DISTÚRBIOS HIPERTENSIVOS DA GESTAÇÃO Flashcards

(34 cards)

1
Q

Aspectos gerais:

A
  • 1ª causa de morte materna no Brasil / 2ª mundo
  • Afeta: 10% das gestantes
  • Complicações:
    1) Maternas: insuficiência renal, AVC, IC, EAP, coagulopatia e insuficiência hepática
    2) Fetais: insuficiência placentária, prematuridade eletiva, restrição do crescimento fetal, sofrimento crônico e agudo
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2
Q

Classificação - Distúrbios Hipertensivos da Gestação:

A
  • ≥ 20 semanas
    1) Hipertensão gestacional
    2) Pré-eclâmpsia
    ° Eclâmpsia
    ° Síndrome HELLP
    ° Pré-eclâmpsia sobreposta
  • < 20 semanas
    ° Hipertensão arterial crônica - primária, secundária, jaleco branco e mascarada
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2
Q

Hipertensão gestacional x pré-eclâmpsia:

A
  • Comum:
    1) Previamente normotensa
    2) Eleva-se ≥ 20s e desaparece até 12s pós-parto
  • HG: ausência de proteinúria, disfunção de órgão alvo
  • Pré-eclâmpsia: proteinúria OU disfunção de órgãos-alvo OU disfunção uteroplacentária
    ° Eclâmpsia: convulsões tônico-clônicas na ausência de outras causas
    ° HELLP: plaquetopenia, hemólise (aumento LDH) e aumento de enzimas hepáticas
    ° PE sobreposta: HAS < 20s ou previamente hipertensa e apresenta aspectos da pré-eclâmpsia
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3
Q

Etiopatogenia da pré-eclâmpsia:

A

Outros fatores - multifatorial:
- Fatores imunológicos
° Excesso de carga antigênica fetal e ausência de antígenos bloqueadores:
1) Ativação da imunidade inata e citocina inflamatórias
2) Aumento fatores antiangiogênicos: sFLt1 e endoglina
3) Aumento fatores angiogênicos: PIGF e VEGF

  • Disfunção endotelial e alterações inflamatórias
    1) Lesão endotelial: diminui as PGI2 (vasodilatação)
    2) Ativação da coagulação: aumenta TXA2 (vasoconstrição)
    3) Aumento da relação TXA2/PGI2 - vasoconstrição
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3
Q

Etiopatogenia da pré-eclâmpsia:

A
  • Deficiência de invasão trofoblástica (2º onda até 20s)
    1) Placentação normal:
    ° Atinge camada média das a. espiraladas do endométrio
    ° Resultado: diminui RV e aumenta fluxo placentário ao abrir as artérias espiraladas

2) Placentação deficiente:
° Artérias espiraladas não se modificam
° Camada muscular média c/ menor diâmetro e alta resistência
° Reduz fluxo sanguíneo no espaço interviloso
° Alteração de perfusão placentária

  • Resultado: lesão endotelial - vasoespasmo, aumento da permeabilidade capilar e ativação da coagulação
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4
Q

Fatores de risco

A

Risco alto:
- História pregressa de PE
- Obesidade (IMC > 30)
- Hipertensão arterial crônica
- DM 1 e 2
- Doenças autoimunes (lúpus, SAAF)
- Tratamento de reprodução assistida

Risco moderado:
- HP de DPP; RCIU, óbito fetal
- História familiar de PE (mãe e irmã)
- Primiparidade
- Gestação múltipla
- Idade materna > 40 anos
- Características sociodemográficas: baixo nível socioeconômico, intervalo intepartal > 10 anos)

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5
Q

Fisiopatologia da PE

A

Lesão endotelial:
1) Aumenta permeabilidade vascular -> extravasamento do plasma p/ o meio extracelular
2) Edema, hemoconcentração e proteinúria
3) Aumento da viscosidade sanguínea
4) Trombose e isquemia de órgãos

Vasoespasmo intenso:
1) Baixa perfusão renal -> Reduz fluxo plasmático e TFG
2) Lesão tubular, glomerular e arteriolares: ENDOTELIOSE GLOMERULOCAPILAR (responsável pela proteinúria)

Fisiopatologia: lesão endotelial + vasoconstrição + isquemia + aumento da permeabilidade vascular + ativação da coagulação

