Doenças do Esôfago Flashcards

(107 cards)

1
Q

Qual o tipo de musculatura do primeiro terço do esôfago?

A

Musculatura estriada

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2
Q

Como é o controle da musculatura do primeiro terço do esôfago?

A

Controle voluntário = início da deglutição

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3
Q

Como é a disfagia do primeiro terço do esôfago?

A

Disfagia do músculo estriado: disfagia de transferência (do bolo alimentar para o esôfago)

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4
Q

Qual a clínica da disfagia do primeiro terço do esôfago?

A

Engasgos frequentes - paciente tem dificuldade em iniciar a deglutição, não conseguindo fazer com que o alimento passe da boca para o esôfago

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5
Q

Que patologias estão comumente relacionadas a disfagia de transferência?

A

Comum em doenças neurológicas (EM, ELA, parkinson, doença cerebrovascular) – perde controle voluntário, arco reflexo da deglutição

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6
Q

Que patologias anatômicas e musculares estão comumente relacionadas a disfagia de transferência?

A
  • Exemplos causas anatômicas: fendas labiais/palatinas/laríngeas, estenoses, pós-radioterapia, tumores, divertículo de Zenker
  • Causas musculares: miastenia gravis, dermatopolimiosite
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7
Q

Como é a musculatura dos 2/3 distais do esôfago?

A

Músculo liso

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8
Q

Como é o controle da musculatura dos 2/3 distais do esôfago?

A

Involuntário

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9
Q

Como é a disfagia da musculatura dos 2/3 distais do esôfago?

A

Disfagia de condução: sensação de entalo (comida agarrada no meio do peito)

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10
Q

Quais os mecanismos da disfagia de condução?

A

Condição por distúrbio esofágico - dificuldade está no transporte dos alimentos pelo esôfago até o estômago; geralmente é relatada como uma sensação de interrupção e estagnação do bolo alimentar no tórax

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11
Q

Quais as causas de disfagia de condução em indivíduos com disfagia para sólidos e líquidos?

A

Motor do esôfago = acalasia, esclerodermia

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12
Q

Quais as causas de disfagia de condução em indivíduos com disfagia apenas para sólidos?

A

Distúrbio mecânico, em geral uma lesão anatômica obstrutiva (câncer, estenose péptica, cáustica, compressão)

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13
Q

Como é feita a regulação do esôfago?

A

Feita pela cárdia/esfíncter esofagiano inferior = no repouso contrai e no movimento relaxa

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14
Q

Qual a diferença da azia do esôfago para a azia do estômago?

A

o Azia esôfago: retroesternal;
o Azia estômago: epigástrica

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15
Q

Qual o tipo de disfagia da Acalásia?

A

Doença do motor do esôfago = peristalse está fraca -> disfagia de condução

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16
Q

Quais os tipos de Acalásia?

A
  • Idiopática: é o tipo mais comum;
  • Chagas: invasão do plexo mioentérico (plexos de Auerbach e Meissner) pelo protozoário flagelado Trypanosoma Cruzi gerando disfunção e necrose dos interneurônios responsáveis pelo relaxamento do EEI, ao mesmo tempo em que lesa neurônios importantes para a peristalse do corpo esofagiano
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17
Q

Qual a idade média de aparecimento da Acalásia?

A

Pacientes de 25 a 60 anos de idade (especialmente antes dos 40 anos)

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18
Q

Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o seu nome na camada submucosa?

A

Plexo de Meissner

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19
Q

Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o seu nome na entre as camadas musculares?

A

Plexo de Auerbach (mioentérico)

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20
Q

Sobre o Sistema Nervoso Autônomo no esôfago, qual o verdadeiro responsável pela peristalse?

A

Plexo de Auerbach

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21
Q

Qual a principal característica fisiopatológica da Acalásia?

A

Déficit de relaxamento fisiológico do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) durante a deglutição

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22
Q

Como o Déficit de relaxamento fisiológico do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) durante a deglutição gera a disfagia da Acalásia?

