Infectologia: Pneumonias Flashcards

(33 cards)

1
Q

Quais são os mecanismos fisiopatológicos na Pneumonia Adquirida na Comunidade?

A

I) Microaspiração (de germes que colonizam a nasofaringe/orofaringe)
II) Inalação (pneumonia viral/legionella)
III) Hematogênica (ex: Endocardite valvar direita)
IV) Extensão direta (foco torácico/pleural)

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2
Q

Enumere, em ordem de prevalência, os agentes responsáveis pela PAC?

A
1°) Streptococcus pneumoniae (Pneumococo) 
2°) Micoplasma pneumoniae 
3°) Vírus 
4°) Chlamydia pneumoniae 
5°) Haemophilus influenzae 

Se a pessoa faz uma pneumonia de comunidade e precisa ser internada, devemos descartar infecção por Legionella pneumophila.

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3
Q

Em relação ao pneumococo, responda:

  • É um micro-organismo típico ou atípico?
  • Como é sua identificação microbiológica?
  • Há alguma forma específica de diagnóstico?
  • Quais achados podemos encontrar na radiografia de tórax?
A

Micro-organismo típico: cora bem ao gram e responde a betalactâmicos.

Microbiologia: Diplococo gram positivo

Forma específica de diagnóstico: Antígeno urinário

Pode causar:

  • Qualquer achado;
  • Tipicamente: Derrame pleural e Pneumonia redonda (pseudotumoral).
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4
Q

Em relação ao Mycoplasma Pneumoniae, responda:

  • É um micro-organismo típico ou atípico?
  • Como é a apresentação clínica usual?
  • Qual é o antibiótico recomendado?
A

Micro-organismo atípico: não tem parede celular, cora mal pelo gram e responde mal a betalactâmicos.

Apresentação clínica: Síndrome gripal +

  • Miringite bolhosa
  • Aumento de IgM -> Anemia hemolítica
  • Síndrome de Stevens-Johnson
  • Fenômeno de Raynaud
  • Síndrome de Guillain-Barré

Obs¹: Um dado bastante sugestivo de infecção por micoplasma é o relato de vários casos de infecção respiratória, separado entre si por semanas, nos moradores de um mesmo domicílio. A taxa de infecção é maior na faixa etária entre 5-20 anos.
Obs²: A infecção geralmente é autolimitada, mas os sintomas duram de 15-20 dias, o que diferencia o seu quadro clínico das viroses respiratórias.

Antibiótico: Macrolídeo.

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5
Q

Em relação ao Haemophilus influenzae, responda:

  • É um micro-organismo típico ou atípico?
  • Como é sua identificação microbiológica?
  • Qual sua peculiaridade epidemiológica?
A

Micro-organismo: Típico

Microbiologia: Cocobacilo gram negativo.

Peculiaridade: É o agente mais comum no paciente DPOC (ultrapassando o pneumococo).

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6
Q

Em relação à Klebsiella pneumoniae, responda:

  • É um micro-organismo típico ou atípico?
  • Como é sua identificação microbiológica?
  • Qual sua peculiaridade epidemiológica?
  • Qual achado podemos encontrar na radiografia de tórax?
A

Micro-organismo: Típico

Microbiologia: Bacilo gram negativo.

Peculiaridade epidemiológica: Faz quadro grave em etilistas e diabéticos (mas o principal agente da PAC grave em etilistas e diabéticos continua a ser o pneumococo).

Achado radiográfico: Pneumonia do lobo pesado (mas o principal agente causador da pneumonia do lobo pesado continua a ser o pneumococo).

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7
Q

Em relação à Legionella pneumophila, responda:

  • É um micro-organismo típico ou atípico?
  • Como é sua identificação microbiológica?
  • Como é sua apresentação clínica?
  • Há alguma forma específica de diagnóstico?
  • Qual antibiótico está indicado?
A

Micro-organismo: Atípico

Microbiologia: Bacilo gram negativo

Apresentação clínica: Faz quadro TÍPICO grave +

  • Sinal de Faget
  • Diarreia e Dor abdominal
  • Hiponatremia (SIAD)
  • Aumento de transaminases

Diagnóstico específico: Antígeno urinário
Antibiótico: Macrolídeo.

