Doença de Chagas Flashcards
(36 cards)
Conceito
É uma antropozoonose causado pelo Trypanosoma cruzi e vetorado por triatomíneos (barbeiro)
Curso clínico (2)
bifásico: fase aguda (com ou sem sintomas) → fase crônica (indeterminada, cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva)
Reservatórios, sentinelas e vetores
- Reservatórios são mamíferos silvestres e domésticos - transmitido na natureza e se mantém assim
- Uma espécie de mamífero pode transmitir em uma região do país mas não em outra por exemplo
- Sentinelas - animais infectados pelo T. cruzi mas parasitemia é insuficiente para contaminar o vetor
- Indica ciclo de transmissão em proximidade
- Vetores são os triatomíneos, que são hematófagos, silvestres ou domiciliados
Epidemiologia no Brasil
Há casos em praticamente todos os estados - 95% na região Norte, 83% no Pará
Transmissão no Brasil
- No Brasil, reduziu-se muito a transmissão - praticamente não há transmissão vetorial domiciliar sustentada
- Ações de controle
- Mudanças ambientais
- Maior concentração populacional em áreas urbanas
- Há ainda transmissão oral (+ em surtos), vetorial domiciliar sem colonização e vetorial extradomiciliar (+ Amazônia)
Modo de transmissão vetorial
Vetor se contamina alimentando-se do sangue de mamíferos com parasitemia elevada e infecta outro mamífero quando vai alimentar dele em seguida
Homem susceptível é contaminado com as fezes contaminadas do vetor (eles picam e defecam), de forma que T. cruzi penetra a pele pela ferida da picada, mucosas ou outras lesões
Formas de transmissão (7)
- Vetorial
- Vertical
- Oral (Tipicamente causa surtos de doença de Chagas aguda)
- Transfusional (+ em países não endêmicos)
- Transplante
- Acidentes laboratoriais
– Ingestão acidental do triatomíneo - Contato direto com fezes do triatomíneo contaminadas
Forma de transmissão vertical
- Em fase aguda ou crônica por transmissão transplacentária
- Durante a gestação ou no momento do parto
- Há também a possibilidade de transmissão via lactação em fase aguda ou se sangramento em mama em fase crônica
Período de incubação
Média de 3-20d
- Vetorial 4-15d
- Oral 3-22d
- Transfusional 30-40d
- Acidentes laboratoriais até 20d
Quem pode transmitir Chagas ao triatomídeo
Os infectados tem o parasito no sangue, tecidos e/ou órgãos por toda a vida
Quadro clínico - fases
- Fase aguda (DCA)
- Fase crônica (DCC)
DCA - por que ocorre, resolução, principal sintoma
Alta carga parasitária em sangue
Resolve espontaneamente e evolui para forma crônica OU se quadro grave evolui a óbito
Febre constante, inicialmente elevada e que pode ter picos vespertinos - por até 12 semanas
DCA - sintomas inespecíficos
- Prostração
- Diarreia
- Vômitos
- Inapetência
- Cefaleia
- Mialgia
- Linfonodomegalia
- Exantema cutâneo fugaz - localização variável, com ou sem prurido
- Irritação (crianças) - choro fácil e copioso
DCA - sintomas específicos (6)
- Miocardite difusa (Gravidade variável).IC
- Pericardite, derrame pericárdico a tamponamento cardíaco
- Meningoencefalite
- Derrame pleural
- Edema face, MMII e/ou generalizado
- Hepato e/ou esplenomegalia leve a moderado
Quando pensar em DCA (5)
- Febre constante por ~12 semanas
- Sinais inespecíficos
- Sinais específicos
- Sinal de porta de entrada vetorial
- Surtos (se transmissão oral)
Sinais de porta de entrada vetorial (2)
- Sinal de Romanã
- Edema bipalpebral unilateral, em conjuntiva e adjacências
- Chagoma de inoculação
- Lesão furunculoide não supurativa em membros, tronco ou face
- Descama após 2 a 3 semanas
DCA - possíveis achados se transmissão oral (9)
- Exantema
- Hematêmese, hematoquezia ou melena
- Icterícia
- Elevação TGO / TGP
- IC (mais grave e mais frequente)
- Enterite
- Abdome agudo
- Choque
- Hepatite focal
DCA - achados sorologia
IgM detectável → conforme reduz parasitemia, aumenta níveis de IgG (4ª-6ª semana)
DCC por que ocorre, formas (4)
Parasitemia baixa e intermitente, incialmente assintomática
- Forma indeterminada
- Forma cardíaca
- Forma digestiva
- Forma cardiodigestiva
Forma indeterminada
- Infectado porém assintomático
- Sem sinais de acometimento cardiovascular (clínica, ECG, Rx tórax normais)
- Sem sinais de acometimento digestivo (clínica, avaliação radiológica de colon e esôfago normais)
- Pode ficar assim a vida toda ou evoluir para forma cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva
Forma cardíaca - %, achados (3)
- 30% dos casos crônicos
- Evidências de acometimento cardíaco
- Frequentemente evoluir para miocardiopatia dilatada e ICC
- Principal causa de óbito na Chagas crônica
Forma digestiva - %, achados
- 10% dos crônicos
- Evidências de acometimento do aparelho digestivo
- Pode evolui para megacolon ou megaesôfago
Diagnóstico na fase aguda (4)
- Exames parasitológicos diretos
- Identifica parasitos circulantes em sangue periférico
- Pesquisa a fresco de tripanossomatídeos
- Ideal em paciente febril em 30d do início dos sintomas
- Métodos de concentração
- Strout, micro-hematócrito e/ou creme leucocitário
- Ideal em sintomáticos há >30d (parasitemia decai com o tempo)
- Amostra deve ser analisada em até 24h (há lise do parasita após)
- Lâmina corada de gota espessa ou de esfregaço
- Menos sensível
- Mais usado na Amazônia pq também diagnostica malária
- Sorologias
- Não é ideal na fase aguda
- Feito se exame parasitológico for negativo mas houver forte suspeita clínica
- Devem ser coletados se caso suspeito ou confirmado de DCA para enviar ao Lacen (saúde pública)
- Anticorpos IgG
- Confirmação = 2 coletas com intervalo mínimo de 15d
- Anticorpos IgM
- Pode dar falso positivo para várias doenças febris
- Deve ter clínica compatível com DCA + epidemiologia sugestiva
Diagnóstico fase crônica
Sorologia
CONFIRMAÇÃO = 2 testes distintos reagentes, preferencialmente 1 destes o ELISA
2 sorologias não reagentes = descarta
1 reagente + 1 não reagente -> repetir 2 testes