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6
Q

Resultado orgânico da fisiopatologia:

A

Renais: diminuição do TFG, aumenta ácido úrico, proteinúria e endoteliose glomerular

Hepáticas: aumento transaminases, aumento das bilirrubinas, hematoma subcapsular, rotura hepática

Cerebrais: vasoespasmos, edema, convulsões e hemorragia intracraniana

Hemodinâmicas: hipertensão arterial, hemoconcentração e edema

Hematológicas: trombocitopenia, hemólise, CIVD

Uteroplacentárias: restrição do crescimento, sofrimento fetal, óbito fetal, descolamento prematuro de placenta

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7
Q

Predição de pré-eclâmpsia:

A

Indicam principalmente PE precoce (< 34s)

  • Marcadores bioquímicos: PLGF e PAPP-A
    1) Quanto menor a concentração maior o risco
  • Fatores de risco materno
    1) 01 fator de risco alto OU 02 fatores de risco moderado
  • Biofísicos (artéria uterina)
    1) Quanto maior IP (índice de pulsatilidade) maior o risco
    ° Indica maior resistência uterina: diástole reduzida (doppler espiculado)
    ° Valor maior: VPN - afastar

Se uma paciente que tem alto risco clínico para PE (p. ex., mãe e irmã com história positiva de PE) tiver um exame de US Doppler indicando bom fluxo diastólico nas artérias uterinas após a 25a
semana, seu risco de desenvolver PE diminui

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7
Q

Prevenção de pré-eclâmpsia:

A
  • Todas as gestantes (independe do risco):
    1) Exercícios físicos
    2) Suplementar ≥ 500 mg/dia de cálcio SE BAIXA INGESTA
  • Alto risco: 01 fator de alto risco ou 02 fatores moderados ou rastreamento positivo (bioquímico e biofísico)
    1) Suplementar: 1,5 a 2g/dia de cálcio - se baixa ingesta
    2) Aspirina 100-150 mg - início antes da 16s, quando há impacto (preferencialmente antes de 12s) até 36s
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8
Q

Diagnóstico - Hipertensão na gestação:

A
  • PAS ≥ 140 ou PAD ≥ 90 mmHg: em 2 ocasiões em intervalo de 4 horas
  • PAD ≥ 160 ou PAD ≥ 110 mmHg: confirmada após 15 min
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9
Q

Diagnóstico - Proteinúria:

A
  • Proteinúria de 24h ≥ 300 mg
  • Relação proteína/albumina urinária ≥ 0,3
  • Relação proteína/albumina ≥ 8 mg/mmol
  • Amostra isolada de urina ≥ 2+ ou 1g/L de proteína
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10
Q

Diagnóstico - Exames investigação PE:

A
  • Proteinúria de 24h ou relação proteína/creatinina
  • Ureia e creatinina
  • Hemograma completo
  • DHL ou esquizócitos
  • Transaminases hepáticas e bilirrubinas
  • Ácido úrico
  • Dopplevelocitometria obstétrica
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11
Q

Diagnóstico - Avaliar sintomas que indicam gravidade:

A
  • Cefaleia
  • Alterações visuais
  • Alteração do estado mental
  • Convulsões
  • Dor em HCD/Epigastralgia (distensão da cápsula abdominal)
  • Oligúria (lesão renal e aumento da permeabilidade)
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12
Q

Diagnóstico - Hipertensão gestacional:

A
  • ≥ 140/90 mmHg ≥ 20 semanas E
    1) AUSÊNCIA de proteinúria (laboratório) E
    2) AUSÊNCIA de disfunção de órgãos (laboratório)
  • Classificação:
    1) PA ≥ 140/90 e < 160/110 mmHg - leve
    2) ≥ 160/110 mmHg - grave
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13
Q

Diagnóstico - Pré-eclâmpsia:

A
  • ≥ 140/90 mmHg ≥ 20 semanas E
    1) Proteinúria (flashcard anterior) OU

2) Lesão de órgão-alvo OU
* PLQ < 150; DHL > 600; CIVD
* Transaminases 2X LSN, dor em HCD, epigastralgia
* Cr > 1,1 mg/dL; duplicação da Cr basal
* Cefaleia, turvação visual, escotomas, cegueira
* Alteração do estado mental
* Derrame ou convulsão

