=Dividentos por ação no ano 0
K(e,ac) = custo de oportunidade com alto crescimento
K(e,ce)= custo de oportunidade com crescimento estável
g=crescimento extraordinário para os anos iniciais
g(n)=crescimento estável no ano n
Perceba que a última parte da equação nada mais é do que o cálculo de perpetuidade. No entanto, diferentemente do que foi apresentado no modelo de Gordon, no qual a perpetuidade já estava a valor presente, nesse caso, trata-se de um período futuro. Portanto, o cálculo de perpetuidade, após realizado, precisa ainda ser trazido a valor presente, da mesma forma como é feito com os dividendos dos outros períodos, para que só então sejam todos somados. Pense na perpetuidade como mais um dos fluxos de caixa para o indivíduo, para o qual se aplica a regra de sempre, que é trazer a valor presente.
Qual o cálculo do crescimento esperado conforme o payout em uma empresa com crescimento acelerado?
Uma empresa em crescimento acelerado possui uma relação de payout diferente no que se refere a uma empresa estável. Uma forma de calcular as mudanças dessa relação de payout nos períodos ocorre através da utilização do modelo de crescimento:
Crescimento esperado = (1-payout) * ROE
Lidando com o crescimento variável:
- utilize a taxa de crescimento temporária para encontrar os dividendos do período de crescimento variável;
- encontre o valor da ação no período após o período de crescimento variável, denominado t;
- utilize a taxa de crescimento (g) normal/constante;
- desconte todos os fluxos de caixa para o presente e encontre V0.
Quando utiliza-se o modelo de 3 estágios?
O modelo de crescimento de 3 estágios assume três períodos de crescimento distintos: um período estável de alto crescimento, um período de declínio e, em seguida, um período estável de baixo crescimento. Destina-se a avaliar empresas que passam por uma fase inicial de alto crescimento, um período de transição (em que a taxa declina) e um período de estabilidade.
O modelo pode ser representado como:
P(0) =
tempo1:
Somatório de t=1 até n1 de (D(0) (1+g(a))^t)/((1+K(e,ac))^t)
+
tempo2:
Somatório de t=n1+1 até n2 de (DPS(t)/((1+K(e,t))^t)
+
tempo3:
(DPS(n2+1)/(K(e,ce)-g(n)))/((1+K(e,ce))^n)
onde
DPS(n2+1) = DPS(n2)*(1 + g(n))^n
Em que
D(0)= Dividendos por ação no ano 0
K(e,ac)= custo de oportunidade com alto crescimento
K(e,t)= custo de oportunidade no periodo de transição
K(e,ce)= custo de oportunidade com crescimento estável
g(a) = crescimento no período de alto crescimento;
DPS(t) = dividendos por ação esperados para o ano t;
n1 = final do período de crescimento elevado;
n2 = final do período de transição;
g(n) = crescimento estável após o ano n2.
Como calcular o payout no modelo de 3 estágios?
Se Πa é o payout do período de alto crescimento e Πn é o payout do período de crescimento estável, os dividendos pagos no tempo t e n serão:
-para o período de alto crescimento:
(EPS(0)Πa)(1+g(a))^t onde D(0)=(EPS(0)*Πa)
-para o período estável
(EPS(n2)Πn)(1+g(n))^n onde DPS(n2)=(EPS(n2)*Πn)
Em que:
EPS = Lucro por Ação (Earnings per Share).
g(n) = crescimento estável após o ano n2.
Para o período de transição, podemos considerar um payout e uma taxa de crescimento variável.
O que deve ser levando em consideração sobre o modelo de 3 estágios?
- na fase de crescimento elevado, o desembolso de capital tende a ser maior que a depreciação;
- na fase de transição, essa diferença diminuirá, invertendo-se na fase de crescimento estável;
- à medida que a taxa de crescimento diminui, o beta usado para achar o K(e) - Custo de oportunidade- muda e, no infinito, ele tenderá a 1.
Se obtiver um valor excessivamente baixo a partir desse modelo, observe as seguintes disposições.
O que deve ser feito se obtiver um valor excessivamente baixo a partir do modelo de 3 estágios?
Problema1: Desembolsos de capital significativamente mais elevados do que a depreciação na fase estável
Solução1: Compense os desembolsos de capital com depreciação
Problema 2: O beta está alto durante o periodo de crescimento estável
Solução 2: Utilize um beta mais próximo de 1.
Problema3:O capital de giro está muito alto para ser sustentado.
Solução3: utilize um coeficiente de capital de giro mais próximo do setor.
Fonte: Elaborada a partir de Damodaran (2007).
DAMODARAN, Aswath. The dark side of valuation. Índia: Pearson Education India, 2007.