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8
Q

Em relação ao Staphylococcus aureus, responda:

  • É um micro-organismo típico ou atípico?
  • Como é sua identificação microbiológica?
  • Quais são os grupos mais acometidos?
  • Quais achados podemos encontrar na radiografia de tórax?
A

Micro-organismo: Típico

Microbiologia: Coco gram positivo

Grupos mais acometidos: Neonatos; Lactentes; Pós-Influenza; Usuários de drogas EV; Portadores de fibrose cística; Portadores de bronquiectasias; DRC dialítico; Uso recente de quinolonas; Lesões cutâneas abscedadas.

Achados da Rx Tórax: Pneumatoceles (pode complicar com Piopneumotórax); Derrame pleural; Pneumonia necrotizante (< 2cm) ou abscesso > 2cm)

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9
Q

Em relação à Pseudomonas aeruginosa:

  • É um micro-organismo típico ou atípico?
  • Como é sua identificação microbiológica?
  • Em quais grupos faz quadro grave?
A

Micro-organismo: Típico

Microbiologia: Bacilo gram negativo.

Quadro grave em:

  • Fibrose cística & Bronquiectasias;
  • Neutropênicos
  • Usuários de corticoide

ATENCÃO: É o principal germe na fibrose cística!

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10
Q

Quando há necessidade de procurar o agente etiológico na PAC?

A

1) Refratários à terapêutica inicial

2) Quadros graves/Internação em UTI

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11
Q

Como procurar o agente etiológico na Pneumonia?

A

1) Exame do escarro ou Aspirado Endotraqueal:
- Bacterioscopia (Gram): Exame mais importante; maior acurácia na pneumonia pneumocócica.
- Pesquisa de BAAR: BK mimetiza Pneumonia.
- Cultura: Alto índice de falso-positivo e negativo.

2) Hemocultura
- Principalmente indicada para pneumonias graves, pneumonia nosocomial ou imunossuprimidos. Não é necessário solicitar nos refratários à terapêutica inicial.

3) Antígenos Urinários: Pneumococo & Legionella
4) Testes Moleculares: Atípicos e Vírus

5) Broncoscopia:
- Exame invasivo de escolha para coleta de material das vias aéreas inferiores.
- Indicações restritas: (1) Pneumonia não responsiva aos antibióticos; (2) Pneumonia em imunodeprimidos.
- O material do Lavado Broncoalveolar (LBA) e o obtido no Escovado com Cateter Protegido (ECP) devem ser enviados para realização de bacteriscopia, BAAR e culturas (germes comuns, BK e fungos).

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12
Q

QUANDO CONSIDERAR UMA AMOSTRA DE ESCARRO CONFIÁVEL/REPRESENTATIVA?

A

Para a amostra ser representativa das VAI deve ter:
> 25 neutrófilos polimorfonucleares
< 10 células epiteliais por campo

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13
Q

Como se caracteriza a Pneumonia de “Apresentação Típica” clínico-radiológico-laboratorial? Qual é o agente mais comum nessa apresentação?

A
  • Febre, tosse, dispneia e dor torácica pleurítica;
  • Crepitações, aumento do frêmito TV, broncofonia;
  • Rx tórax: Broncopneumonia ou Pneumonia Lobar
  • Leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda
  • Agente mais comum: Pneumococo
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14
Q

Como se caracteriza a Pneumonia de “Apresentação Atípica” clínico-radiológico-laboratorial? Qual é o agente mais comum nessa apresentação?

A

Instalação subaguda e a tosse pode durar semanas.

  • Febre baixa, tosse seca (ou produtiva não purulenta);
  • Exame respiratório pobre;
  • Rx: Broncopneumonia ou Infiltrado Intersticial (importante dissociação clínico-radiológica)
  • Leucocitose apenas em 20% dos casos
  • Agente mais comum: Micoplasma
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15
Q

Como diagnosticar a Pneumonia Adquirida na Comunidade?

