Gastro Flashcards
(181 cards)
Nervos responsáveis pela fase voluntária da deglutição (3)
Glossofaringeo faz a parte sensitiva
Vago e hipoglosso fazem a parte motora
Qual o melhor exame para avaliar a disfagia de transferência?
Videofluoroscopia baritada
Principais sinais e sintomas esofagianos (7)
- disfagia: dificuldade na deglutição
- odinofagia: dor à deglutição
- pirose: sensação de queimação retroesternal
- regurgitação: retorno de alimento, através do esôfago, até a boca
- cólica esofagiana: dor retroesternal “em aperto”
- hematemese: vomito de sangue (vivo ou coagulado)
- sialose: hipersalivação
Acalasia - definição
Não relaxamento do esôfago
- déficit de relaxamento do EEI durante a deglutição
- graus variados de hipertonia do EEI (incluído tônus normal)
- contrações anormais do corpo esofagiano
Tudo isso ocorre por degeneração de neurônios do plexo de Auerbach - perda de neurônios inibitórios
Quando suspeitar em acalasia?
Sempre que houver disfagia e perda de peso ao longo de meses ou anos, associadas a regurgitação e tosse crônica
Exames diagnósticos da acalasia
Principal: esofagomanometria
Outros: raio x, esofagografia baritada
Também é necessário EDA para excluir causas mecânicas e detctar lesões como esofagite. Deve ser feito biópsia e citologia de esôfago distal e cárdia para excluir condições malignas
Etiologia da acalasia
Primária: idiopática, mais prevalente
Secundária: por Chagas (disfunção dos interneuronios responsáveis pelo relaxamento do EEI)
Tratamento da acalasia
Clínico: nitrato sublingual, nifedipina 10 mg 6/6 h, toxina botulinica
Intervencionistas: dilatação pneumática, miotomia de Heller, e esofagectomia
Espasmo esofagiano difuso - definição
Distúrbio da motilidade esofagiana de etiologia neuronal, onde ocorre intensas contrações não propulsivas fasicas nos 2/3 inferiores do esôfago
Ocorre devido destruição dos axonios dos neurônios do plexo de auerbach
Ocorre mais em mulheres e está associado a distúrbios psicossomáticos
Manifestações clínicas do espasmo esofagiano difuso
- dor retroesternal (cólica esofagiana) associada a disfagia para líquidos e sólidos
- dor pode se irradiar para as costas, lados do tórax, braços e mandíbula (pode ser confundida com síndrome coronariana aguda)
Diagnóstico do espasmo esofagiano difuso
- esofagomanometria
- esofagigrana baritado
Obs: antes deve ser investigado doença coronariana
Tratamento do espasmo esofagiano difuso
- ansiolíticos
- nifedipino, triciclicos e toxina botulínica
- tratar refluxo gastroesofágico que pode estar associado
- cirurgia: esofagomiotomia longitudinal
Divertículo de Zenker - definição e manisfestacoes
Pseudodiveerticulo na faringe distal, causado por uma falha da deglutição alta que gera altas pressões nessa região associada a uma fraqueza na camada muscular dessa região
Manifestações: halitose, regurgitação e aspiração de alimentos retidos no diverticulo (pode haver problemas respiratórios), massa cervical que pode ser esvaziada
Esofago de Barret - definição
é a transformação do epitélio estratificado do esofago para epitelio colunar, predispondo a formação de lesoes malignas (adenocarcinoma), o principal fator de risco para essa transformação é o DRGE, que esta aumentando na população devido ao aumento da obesidade e envelhecimento
- suspeita é feita pelo encontro de manchas salmao na EDA
- A confirmação é feita pela biópsia, sendo sua principal característica histopatológica (que define a presença
de metaplasia do tipo “intestinal”) o encontro de células caliciformes (repletas de mucina), melhor identificadas pelo corante alcian-blue, que as torna azuis claras
3 fatores que causam DRGE
1- Relaxamentos transitórios do EEI não relacionados
à deglutição; (60-70% dos pacientes)
2- Hipotonia verdadeira do EEI;
3- Desestruturação anatômica da junção esofagogástrica (hérnia de hiato).
OBS: elas nao sao mutuamente excludentes
Manifestações clinicas da DRGE
- pirose: queimação retroesternal que ocorre, geralmente, nas 3 primeiras horas depois das refeições ou ao se deitar;
- regurgitação (percepção de um fluido salgado ou ácido na boca);
- disfagia (1/3 dos casos): atentar para possivel lesao neoplasica
- Dor pré-cordial: se assemelha a angina
obs: “sintomas atípicos”, que podem ser relacionados ao refluxo ácido para a boca (erosão do esmalte dentário), faringe (irritação da garganta, sensação de globus),
laringe (rouquidão, granuloma de corda vocal), cavidade nasal (sinusite crônica, otite média) e árvore traqueobrônquica (tosse crônica, broncoespasmo, pneumonite aspirativa).
