Infecções do Período Neonatal Flashcards
(31 cards)
Quais são os fatores de risco para sepse neonatal?
Tempo de bolsa rota ≥ 18 horas;
Colonização por EBG sem profilaxia intraparto;
Prematuridade;
Fatores que remetam a infecção materna: corioamnionite, febre materna, secreção fétida ou taquicardia fetal.
Como classificar a sepse neonatal?
Precoce: Até 48 a 72 horas de vida, associada com transmissão vertical;
Tardia: Após 72 horas de vida, relacionada aos cuidados em saúde.
Quais são os agentes etiológicos da sepse neonatal precoce e tardia?
Precoce: EGB, E. coli, Staphylococcus coagulase negativo, H. influenzae e L. monocytogenes (associada com granulomatose infantiséptica);
Tardia: Staphylococcus coagulase negativo, S. aureus, E. coli, Klebsiella, EGB e outros.
Como fazer o diagnóstico da sepse neonatal?
Confirmação com isolamento do agente na hemocultura ou diagnóstico presuntivo pelos sinais e sintomas clínicos, tempo de evolução, fatores de risco, situação materna para EGB, presença ou não de RPMO e profilaxia adequada.
Quais exames solicitar na suspeita de sepse neonatal?
Hemograma, proteína C reativa, hemocultura e punção lombar, se hemocultura positiva, suspeita de sepse bacteriana ou piora clínica.
Como tratar a sepse neonatal?
Empírico com ampicilina mais gentamicina ou amicacina na precoce e oxacilina mais amicacina na tardia;
Na suspeita de meningite por Gram-negativo, associar cefotaxima;
Tempo de tratamento de 10 dias, quando sem foco, 14 dias na sepse por EGB e 21 dias ou 14 dias após cultura negativa na meningite por Gram-negativo.
Quando e como fazer o rastreamento do EGB?
Cultura para EGB entre 35 e 37 semanas de IG.
Quais as indicações de profilaxia intraparto para EGB?
Filho prévio com EGB;
Bacteriúria por EBG na gestação atual;
Cultura para EGB positiva no rastreamento (exceto se cesárea programada, sem RPMO e sem trabalho de parto);
EBG desconhecido, mas com alguma das seguintes no trabalho de parto: < 37 semanas, bolsa rota ≥ 18 horas, temperatura intraparto ≥ 38°C ou NAAT positivo.
Qual a via de parto indicada e a profilaxia intraparto para HIV de acordo com a CV materna com 34 semanas?
CV > 1.000 cópias/mL ou desconhecida: Parto cesáreo eletivo com mais de 38 semanas, empelicado, mais AZT EV;
CV < 1.000 cópias/mL: Via obstétrica mais AZT EV;
CV negativa: Via obstétrica e manter TARV oral.
Como fazer o manejo do RN exposto ao HIV?
Parto empelicado, clampeamento imediato do cordão, banho sob fonte de água corrente, aspiração de VAS e gástrica apenas se necessário, não separar mãe do RN, profilaxia para RN o mais rápido possível e não amamentar.
Como fazer a quimioprofilaxia do RN exposto ao HIV?
Baixo risco: Zidovudina (AZT) oral nas primeiras 4 horas de vida durante 4 semanas (28 dias);
Alto risco: Esquema tríplice com AZT, lamivudina (3TC) e raltegravir (RAL) orais durante 4 semanas (28 dias).
OBS: RAL é contraindicado em IG < 37 semanas e, neste grupo, nevirapina deve ser usada em substituição por 14 dias, aumentando a dose na segunda semana. Abaixo das 34 semanas, apenas a AZT deve ser utilizada.
Como classificar os RN expostos ao HIV como baixo ou alto risco?
Baixo risco: Mãe que usou TARV na gestação sem falha de adesão e tem CV indetectável a partir da 28ª semana (3° trimestre);
Alto risco: Mães que não fizeram TARV adequadamente, sem pré-natal, CV detectável ou desconhecida, ou fizeram diagnóstico de HIV no momento do parto ou durante a gestação.
Como fazer o diagnóstico de HIV em menores de 18 meses?
Coletar CV ao nascimento, com 14 dias de vida e 2 e 8 semanas após o término da profilaxia;
Solicitar anticorpos anti-HIV aos 12 meses;
Solicitar DNA pró-viral se CV < 5.000 cópias/mL, resultados discordantes ou peso < 2.500 g.
Confirmam infecção pelo HIV: Dois resultados de CV > 5.000 cópias/mL ou um exame de DNA pró-viral positivo.
Qual a via de parto indicada na exposição perinatal à hepatite B?
Obstétrica.
Quais os cuidados com o RN na exposição perinatal à hepatite B?
Banho sob fonte de água corrente, imunoglobulina humana anti-hepatite B nas primeiras 12 horas de vida e vacina contra hepatite B em até 24 horas de vida. Amamentação não é contraindicada.
Quais são os defeitos clássicos da síndrome da rubéola congênita?
Perda auditiva, catarata ou retinopatia pigmentar, e cardiopatia congênita (persistência do canal arterial ou estenose dos ramos da artéria pulmonar).
Qual o ponto de corte para classificar a sífilis congênita como precoce ou tardia?
Dois anos de vida.
Quais as manifestações clínicas da sífilis congênita?
Precoce: Hepatoesplenomegalia colestática, pênfigo palmoplantar, rinite sifilítica, anormalidades esqueléticas, petéquias ou púrpuras, hidropisia e pseudoparalisia de Parrot;
Tardia: Fronte olímpica, nariz em sela, surdez sensorial, dentes de Hutchinson, molares em amora, rágades e tíbia em sabre.
Como diagnosticar sífilis congênita?
Avaliar se mãe tratou adequadamente ou não: Utilizou penicilina benzatina com primeira dose até 30 dias antes do parto, não requerendo o tratamento da parceria sexual;
Observar queda da titulação em duas diluições em seis meses com títulos continuando baixos após o tratamento;
Colher VDRL da mãe e do RN: Se maior que o da mãe em duas ou mais diluições, fecha o diagnóstico e, se menor que o materno ou maior em até uma diluição, conferir exame físico e confirmar na alteração;
Se mãe inadequadamente tratada, entender como sífilis congênita e solicitar VDRL, hemograma, LCR e radiografia de osso longos.
Como tratar a sífilis congênita?
Todos os exames sem alterações: Penicilina benzatina IM em dose única;
Na presença de alguma alteração, verificar LCR e tratar durante 10 dias com penicilina cristalina EV ou procaína IM na ausência de neurossífilis.
Quando considerar o LCR alterado para neurossífilis?
VDRL reagente, proteína > 150 mg/dL e/ou celularidsde > 25 células.
Como fazer o seguimento das crianças expostas à sífilis?
VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses, precisando estar negativo aos 6 meses de idade;
Realizar notificação compulsória;
Tratar como neurossífilis quando não conseguir coletar o LCR.
Qual a tríade clássica da toxoplasmose congênita?
Tríade de Sabin: coriorretinite, hidrocefalia e calcificações intracranianas difusas.
Como fazer o diagnóstico da toxoplasmose congênita no RN assintomático?
Solicitar anatomopatológico da placenta, ELISA IgM por captura, IgG do binômio, UST, fundoscopia e hemograma e, na presença de alguma alteração, solicitar estudo do LCR, funções hepática e renal audiometria e TC de crânio.
Criança infectada: Tratamento por um ano;
Resultado normal: Queda progressiva dos títulos de IgG.