A

Diagnóstico: Clínica + Imagem

Considerações sobre os exames de imagem:

  1. Não é obrigatório para fechar o diagnóstico e iniciar o tratamento, porém são importantes para evidenciar complicações e elucidar dúvidas diagnósticas, devendo ser solicitados sempre que possível;
  2. Usualmente se pede: Rx tórax PA e Perfil
  3. São opções:
    - USG de tórax (mais acurado que o RX)
    - TC de tórax (mais acurado que a USG, sendo ideal para pneumonias virais).
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16
Q

Como definir o local de tratamento da PAC? Ambulatório ou Internação?

A

Através do escore CURB-65:

  • Confusão Mental
  • Ureia > 43-50mg/dl
  • Respiratório > 30 irpm
  • Baixa PA (PAS < 90 ou PAD < 60)
  • 65 (> 65 anos de idade)

Interpretação:
0-1pt: Ambulatório
2pts: Considerar internação (maioria interna)
3 ou mais pontos: Internação

Obs¹: Devem ser consideradas variáveis intelecto-cognitivas, sociais, bem como a existência de outras comorbidades descompensadas na determinação da escolha de internação.
Obs²: O consenso ds SBPT utiliza também a forma simplificada do CURB-65, chamada CRB-65, a qual pode ser aplicada sem laboratório. Neste caso, com apenas 1 ponto podemos indicar internação.
Obs³: Referências como a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas bem como o Harrison consideram que um CURB > ou = a 3 é indicação de UTI.

17
Q

Após internação hospitalar, como definir a necessidade de Terapia Intensiva?

A

Através dos critérios da IDSA/ATS (Sociedade Americana de Doenças Infecciosas): 1 Critério Maior OU 3 Critérios Menores = UTI

CRITÉRIOS MAIORES

  1. Choque séptico
  2. Necessidade de Ventilação Mecânica

CRITÉRIOS MENORES

  1. C / U / R / B (cada um valendo 1 pt)
  2. Temperatura < 36°C
  3. Leucócitos < 4000
  4. Plaquetas < 100.000
  5. Pneumonia multilobar
  6. Relação P/F < 250
18
Q

Como deve ser o tratamento da PAC?

A

AMBULATORIAL

(1) Pacientes Hígidos:

Beta-lactâmico: Amoxicilina +/- Clavulanato (7 d)
OU
Macrolídeo: Azitromicina (3 d) ou Claritromicina (5 d)
OU
Tetraciclina: Doxiciclina

(2) Pacientes com Comorbidades / ATB Prévio (90d) / Quadros mais graves:

Beta-lactâmico: Amoxicilina + Clavulanato (7d)
+
Macrolídeo: Azitromicina (3 d) ou Claritromicina (5 d)

INTERNAÇÃO (7-10 dias de ATB)

(1) Enfermaria
Beta-lactâmico: Ampicilina-Sulbactam ou Ceftriaxona
+
Macrolídeo: Azitromicina ou Claritromicina

OU

Quinolona respiratória isoladamente
(Levofloxacina/Moxifloxacina/Gemifloxacina)

(2) UTI
Beta-lactâmico: Ampicilina-Sulbactam ou Ceftriaxona
+
Macrolídeo ou Quinolona respiratória

–> Na suspeita de pseudomonas (bronquiectasia, fibrose cística, DPOC grave com exacerbações frequentes, uso prévio de ATB/Corticoide): Optar por Piperacilina-Tazobactam ou Cefepime + Fluoroquinolona.

–> Na suspeita de CA-MRSA (cocos gram positivos no aspirado traqueal ou do escarro; DRC fase terminal; usuário de droga; infecção prévia por influenza; tratamento prévio com quinolonas: Adicionar Linezolida ou Vancomicina

ALERGIA À BETA-LACTÂMICOS ou MACROLÍDEO

(1) Em ambulatório ou Enfermaria:
Quinolona respiratória:
Levofloxacina ou Moxifloxacina ou Gemifloxacina

(2) Em UTI: 
Quinolona respiratória:
Levofloxacina ou Moxifloxacina ou Gemifloxacina
\+ 
Aztreonam (no lugar do betalactâmico)
19
Q

É VERDADE QUE POSSO ACOMPANHAR A MELHORA DO PACIENTE PELA MELHORA DO RX?

