Delirium Flashcards

1
Q

Definição delirium

A
  • Alteração cognitiva de início súbito (horas ou dias), curso flutuante, com distúrbios da consciência, atenção, memória, pensamento e comportamento.
  • Delirium costuma envolver perturbações da percepção, atividade psicomotora anormal e prejuízo do ciclo de sono-vigília.
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2
Q

Termos usados para designar delirium

A
Demência aguda
Demência reversível 
Encefalopatia metabólica 
Encefalopatia tóxica 
Estado confusional 
Transtorno mental orgânico 
Psicose exógena
Síndrome cerebral orgânica 
Psicose da UTI
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3
Q

Delirium x delírio

A

Delirium é uma síndrome e delírio é um sintoma

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4
Q

Epidemiologia do delirium

A

Afeta 10-45% dos pacientes internados, sobretudo ps com idade avançada, aqueles que sofrem de doenças graves e os submetidos a procedimentos cirúrgicos
Pacientes terminais: prevalência chega a 85%
Prevalência chega a 67% em vítimas de politrauma
Em pacientes de UTI que necessitam de ventilação mecânica a prevalência chega a 92%
Em pacientes idosos submetidos a cirurgia ortopédica: 55,9%
Em pacientes em fase aguda de AVC a incidência varia de 13% a 48%
Na prática clínica, apenas 30-60% dos pacientes são diagnosticados

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5
Q

Sintomas psiquiátricos comuns no delirium

A

Anormalidades do humor, na percepção e no comportamento

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6
Q

Sintomas neurológicos no delirium

A

Tremor, asterixe, nistagmo, incoordenação e incontinência urinária

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7
Q

Fisiopatologia do delirium

A
  • Redução do metabolismo oxidativo cerebral.
  • Falência da transmissão colinérgica.
  • Atividade dopaminérgica em excesso (diminui a liberação de acetilcolina).
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8
Q

Principal neurotransmissor envolvido no delirium

A

Acetilcolina

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9
Q

Principal área neuroanatômica envolvida no delirium

A

Formação reticular (área reguladora da atenção e da excitação)

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10
Q

Principal via implicada no delirium

A

Via tegmentar dorsal (se projeta desde a formação reticular mesencefálica até o teto e o tálamo)

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11
Q

Etiologia do delirium

A

O delirium resulta da combinação de fatores predisponentes e fatores precipitantes.
Isoladamente, a idade é o principal fator predisponente ao delirium. Entre os fatores precipitantes, destacam-se: infecção, distúrbios metabólicos, hipoxemia, anemia, retenção urinária, cateterização da bexiga, obstipação, impactação fecal, abstinência alcoólica, cirurgia, insuficiência de órgãos, fatores psicossociais e drogas. Praticamente, qualquer droga pode causar delirium em indivíduos suscetíveis, sobretudo os opioides, substâncias com ação anticolinérgica e benzodiazepínicos. (Clínica Psiquiátrica de Bolso, USP 1ªed)

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12
Q

Tipos de delirium

A

Hiperativo, hipoativo e misto.

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13
Q

Características do delirium hiperativo

A
  • Aumento da atividade motora
  • Inadequação da atividade motora às circunstâncias
  • Inquietação (queixa-se de inquietação ou parece agitado)
  • Peregrinação (move-se sem clara direção ou propósito)
  • Aumento das vocalizações
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14
Q

Características do delirium hipoativo

A
  • Diminuição do nível de atividade motora (menos atividade que o usual, como mexer menos)
  • Diminuição na velocidade das ações (lentidão para iniciar ou realizar movimentos)
  • Diminuição e/ou lentificação da fala/discurso
  • Letargia (menos reativo ao ambiente)
  • Redução do alerta/retraimento (parece desconectado do ambiente)
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15
Q

Critérios diagnósticos para delirium no DSM-5

A

A. Perturbação da atenção (capacidade reduzida para direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção) e da consciência (menor orientação para o ambiente).

B. A perturbação se desenvolve em um período breve de tempo, representa uma mudança da atenção da atenção e da consciência basais e tende a oscilar quanto à gravidade ao longo do dia.

C. Perturbação adicional na cognição (ex. déficit de memória, desorientação, linguagem, capacidade visuoespacial ou percepção)

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16
Q

Especificadores do delirium

A

Especificar se:
• Agudo: duração de poucas horas a dias.
• Persistente: duração de semanas ou meses.

Especificar se:
• Hiperativo: o indivíduo tem um nível hiperativo de atividade psicomotora que pode ser acompanhado de oscilação de humor, agitação e/ou recusa a cooperar com os cuidados médicos.
• Hipoativo: o indivíduo tem um nível hipoativo de atividade psicomotora que pode estar acompanhado de lentidão e letargia que se aproxima do estupor.
• Nível misto de atividade: o indivíduo tem um nível normal de atividade psicomotora mesmo com perturbação da atenção e da percepção; inclui ainda pessoas cujo nível de atividade oscila rapidamente.