A

Disfunção do EEI e do corpo do esôfago -> obstrui a passagem do bolo alimentar -> disfagia de condução, que ocorre tanto para sólidos quanto para líquidos

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23
Q

Quais os principais sintomas da Acalásia?

A

 Disfagia insidiosa – meses ou anos;
 Inapetência;
 Perda de peso.

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24
Q

Qual a tríade da Acalásia?

A

o Cardioespasmo;
o Aperistalse esofágica;
o Megaesôfago

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25
Qual o principal diagnóstico diferencial da Acalásia?
Câncer de Esôfago
26
Quais as principais pistas para diferenciar Acalásia do Câncer de Esôfago?
- Paciente mais jovem; - Ingestão de grandes quantidades de líquido durante alimentação; - Obstrução à passagem do bolo alimentar faz com que o esôfago retenha material não digerido, podendo sobrevir graus variados de dilatação em seu corpo; - Evolução lenta: inicia com alimentos sólidos -> alimentos pastosos -> alimentos líquidos
27
Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico da Acalásia e quais os seus achados?
Esofagomanometria = padrão-ouro (avalia peristalse). o Aperistalse do corpo; o Esfíncter esofagiano inferior hipertônico; o Não relaxamento
28
Qual o papel da EDA no diagnóstico da Acalásia?
Afastar a possibilidade de câncer -> Confirma a dilatação do corpo do esôfago e exclui uma possível obstrução mecânica como causa da disfagia
29
Qual é o exame complementar que pode ser útil no diagnóstico da Acalásia e quais os seus achados?
Esfofagografia baritada – contabiliza tamanho da dilatação do esôfago (megaesôfago – normal na porção inferior e dilatação na porção distal); o Sinal do bico do pássaro = sinal clássico do afilamento distal pelo esfíncter que não abre (também chamado de Chama de Vela); o Dilatação do corpo esofágico (megaesôfago); o Atraso no esvaziamento esofagiano; o Não relaxamento do EEI em resposta à deglutição (principal); o Graus variados de hipertonia do EEI;
30
Qual a Classificação de Rezende/Mascarenhas para Acalásia?
 Grau I: < 4cm;  Grau II: 4 a 7cm (megaesôfago a partir daqui);  Grau III: 7 a 10cm;  Grau IV: > 10cm ou dolicomegaesôfago (trajeto tortuoso – tecido não consegue mais sustentar).
31
Qual o tratamento para o Estágio 1 da Acalásia?
Tratamento medicamentoso, dilatação endoscópica ou injeção de toxina botulínica
32
Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características e possível complicação do farmacológico?
Nitrato/Nifedipina -> relaxam músculo liso e reduzem a pressão do EEI. Complicação medicação: hipotensão
33
Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características e possível complicação da dilatação endoscópica?
Insufla balão na musculatura para músculo relaxar (preferível). Complicação dilatação: 2 em 2 anos precisa repetir pois esfíncter tende a regenerar
34
Entre as opções de tratamento para o Estágio 1 da Acalásia, quais as características da toxina botulínica?
Injeção intramural e circunferencial de toxina botulínica -> usada quando resultados imediatos são desejáveis (dura de 3-6 meses)
35
Quais as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II?
Cardiomiotomia a Heller-Pinotti (corta o músculo da cárdia) ou POEM
36
Entre as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II, quais a características da Cardiomiotomia a Heller-Pinotti?
* Cardiomiotomia: corta fora o esfíncter = perderia válvula anti-refluxo; * Ao suturar fundo gástrico no esôfago, isso diminui o esôfago = fundoplicatura; * Laparoscopia (via) é método de escolha
