Conferência 4 - Cefaleias primárias Flashcards
(40 cards)
Quais são as principais cefaleias primárias?
- Enxaqueca (migrânea)
- Tensional
- Cefaleia em Salvas (cluster headache)
No quesito frequência, quais são as enxaquecas mais prevalentes?
- Tensional
- Enxaqueca migrânea (40-70%)
- Cefaleia em salvas (rara)
Qual cefaleia primária é ligada a história familiar?
enxaqueca (migrânea)
Quais são os fatores precipitantes de cada cefaleia primária?
- Enxaqueca: clima, estresse, alimentos, período menstrual
- Tensional: estresse
- Cefaleia em salvas: álcool
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Localização
- Enxaqueca: frontotemporal unilateral
- Tensional: Bilateral, holocraniana
- Cefaleia em salvas: periorbitária unilateral
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Localização
- Enxaqueca: frontotemporal unilateral
- Tensional: Bilateral, holocraniana
- Cefaleia em salvas: periorbitária unilateral
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Características
- Enxaqueca: Pulsátil
- Tensional: Opressiva
- Cefaleia em salvas: “em facadas”
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Intensidade
- Enxaqueca: Moderada a grave
- Tensional: Leve a moderada
- Cefaleia em salvas: Insuportável
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Duração
- Enxaqueca: 4-72h
- Tensional: 30 min - 7 dias
- Cefaleia em salvas: 15 - 180 min
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Período
- Enxaqueca: Manhã ou final da tarde
- Tensional: Final da tarde
- Cefaleia em salvas: Noturno
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Apresentação do paciente
- Enxaqueca: prefere repousar em ambiente calmo e com pouca luz
- Tensional: A cefaleia nao impede as atividades
- Cefaleia em salvas: Muito agitado
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Aura
- Enxaqueca: Sim (em 20%)
- Tensional: Não
- Cefaleia em salvas: Não
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Outros possíveis achados
- Enxaqueca: Náuseas e vômitos; fotofobia;
- Tensional: Hiperestesia e hipertonia da musc pericrâniana
- Cefaleia em salvas: Hiperemia conjutival, lacrimejamento, congestão nasal, sudorese facial, miose, ptose/edema palpebral
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Tratamento abortivo da dor
- Enxaqueca: Triptanos (leva a vasoconstrição preferencial dos vasos cerebrais e meníngeos) - o mais utilizado é o sumatriptano
- Tensional: Analsésicos comuns ou AINE
- Cefaleia em salvas: Triptanos + oxigênio (+ RM ou TC no primeiro episódio para diag diferencial)
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Tratamento profilático
- Enxaqueca: Betabloqueadores (propanolol ou atenolol)
- Tensional: Antidepressivo tricíclico
- Cefaleia em salvas: Verapamil
Em relação a dor de cada cefaleia, responda:
Quais são as indicações para tratamento profilático
- Enxaqueca: ≥ 3 a 4 crises/meses
- Tensional: cefaleia ≥ 15dias/mes
- Cefaleia em salvas: SEMPRE
Esta história abaixo deverá ser utilizada para que você responda
aos dois primeiros casos clínicos:
Mulher, 30 anos, dá entrada no posto de saúde queixando-se de
dor de cabeça há aproximadamente cinco horas.
Apresenta-se abalada emocionalmente e relata um
desentendimento recente com o seu namorado. Nega uso de
medicamento prévio.
Refere dor de forte intensidade, latejante, em região
frontotemporal esquerda. Já apresentou três episódios de
vômitos e continua com náuseas. Sua dor iniciou logo após
almoço em famosa churrascaria da cidade, e foi precedida por
dormências em membros superiores. O exame físico e
neurológico não apresenta anormalidades. A história pregressa
mostra eventos semelhantes no passado e sua mãe diz que
quando era mais nova tinha muita “dor de cabeça”,
principalmente durante a menstruação.
1) Qual é seu provável diagnóstico?
Migrânea com aura.