A

Não, pois não se trata de um método confiável de acompanhamento. O RX pode se manter alterado apesar da clínica de melhora.

20
Q

NO QUE PENSAR EM UMA PNEUMONIA DE RESOLUÇÃO LENTA ou NÃO RESPONSIVA?

A
  • Germes resistentes ou não cobertos;
  • Existe coleção purulenta: Empiema/Abscesso
  • Febre do antibiótico
  • O infiltrado não é infeccioso: neoplasia? vasculite? BOOP?
21
Q

QUAL É A CONDUTA INDICADA NA PNEUMONIA RECORRENTE?

A

Caso a recorrencia afete a mesma localização anatômica em que ocorreu o episódio prévio, a causa mais provável é a obstrução brônquica, que pode ser um corpo estranho ou por um tumor pulmonar. Neste caso, a existência de um lobo pulmonar com redução volumétrica (atelectasia parcial) torna bastante provável a existência de obstrução brônquica. Em tabagista de longa data, a hipótese de neoplasia deve ser levantada.

22
Q

Em relação à Pneumonia pelo Vírus Influenza, responda:

  • Qual a clínica esperada?
  • Que variante clínica mais grave pode acontecer? Qual deve ser a conduta em sua vigência?
  • Como diagnosticar o influenza?
  • Como tratar?
  • Como prevenir?
A

Clinica: Febre + Tosse seca + Fadiga + “Algias”

Variante clínica: Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) -> Síndrome gripal +
- Dispneia + Sat02 < 95% + Taquipneia ou desconforto - Hipotensão + Piora na doença de base

Conduta na SRAG: Internação imediata

Diagnóstico: Swab nasal -> PCR

Tratamento: 
-> Antiviral: Oseltamivir / Zanamivir
-> Indicações: SRAG ou Alto Risco para SRAG
Alto Risco: 
- < 5a. ou > 60 anos 
- Imunodeprimidos
- Comorbidades 
- Indígena 
- IMC > 40 
- Gestante e Puérpera 
- Transtorno neurológico e do desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória e aumentar o risco de aspiração

Prevenção: Vacinação (trivalente - 02 subtipos do vírus A + 01 subtipo do vírus B)

Obs. A maioria das epidemias que ocorrem no BR é por vírus A. A transmissão de vírus influenza de outras espécies animais é rara.

23
Q

Em relação à Pneumonia por Anaeróbios, responda:

  • Quais são os fatores de risco/necessários?
  • Quais são os locais do pulmão habitualmente acometidos?
  • Qual complicação pulmonar esperar?
  • Qual a evolução temporal esperada?
  • Qual perfil microbiano é encontrado na pesquisa?
  • Qual é a conduta? Há necessidade cirúrgica?
  • No que pensar quando uma pneumonia complicada com abscesso não resolve apenas com antibioticoterapia?
A

Fatores de Risco: Dentes em mau estado de conservação (aumenta colonização oral por anaeróbios) + Macroaspirações (maior risco em alcoólatra, redução do nível de consciência/cognição, distúrbios da deglutição).

Locais acometidos: Pulmão direito -> Parte superior do lobo inferior + Parte posterior do lobo superior

Complicação esperada: Abscesso pulmonar
Evolução temporal esperada: Lenta
Perfil microbiano: Polimicrobiano (anaeróbio + aeróbio)

Conduta: Antibioticoterapia

  • Opções: Clindamicina ou Amoxicilina-Clavulanato
  • Tempo: 3 semanas (21 dias) ou se tiver abscesso (até 4-6 semanas)

Cirurgia: Lobectomia ou Drenagem Percutânea por TC Dilatação por broncoscopia (se estenose)

  • > Indicação: “Regra dos 6”
  • Sem melhora da febre em > 6 dias (7-10d)
  • Abscesso > 6-8 cm
  • Tempo de evolução do abscesso > 6 semanas.