3) Disfunção uteroplacentária
* Restrição do crescimento fetal
* Alteração do doppler, morte fetal

  • Quadro clínico clássico: HA, edema de MMII e proteinúria
14
Q

Classificação da PE: s/ sinais de gravidade x c/ sinais de gravidade

A
  • PE c/ sinais de gravidade
    1) Hipertensão arterial grave (≥ 160/110 mmHg) não responsiva ao tratamento OU
    2) Presença de sinais ou sintomas de disfunção significativa de órgãos-alvo ou uteroplacentária
  • PE s/ sinais de gravidade
    1) Hipertensão arterial leve (< 160/110 mmHg) E
    2) Ausência de sinais e sintomas de disfunção significativa de órgãos-alvo ou uteroplacentária
    *OBS: plaqueta < 100 mil e edema pulmonar são critérios de gravidade
  • OBS: proteinúria não entra em critério de gravidade
  • OBS: toda iminência de eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP é uma PE grave
15
Q

Diagnóstico de Eclâmpsia:

A
  • Convulsões tônico-clônicas generalizadas na ausência de outras causas
  • Quadro clássico de iminência de eclâmpsia: cefaleia, turvação visual/escotomas, epigastralgia e hiperreflexia
16
Q

Diagnóstico de síndrome HELLP

A

Diagnóstico laboratorial:
- HE: hemólise - DHL > 600 / esquizócitos
- EL: elevação das enzimas hepáticas 2x LSN - devido necrose hepática periportal
- LP: plaquetopenia < 100.000 mm³

17
Q

Diagnóstico de PE sobreposta:

A
  • Hipertensão arterial crônica
  • Após 20 semanas:
    1) Proteinúria
    2) Lesão de órgão-alvo
    3) Disfunção uteroplacentária
    OBS: Hipertensão arterial grave (> 160/110 mmHg) NÃO É CRITÉRIO p/ PE sobreposta
18
Q

Separando o tipo de conduta:

A
  • Hipertensão gestacional ou PE s/ sinais de gravidade: tratamento ambulatorial
  • PE grave, eclâmpsia e Síndrome HELLP - internação
19
Q

Medidas gerais - HG e PE s/ sinais de gravidade:

A
  • Encaminhar ao PN de alto risco: consultas semanais
  • Controle da PA: medida da PA diária
  • Dieta: sem restrição de sal
  • Atividade física: reduzir atividade física
  • Exames:
    1) Proteína de fita semanal (EAS)
    2) Exames p/ avaliar gravidade:
    ° HMG, ureia, Cr, TGO/TGP, DHL, BT e frações, ácido úrico
    3) Vitalidade fetal: doppler a cada 2-4 semanas
20
Q

Medicações - HG e PE s/ sinais de gravidade:

A
  • Anti-hipertensivos oral: metildopa (mais usado)
  • Quando utilizar: PA > 140/90 mmHg
  • Alvo: PAD = 85 mmHg
21
Q