37
Entre as opções de tratamento para o paciente jovem com Acalásia estágio II, quais a características da POEM?
Por endoscopia, consegue cortar o esfíncter da cárdia -> é feita uma pequena incisão na mucosa esofágica seguida da introdução de um instrumento que disseca a submucosa até chegar ao EEI -> faz-se a secção das fibras musculares circunferenciais "por dentro" da parede do órgão
38
Qual a opção de tratamento para o paciente idoso com Acalásia estágio II e quais seus problemas?
A dilatação pneumática (por balão) do esfíncter tem resultados satisfatórios (alívio dos sintomas) em 60–85% dos casos. Dois problemas existem com este método: (1) perfuração esofágica, em 2–6% dos casos; e (2) recidiva dos sintomas, em 50% dos casos
39
Quais as opções de tratamento para o paciente com Acalásia estágio III (jovem e idoso)?
 Jovem: Cardiomiotomia a Heller-Pinotti (corta o musculo da cárdia) ou POEM;  Idoso ou alto risco: Dilatação endoscópica
40
Quais as opções de tratamento para o paciente com Acalásia estágio IV?
 Esofagectomia;  Grau IV é fator de risco para câncer, precisa ser mais agressivo
41
Quais os fatores de risco para o câncer de esôfago escamoso?
 Tabagismo;  Etilismo;  HPV;  Acalásia;  Bebidas quentes (chimarrão);  Substâncias cáusticas;  Tilose palmoplantar
42
Quais os fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago?
 DRGE;  Barrett;  Obesidade.
43
Qual a epidemiologia do câncer de esôfago?
 Predomina no sexo masculino (escamoso = 3:1; adenocarcinoma = 15:1);  Idade: a partir dos 40 anos de idade (a maior taxa de mortalidade é vista entre 60–70 anos);  Localização do tumor: 50% encontram-se no terço médio, 25% no terço superior e 25% no terço inferior
44
Quais as principais diferenças epidemiológicas entre o câncer escamoso de esôfago e o adenocarcinoma?
* Escamoso:  Mais comum na porção proximal/média do esôfago;  Mais comum em negros; * Adenocarcinoma:  Mais comum na porção mais distal;  Mais comum em brancos.
44
Qual a clínica do câncer de estômago?
Disfagia (inicia para sólidos e, após um período variável, evolui para líquidos) + perda de peso em poucos meses
45
Como é feito o diagnóstico do câncer de esôfago e qual o nome do seu sinal no exame?
* Endoscopia + biópsia +/- esofagografia (Sinal da Maçã Mordida = falha de enchimento interno);  Tumor tende a crescer para a luz e depois vai aprofundando
46
Quais os exames para o estadiamento do câncer de esôfago?
 Melhor exame: ultrassonografia endoscópica -> analisar plano de clivagem entre a camada e a massa tumoral e citológicamente os linfonodos; o Solicitar também: TC tórax e TC abdômen; o Outros exames: RX de tórax, broncofibroscopia, mediastinoscopia, PET-scan
47
Qual o estadiamento T do câncer de esôfago?
o T1a: mucosa; o T1b: submucosa; o T2: muscular; o T3: adventícia; o T4a: adjacentes ressecáveis -> Pleura, gordura, musculatura, diagrama, pericárdio; o T4b: adjacentes irressecáveis -> Traqueia, coração, pulmão, aorta e vertebras
48
Qual o tratamento para o estágio T1a do câncer de esôfago?
Mucosectomia endoscópica
49
Qual o tratamento para estágio T1b-T4a do câncer de esôfago?
- Esofagectomia + linfadenectomia +/- quimiorradioterapia neoadjuvante - Faz tubo de substituição com estômago pós esofagectomia -> se não pode fazer com estômago, usa cólon transverso para criar o tubo
50
Qual o tratamento para estágio T4b/M1 do câncer de esôfago?
