Infectologia - Grandes Síndromes Bacterianas: EI, ITU, Piodermites, Osteomielite, Etc. Flashcards

1
Q

Como é a fisiopatologia da Endocardite Infecciosa?

A

1°) Lesão endocárdica:
- Uso de drogas EV (materiais particulados)
- Próteses valvares (maior risco individual)
- Cardiopatia estrutural (o prolapso de mitral é a principal condição cardíaca predisponente em números absolutos, porém baixo risco intrínseco)
- Doença reumática (principal condição cardíaca predisponente em países em desenvolvimento)
- Endocardite infecciosa prévia
- Cateter Endovenosos / Procedimentos intravasculares
(agentes nosocomiais associados)
- Estados de hipercoagulabilidade

Principais valvas acometidas em ordem: mitral > aórtica > mitro-aórtica > tricúspide.

2°) Após a lesão endocárdica forma-se um trombo formado por plaquetas e fibrina: Endocardite Trombótica Não-Bacteriana (ETNB)

3°) Bacteremia + Assestamento de bactérias na ETNB
Atenção: S.aureus não precisa de ETNB para se assestar, ou seja, pode fazer EI aguda mesmo sem fator de risco prévio.

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2
Q

Como definir a Endocardite Infecciosa?

Qual é a diferença entre a EI aguda e a subaguda?

A

DEFINIÇÃO
Infecção microbiana da superfície endocárdica do coração, que vem sendo classificada como “aguda” ou “subaguda”.

DIFERENÇA AGUDA x SUBAGUDA

  • Aguda: Desenvolvimento rápido dos sintomas, com febre alta, queda do estado geral.
  • Subaguda: Início insidioso, com febre baixa arrastada, perda ponderal, sudorese noturna, sintomas músculo-esqueléticos e esplenomegalia.
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3
Q

Qual é a epidemiologia da Endocardite Infecciosa?

A

Idade média: > 60 anos

Exceção: Casos associados ao uso de drogas EV, nos quais os mais jovens são os mais afetados.

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4
Q

Quais são as lesões cardíacas de maior risco individual para Endocardite Infecciosa?

A
  1. EI prévia
  2. Valvas cardíacas protéticas
  3. Cardiopatias congênitas cianóticas
  4. Derivações cirúrgicas sistêmico-pulmonares
  5. Coarctação de aorta
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5
Q

Quais são os micro-organismos mais comumente envolvidos:

  • Na EI aguda de valvas nativas, incluindo os usuários de drogas IV (neste caso, cite a principal valva acometida)
  • Na EI subaguda de valvas nativas
A

EI AGUDA DE VALVAS NATIVAS

  • Principal agente: Staphylococcus aureus
  • Usuários de drogas IV / Cateter venoso: MRSA
  • Outros agentes
    • S. pneumoniae (tríade de Austrian)
    • Gram negativos (P.aeruginosa)

Obs¹: Nos usuários de drogas IV/cateter venoso, a valva mais acometida é a tricúspide.
Obs²: Geralmente a infecção por S.aureus terá uma porta de entrada (infecção de pele, por exemplo).

EI SUBAGUDA DE VALVAS NATIVAS

  • Principal agente: Streptococcus viridans
  • Outros agentes:
  • *Enterococcus faecalis (enterococo + comum; associado à bacteremia por manipulação de trato urinário)
  • *Streptococcus gallolyticus/bovis (relação com neoplasias de cólon, mais prevalente em idosos)
    • Grupo HACEK (5% dos casos; gram negativos; crescimento lento em culturas)
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6
Q

Quais são os micro-organismos mais envolvidos nas próteses valvares, considerando aspectos cronológicos?

A
MENOS DE 2 MESES DA CIRURGIA (PRECOCE)
Germes hospitalares:
- Staphylococcus coagulase negativo (ex: Epidermidis)
- Staphylococcus aureus 
- Germes gram negativos 

MAIS DE 1 ANO DA TROCA (TARDIO)
= Valva nativa, podendo persistir risco de staphylococcus coagulase negativo (epidermidis)

ENTRE 2 MESES e 1 ANO (MISTURA)
Pode ser agente do precoce e do tardio.

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7
Q

Quais são os fatores de risco para endocardite fúngica? Quais são os fungos mais encontrados?

A
  1. História de uso de drogas EV
  2. Cirurgia cardíaca recente
  3. Uso prolongado de cateteres vasculares, principalmente com NPT

Fungos: Candida spp. e Aspergillus

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8
Q

Em relação às manifestações da EI, responda:

  • Quais as duas manifestações mais comuns?
  • Cite os 4 principais fenômenos embólicos.
  • Cite os 4 principais fenômenos imunológicos.
  • Quais as manifestações laboratoriais encontradas?
  • Qual é a principal causa de óbito?
A

DUAS MANIFESTAÇÕES MAIS COMUNS
Febre + Sopro cardíaco
(Na endocardite tricúspide, o sopro está caracteristicamente ausente na maioria, sendo acompanhado por vários êmbolos sépticos pulmonares)

FENÔMENOS VASCULARES/EMBÓLICOS

  • Manchas de Janeway: máculas hemorrágicas não dolorosas em palma das mãos e planta dos pés
  • Eventos embólicos -> Abscessos ou Necrose
  • Aneurismas micóticos
  • Hemorragias subungueais (Splinter)
  • Hemorragias conjuntivais
  • Petéquias

Obs¹: Os aneurismas micóticos se caracterizam por êmbolos sépticos que podem se alojar na vasa vasorum e provocar enfraquecimento destas paredes.