17
Q

Sinais e sintomas essenciais do delirium

A

Déficit de atenção
Prejuízo da memória (curto e longo prazo)
Desorientação
Transtorno ciclo sono-vigília (fragmentação, sundowning)
Anormalidades do pensamento (associações frouxas, tangencial)
Alterações motoras
Transtornos da linguagem (fala incoerente, prejuízo na compreensão)

18
Q

Sinais e sintomas não essenciais do delirium

A
Transtornos perceptivos (alucinações, ilusões)
Delírios (pouco estruturados)
Alterações afetivas (labilidade, ansiedade, apatia, irritabilidade)

Em um estudo, os sintomas neuropsiquiátricos e comportamentais de delirium mais frequentes foram perturbação do ciclo vigília-sono (97%), agitação motora (62%), retardo motor (62%), perturbações da linguagem (p. ex., mutismo, dificuldade de compreensão) (57%), labilidade afetiva (53%), distúrbios da percepção e alucinações (50%) e delírios (31%). (Manual residente psiquiatria UNIFESP, 2016)

19
Q

Delirium X demência

A

Demência: tempo de desenvolvimento da condição (semanas/meses x horas/dias) e a oscilação no nível de atenção no delirium em comparação com a atenção relativamente consistente na demência.
Eventualmente, delirium ocorre em um paciente com demência, uma condição conhecida como demência nebulosa.

A distinção tradicional entre delirium e demência em razão do surgimento agudo e do curso temporal é especialmente difícil nos idosos com um TNC anterior que pode não ter sido reconhecido ou naqueles que desenvolvem prejuízo cognitivo persistente após um episódio de delirium. (DSM V)

20
Q

Delirium hipoativo X depressão

A

Diferente do delirium, a depressão apresenta nível preservado de consciência e atenção e memória pouco alterada. O curso da depressão pode ser episódico com possíveis recaídas. O humor predominante é depressivo. Os delírios costumam ser congruentes com o humor. (Manual residente psiquiatria UNIFESP, 2016)

21
Q

Delirium X esquizofrenia

A

Em comparação ao delirium, a esquizofrenia apresenta nível de consciência preservado, delírios estruturados e, principalmente, alucinações auditivas. (Manual residente psiquiatria UNIFESP, 2016)
De modo geral as alucinações e os delírios de indivíduos com esquizofrenia são mais constantes e mais bem organizados do que os daqueles com delirium. O paciente com esquizofrenia costuma não experimentar alteração em seu nível de consciência nem em sua orientação.

22
Q

Tratamento do delirium

A
  • Identificar e tratar o fator precipitante.
  • Fornecer apoio físico, sensorial e ambiental.
  • Estratégias de reorientação.
  • Permitir presença de familiares.
  • Estimular a mobilidade e independência para atividades.
  • Contenção no leito deve ser evitada.
23
Q

Intervenções ambientais para o tratamento do delirium

A
  • Janelas ou iluminação com variação durante o dia
  • Redução de estímulos sensoriais como um todo (sons…)
  • Disponibilizar relógios e calendários
  • Tornar o ambiente mais familiar
  • Presença de familiar pode reduzir necessidade de contenção física
24
Q

Manejo medicamentoso do delirium

A

Abordagem farmacológica deve ser utilizada somente em pacientes com risco de danos para si ou terceiros, sintomas psicóticos que provoquem muito sofrimento e/ou grave agitação psicomotora que interrompam o tratamento médico essencial. No caso de delirium hipoativo, muitas vezes, não há necessidade de utilizar psicofármacos.

Haloperidol- tratamento de escolha. 1 a 2 mg (dose máxima 5 mg), VO, com intervalos de 2 a 4 h. Pode causar sintomas extrapiramidais como acatisia, distonia e síndrome neuroléptica maligna.

Antipsicóticos atípicos- olanzapina (2,5 a 7,5 mg/dia) e risperidona (0,5 a 3 mg/dia). Considerados nas situações em que o haloperidol provoca manifestações indesejadas.

Benzodiazepínicos podem causar sedação excessiva, prejuízo de memória, depressão respiratória, confusão mental ou agravar os sintomas de confusão mental, particularmente em pessoas com demência.
Podem ser utilizados em casos específicos (delirium tremens ou sedativos, em casos de acatisia, doença de Parkinson ou demência com corpos de Lewy)
Lorazepam (1 a 2 mg, dose máxima 4 mg)
(Manual residente psiquiatria UNIFESP, 2016)

24
Q

Tratamento do delirium causado por toxicidade anticolinérgica

A

Pode ser indicado o uso de salicilato de fisostigmina, de 1 a 2 mg por via IV ou IM, com repetição da dose em 15 a 30 minutos

25
Q

Por que os BZD devem ser evitados no delirium?

A
  • BZD piora o curso!
  • Piora ou evolui para hipoativo
  • Usados no delirium tremens - BZD atuam nos receptores cloro-benzo-gaba (mesmo do álcool)
27
Q

Durante o tratamento, a equipe médica deve ser diligente para:

A

Corrigir hipoxia e hipotensão
Manter-se vigilante em relação à infecção
Monitorar as eliminações e tratar obstipação intestinal
Identificar e tratar dor
Revisar as medicações (suspender as com propriedades anticolinérgicas)
Evitar cateteres, aplicar medicação intravenosa ou coletar exames laboratoriais
desnecessariamente
Não perturbar o sono do paciente com procedimentos ou administração de
fármacos.
(Manual residente psiquiatria UNIFESP, 2016)

28
Q

Profilaxia para o delirium

A
  • Reorientação
  • Otimização do sono
  • Exercícios, mobilização
  • Hidratação oral
  • Auxilio visual e auditivo