Diarreia Aguda e Desidratação Flashcards

(91 cards)

1
Q

Definição de diarreia aguda

A

Aumento do volume e frequência das evacuações
Ao menos 3 evacuações amolecidas por dia
< 14 dias

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Q

Principal etiologia

A
VIRAL
Rotavírus (principal)
Coronavírus
Adenovírus
Norovírus (surtos em navios de cruzeiro)
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3
Q

Etiologia bacteriana

A
E. coli
Salmonella
Shigella
C. jejuni
V. cholerae
Y. enterocolitica
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4
Q

Achado comum na diarreia de causa bacteriana (principalmente Shigella)

A

DISENTERIA (diarreia com sangue e muco)

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5
Q

Etiologia em pacientes imunodeprimidos

A
Klebsiella
Pseudomonas
Cryptosporidium
Isospora
C. difficile
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6
Q

Etiologia relacionada ao uso prolongado de atb de amplo espectro

A

C. difficile

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7
Q

Patogênese da diarreia aguda

A

Desequilíbrio entre absorção e secreção de água e eletrólitos

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8
Q

Mecanismos de diarreia aguda

A

Secretora toxigênica
Secretora invasiva
Osmótica

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9
Q

Diarreia secretora toxigênica

A

Toxinas
Ativa adenilciclase → aumenta AMP cíclico → inibe cotransportador Na/Cl → secreção Cl e perda de água
DIARREIA AQUOSA DE GRANDE VOLUME

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10
Q

Etiologia da diarreia secretora toxigênica

A

E. coli enterotoxigênica
Clostridium
V. cholerae
S. aureus

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11
Q

Diarreia secretora invasiva

A

Destruição das vilosidades intestinais → perda de água e eletrólitos, hemácias, leucócitos e proteínas
DISENTERIA (muco e sangue nas fezes)

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12
Q

Principal etiologia da diarreia secretora invasiva

A

Shigella

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13
Q

Diarreia osmótica

A

Lesão das vilosidades intestinais → redução das enzimas na borda em escova (lactase, maltase e sucrase) → má absorção de açúcares → ficam na luz intestinal e aumentam a pressão osmótica → “puxam” água e eletrólitos
DIARREIA AQUOSA
DISTENSÃO ABDOMINAL
FLATULÊNCIA

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14
Q

Principal etiologia na diarreia osmótica

A

Rotavírus

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15
Q

Quadro clínico da gastroenterite aguda

A
Vômitos
Febre
Diarreia aquosa e abundante (desidratação)
Anorexia
Cefaleia
Mialgia
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16
Q

Gastroenterocolite aguda bacteriana

A

Disenteria

Sintomas sistêmicos: febre alta, prostração

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17
Q

Sintomas específicos de GECA por shigella

A

Convulsões

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18
Q

Sintomas específicos de GECA por C. jejuni

A

Sd. Guillain-Barré

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19
Q

Sintomas específicos de GECA por salmonella

A

Sepse (lactentes < 3 meses, desnutridos, anemia falciforme ou imunodeficiências)

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20
Q

Indicação de pesquisa etiológica

A

Paciente grave
Surtos
Diarreia persistente

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21
Q

Pesquisa etiológica

A

Coprocultura ou pesquisa de vírus nas fezes

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22
Q

Classificação da desidratação pela perda de peso (%)

