Doenças Infecciosas Flashcards
(229 cards)
Como deve ser feita a colheita de urina a um doente algaliado com suspeita de ITU?
Para colher uma urocultura a este doente, cronicamente algaliado, não se pode colher diretamente da algália, porque estará colonizada.
Trocar algália por uma nova, que não estará colonizada, e fazer a cultura. Já sob ABT troca-se mais uma vez a algália, por uma completamente estéril.
Por isso um doente algaliado cronicamente com uma UTI, para reduzir corretamente o risco de recidiva deve ser realgaliado 2 vezes!!!!!!! → uma para fazer a cultura + uma para garantir que a algália que lá fica não está colonizada.
Cuidados a ter com a dosagem de antibiótico em doentes com diminuição da função renal
Mas, independentemente de haver dano na função renal, a primeira dose é sempre a dose máxima. Só se ajustam as doses subsequentes, segundo a função hepática e renal.
Daí se não pensar quando entra um doente em choque e etc qual a FR. Essas contas fazem-se depois da 1a administração de ABT.
Exemplos de infeções que exigem controlo de foco?
- Coleções abecedadas,
- infeções que envolvam próteses
- tecidos necrosados
- infeções com envolvimento ósseo.
Grupo HACEK?
HACEK - grupo de bactérias gram-negativas de crescimento lento (14 dias), bacilares curtas, flora normal em boca e faringe, e que podem infectar o coração.
A sigla representa as seguintes espécies:
- Haemophilus spp,
- Aggregatibacter spp (antigamente Actinobacillus),
- Cardiobacterium hominis,
- Eikenella corrodens
- Kingella kingae.
São conhecidas por causar endocardite infecciosa.
Fatores de risco do hospedeiro - endocardite infecciosa?
Frequente estar associada a defeito cardíaco pré-existente (congénito ou adquirido).
- Sexo masculino (2:1)
- >50 anos (+++ patologia valvular degenerativa
- nos países em que a doença cardíaca reumática é muito prevalente aparece em idades mais jovens
- drogas IV, mais jovens
- Doença cardíaca reumática
- Doença cardíaca congénita
- Doença valvular degenerativa
- Coloção de válvula protésica (mecânicas têm maior risco de endocardite infecciosa)
- Outros dispositivos médicos - cateteres venosos centrais , dispositivos cardíacos implantáveis
Fatores de risco dos microorganismos - Endocardite
Capacidade de adesão a superfícies inertes e ao endotélio.
Strep spp -> dextrano e adesinas
Staph spp -> receptores de ligação às plaquetas, fibrinogénio e fibronectina
Fatores de risco para a bacteriemia - Endocardite
Para existir endocardite tem de existir quadro de bacteriémia.
Lesão da mucosa -> transmissão de microrganismos para a corrente sanguínea -> cateterização endovascular, manipulação dentária, cirurgia orofaríngea, procedimentos urológicos, intervenções pulmonares/GI com menor risco.
Os com > risco são os de manipulação dentária.
Fisiopatologia da endocardite infecciosa - Válvula lesada
Válvula cardíaca previamente lesada -> fluxo sanguíneo turbilhonar -> disposição de plaquetas e fibrina -> vegetação estéril (endocardite trombótica não bacteriana) -> bacteriemia -> vegetação infetada - endocardite infecciosa.
FR:
- doença cardíaca reumática
- doença cardíaca congénita
- prolapso válv mitral
- doença valvular degenerativa
- colocação de valvula protésica
Fisiopatologia da endocardite infecciosa - Válvula normal
Válvula cardíaca com ou sem lesão previa -> bacteriemia -> fixação ao endocardio através de fatores de virulência -> destruição valvular com ou sem vegetação.
FR:
- Doença orgânica/neoplásica
- Estado de hipercoagulabilidade
- Imunosupressão → + freq S. aureus ter este processo fisiopat
- Toxicodependência - maior exposição a microorganismos e > vulnerabilidade a microorganismos mais virulentos → mais tricúspide → Pseudomonas, Candida spp., S. aureus
Agente mais frequentemente causador de endocardite? E por ordem decrescente?
- Staphylococcus spp: S. aureus e também coagulase negativo (S. epidermidis + nas protésicas - cateter infetado, cirurgia da prótese)
- Streptococcus spp: grupo S. viridans, S. gallolyticus
- Enterococcus spp. - associação comum com UTI nosocomiais.
- Grupo HACEK - flora boca/garganta normal. Infeções dentárias ou periodônticas.