Paliação = passar Stent no esôfago para paciente conseguir se alimentar/ingerir líquidos
51
Qual a composição do Divertículo de Zencker?
 Mucosa + submucosa = é uma herniação da mucosa e submucosa através da muscular em direção ao exterior do esôfago pelo trígono de Killian;  A combinação de altas pressões intraluminais com uma região muscular enfraquecida -> formação do divertículo de Zenker (fenômeno de pulsão)
52
Qual a localização Divertículo de Zencker?
Posterior na porção proximal do esôfago – cresce para trás
53
O que é o trígono de Killian e quais os seus limites?
 Trígono de fraqueza – fragiliza quando mais velho;  Limites: o Superior: Músculo Tireofaríngeo; o Base: Músculo Cricofaríngeo/esfíncter esofagiano superior
54
Qual a etiologia do divertículo de Zencker?
* Hipertonia do músculo cricofaríngeo com a idade (mais comuns na sétima década de vida); * Divertículo de pulsão: empurra mucosas para fora ao fazer força para deglutir -> aumento da pressão intraluminal esofágica -> "herniação" da parede por uma "falha" na camada muscular
55
Qual a clínica do divertículo de Zencker?
Idoso com halitose, disfagia e broncosaspiração (ao deitar conteúdo acumulado retorna)
56
Qual o melhor exame para o diagnóstico do divertículo de Zencker?
Melhor exame: Esofagografia baritada (perfil);  Divertículo posterior alto = patognomônico
57
O que evitar no paciente com Divertículo de Zencker?
Evitar endoscopia e sonda nasogástrica pelo risco de perfuração
58
Qual o tratamento para o Divertículo de Zencker? Dica: <2cm, >2cm e alternativo
* < 2cm: Miotomia do cricofaríngeo; * > 2cm: Miotomia do cricofaríngeo + pexia ou diverticulectomia; * Alternativa: Septotomia endoscópica (> 3cm)
59
Qual a patogenia da DRGE?
 Comida, ao chegar no estomago, deveria servir de estímulo para esfíncter esofagiano inferior fechar;  Na DRGE, o esfíncter esofagiano tem relaxamentos transitórios ou está hipotônico (paciente com acalasia que fez miotomia) – acredita-se que relaxamentos sejam mediados por um reflexo vagovagal anômalo estimulado pela distensão gástrica;  Ocorre refluxo interprandial recorrente, de longa duração, com sintomas como pirose e regurgitação que resultam da agressão à mucosa esofágica promovida pelo material refluído;
60
Quais os fatores de risco para DRGE?
o Obesidade: o IMC é fator de risco independente para DRGE  correlação direta com sua gravidade; o Gestação: relaxamento do EEI promovido pela progesterona + aumento da pressão intra-abdominal exercido pelo útero gravídico; o Hérnia de hiato: EEI passa a não contar mais com a ajuda da musculatura diafragmática como reforço mecânico à sua função de barreira
61
Qual a tríade básica da patogênese?
o Relaxamentos transitórios do EEI não relacionados à deglutição; o Hipotonia verdadeira do EEI < 10mmHg; o Desestruturação anatômica da junção esofagogástrica (hérnia de hiato).
62
Quais os sintomas típicos da DRGE?
Pirose + regurgitação
63
Quais os sintomas atípicos da DRGE?
Sintomas laringorespiratórios (secreção regurgitada que cai na laringe, irrita as vias aéreas): o Tosse; o Rouquidão; o Refluxo ácido para a boca (erosão do esmalte dentário); o Broncoespasmo
64
Qual o primeiro passo do diagnóstico da DRGE?
 Prova terapêutica – sintomas típicos e não suspeita de outras doenças; o Se responder, é porque era DRGE; o Redução sintomática > 50% após 1–2 semanas de uso de IBP
65
Qual o padrão-ouro para diagnóstico de DRGE, quando solicitar e quais suas características?