No que pensar quando não resolve apenas com antibioticoterapia?

  • Germes não cobertos/resistentes (Descartar BK)
  • Fator obstrutivo: tumor ou estenose brônquica
  • Associação ao empiema (comum)
24
Q

O derrame pleural é a grande complicação da pneumonia. Qual é a conduta diante do mesmo?

A

1°) Avaliar se o derrame é puncionável:
- Rx perfil: Altura da coluna de líquido > 5cm
- Rx Lawrell: Altura da coluna de líquido > 1cm
(Se não correr o líquido, USG para avaliar septação)

2°) Se for puncionável: Toracocentese diagnóstica

26
Mediante um derrame pleural relacionado à pneumonia e sua consequente toracocentese diagnóstica, como podemos classificar esse derrame baseado na análise do líquido puncionado? Qual é a conduta para cada classificação?
A) Derrame parapneumônico: Líquido NÃO purulento - > Simples: Exsudato estéril - > Complicado: - Bacteriologia positiva - Glicose < 40-60mg/dl - pH < 7,2 - LDH > 1000 B) Empiema: Líquido purulento CONDUTA: - Derrame simples: Manter ATB - Derrame complicado/Empiema: ATB + Drenagem de tórax em selo d´água. Se não melhorar: Pleuroscopia com lise de aderências e nova drenagem OU infusão intrapleural de trombolíticos. A partir da fase III do empiema pleural, com encarceramento pulmonar, é necessária a realização de decorticação pulmonar cirúrgica.
27
QUAIS SÃO CRITÉRIOS DE LIGHT PARA DIFERENCIAÇÃO ENTRE EXSUDATO E TRANSUDATO?
MENOS 1 = EXSUDATO: - Relação ptn do líquido pleural/proteína sérica > 0,5 - Relação LDH do líquido pleural/LDH sérico > 0,6 - LDH no líquido pleural > 2/3 do LS do LDH sérico ( ou > 200)
28
Como podemos definir as pneumonias hospitalares?
- Pneumonia Nosocomial: Iniciada > 48h de internação | - Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM): Iniciada > 48-72h após TOT
29
QUAIS SÃO FATORES DE RISCO PARA PNEUMONIA HOSPITALAR?
1. Ventilação Mecânica (principal): a incidência de PAVM é maior nos primeiros 5 dias, diminuindo progressivamente daí em diante. Fatores responsáveis: perda da barreira natural das VAS; acúmulo de secreções acima do balonete; formação de biofilme bacteriano na superfície interna do tuboendotraqueal. O tempo de permanência de VM-TOT é o principal determinante. 2. Posição supina a 0°: Manter a cabeceira elevada 30-45° reduz as chances de aspirações, devendo estar presente na prescrição médica. 3. Sedativos em altas doses: aumenta os episódios de macroaspirações. 4. Uso de IBP: alcaliniza o estômago e favorece a colonização por bactérias gram negativas. 5. Dieta enteral e Sonda enteral: Alcaliniza ainda mais o pH gástrico e eleva a pressão intraluminal, além de poder servir de meio condutor para ascensão bacteriana até o trato respiratório -> Atualmente tem sido recomendado: preferir o cateter oral em vez do nasal e posicionar a ponta do cateter além do piloro. 6. Hospitalização prolongada
30
QUAL MARCADOR TEM MELHOR EVIDENCIA DA LITERATURA PARA O INÍCO DE ANTIBIOTICOTERAPIA NUM PACIENTE COM PNEUMONIA HOSPITALAR?
A procalcitonina. É um marcador de fase aguda que aumenta especificamente em resposta a uma infecção bacteriana. Seus níveis DIMINUEM quando a infeção é viral.
31
Como dar o diagnóstico de pneumonia nosocomial?