O que deve ser feito se obtiver um valor excessivamente altoa partir do modelo de 3 estágios?
Problema1: Os desembolsos de capital compensam a depreciação durante o crescimento elevado.
Solução1: Determine desembolsos de capital mais elevados.
Problema 2: O periodo de crescimento é extremamente elevado.
Solução 2: Utilize um periodo de crescimento mais reduzido.
Problema3:a Taxa de crescimento para o período estável está elevada.
Solução3: Utilize uma taxa de crescimento mais próxima à do PIB.
Fonte: Elaborada a partir de Damodaran (2007).
DAMODARAN, Aswath. The dark side of valuation. Índia: Pearson Education India, 2007.
O que é lucro bruto?
É a receita líquida deduzida dos custos de produção. Possui o objetivo de mostrar a lucratividade das operações da empresa, mas sem considerar as despesas administrativas, comerciais e operacionais. É um tipo de “Lucro antes de Impostos” (sobre os resultados).
O que é o lucro operacional?
O lucro operacional mostra a capacidade de geração de resultados provenientes das operações normais da empresa, ou seja, seu potencial de gerar riqueza em decorrência de suas características operacionais, independentemente de suas fontes de financiamento.
Adiante será observado que o lucro operacional pode ser, em alguns casos:
O Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR);
O Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR), em inglês, Earnings Before Interest and Taxes (EBIT); e
O Lucro Operacional Líquido de IR ou, em inglês, Net Operating Profits Less Adjusted Tax (NOPLAT). É um tipo de “Lucro antes de Impostos”, a depender de como a demonstração é apresentada.
LO = receita líquida - custos - despesas operacionais - despesas financeiras
O que é o Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA ou EBITDA)?
O Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA), conhecido como Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization (EBITDA), representa a geração operacional de caixa da companhia. Ele apresenta o quanto a empresa gera de recursos apenas em sua atividade, sem incluir a depreciação (pois não se paga por ela), os efeitos financeiros e de impostos. O EBITDA consiste na receita menos os custos e as despesas, sem levar em consideração a depreciação ou a amortização. Por isso, ele é fortemente correlacionado com o fluxo de caixa livre da empresa.
Trata-se de um importante indicador para avaliar a qualidade operacional da empresa, pois reflete a sua capacidade de geração de caixa operacional, se ela não quiser expandir ou tiver que substituir ativos depreciados. Sendo assim, o EBITDA é um tipo de “Lucro antes de Impostos”; todavia, não é um indicador contábil apresentado normalmente nas demonstrações de resultados.
O EBITDA está presente na geração de caixa por ação ou Cash Flow/Share (CFS):
Geração de caixa por ação (CFS)=EBITDA/nº de ações emitidas
- EBITDA = Lucro Operacional antes do IR e receitas/despesas financeiras + depreciação + amortização
O que é LAIR e Lucro líquido?
Lucro Antes de Impostos (LAIR)
O Lucro Antes de Impostos (LAIR) é o Lucro Anterior ao Imposto de Renda e à Contribuição Social.
Lucro líquido
O lucro líquido, última linha da demonstração de resultados, é o lucro operacional mais as receitas financeiras e menos as seguintes contas:
Despesas financeiras: o saldo das receitas financeiras menos as despesas financeiras reflete a estrutura de capital da empresa, isto é, as despesas decorrentes do financiamento de seus ativos e de sua operação;
Despesas não operacionais, extraordinárias e não recorrentes: aquelas que ocorrem raramente e não são aplicadas às atividades operacionais da empresa;
Imposto de renda e contribuição social.
O lucro líquido não é um indicador adequado para se analisar o resultado operacional de uma empresa.
O que é a avaliação por múltiplos com base em informações históricas?
De forma geral, o múltiplo pode ser definido como toda relação estabelecida entre o preço de uma empresa e seus elementos operacionais ou financeiros (exemplo: preço/lucro, preço/valor patrimonial, preço/vendas ou preço/geração de caixa). Também pode caracterizar índices de eficiência da empresa frente ao mercado em que atua (exemplo: receita/empregado, empregados/produto fabricado etc.).
Quais as vantagens da avaliação por múltiplos com base em informações históricas?
- O aperfeiçoamento do conceito de preço justo, pois a determinação de valor utilizando-se somente a metodologia de fluxo de caixa é limitada (principalmente para as empresas com capital fechado), sendo necessário o confronto com outros índices setoriais;
- A sofisticação das premissas utilizadas nas projeções, principalmente no que se refere à correta quantificação de ganhos operacionais frente às informações oferecidas pela administração da empresa; e
- A identificação rápida de oportunidades de investimentos, no que se refere à formação de uma carteira de ações face à sua forma de cálculo relativamente simples.