- Bacilos Gram -: ++P. aeruginosa
- Anaeróbios
- Coxiella burnetii, Bartonella spp e Chlamydia spp - + subagudas, culturas negativas.
- Fungos - + Candida spp. - mais nas drogas IV ou imunossupressão.
QUAIS EXATAMENTE DEPENDE DOS FR: VÁLVULA NATIVA, DROGAS IV, PROTÉSICA PRECOCE, PROTÉSICA TARDIA
Etiologia endocardite -Válvula nativa?
- Staphylococcus spp
- Streptococcus spp.
- Enterococcus spp.
- Grupo HACEK
Etiologia endocardite -Utilizadores de drogas endovenosas
- S. aureus e outros
- Bacilos Gram negaitvos (++ P. aeruginosa)
- Streptococcus spp.
- Candida albicans - fungos importam neste grupo
Etiologia endocardite -Válvula protésica precoce
Agentes nosocomiais:
- Staphylococcus spp.
- Bacilos Gram negativos
- Fungos
Etiologia endocardite -Válvula protésica tardia
Agentes da flora da orofaringe:
- Streptococcus spp.
- Staphylococcus spp.
- Anaeróbios
Clínica - endocardite?
Sintomas muito inespecíficos e que obrigam a um grande dx diferencial.
Incubação 2 semanas após evento desencadeador de bacteriémia.
Pode chegar até 6 semanas se subaguda.
- Febre - sinal cardinal
- Arrepios, calafrio
- Sudorese nocturna
- Mal-estar geral
- Astenia
- Anorexia, perda ponderal
- Mialgias e artralgias
+/-
Embolização séptica:
- dor lombar
- défices focais - PESQUISA ATIVA, embolização do coração esq vai p SNC + freq.
- outras queixas de órgão ou sistema
É o fenómeno diferenciador.
OBRIGATÓRIO PESQUISAR SINAIS NEUROLÓGICOS FOCAIS NAS SUSPEITAS DE ENDOCARDITE.
Tempo de incubação - endocardite
2 semanas a contar desde o evento que desencadeia bacteriémia.
Pode chegar às 6 smenas nos casos de endocardite subaguda
Diagnósticos diferenciais - Endocardite
Neoplasia, doença autoimune sistémica, tuberculose ou outras infeções crónicas
Sinais e sintomas associados a embolização séptica - endocardite
- Dor lombar
- **défices focais **(embolização mais frequente do coração esq vai para o SNC), outras queixas de órgão ou sistema
Deve ser ativamente pesquisados os sinais neurológicos em busca de défices focais nas suspeitas de endocardite!
Achados exame objetivo - endocardite?
- Febre (95%) - SINAL CARDINAL
- Sopro cardíaco de novo
- Estigmas de insuficiência cardíaca
- Esplenomegalia e enfarte esplénico
- Poliartrite com ou sem derrame articular
- Fenómenos embólicos/imunológicos (específicos):
- A: hemorragias subungueiais (em lasca)
- B: petéquias na face interior da pálpebra
- C: nódulos de Osler - dolorosos
- D: lesões de Janeway - palmas e plantas, embolia não dolroosa
- Hemorragias retinianas- manchas de Roth, são pálidas no centro
Fenómenos imunológicos -> nódulos de Osler e manchas de Roth
Pode existir hematúria microscópica por fenómenos imunes de deposição de complexos no rim e glomerulonefrite associada.
Mnemónica FROM JANE:
- fever
- Roth spots
- Osler nodes
- murmur
- Janeway lesions
- anemia
- nail bed hemorrhage
- emboli
Febre sem foco + sopro de novo?
Endocardite até prova em contrário
Mnemónica “FROM JANE”
(F)ever (R)oth spots (O)sler nodes (M)urmur (J)aneway lesions (A)nemia (N)ail bed hemorrhage (E)mboli
Cut off entre endocardite aguda e subaguda?
Diferenciar aguda de sub-aguda não tem um cutoff de tempo específico
Características clínicas da endocardite aguda?
- Infeção de válvula normal sem doença associada
- Instalação e evolução muito rápidas
- Destrutiva a nível valvular e cardíaco
- Febre elevada
Fatal de forma rápida - 2-6 semanas se não tratada.
Principais agentes etiológicos da endocardite aguda?
Microrganismos mais virulentos:
- S. aureus (UDEV e infeções cutâneas - comunidade; CVC - nosocomial)
- S. pneumoniae
- N. gonorrheae
- Bacilos Gram negativos