FENÔMENOS IMUNOLÓGICOS

  • Nódulos de Osler: nódulos pequenos e dolorosos subcutâneos, nas superfícies palmares.
  • Manchas de Roth (vasculite retiniana)
  • Glomerulonefrite
  • Artralgias e Artrites
  • Fator Reumatoide positivo

MANIFESTAÇÕES LABORATORIAIS
Anemia (mais na subaguda), Leucocitose (mais na aguda) PCR e VHS elevadas, Hematúria/Proteinúria, FR positivo (especialmente na subaguda)

PRINCIPAL CAUSA DE ÓBITO
Insuficiência cardíaca

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9
Q

Como é feito o diagnóstico de EI?

A

Critérios de Duke OU Avaliação histopatológica valvar

                         CRITÉRIOS DE DUKE

-> Diagnóstico Definitivo
2 critérios maiores OU
1 critérios maior + 3 critérios menores OU
5 critérios menores

-> Diagnóstico Provável
1 critérios maior + 1 critério menor OU
3 critérios menores

Critérios Maiores
1. Hemocultura (alguma das condições abaixo):
- Agentes típicos em 2 amostras (staphylo/strepto/enterococos)
- Hemocultura persistentemente positiva
(incluindo germes não-típicos)
- Uma cultura ou sorologia para Coxiella burnetti positiva

  1. ECOTT +/- ECOTE
    - Vegetação ou abscesso
    - Nova deiscência parcial de prótese valvar
    - Nova regurgitação valvar

Critérios Menores (Os 5 F’s)

  1. Fator de risco: Uso de drogas EV ou Condição cardíaca predisponente (prótese/lesão valvar)
  2. Febre ≥ 38° C
  3. Fenômenos Vasculares
    - Manchas de Janeway
    - Aneurisma micótico
    - Hemorragias (craniana, petéquias, conjuntivas)
    - Embolias sépticas (arteriais/pulmonares)
  4. Fenômenos Imunológicos
    - Manchas de Roth (vasculite)
    - Nódulo de Osler
    - GNDA
    - FR positivo
  5. “Faltou” uma hemocultura
    Hemoculturas positivas que não preencham critério maior ou evidências sorológicas de infecção ativa consistente com endocardite
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10
Q

Como é feito o tratamento empírico da Endocardite Infecciosa?

A

Conceito geral: O tratamento com os antibióticos é realizado com doses elevadas, por tempo prolongado (4-6 semanas em valva nativa ou 6-8 semanas em valva protética) e via parenteral, pois os ATB apresentam grande dificuldade em agir em vegetações. Coletar hemoculturas preferencialmente antes de iniciar os esquema antibióticos.

VALVA NATIVA
- Subaguda:
Aguardar resultado das culturas antes de iniciar antibioticoterapia específica x Ceftriaxone + Vanco
- Aguda:
No geral: Vancomicina + Cefepime (ou Gentamicina)
Usuários de drogas IV: Vancomicina + Gentamicina

Obs¹: Nas endocardites associadas à infecção em cateter venoso profundo, o mesmo deve ser retirado e a conduta ATB seguirá igual a de usuários de drogas.

VALVA PROTÉTICA
> 1 ano da cirurgia: = Valva Nativa
< 1 ano da cirurgia: Vanco + Genta + Rifampicina

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11
Q

Quais são as indicações cirúrgicas na Endocardite Infecciosa?

A
  1. Insuficiência cardíaca por valvopatia aguda (principal)
  2. Valvopatia grave (insuficiência/obstrutiva/abscessos)
  3. Vegetação valvar móvel > 10mm
  4. Bacteremia persistente por > 5-7 dias após o início do ATB, na ausência de outros sítios relacionados
  5. Embolia recorrente mesmo após o ATB apropriado
  6. Endocardite fúngica ou causada por bactérias MDR
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12
Q

Após início do tratamento da endocardite infecciosa, como devemos recomendar a periodicidade das hemoculturas? Quando se considera febre prolongada na EI e o que considerar nessa situação? Após o término do tratamento, quais exames devem ser solicitados e porquê?

A

APÓS O INÍCIO DO TRATAMENTO
Hemoculturas devem ser repetidas diariamente até que sejam estéreis. Em geral, no máximo até 5-7 dias espera-se a esterelidade.

FEBRE PROLONGADA NA EI
Febre que persiste por > 5 dias após o início da antibioticoterapia. Devem ser investigadas extensão da infecção para áreas perivalvares, infecção metastática, hiperssensibilidade às drogas, infecções nosocomiais associadas (ex: cateter / pneumonias), além de TEP e outras complicações hospitalares.