 pHmetria 24 horas; o Quantos episódios de refluxo, altura que foi no esôfago e quanto alterou o pH; o Solicitar se dúvida, falha na resposta terapêutica ou sintomas atípicos; o Índice confirma a DRGE - refluxo é detectado pela queda do pH intraesofágico (pH < 4,0), número de episódios de refluxo com > 5min de duração; Indice de De Meester é > 14,7
66
Qual o uso da EDA no paciente com DRGE?
Identificar as complicações da DRGE, como esofagite (30–40% dos pacientes), estenose péptica, esôfago de Barrett e adenocarcinoma
67
Quais as indicações formais (sinais de alarme) que exigem a solicitação de EDA para DRGE?
* Idade ≥ 40 anos no Brasil; * Vômitos; * Disfagia; * Sintomas refratários ao tratamento; * História prolongada de pirose (> 5-10 anos); * Sangramento gastrointestinal e anemia; * HF de câncer; * Perda de peso (≥5 kg sem dieta).
68
Qual o tratamento medicamentoso para DRGE?
Inibidor de Bomba de Prótons (inibem a H+ /K+-ATPase = bomba de prótons" -> bloqueia a via final para a secreção de ácido pelas células parietais do estômago) 1x/dia por 8 semanas (pela manhã 30 minutos antes da refeição)
69
O que fazer em caso de falha no tratamento medicamentoso para DRGE?
o Falha inicial (melhora parcial após 2 semanas): dobrar a dose na 2ª semana – se melhorar, mantém tratamento até completar 8 semanas; o Falha na 2 tentativa após dobrar a dose: paciente refratário.
70
Quais as indicações do tratamento cirúrgico para DRGE?
o Paciente com sintomas refratários = não responde a IBP; o Sintomas recorrentes = não vive sem IBP; o Complicações = estenose péptica ou úlcera esofágica;
71
Quais os exames pré-operatórios para DRGE?
pHmetria ou EDA (+): confirmação (Los Angeles C ou D) e Manometria: escolha da técnica operatória
72
Quais as técnicas operatórias para a cirurgia da DRGE e quando usar cada uma?
o Fundoplicatura total: manometria = normal; * Fundoplicatura de Nissen – válvula com 360º; * Sutura gástrica posicionada anteriormente ao esôfago; o Fundoplicatura parcial: manometria = alterada (dismotilidade); * Fundoplicatura Anterior: passa fundo pela frente do esôfago - Dor, Thal, Pinotti; * Fundoplicatura Posterior: passa fundo por trás do esôfago – Lind e Toupet.
73
Qual a fisiopatologia do esôfago de Barret?
Alteração histológica (Metaplasia) do refluxo que aumenta a chance de adenocarcinoma esofágico; o Com refluxo, cicatrização das erosões faz com que células do esôfago sofram metaplasia e se transformam no epitélio do estômago, cilíndrica/colunar, mas mais semelhante à do intestino
74
Quais os fatores de proteção do esôfago de Barrett?
Consumo de vinho tinto, a infecção crônica por H. pylori e indivíduos de cor preta
75
Como é feito o diagnóstico do esôfago de Barret?
EDA com mucosa vermelho salmão + biópsia confirma o diagnóstico - característica histopatológica
76
Como é feito a classificação do Esôfago de Barrett?
 Curto: ≤ 3 cm;  Longo: ≥ 3cm
77
Qual o tratamento do Esôfago de Barrett?
IBP + seguimento EDA +/- cirurgia
78
Como é feito o acompanhamento endoscópico do Esôfago de Barrett?
o Sem displasia (metaplasia intestinal): EDA a cada 3-5 anos; o Displasia de baixo grau: EDA a cada 6-12 meses (na prática, considerar ablação endoscópica); o Displasia de alto grau (quase carcinoma in situ): ressecção endoscópica ou esofagectomia se não puder ressecar; o Câncer de esôfago: esofagectomia.
79
Quais os tipos de Hérnia de Hiato?