Refere dor súbita de forte intensidade, em hemicrânio esquerdo,
com náuseas e vômitos. Há aproximadamente uma semana
apresentou episódio semelhante, porém de menor duração. A
história pregressa mostra vários episódios de cefaleia, mas não
como esses dois últimos. O médico do posto de saúde, em
consulta de 5min, faz o diagnóstico de enxaqueca sem aura,
sendo liberada para casa com prescrição de dipirona sódica 500
mg – VO – de 6/6h. No dia seguinte à consulta no posto de
saúde, apresenta alteração do estado de consciência, vômitos e
crise convulsiva, sendo levada ao pronto-socorro. Após cerca de
2h na emergência, desenvolve insuficiência respiratória e evolui
para óbito. Pergunta-se:
1) Qual é a sua hipótese diagnóstica principal?
Hemorragia subaracnoide.
Uma jovem de 22 anos teve o diagnóstico de enxaqueca
clássica definida por um especialista em cefaleias primárias. Um
dos critérios diagnósticos que poderia estar presente na
paciente seria:
a) Crises álgicas com duração de duas a três horas, caso não
esteja em tratamento.
b) Início da cefaleia cerca de quatro horas após o aparecimento
de escotomas.
c) Presença de manifestações disautonômicas, como
lacrimejamento.
d) Agravamento do quadro álgico ao subir escadas.
A enxaqueca clássica tem duração de 4 a 72h (A errada). Os
pródromos, nesta doença, precedem o início da dor em, no
máximo, 60min (B errada). O lacrimejamento e outras
manifestações relacionadas a um aumento da descarga
colinérgica em nervos da região craniofacial fazem parte do
quadro clínico básico das cefaleias trigeminais autonômicas
(como a “cefaleia em salvas”), e não da enxaqueca (C errada).
Enfim, nas enxaquecas é clássico que a dor piora com esforço
físico. Resposta certa: D.
Criança, oito anos, vem se queixando, desde os seis, de
episódios recorrentes de cefaleia de localização bifrontal, com
duração de mais de seis horas. Às vezes chegam a durar dois
dias inteiros. Melhora com repouso ou após sono. Refere
fotofobia, mas não apresenta fono ou osmofobia. Sempre
apresenta enjoo e, quando de forte intensidade, vômitos. Faz
uso de óculos para correção de miopia. Seu exame neurológico
é normal. Excelente desempenho escolar. Mãe e avó materna
também se queixam de cefaleia, com estas mesmas
características, desde jovens. Tendo em vista o quadro, o mais
plausível é:
a) Administrar medicamento profilático para controle da cefaleia.
b) Considerar hipótese de cefaleia tensional.
c) Indicar realização de punção lombar para exame do liquor.
d) Supor caso de hipertensão intracraniana, com possibilidade
de tumor cerebral.
e) Cogitar diagnóstico de enxaqueca.
Temos um escolar com uma cefaleia crônica há dois anos,
trata-se de uma cefaleia bilateral, associada a fotofobia,
náusea e vômito (lembre-se que em crianças a enxaqueca
pode ser bilateral). São sintomas típicos de enxaqueca. Nosso
paciente apresenta exame neurológico normal, com
desenvolvimento adequado (excelente desempenho escolar),
corroborando a etiologia primária da cefaleia. O problema
oftalmológico já se encontra corrigido. Além de tudo, há ainda
outro dado típico de enxaqueca: história familiar positiva. Não
há sinal algum de hipertensão intracraniana ou meningite. A
profilaxia para enxaqueca deve ser feita quando existem mais
de 3-5 crises por mês, o que não é citado no caso em
questão. Gabarito: E.
A migrânea é o tipo mais frequente de cefaleia recorrente que
chama atenção de pais e prestadores de cuidados primários.
Alguns tipos são acompanhados de aura, ou seja, um aviso
neurológico de que uma crise de cefaleia irá ocorrer. O tipo mais
comum de aura visual em crianças adolescentes é:
a) Figura em zigue-zague.
b) Escotoma negativo.
c) Escotoma positivo.
d) Fotopsia.