Diagnostico da DRGE
- anamnese + teste terapeutico com IBP. Se os dois forem positivos podemos fechar diagnostico sem demais exames
- em situações especificas temos os seguintes exames: (1) Endoscopia Digestiva Alta; (2) pHmetria de 24h (com ou sem impedanciometria); (3) Esofagomanometria; e (4) Esofagografia Baritada
Indicações de EDA em pacientes suspeitos ou diagnosticados com DRGE (5)
1) Presença de “sinais de alarme”: disfagia, emagrecimento, odinofagia, sangramento gastrointestinal e anemia.
2) Sintomas refratários ao tratamento.
3) História prolongada de pirose (> 5-10 anos): maior risco de esôfago de Barrett.
4) Idade > 45-55 anos.
5) Presença de náuseas e vômitos, história familiar de câncer e sintomas intensos ou noturnos devem levar o médico a “considerar” a realização de EDA.
Classificação de Los Angeles para esofagite (A a D)
- A: Uma ou mais erosões <5 mm de extensão, restrita ao fundo das dobras das mucosas;
- B: Pelo menos uma erosão >5 mm de extensão, sendo todas restritas ao fundo das dobras da mucosa;
- C: Erosões contínuas que cruzam o topo das dobras das mucosas, acometendo <75% da circunferencia luminal;
- D: Erosões continuas que acometem 75% ou mais da circunferencia do esofago
PADRÃO-OURO para confirmação diagnóstica
de DRGE. Quais suas indicações? (4)
- pHmetria de 24h. A partir de um calculo, chegamos ao indice de refluxo, que para confirmar DRGE, precisa ser: índice de De Meester é > 14,7
- indicações:
1) Sintomas refratários ao tratamento clínico.
2) Avaliação de sintomas atípicos (ex.: tosse, rouquidão, dor torácica).
3) Documentação da real existência de DRGE antes de uma cirurgia antirrefluxo.
4) Reavaliação de pacientes ainda sintomáticos após a cirurgia antirrefluxo.
Estenose péptica - definição e tratamento
- Ocorre em 5% dos portadores de esofagite erosiva,
devido a uma cicatrização intensamente fibrótica das lesões. Esta complicação se inicia no terço inferior do órgão, assumindo, com o passar dos anos, um padrão “ascendente”. - Esta associada a disfagia (fazer diagnostico diferencial com neoplasias)
- O tratamento é feito com dilatação endoscópica
por balão, geralmente após esse procedimento pode ser necessario cirurgia antirefluxo (pois o paciente pode perder o tonus do EEI)
DRGE infantil - tratamento
(1) aumentar a frequência das mamadas, diminuindo o volume em cada mamada individual;
(2) manter a criança em posição ereta após a alimentação;
(3) “engrossar” a fórmula de amamentação.
Casos persistentes podem ser abordados com farmacoterapia, sendo as drogas de escolha os bloqueadores do receptor H2 de histamina (ex.: ranitidina).
Os IBP são controversos em crianças, e não foram validados para pacientes com < 1 ano de vida.
Em casos refratarios e muito graves pode ser feito a cirurgia de antirrefluxo
obs: Vale frisar que, nos pacientes refratários, deve-se aventar a hipótese de alergia alimentar (que pode se manifestar apenas com sintomas de refluxo, sem indícios de enterocolite associada), principalmente Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV), mas também
alergia às proteína do ovo e/ou da soja.
Medidas Antirrefluxo
1- Elevação da cabeceira do leito (15 a 20 cm).
2- Reduzir a ingestão de alimentos que relaxam o EEI ou que têm efeito diretamente “irritante” para o esôfago: gorduras, cítricos, café, bebidas alcoólicas e gasosas, menta, hortelã, molho de tomate, chocolate, condimentos em excesso (alho, cebola, pimenta etc.).
3- Evitar deitar após as refeições, devendo-se esperar de 2-3h; quanto mais comer e mais gordura ingerir, mais esperar.
4- Evitar refeições copiosas; fracionar a dieta.
5- Suspensão do fumo.
6- Evitar líquidos às refeições.
7- Evitar atitudes que aumentem a pressão intra-abdominal (agachar, fazer abdominais, usar roupas e cintos apertados etc.).
8- Redução de peso em obesos.
9- Evitar, se possível, as drogas que relaxam o EEI (antagonistas do cálcio, nitratos, derivados da morfina, anticolinérgicos, progesterona, diazepam, barbitúricos, teofilina).
Tratamento farmacologico da DRGE
1) Bloqueadores H2 (via oral):
- Ranitidina (Antak®) 75-150 mg 2x ao dia
- Famotidina (Famotid®,Famox®) 10-20 mg 2x ao dia
- Cimetidina (Tagamet®) 200-400 mg 2x ao dia
2) IBPs via oral):
- Omeprazol (Losec®) 20-40 mg 1-2x ao dia
- Pantoprazol (Pantozol®) 20-40 mg 1-2x ao dia
- Esomeprasol (Nexium®) 20-40 mg 1-2x ao dia
- Lansoprazol (Prazol ®) 15-30 mg 1-2x ao dia