Obstétrico - HG e PE s/ sinais de gravidade

A
  • PE s/ sinais de gravidade: resolver c/ 37 semanas
  • HG leve: resolver em torno de 40 semanas
  • Via de parto: preferível vaginal
22
Medidas gerais - PE c/ sinais de gravidade:
- PA ≥ 160/110 mmHg ou suspeita de lesão de órgão-alvo: internação hospitalar - Avaliar PA materna e vitalidade fetal - Exames laboratoriais - Estabilização hemodinâmica - Classificar: PE grave, iminência de eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP - 3 Pilares: MgSO4, tto da HA grave e conduta obstétrica
23
Sulfato de magnésio - PE c/ sinais de gravidade:
- Medida mais importante p/ tratar convulsões - Todos os casos: PE grave, iminência de eclâmpsia, eclâmpsia ou Síndrome HELLP - Ação: anticonvulsivante e neuroprotetor - 2 esquemas: 1) Pritchard (transporte): * Dose inicial: 4g EV bolus em 10 a 15 minutos + 10 g IM (5g em cada nádega * Dose de manutenção: 5g IM profunda a cada 4h 2) Zuspan (internação): * Dose inicial: 4g EV bolus em 10 a 15 minutos * Dose de manutenção: 1g EV/h em BIC 3) Zuspan modificado (Sibai): * Dose inicial: 6g EV em bolus em 10 a 15 minutos * Dose de manutenção: 2g EV/h em BIC
24
Sulfato de magnésio - intoxicação:
- Terapêutico: 4 a 7 mEq/L - Reflexo patelar abolido: 8 a 10 mEq/L - Parada respiratória: 12 mEq/L - Infarto cardíaco: 25 mEq/L - Sinais de intoxicação: * Reflexos patelares ausentes * FR diminuída (< 16) - Oligúria (normal ≥ 25 mL/h): * Facilita a intoxicação por ter clearance renal - Antidoto: gluconato de cálcio à 10% - 10 mL - indicações: 1) Reflexos patelares ausentes 2) Frequência respiratória < 16 rpm 3) Diurese < 25 mL/h
25
Controle da PA - PE c/ sinais de gravidade:
- PA ≥ 160/110mmHg confirmado após 15min de repouso - Prevenir: IC, IAM e AVC - Medicações: 1) Hidralazina EV: 5 mg, repetir a cada 20 min até melhora - diluição 01AMP (20 mg/ml) + 19 mL AD - 1mg/ml 2) Nifedipina VO: 10 mg, repetir 20 mg a cada 20 min até melhora - Manter a PA: 140-150 x 90-100 mmHg
26
Resolução da gravidez independente da IG (CD obstétrica)- PE c /sinais de gravidade:
- Deterioração materna ou fetal - Síndrome HELLP - Iminência de eclâmpsia - DPP - HA grave refratária ao tratamento - Trombocitopenia progressiva - Aumento importante das enzimas hepáticas - Disfunção hepática importante - Edema agudo de pulmão - TPP/RPM - Diástole reversa da artéria umbilical - Cardiotocografia categoria III - Morte fetal
27
Resolução da gravidez s/ complicações a depender da IG (CD obstétrica) - PE c/ sinais de complicação:
- Sem complicações que INDICAM resolução imediata (flashcard anterior) - Idade gestacional: 1) < 24 ou > 34 semanas - Resolução da gestação 2) Entre 24 e 34 semanas - expectante + corticoide
28
Eclâmpsia - Conduta:
- Internação e estabilização - Se convulsão: 1) Chamar ajuda, conter, decúbito lateral 2) protetor lingual, O2 e monitorar SSVV - Abordar a crise: MgSO4 - se refratário: amobarbital, tiopental e fenitoína - Controle da PA: conforme PE c/ gravidade - Resolver a gestação (após estabilização da mãe)
28
Iminência de eclâmpsia e HELLP:
- Cefaleia, turvação visual, escotomas, epigastralgia, alteração do estado mental, hiperreflexia - Internação e estabilização - Realizar: MgSO4 -> hidralazina - Resolver a gestação HELLP: não utiliza corticoide de rotina - somente: PLQ < 50 mil ou plaquetopenia e necessidade de ir p/ cesárea
29
Cuidados puerpério na pré-eclâmpsia:
- Controle da PA: primeiros 7 dias pós-parto - Lab: 48-72h pós-parto e proteinúria 12s após parto - Anti-hipertensivos: manter se PA ≥ 140/90 mmHg - alvo = 85 mmHg - Medicações: metildopa, captopril e nifedipina
30
Antihipertensivos:
- Alfa-2-agonista: 1) Metildopa - 500mg a 2g/dia em 2 a 4 tomadas * Efeitos colaterais: depressão materna - BB: 1) Metoprolol 25 a 100mg/dia, 1x ao dia 2) Pindolol 5 a 30 mg/dia, em 1 a 2 tomadas * Propranolol: causa RCIU * CI: asma não controlada * Efeitos colaterais: bradicardia e hipoglicemia fetal - BCC: 1) Anlodipina: 5-10 mg/dia, em duas tomadas 2) Nifedipino: 20 a 60 mg/dia em 2 a 3 tomadas *CI: estenose aórtica * Efeitos colaterais: cefaleia e taquicardia materna - Vasodilatador arterial 1) Hidralazina: 50-100mg/dia, 2 a 3 tomadas *Efeitos colaterais: hipotensão materna e taquicardia fetal