A

Leve: ≤ 5%
Moderada: 6-9%
Grave: ≥ 10%

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23
Q

Fatores de risco para desidratação

A

Idade < 2 meses
Vômitos frequentes
8 evacuações/dia
Comorbidades

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24
Q

Sinais clínicos de desidratação grave

A
Comatoso
Olhos muito fundos
Boca muito seca
Incapaz de beber
Pulso ausente
Tempo enchimento capilar > 5 segundos
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25
Quando considerar desidratação grave
Pelo menos 2 sinais clínicos
26
Sinais clínicos de desidratação de algum grau
``` Irritado Olhos fundos Boca seca Sedento Pulso rápido/débil Tempo enchimento capilar 3-5 segundos ```
27
Sinais clínicos de hidratação
``` Alerta Olhos normais Boca úmida Sede normal Pulso cheio Tempo enchimento capilar < 3 segundos ```
28
Desidratação isonatrêmica
Perda de água = perda de eletrólitos Na 135-145 mEq/L Osm. 280-310 mOsm/L FORMA MAIS COMUM
29
Tipo de desidratação mais comum de acordo com o nível de sódio
Desidratação ISONATRÊMICA
30
Desidratação hipernatrêmica
Perda de água >>> perda de eletrólitos Na 145-155 mEq/L Osm. > 310 mOsm/L SINTOMAS DE DESIDRATAÇÃO CELULAR (sede e irritabilidade) Tem muita água no intravascular e pouca água no intracelular
31
Desidratação hiponatrêmica
Perda de água <<< perda de eletrólitos Na < 135 mEq/L Oms. < 280 mOsm/L MENOS ÁGUA NO INTRAVASCULAR (choque hipovolêmico e convulsões) Mais água no intracelular (edema cerebral)
32
Fatores de risco para desidratação hipernatrêmica
Lactentes < 3 meses Diabetes insipidus Uso de soro hipertônico
33
Fatores de risco para desidratação hiponatrêmica
Desnutrição Vômitos frequentes Uso de soro hipotônico
34
Tratamento da diarreia aguda
Guiado pelo estado de hidratação
35
Tratamento do paciente hidratado
Plano A | Casa
36
Tratamento do paciente com algum grau de desidratação
Plano B | Pronto Socorro
37
Tratamento do paciente com desidratação grave
Plano C Retaguarda/Internado (isolamento de contato) COLHER SEMPRE Na, K, gasometria venosa e glicemia
38
Soro de reidratação oral
Utiliza cotransportador Na/glicose (preservado na diarreia)
39
Plano A
SRO depois de todas as perdas Alimentação habitual Sinais de alerta Lactente em AME: não precisa de SRO, pode apenas aumentar a frequência do aleitamento
40
Quantidade de SRO no plano A
Após cada perda: < 1 ano: 50-100 ml 1-10 anos: 100-200 ml > 10 anos: livre
41
Plano B
TRO 50-100 ml/kg em 4 a 6 horas VO Jejum Manter aleitamento Pesar antes e durante a terapia
42
Reavaliação do estado de hidratação após plano B
Hidratado: alta + plano A | Mantém desidratação: gastróclise
43
Gastróclise
Sonda nasogástrica para oferta de SRO
44
Indicação de gastróclise
Vômitos persistentes | Falha da TRO
45
Contraindicação da gastróclise
Desidratação grave Íleo paralítico Alteração do nível de consciência
46
Fases do plano C
Expansão Manutenção Reposição
47
Fase de expansão em < 5 anos
SF 0,9% 20 ml/kg em 20-30 minutos
48
Fase de expansão em < 5 anos RN ou cardiopata
SF 0,9% 10 ml/kg
49
Reavaliação após expansão
Se continua com desidratação grave, pode repetir a expansão até 3 vezes Se evolui com melhora (algum grau de desidratação), inicia soro de manutenção
50
Fase de expansão em > 5 anos
SF 0,9% 30 ml/kg em 30 minutos + Ringer lactato 70 ml/kg em 2h30min
51
Fase de manutenção
``` Após reidratado 100 ml/kg peso calórico Na (soro hipotônico ou isotônico) K 2,5 mEq/peso calórico/dia Soro de reposição SRO às perdas e aleitamento na oferta oral ```
52
Peso calórico criança < 10 kg
Igual ao peso (da balança)
53
Peso calórico criança 10-20 kg