CONDUTAS APÓS O TÉRMINO DO TRATAMENTO

  1. Solicitar novas hemoculturas para documentar cura
  2. Realizar novo ecocardiograma para estabelecer novo padrão valvar, tendo em vista que as vegetações ou outras alterações podem manter-se inalteradas mesmo após o fim do tratamento e da cura.
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13
Q

Quais são as indicações de profilaxia para EI? Quando e como está indicada a profilaxia para EI?

A

INDICAÇÕES DE PROFILAXIA PARA EI
Apenas para pacientes c/ pior prognóstico durante um quadro de endocardite infecciosa. São eles:

  1. EI prévia
  2. Valvas protéticas
  3. Doenças Cardíacas Congênitas Cianóticas:
    - Não reparadas / reparo incompleto
    - Completamente reparadas < 6m do procedimento
  4. Transplantados cardíacos + Valvopatias

QUANDO INDICAR PROFILAXIA

  1. Procedimentos da cavidade oral com manipulação gengival ou da região periapical dos dentes
  2. Incisão/perfuração da mucosa oral ou respiratória
  3. Exclusivos do AHA (não tem no Harrison):
    - Procedimentos musculoesqueléticos
    - Procedimento cutâneos e em infecções de pele

COMO FAZER A PROFILAXIA
Amoxicilina 2g, VO, 30-60min antes do procedimento
Alérgios: Cefalexina/Clindamicina/Azitromicina

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14
Q

Qual é a definição de Bacteriúria Assintomática?

A

Paciente assintomático + Urinocultura evidenciando ≥ 100.000 UFC (jato médio) ou ≥ 100 UFC (cateterizados) de um mesmo micro-organismo

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15
Q

Devemos tratar Bacteriúria Assintomática na população geral? Quando devemos tratar e como tratar ?

A

POPULAÇÃO GERAL
Não devemos tratar

QUANDO TRATAR

  1. Gestantes
  2. Pacientes que serão submetidos a procedimentos urológicos invasivos
  3. Transplantados renais (Harrison)
  4. Neutropênicos (Harrison)

Somente o Cecil: Rastrear e tratar DM2

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16
Q

Em relação à candidúria, responda:

  • Em quem encontramos em maior frequência?
  • Quando devemos tratar e como tratar?
A

MAIOR FREQUÊNCIA

  • Pacientes com CVD / Pacientes em UTI
  • Diabéticos mal controlados
  • Tratados com ATB de amplo espectro recente

TRATAMENTO

Assintomáticos:

  1. Corrigir fatores de risco associados, se CVD instalado, retirá-lo ou ao menos trocá-lo.
  2. Recomendar tratamento apenas para aqueles que possuam maior risco de evoluir com cistite, pielonefrite e doença disseminada: i) neutropênicos, ii) pacientes transplantados instáveis clinicamente, iii) submetidos à manipulação urológica.

Sintomáticos: Todos devem ser tratados.

Esquema de Tratamento: Fluconazol x AnfoB
Fluconazol: 200mg-400mg (1° dia) + 100-200mg (7-14d)
Anfotericina B: 0,3-0,5mg/kg/dia, 7-14 dias

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17
Q

Como definir a Cistite/Infecção Urinária Baixa? Comente seus aspectos epidemiológicos.

A

DEFINIÇÃO
Inflamação/Infecção da bexiga causada por bactérias que ascenderam, fizeram lesão tecidual (mucosite), a ponto de gerar sintomas, mas não conseguiram ascender ao trato urinário superior

EPIDEMIOLOGIA
A infecção urinária é muito mais comum em mulheres, especialmente as com maior atividade sexual e mais velhas (modificação do epitélio vulvovaginal, favorecendo a colonização por gram negativos)

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18
Q

Quais as manifestações clínicas da Cistite?

A

SINTOMAS TÍPICOS
Disúria + Polaciúria + Urgência urinária/Noctúria
Desconforto suprapúbico
Urina turva + Hematúria macroscópica

NÃO apresenta febre!

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19
Q

Como diagnosticar a Cistite?

A

CISTITES NÃO COMPLICADAS
- Diagnóstico apenas com base da história clínica

CISTITES COMPLICADAS
(Homem, idoso, crianças, casos recorrentes)
- EAS: Nitrito, piúria, esterase leucocitária, hematúria.
- Urinocultura: ≥ 10² (mulheres) e ≥ 10³ (homens)

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20
Q

Como tratar a Cistite?

A

Há inúmeras opções de antibioticoterapia:

  1. Fosfomicina trometamol (Monuril): 3g, dose única;
  2. Nitrofurantoína: 100mg, 6/6h, por 5-7 dias;
  3. SMT+TMP: 400/80mg, 12/12h, por 3 dias;
  4. Betalactâmicos (Amoxicilina/Cefalexina): 5-7 dias.

Obs¹: No Brasil, o TTM empírico da cistite não deve ser feito com SMT+TMP ou betalactâmicos, pois a taxa de resistência dos patógenos é alta, ao contrário dos EUA.
Obs²: A fosfomicina é considerada 1° escolha.