CRITÉRIO CLÍNICO Presença de infiltrado pulmonar novo ou progressivo + Dois sinais de infecção: - Febre - Leucocitose ou leucopenia - Secreção purulenta (espontânea ou aspirada) - Piora da oxigenação (queda relação P/F) O critério clínico já permite iniciar tratamento empírico, após a coleta dos materiais para preenchimento dos critérios bacteriológicos, que sairão posteriormente. CRITÉRIO BACTERIOLÓGICO 1) Hemocultura sempre deve ser coletada. 2) Cultura quantitativa secreções respiratórias baixas: - Métodos broncoscópicos (LBA ou EBP) - Aspirado endrotraqueal: preferível mais fácil e menos complicações - Nos pacientes não intubados, o material pode ser obtido por escarro espontâneo ou induzido. Crescimento indicativo: - EBP (> 1000 UFC/ml) - LBA (> 10000 UFC/ml) - Aspirado endotraquel (> 1000000 UFC/ml).
31
Há necessidade de procurar o agente etiológico na pneumonia nosocomial? Quais são os agentes etiológicos especificamente associados às pneumonias nosocomiais? Quais são os fatores de risco para germes MDR na pneumonia nosocomial?
Sempre há necessidade de procurar os agentes. Agentes etiológicos: 1. Pseudomonas aeruginosa 2. Staphylococcus aureus / MRSA 3. Germes gram negativos MDR Fatores de risco para germes MDR: - ATB EV nos últimos 90 dias - Choque séptico associado a PAVM - SDRA precedendo a PAVM - 5 dias ou mais de hospitalização antes da ocorrência da PAVM - Terapia de substituição renal aguda antes do início da PAVM Obs. Qualquer um desses fatores determinará a terapia tripla
32
Como deve ser o tratamento das pneumonias nosocomiais?
A antibioticoterapia das pneumonias nosocomiais devem ser feitas, em geral, por 7 dias. A escolha dos antibióticos devem ser pautadas pela determinação da CCIH. Contudo, podemos nos guiar por uma regra genérica, exposta abaixo. PACIENTE SEM RISCO PARA MRSA/MDR & BAIXO RISCO DE MORTALIDADE Esquema-Base de Antibioticoterapia: Escolher uma. - Beta-lactâmico (Piperacilina-Tazobactam) - Cefalosporina de 4° Geração (Cefepime) - Carbapenêmico (Imipenem ou Meropenem) PACIENTE C/ RISCO PARA GRAM NEGATIVO MDR Risco p/ MDR: - Amostras microscópicas diretas evidenciando alta carga de bacilos gram negativos crescendo; OU - Fibrose cística; OU - Bronquiectasias. Conduta: Adicionar ao Esquema-Base - Aminoglicosídeo (Amicacina); OU - Quinolona (Levofloxacina / Ciprofloxacino). PACIENTE COM RISCO PARA MRSA Risco p/ MRSA: - (> 20%) de MRSA na unidade - Prevalência de MRSA na unidade é desconhecida Conduta: Adicionar ao Esquema-Base - Vancomicina; OU - Linezolida PACIENTE COM ALTO RISCO DE MORTALIDADE ou ATB EV NOS ÚLTIMOS 90 DIAS Alto Risco de Mortalidade: - Choque séptico - Necessidade de suporte ventilatório Conduta: Escolher um antibiótico de cada grupo acima (Ex: Tazocin + Amicacina + Linezolida) Obs¹: Sempre considerar função renal nas escolhas.
33
EM RELAÇÃO AOS AGENTES NOSOCOMIAIS ABAIXO, CITE ESTRATÉGIAS ANTIBIÓTICAS ADEQUADAS: - Pseudomonas aeruginosa - Enterobactérias produtoras de betalactamase de espectro estendido (ESBL+) - Acinetobacter - MRSA - Stenotrophomonas maltophilia
Estratégias: Pseudomonas: Cefepime, Pipe-Tazo, Quinolonas, Amicacina, Carbapenêmicos Enterobactérias produtoras de betalactamase de espectro estendido (ESBL+): Sensíveis apenas aos carbapenêmicos Acinetobacter: sensível apenas aos carbapenêmicos ou polimixina B MRSA: sensível apenas a vancomicina, linezolida, teicoplanina Stenotrophomonas maltophilia: SMT-TMP