10 + 0,5 x peso que excede 10
54
Peso calórico criança > 20 kg
15 + 0,2 x peso que excede 20
55
Soro hipotônico (holliday segar)
Na 3 mEq/kg de peso calórico/dia | MAIS UTILIZADO
56
Soro isotônico
Na 140 mEq/L
57
Soro de reposição
Repor as perdas 50 ml/kg peso aferido SF 0,9% + SG 5% (1:1)
58
Indicação de internação na diarreia aguda
Falha da TRO Desidratação grave Fatores agravantes
59
Tratamento com sintomáticos
Analgésicos Anti-eméticos (ondansetrona): não é rotina Racecadotrila: não é rotina
60
Medicamentos que NÃO PODEM ser utilizados
Anti-espasmódicos Anti-fiséticos Antidiarreicos
61
Zinco
1xdia por 10-14 dias < 6 meses: 10 mg > 6 meses: 20 mg
62
Objetivo do zinco
Reduzir a duração da diarreia e a recorrência nos próximos 3 meses
63
Indicação do uso de zinco
Desnutridos | Regiões com deficiência de zinco
64
Probióticos
Lactobacillus GG S. boulardii L. reuteri DSM 17938 REDUÇÃO EM 1 DIA DE DIARREIA
65
Uso de antibióticos
NÃO USAR em toda disenteria
66
Indicação do uso de antibióticos
Disenteria com queda do estado geral e febre: shigella ou c. jejuni < 3 meses, anemia falciforme ou imunodeficientes: risco de salmonella (sepse) Diarreia do viajante
67
ATB na infecção por shigella
Ciprofloxacino ou ceftriaxona
68
ATB na infecção por c. jejuni
Azitromicina
69
ATB na infecção por salmonella
Ceftriaxona
70
ATB na infecção por ETEC
Azitromicina 3 dias
71
ATB na infecção por v. cholerae
SMZ/TMP 3 dias
72
Diarreia persistente
> 14 dias Pós-gastroenterite Intolerância transitória à lactose (perda da lactase)
73
Conduta na diarreia persistente pós-gastroenterite
Suspensão temporária do leite ou derivados | Substituição por leite sem lactose
74
Síndrome hemolítico-urêmica típica
< 5 anos | Principal causa de IRA nas crianças
75
Etiologia da SHU
E. coli entero-hemorrágica produtora de toxina shiga-like (O157:H7) Transmissão fecal-oral Surtos
76
Outras possíveis etiologias de SHU
Shigella | S. pneumoniae
77
Quadro clínico inicial da SHU
Gastroenterite aguda Disenteria (50-60%) Após 2-12 dias → clínica SHU
78
Patogênese da toxina shiga-like
Lesão do endotélio → trombose arteriolar e capilar | Lesão das células glomerulares mesangiais e podócitos
79
Quadro clínico da SHU (microangiopatia trombótica)
Anemia hemolítica microangiopática Trombocitopenia Lesão renal aguda
80
Anemia hemolítica microangiopática
``` Anemia normocítica Reticulocitose Esquizócitos Elevação Bb indireta Coombs direto negativo ```
81
Trombocitopenia
Petéquias Sangramento Redução das plaquetas
82
Lesão renal aguda
``` Oligúria Proteinúria Hematúria Edema Hipertensão ```
83
Diagnóstico da SHU
Clínico-laboratorial + Diagnóstico etiológico (coprocultura, sorologia ou toxina nas fezes)
84
Conduta na SHU
SUPORTE (autolimitada) Internação com isolamento de contato e hidratação EV Diálise
85
Indicação de diálise na SHU
Anúria > 24h | Oligúria > 72h
86
Oligúria na pediatria
Diurese < 0,5 ml/kg/h
87
Medicações que NÃO DEVEM ser utilizadas na SHU
Antibióticos Antiagregantes Corticoide Plasma
88
Prognóstico na SHU
Mortalidade < 5% | Alteração renal persistente 30-50% (normaliza em 5 anos)
89
Avaliação do tempo de enchimento capilar em lactentes
Fecha e comprime a mão da criança por 15 segundos | Depois de abrir a mão, verificar o tempo para voltar à coloração habitual à palma da mão
90
Fatores de risco para SHU
Idade < 5 anos Sexo feminino Uso de antiespasmódico e antibiótico Leucocitose
91
Fatores de risco para progressão da SHU a doença renal crônica
Oligúria prolongada na fase aguda Hipertensão arterial persistente (> 1 ano) Proteinúria persistente (relação proteinúria/creatinina > 1)