» Uma questão conceitual sobre um tema comum na prática
pediátrica. A aura é exatamente o que a banca descreveu: um
aviso de que o episódio álgico vai ocorrer. A aura típica deve
ser visual, sensorial ou disfásica, durar entre 5 e 60 minutos e
preceder o início da dor em até 60min. A forma mais comum
de aura em crianças e adolescentes é a fotopsia, caracterizada
por flashes luminosos dispersos. As auras mais comumente
observadas em adultos, como os escotomas cintilantes, não
são comuns em crianças. Resposta: letra D.
Mulher, 35 anos de idade, procura pronto atendimento com dor
em hemicrânio direito, pulsátil, de forte intensidade,
acompanhada de náuseas/vômitos, foto e fonofobia há 6 horas.
Refere episódios prévios de cefaleia semelhantes ao atual. Nega
uso de medicações contraceptivas. O exame neurológico é
normal. Trata-se de:
a) Cefaleia tensional. Tomografia de crânio é mandatória.
b) Enxaqueca. Tomografia de crânio é mandatória.
c) Enxaqueca. Não há necessidade de exame de imagem.
d) Cefaleia tensional. Não há necessidade de exame de
imagem.
e) Cefaleia secundária. Tomografia de crânio é mandatória.
» Para o diagnóstico de migrânea (enxaqueca), as crises devem
durar de 4 a 72 horas e não levam à alteração do exame
neurológico. São necessárias duas das seguintes
manifestações: dor unilateral, dor pulsátil, agravamento por
movimento/atividade física e intensidade moderada a grave,
além de náusea, vômitos, fotofobia ou fonofobia. Nossa
paciente apresenta dor em hemicrânio direito de forte
intensidade, além de náusea, vômitos, foto e fonofobia há seis
horas, sem alteração do exame neurológico. Gabarito: C.
Uma adolescente de 15 anos apresenta episódios intermitentes
de cefaleia há três anos. A dor é hemicrania, ora direita ora
esquerda, tipo latejante, de moderada a forte intensidade,
associada a náuseas, vômitos, fonofobia e fotofobia.
Precedendo as crises, ela refere parestesias em face e mãos,
associadas à escotomas cintilantes. As crises duram em média
cinco horas e melhoram com uso de paracetamol. O exame
neurológico é normal. As crises ocorrem duas vezes por mês,
próximo ao período de provas escolares. O diagnóstico, nesse
caso, é:
a) Cefaleia tipo tensional.
b) Enxaqueca clássica.
c) Enxaqueca basilar.
d) Hemicrania paroxística.
Temos uma adolescente com cefaleia, cuja anamnese é típica
de enxaqueca: cefaleia geralmente unilateral, latejante,
intensa, com sintomas associados característicos de
enxaqueca (náusea, vômitos, foto e fonofobia), sendo os
episódios geralmente desencadeados por estresse. A aura da
enxaqueca, presente em 20% das crises, é caracterizada pela
presença de sinais e sintomas neurológicos focais, como
escotomas cintilantes (zigue-zagues brilhantes no campo
visual), escurecimento da visão, dormência ou parestesias,
que podem surgir antes, durante (mais frequentemente) ou
logo após a cefaleia. Neste caso não temos critérios para
fechar o diagnóstico de enxaqueca basilar, logo ficaremos com
a opção B.
Uma jovem de 22 anos vem evoluindo com cefaleia
hemicraniana pulsátil e com pródromos de náusea e escotomas.
Ela vem apresentando crises de cefaleia toda semana, há 1 ano.
Qual a melhor opção terapêutica para profilaxia nessa paciente:
a) Dipirona.
b) Derivados da ergotamina.
c) Propranolol.
d) Paracetamol.
e) Corticoide.
» Profilaxia de enxaqueca é sempre um tema cobrado. Atenção
para não confundir tratamento preventivo com tratamento das
crises! Respostas: C