Considerações:

  • Na Gestante: Fosfomicina, Nitrofurantoína, Blactâmico.
  • Cistite Complicada ou Recorrente: 7 dias de ATB.
  • Homens: 7-14 dias de ATB e EVITAR nitrofurantoína e betalactâmicos, que penetram menos no tecido prostático (pode haver prostatite subclínica associada)
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21
Q

Em relação à ITU recorrente, responda:

  • Qual é a sua definição?
  • Quais são os fatores predisponentes principais?
  • Qual deve ser a conduta?
A

DEFINÇÃO
≥ 2 episódios em 6 meses;
≥ 3 episódios ao ano
Obs: Considerar após a cura da 1° infecção.

FATORES PREDISPONENTES PRINCIPAIS

  • Alterações hormonais da menopausa: alteram a microbiota vulvovaginal (lactobacilos -> gram negativos)
  • DM

CONDUTA

  1. Tratar ITU atual
  2. Medidas Preventivas:
    - Em caso de DM: otimizar controle glicêmico.
    - Urinar após relação sexual (mulheres)
    - Evitar uso de espermicidas
    - Estrogênio vaginal na pós-menopausa
    - ATB profilaxia: É o método mais efetivo na prevenção das ITU’s recorrentes, feito em doses baixas de forma contínua ou no pós-coito. Tempo mínimo: 6 meses, com uma urinocultura realizada após o término.
  3. Na refratariedade: Investigar complicações
    - Método de imagem: TC de vias urinárias c/ contraste
    - Condições: Cálculos urológicos; alterações estruturais do trato urinário; abscessos.
22
Q

Qual é a provável causa da síndrome da urina roxa da bolsa coletora (purple urine bag syndrome)?

Qual a forma mais comum de resistência bacteriana no tratamento da ITU?

A

PURPLE URINE BAG SYNDROME
Infecção urinária por germes gram negativos (proteus, providencia, klebsiella). Deve-se à transformação do triptofano em produtos finais de cor azul e vermelha, que em conjunto, dão a urina coloração arroxeada.

FORMA MAIS COMUM DE RESISTÊNCIA
Transferência por meio de plasmídios de genes de resistência (fator-R)

23
Q

Qual é a definição de pielonefrite?

Como diferenciar a pielonefrite complicada da não-complicada?

A

DEFINIÇÃO
Infecção aguda, geralmente bacteriana, dos rins e pelve renal.

PIELONEFRITE NÃO-COMPLICADA

  • Trato urinário sem alteração estrutural/neuronal
  • Ausência de cálculos urinários e cateteres.

PIELONEFRITE COMPLICADA

  • Trato urinário com alteração estrutural/neuronal
  • Presença de cálculos urinários ou cateteres
  • Paciente: Homem, gestante, criança, hospitalizado
  • Pielonefrite enfisematosa / Necrose de papila
24
Q

Quais são os principais fatores de risco envolvidos?

A
  1. História de ITU prévia
  2. Sexo feminino / Atv. sexual / Menopausa e Uso de diafragma com espermicida (alteram flora vaginal)
  3. Anormalidades funcionais ou anatômicas
  4. Instrumentação urinária / Cateter vesical
  5. Diabetes Mellitus / Imunossupressão
  6. Gravidez
25
Q

Qual é o micro-organismo mais comum na pielonefrite? Cite outro micro-organismo relacionado à pielonefrite complicada e não-complicada.
Qual é a via mais comum de contaminação renal?

A

Germe mais comum: Escherichia coli

Outro micro-organismos na não-complicada: Staphylo saprophyticus (mulheres jovens verão).

Outro micro-organismo na complicada: P. aeruginosa.

Via mais comum: Ascendente, a partir da uretra

26
Q

O que é pielonefrite enfisematosa, como se caracteriza clinicamente e qual a conduta?

A

PIELONEFRITE ENFISEMATOSA
Nos pacientes diabéticos hiperglicêmicos, a rápida fermentação da glicose pelos bacilos Gram negativos (ou raramente leveduras) pode produzir gás dentro do parênquima renal, formando a pielonefrite enfisematosa.

Caracteriza-se pelo início súbito de uma pielonefrite grave, que evolui para sepse. Há extensa necrose do tecido renal.

Conduta: ATB +/- Nefrectomia

27
Q

Quais são as manifestações clínicas da pielonefrite?

A
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Dor progressiva nos flancos/lombar (dias)
Sinal de Giordano positivo
Febre + Calafrios + Prostração 
\+/- Sinais de Cistite

Obs: A febre é o principal achado que distingue a pielonefrite da cistite.

28
Q

Como é realizado o diagnóstico de pielonefrite?

A

Combinação de dados clínicos e laboratoriais:

  • Clínica de pielonefrite
  • Urinálise: bacterioscopia; piúria.
  • Urinocultura com antibiograma: > 100.000 UFC
  • Hemocultura com antibiograma
29
Q

Quando devemos solicitar a TC de vias urinárias com contraste?

A
  1. Dúvida diagnóstica
  2. Falha terapêutica
  3. Suspeita de abscesso ou obstrução
30
Q

Como deve ser o tratamento da pielonefrite?

Como é feito o follow-up destes pacientes?

A

Tempo de tratamento: 7-14 dias
Sempre cobrir: Gram negativos comuns
ITU complicada ou ATB recente: Gram negativos comuns e resistentes, além de Gram positivos.