 Tipo I: Hérnia por deslizamento (linha Z deslocada) – JEG herniada + fundo normal;  Tipo II: o Fundo gástrico solto – comprime esôfago (pode isquemiar ou obstruir – 1% por ano); o Hérnia por rolamento; o JEG normal;  Tipo III/misto: o Tanto linha Z desliza quanto o fundo gástrico rola; o JEG herniado + fundo herniado;  Tipo IV: Estômago + outra víscera herniada (esôfago, baço, pâncreas, cólon);
80
Qual o tratamento da hérnia de hiato?
 Tipo I: Conservador – só opera se tiver DRGE cirúrgica junto;  Tipo II: Cirúrgico se grande e/ou sintomática;  Tipo III/misto: Cirúrgico se grande e/ou sintomática;  Tipo IV: Cirúrgico se grande e/ou sintomática.
81
Quais as principais etiologias da perfuração de esôfago?
 Lesão iatrogênica durante endoscopia (> 50%);  Perfuração espontânea (15%) = Síndrome de Boerhaave;  Corpo estranho (14%);  Trauma (10%);  Neoplasias (1%);
82
Qual a clínica da perfuração de esôfago?
Vômitos + dor torácica + enfisema subcutâneo
83
Como fazer o diagnóstico de perfuração de esôfago?
Esofagografia contrastada (bário e gastrografin) ou TC com contraste oral
84
Como é o tratamento da perfuração de esôfago? Dica: controle da contaminação, drenagem e nutrição.
 Controle da contaminação: antibioticotrapia ampla +/- antifúngico; o Rafia ou reconstrução apenas se precoce (< 24h); o > 24 horas: esofagostomia (dieta zero) + gastrostomia; o Stent EDA: limitação cirúrgica ou pequena perfuração;  Drenagem ampla: drenos de tórax +/- vats ou toracotomia;  Nutrição enteral: gastrostomia ou jejunostomia.
85
Qual a definição, diagnóstico e tratamento do divertículo médio-esofágico?
 Definição: o Divertículos verdadeiros = se formam por tração por presença de linfonodos inflamados ou infecções fibrosantes - herniação de todas as camadas (mucosa, submucosa e muscular); * Também podem ser por pulsão se causados por distúrbios motores do esôfago que aumentem a pressão intraluminal, como na acalasia = divertículos falsos; o Mais comuns à direita;  Diagnóstico: o Esofagografia baritada – visualização da saculação no corpo médio esofágico; * Também pode fazer EDA, esofagomanometria e TC – afastar outras causas;  Tratamento: o Apenas sintomáticos – tratar causa base; o Ressecção se > 2cm;
86
Qual a definição, diagnóstico e tratamento do divertículo epifrênico?
 Definição: o Divertículos por pulsão – relacionados por distúrbios motores e são mais comuns à direita; o Tendem a ser divertículos falsos;  Diagnóstico: o Esofagografia baritada – visualização da saculação acima do diafragma; o Também pode fazer EDA, esofagomanometria e TC – afastar outras causas;  Tratamento: o Apenas sintomáticos – tratar causa base; o Ressecção se > 2cm
87
Qual a definição de esofagite eosinofílica?
o Patogênese: infiltração de eosinófilos no esôfago imunomediada; o Epidemiologia: homens 20-50 anos; o Associação: rinite, asma, dermatite atópica, alergia alimentar
88
Qual a clínica de esofagite eosinofílica?
o Disfagia; o Impactação alimentar; o Dor torácica; o Pirose e regurgitação ácida
89
Como fazer o diagnóstico de esofagite eosinofílica?
o EDA + biópsias esofágicas: * EDA: anéis circulares (traqueização), sulcos lineares, estenoses; * ≥ 15 eosinófilos/campo nas biópsias
90
Como fazer o tratamento de esofagite eosinofílica?
* Dieta: retirar principais gatilhos imunológicos - Leite, ovo, soja, trigo, nozes e frutos do mar; * Supressão ácida: IBP em dose plena; * Corticoide tópico: o Spray inalatório – aplicar na boca e engolir; o Fluticasona – 220mcg/dose, 4x ao dia; * Refratários: dilatação endoscópica
91