NÃO COMPLICADA
1° Escolha: Ciprofloxacino ou Levofloxacino, VO (Casa)
Opção: Ceftriaxona, EV (Hospital / Gestantes / Kids)

Obs¹: Os casos inicialmente tratados no hospital, podem ir para casa após dose(s) de ceftriaxone tomando quinolona (em geral) OU clavulin (gestantes e crianças), para completar os 7-14 dias.

# COMPLICADA = Internação Hospitalar
Opções de ATB:
- Piperacilina/Tazobactam, EV
- Cefepime, EV
- Imipenem ou Meropenem, EV

Se Cateter: Remover ou trocar o cateter
Se Abscesso: Drenagem após estabilidade clínica.
(Pensar em abscesso quando não há melhora com ATB, cálculos renais associados +/- massa palpável)
Se Obtruções da Via Urinária: Desobstrução

# FOLLOW UP
Urinocultura de controle após 2-4 semanas.
31
Q

A necrose de papila e a pielonefrite xantogranulomatosa são duas complicações da pielonefrite. Descreva suas características clínicas.

A
  1. NECROSE DE PAPILA
    Ocorre mediante associação da infecção das pirâmides renais com doenças vasculares renais ou obstrução do trato urinário. São causas de necrose de papila: pielonefrite grave; anemia falciforme; uso abusivo de AINE; diabetes mellitus; alcoolismo crônico; doença vascular e obstrutiva.

Quando ocorre a necrose de papila na pielonefrite aguda, principalmente em pacientes diabéticos, a infecção pode se agravar pela obstrução da via de saída com tecido morto. Na maioria das vezes a necrose de papila é bilateral.

Sintomas: Hematúria macroscópica + dor no flanco ou abdome + calafrios e febre.

  1. PIELONEFRITE XANTOGRANULOMATOSA
    Forma evolutiva infrequente e crônica da pielonefrite. Resposta imune anormal à infecção e na maioria das vezes na presença de cálculos coraliformes.
    Pacientes afetados geralmente apresentam destruição maciça do rim por tecido granulomatoso. Costuma ser unilateral. É mais frequente em mulheres de meia idade com história de pielonefrite de repetição.

Exame físico: Massa abdominal palpável + Anemia + VHS elevado. Agentes mais comuns: Gram negativos

Diagnóstico: Tomografia (imagem cística)
Tratamento: Retirada cirúrgica do rim afetado após um curso de antibioticoterapia

32
Q

Em relação à Prostatite Bacteriana Aguda (“Tipo I”), responda:

  • Como se caracteriza clinicamente e seu perfil epidemiológico?
  • Quais são os principais patógenos?
  • Como é o tratamento?
  • Cite uma complicação da PBA, explicando suas características clínicas.
A

Epidemiologia e Clínica:

  • Espontânea (jovens) x Precipitada por cateter vesical
  • Clínica de cistite, porém com sinais sistêmicos (febre)
  • Toque retal: próstata edemaciada, tensa e sensível

Agentes:

  • Prostatite espontânea: E. coli
  • Associados à cateter: E.coli + Gram negativos e enterococcus adquiridos no hospital.

Tratamento - Antibioticoterapia (opções): 6 semanas

  • Quinolona (ex: Norfloxacino)
  • SMT+TMP
  • Cefalosporinas de 3° geração

Obs¹: O tratamento pode ser iniciado via oral ou intravenosa dependendo da gravidade do caso.
Obs²: Os ATB ácidos têm maior dificuldade de penetrar os tecidos prostáticos que os alcalinos.

Complicação: Evolução para Prostatite Bacteriana Crônica (“Tipo II”). Ocasionalmente, a infecção se propaga para a bexiga. O paciente clássico é um homem de meia idade com ITU baixa recorrente. Ao toque retal: próstata normal. Diagnóstico pela cultura de secreções prostáticas. Tratamento com quinolonas é a escolha.

33
Q

Em relação ao Impetigo, responda:

  • Qual é a sua fisiopatologia?
  • Quais são as suas formas de apresentação e suas características dermatológicas? Quais são os agentes envolvidos em cada caso? Como deve ser o tratamento?
  • Qual é o nome da lesão com aspectos fisiopatológicos similares ao do Impetigo mas que forma uma ulceração superficial, geralmente em membros inferiores?
A

Fisiopatologia
1°) Colonização da pele intacta (s. pyogenes) e/ou Contaminação da pele através de secreção de mucosa nasal contaminada (s. aureus)
2°) Lesão (não é condição obrigatória para o S.aureus)
3°) Infecção

Risco para GN pós-estreto: 5% (mesmo com ATB)
Risco para Febre Reumática: NÃO há!

Impetigo Crostoso

  • Evolução dermatológica: Mácula eritematosa -> Vesicopápulas -> Crostas melicéricas.
  • Agentes envolvidos: S.aureus / S. pyogenes
# Impetigo Bolhoso: 
- Evolução dermatológica: Bolhas flácidas -> Crostas final + bordos eritematosos circinados
- Agentes envolvidos: S.aureus 
(Toxina esfoliativa clivadora da epiderme -> plano de clivagem entre a camada granulosa e a córnea)
# Tratamento: 
Para todos: Limpeza com água e sabão 

Poucas lesões/sem febre:
[Mupirocina/Ác.fusídico/Retapamulina]

Muitas lesões/com febre:
[Cefalexina, VO, 10 dias]

Lesão Ulcerada relacionada: ECTIMA.

34
Q

Em relação à Síndrome da Pele Escaldada (Síndrome de Ritter), responda:

  • Qual é o agente envolvido?
  • O que representa?
  • Qual é o perfil epidemiológico de incidência?
  • Qual é a fisiopatologia?
  • Qual é a principal característica clínica?
  • Como deve ser o tratamento?
A

Agente: Staphylococcus aureus.

Representa: Uma entidade dentro de espectro de infecções causadas por toxinas esfoliativas estafilocócicas, que inclui o impetigo bolhoso até a síndrome do choque tóxico estafilocócico.

Epidemiologia: < 5 anos, incluindo neonatos.

Fisiopatologia: Estafilococo infecta ou coloniza um sítio distante da pele -> Atinge corrente sanguínea -> Lesão de pele à distância. Pior prognóstico em DRC e neonato (depuram menos a toxina). Mortalidade menor nas crianças e maior nos adultos.

Clínica: Febre + Rash eritematoso -> Pele ganha aparência enrugada -> Bolhas flácidas estéreis que rapidamente se rompem (sinal de Nikolsky presente) -> Superfície úmida, vermelha e brilhante.

Tratamento

  1. Cuidados locais: Evitar infecção secundária.
  2. Erradicar colonização: Oxacilina
  3. Neutralização de toxinas: Clindamicina
35
Q

Quais são as doenças infecciosas que acometem o folículo pilo-sebáceo? Como tratar?

A

DOENÇAS DO FOLÍCULO PILO-SEBÁCEO

  1. Foliculite.
  2. Furúnculo e Carbúnculo (Antraz): São complicações naturais da foliculite. O furúnculo é caracterizado por nódulos eritematosos, dolorosos e de limites bem definidos. O carbúnculo é a expansão desse processo em áreas de pele espessa e inelástica (dorso, nuca).

Tratamento:

  • Furunculose não complicada: Compressas mornas + Sabonete de triclosan + Sintomáticos para dor.
  • Furunculose grande (halo de celulite > 3cm) ou complicada/carbúnculo/face: Drenagem + Cefalexina

Furunculose recorrente: Colonização das narinas anteriores por S.aureus -> Conduta: descolonizar

  1. Hidradenite Supurativa: Inflamação crônica das glândulas apócrinas (abscesso subcutâneo + formação de trajetos fistulosos e retrações cicatriciais). Regiões mais acometidas são a axilar, genital e perianal. Fatores associados: depilação, raspagem, roupas apertadas. Agentes: S.aureus, gram negativos e aneróbios.

Tratamento: Retirar fatores de risco + Calor local + Drenagem dos abscessos maiores +/- Antibioticoterapia

36
Q

Em relação à Erisipela e à Celulite, responda:

  • Como se caracterizam pela clínica e pela relação da porta de entrada como o local da erisipela ou celulite?
  • Como diferenciar pela profundidade?
  • Como diferenciar pela coloração?
  • Como diferenciar pelas bordas?
  • Como diferenciar pela sensibilidade?
  • Quais os agentes etiológicos mais comuns?
  • Quais são os locais mais comuns em cada caso?
  • Como tratar cada um? Cite uma complicação por contiguidade da celulite.
A

CLÍNICA
Ambos: Febre/Calafrio + Sintomas locais inflamatórios
Erisipela: Aspecto de casca de laranja.
Celulite: Bolhas

PORTA DE ENTRADA

  • Erisipela: Insuficiência venosa; Lesões micóticas intertriginosas. Erisipela é distante do foco primário.
  • Celulite: Abrasões; ferida cutânea; úlcera; furunculose. Celulite é próxima ao foco primário

PROFUNDIDADE

  • Erisipela: Derme superficial e Profunda
  • Celulite: Derme profunda + Subcutâneo

COLORAÇÃO

  • Erisipela: Vermelha e brilhosa
  • Celulite: Rósea

BORDAS

  • Erisipela: Bem definidas
  • Celulite: Imprecisas

SENSIBILIDADE

  • Erisipela: Dor intensa
  • Celulite: Dor

AGENTES ETIOLÓGICOS

  • Erisipela: S. pyogenes
  • Celulite: S. aureus / S.pyogenes

LOCAIS COMUNS

  • Erisipela: Membros inferiores e face (regiões com deficiência de drenagem linfática)
  • Celulite: Extremidades (adultos)

TRATAMENTO
# Erisipela (10-14d):
Casos leves: Penicilina Procaína ou Amoxicilina
Casos graves: Penicilina Cristalina ou Cefazolina
Alergia: Eritromicina
Erisipela de repetição: Penicilina G benzatina 1x/mês

Celulite (10-14d):
Casos leves: Cefalexina ou Cefadroxila
Casos graves: Oxacilina ou Cefazolina
Alérgicos: Clindamicina ou Eritromicina
Crianças = Sempre internar
Celulite Purulenta: MRSA (SMT+TMP ou Vancomicina)
Complicação por contiguidade: Polimiosite.