Qual a definição, clínica e diagnóstico da esofagite infecciosa?
 Definição: o Pensar em pacientes imunossuprimidos: SIDA, QT, transplantados;  Clínica: o Disfagia; o Odinofagia; o Febre;  Diagnóstico: o EDA + bióspias;
92
Quais as características da esofagite infecciosa por candida albicans?
* Placas brancacentas; * Hifas e leveduras na biópsia; * Tratamento: Fluconazol VO 7-14 dias
93
Quais as características da esofagite infecciosa por herpes vírus?
* Ulcerações em vulcão (superficiais e com borda elevada); * Inclusão viral do tipo A de Cowdry na biópsia; * Tratamento: Aciclovir VO 14-21 dias
94
Quais as características da esofagite infecciosa por CMV?
* Ulcerações lineares e profundas; * Inclusão viral em olho de coruja na biópsia; * Tratamento: Ganciclovir IV 14-21 dias
95
Qual a definição de esofagite cálcica?
Ingestão de substâncias alcalinas ou acidas (acidental/suicídio)
96
Qual a característica da esofagite cálcica por substâncias alcalinas?
* Principal: soda cáustica; * Necrose liquefativa – risco importante de perfuração; * Gera mais lesão no esôfago
97
Qual a característica da esofagite cálcica por substâncias ácidas?
* Principal: ácido clorídrico; * Necrose coagulativa (lesão mais superficial principalmente dos vasos); * Gera mais lesão no estômago
98
Como é feito o manejo da esofagite cálcica?
o Avaliar lesão de VAs – IOT se necessário; o Hidratação IV, analgesia, inibidor de bomba de prótons; o Dieta Zero; o Não passar SNG às cegas (passar na EDA); o TC de tórax e abdome para avaliar perfuração; * Se perfurou: esofagectomia + ATB; * Se não perfurou: EDA em até 24 horas
99
Qual a classificação de Zargar para esofagite cálcica?
o Bom prognóstico: * Grau 0: normal; * Grau 1: edema/eritema superficiais; * Grau 2A: erosões superficiais; o Mau prognóstico: * Grau 2B: úlcera profunda ou circunferencial; * Grau 3A: necrose focal; * Grau 3B: necrose extensa
100
Quais as características da ingestão de corpo estranho?
 Epidemiologia: acidentes em crianças (6m – 3 anos);  Objetos: moedas, brinquedos, alfinetes, baterias (perigosas pelo material cáustico); o Se impactados no esôfago = risco maior
101
Qual a clínica da ingestão de corpo estranho?
 Sintomas obstrutivos: o Esofágicos – sialorreia, disfagia, dor torácica; o Gástricos – vômitos, distensão abdominal;  Desconforto respiratório
102
Como fazer o diagnóstico da ingestão de corpo estranho?
 Anamnese + exame de imagem; o RX de pescoço, tórax e abdome (AP e perfil) – localizar e confirmar o objeto; o Se inconclusivo: tomografia
103
Qual a aparência da moeda ingerida pelo Raio-X?
Bordas lisas e homogêneas
104
Qual a aparência da bateria ingerida pelo Raio-X?
o Sinal do duplo halo e sinal do degrau na incidência lateral (entalho); o Risco maior de perfuração por substância cáustica
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Quando e como é feita a remoção endoscópica do corpo estranho ingerido?
Fazer em até 2 horas; * Sintomas obstrutivos ou respiratórios; * Objeto de alto risco de perfuração no esôfago ou estomago; o Alto risco: bateria, pontiagudo, longo (> 5cm), imãs; * Qualquer objeto no esôfago após 2 horas
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Quando fazer acompanhamento da ingestão de corpo estranho?
o Sem os critérios anteriores; o Objetos que já ultrapassaram o bulbo duodenal na radiografia; o Como fazer? * Monitorizar as fezes; * Radiografia seriada semanal; * Objeto não eliminado após 4 semanas ou sintomas: remoção