37
Q

Em relação às infecções cutâneas agudas causadas por Mordeduras de Animais, responda:

  • Quais é o agente mais envolvido?
  • Qual a mordedura mais grave (cão ou gato)?
  • Qual a profilaxia indicada?
A

AGENTES

  • Principal: Pasteurella multocida (> 50%)
  • Outro agentes: Staphylococcus intermedius, Capnocytophaga canimorsus, Anaeróbios.

Obs¹: As infecções por pasteurella tendem a evoluir rapidamente (horas) com inflamação grave e purulenta.

MAIS GRAVE
É a mordedura dos felinos, pelos dentes mais finos e afiados, penetrando e infectando mais profundamente

PROFILAXIA
Amoxicilina-clavulanato

38
Q

Quais características podemos encontrar na celulite orbitária (ou pós-septal)?

A
  • Limitação de movimentos oculares
  • Febre alta e dor no olho acometido
  • Midríase e edema de papila
  • Amaurose por isquemia de artéria oftálmica e trombose de seio cavernoso
  • Meningite por acesso ao seio cavernoso: cefaleia intensa e rigidez de nuca
39
Q

Em relação à Fasciíte Necrosante, responda:

  • Qual a sua definição e sua forma de apresentação?
  • Quais fatores de risco estão associados?
  • Quando suspeitar e quais as partes do corpo mais envolvidas?
  • Quais os agentes responsáveis?
  • Qual é a base do tratamento?
A

DEFINIÇÃO
Infecção profunda do tecido subcutâneo que invade à fáscia e pode, eventualmente, poupar a pele em si. Evolui com um escurecimento da região, surgimento de bolhas violáceas hemorrágicas e gangrena.

FATORES ASSOCIADOS

  • Diabetes mellitus: Fator mais associado
  • Cirurgia/trauma de TGI ou TGU
  • Porta de entrada: CA, divertículo, doenças anorretais

SUSPEIÇÃO e PARTES ENVOLVIDAS
Fator de risco + Dores desproporcionais aos achados físicos + Toxemia e Febre. Em Fournier: Edema maciço de bolsa escrotal e do pênis

O períneo (gangrena de Fournier), o abdomen e os membros são as partes mais acometidas.

AGENTES e DADOS CLÍNICOS
Bactérias aeróbias e anaeróbia (clostridium perfringes leva à mionecrose; evolução rápida, com toxemia e choque não responsivo; há muita produção de gás).

TRATAMENTO
- Exploração cirúrgica imediata
1. Debridamento cirúrgico extenso com fasciotomia
2. Gram e cultura do material
3. Antibioticoterapia de amplo espectro: Pipe/Tazo
Em pacientes sépticos: Acrescentar ciprofloxacino.

40
Q

O que é a osteomielite, como se classifica e quais são os agentes etiológicos mais envolvidos?

A

Osteomielite = Infecção do osso.
Classificação: A classificação será baseada na forma como o micro-organismo chega ao osso. São elas:

  1. Hematogênica (20%)
    - Acomete principalmente crianças, em metáfise de ossos longos (local onde está a fise de crescimento). Ossos mais acometidos são o fêmur e a tíbia.
    - Quadro agudo ou subagudo
    - Principal agente: S.aureus (MSSA e MRSA)
    Na anemia falciforme: Salmonella e S.aureus

Obs: Quando em adultos, acomete mais as vértebras. Predominando os agentes E.coli e outros bacilos entéricos. Em usuários de drogas, o S.aureus.

  1. Secundária à Infecção Contígua (80%)
    - Acomete principalmente adulto
    - Quadro mais arrastado
    - Principal agente: S.aureus.
    No pé diabético: Polimicrobiano (S.aureus, Gram negativos - P.aeruginosa - e anaeróbios).
    - Evolui mais para a osteomielite crônica do que a versão hematogênica. Nesse caso, há necrose óssea que se descola (sequestra), reação subperiosteal, ausência de febre e exacerbações intermitentes.
41
Q

Como diagnosticar a Osteomielite?

A

DIAGNÓSTICO: Clínica + Laboratório + Imagem

  1. Clínica (Osteomielite Aguda): Febre/Calafrios + Dor óssea + Restrição de movimento.
    Observação: Na crônica, ausência de febre com exacerbações intermitentes (dor, tumefação).
  2. Laboratório: Aumento de PCR e VHS
    +/- Hemoculturas e Swabs.
  3. Imagem:
    - Radiografia: Só altera após 10 dias. Baixa acurácia. Quando evidencia: alteração periosteal.
    - RM óssea: Maior acurácia
    - Cintilografia óssea: Opção para paciente que teria indicação de RM, mas tem prótese metálica que inviabilizaria o exame.
42
Q

Como deve ser o tratamento na osteomielite?

A

TRATAMENTO
1. Repouso no leito + Analgésicos
2. Antibioticoterapia (4-6 sem x 6-8 sem, se vertebral)
Para todos: Oxacilina ou Cefazolina ou Vancomicina
Falcêmico: + Ceftriaxone.
Vertebral: + Cobertura para gram negativos
Pé diabético: + Cobertura para gram neg. e anaeróbios

  1. Debridamento cirúrgico (quando necessário)
  2. Em caso de osteomielite vertebral com abscesso peridural e compressão medular: Drenagem

Observação: O VHS não deve ser utilizado como parâmetro para interrupção da ATBterapia!

43
Q

Qual é a definição de febre de origem obscura/indeterminada clássica?

A

Febre ≥ 38,3°C em diversas ocasiões + Duração da febre > 3 semanas + Diagnóstico incerto após uma semana de investigação hospitalar

44
Q

Qual é a principais causas de febre de origem obscura clássica?

A
  1. Infecções (principal): BK, Abscessos, EI, Hepatites
  2. Neoplasias: CA de cólon, CA hematológico
  3. Doenças inflamatórias não-infecciosas: Arterite temporal, Crohn, LES.

ATENÇÃO: Há fármacos que são causas comuns de febre. São exemplos: betalactâmicos, quinidina, fenitoína e antineoplásicos.

45
Q

Durante uma investigação de FOO, quais são os exames complementares mínimos a serem solicitados?

A
  1. Hemograma completo
  2. Hemoculturas (3 sets)
  3. Bioquímica de rotina com hepatograma
  4. Sorologia para hepatites
  5. EAS e urocultura
  6. Radiografia de Tórax
46
Q

Diante de um paciente com FOO, quais os próximos passos a serem seguidos?

A

(1) Nova confirmação da febre;
(2) Reavaliação clínica abrangente com revisão de história e exame físico
(3) Acompanhamento evolutivo do paciente
(4) Exames complementares adicionais voltados para causas mais prováveis de FOO conforme faixa etária do paciente.

Se o paciente está estável, não há necessidade de internar novamente para investigar. Não administrar ATB sem ter um “alvo” específico.

47
Q

Quais são as causas de Abscesso Hepático Piogênico?

Quais são os principais agentes etiológicos envolvidos?

A

CAUSAS

  1. Infecções das vias biliares: mais comum
  2. Embolias sépticas pela veia cava
  3. Bacteremias
  4. Infecção por contiguidade
  5. Trauma
  6. Criptogênica (Idiopática): Grande parte dos casos

AGENTES ETIOLÓGICOS
Geralmente a etiologia é polimicrobiana.
- Mais comum em geral: E. coli + Klebsiella
- Mais comum agente isolado: S.aureus
- Origem de árvore biliar: Aumenta enterococo.
- Origem Intraperitoneal: Aumenta bacteroides.

48
Q

Quais são as manifestações clínicas, como realizar o diagnóstico e como tratar o Abscesso Hepático Piogênico? Qual os principais diagnósticos diferenciais?

A

CLÍNICA

  • Febre de início insidioso: sintoma mais comum (FOO).
  • Dor (inflamação) em HCD + Hepatomegalia
  • Icterícia (pouco comum)

DIAGNÓSTICO:

  • USG: Massa ovalada hipoecogênica
  • TC com contraste: Massa ovalada hipodensa
  • RM: Maior acurácia de todos

TRATAMENTO:

  1. ATBterapia (4-6sem): Ceftriaxone + Metronidazol
  2. Drenagem percutânea guiada por imagem (processo contínuo, remover cateter apenas quando a drenagem for mínima, geralmente em 7 dias).

Quando abordar cirurgicamente?

  1. Quando todos os demais tratamentos forem insatisfatórios;
  2. Quando houver complicação direta da drenagem.

DD: Colangite (essa mais agressiva); Abscesso amebiano (homem jovem).

49
Q

Quais são os principais agentes relacionados à Infecção de Corrente Sanguínea relacionada à cateter venoso central?

A

Principal: S. coagulase negativo x S.aureus
Outros: Gram negativos, enterococos, Candida.

50
Q

Como diagnosticar ICS relacionada à cateter venoso?

A

CRITÉRIO CLÍNICO: Febre à esclarecer +/- Lesão exsudativa ao redor do sítio do cateter
+
EVIDÊNCIA MICROBIOLÓGICA ATRAVÉS DE AMOSTRAS PAREADAS:
I. Isolamento do mesmo micro-organismo no sangue periférico e na ponta do cateter (5cm distais)
OU
II. O mesmo micro-organismo cresce na amostra do HUB e outra no sangue periférico respeitando o critério quantitativo (> 3x de UFC no HUB) OU de diferença do tempo de positivação (HUB positiva 2h antes da veia periférica)

51
Q

Como tratar ICS relacionada à cateter venoso?

A

CATETER DE CURTA PERMANÊNCIA
Remoção do cateter infectado + Vancomicina 7-14 dias + Novo sítio de punção

Exceção à regra: Infecção por staphylococcus coagulase negativo -> Pode manter cateter + atb sistêmico + terapia antimicrobiana em sistema fechado

CATETER DE LONGA PERMANÊNCIA
Vancomicina
+ Remover o cateter se:
[Sepse, tromboflebite supurativa, endocardite, bacteremia persistente após 72h de ATB, infecções por S.aureus, P.aeruginosa, fungo ou micobactéria]

PARA AMBOS
Cobrir Pseudomonas se: sepse ou neutropenia
Cobrir Candida se: Sepse +
[NPT; uso prolongado de ATB de amplo espectro; neo hematológica; transplantados; cateterização femoral ou colonização de Candida em múltiplos sítios]