O orçamento- parte 1 Flashcards

(50 cards)

1
Q

O que caracterizava a gestão financeira no período medieval?

A

No período medieval, não havia uma separação clara entre os dinheiros do Rei e os dinheiros públicos. As receitas principais eram patrimoniais e consuetudinárias, baseadas em posse de terras e costumes. Quando essas receitas eram insuficientes, o Rei podia recorrer a receitas extraordinárias, como a cunhagem de moeda e impostos, mas isso exigia a autorização das Cortes, refletindo a noção de que os tributos pertenciam ao povo e não ao soberano.

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2
Q

Qual princípio de tributação foi consagrado após as revoluções liberais?

A

Após as revoluções liberais, foi consagrado o princípio do ‘no taxation without representation’, que exige que impostos sejam aprovados por órgãos representativos. Esse princípio, proclamado pela primeira vez na Revolução Americana de 1776, fortaleceu a ideia de que os impostos não podem ser impostos unilateralmente por governantes sem a devida representação democrática.

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3
Q

Como a Constituição de 1933 tratava a autorização do orçamento?

A

Sob a Constituição de 1933, o poder executivo detinha a competência para autorizar a arrecadação de receitas e a realização de despesas. A Assembleia tinha um papel limitado, aprovando apenas uma Lei de Meios, que definia princípios gerais, mas não detalhava a execução orçamental.

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4
Q

Qual é a natureza jurídica do orçamento?

A

O orçamento é um instrumento jurídico que limita os poderes financeiros do Estado. Ele funciona como uma autorização legislativa para arrecadar receitas e realizar despesas, refletindo o princípio da legalidade financeira. Também serve como base para a responsabilização do executivo, que deve prestar contas após sua execução.

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5
Q

O que é a regra da anualidade orçamental?

A

A regra da anualidade orçamental determina que o orçamento tem vigência limitada ao ano financeiro, que em Portugal coincide com o ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro). No entanto, algumas normas podem ser prorrogadas para o ano seguinte, especialmente em casos de despesas plurianuais.

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6
Q

Como o orçamento da gerência e o do exercício diferem?

A

O orçamento da gerência baseia-se em cobranças e pagamentos realizados durante o ano financeiro, enquanto o orçamento do exercício se foca em créditos e débitos. No orçamento da gerência, as despesas e receitas são registradas no ano em que ocorrem os pagamentos; no orçamento do exercício, são registradas no ano em que os direitos e obrigações surgem.

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7
Q

Quais são as três funções principais do orçamento?

A
  1. Exposição do plano financeiro do Estado: Detalha quanto o Estado pretende gastar e de onde virão os recursos.
  2. Relacionação entre receitas e despesas: Avalia se as receitas previstas são suficientes para cobrir as despesas projetadas.
  3. Fixação das despesas públicas: Define os limites máximos de gastos para cada área, garantindo controle sobre os recursos públicos.
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8
Q

Quais são as quatro regras clássicas de elaboração do orçamento?

A
  1. Unidade: Todas as receitas e despesas devem estar num único documento.
  2. Universalidade: Todas as receitas e despesas devem ser registradas sem omissões.
  3. Não Compensação: Receitas e despesas devem ser apresentadas em valores brutos, sem deduções.
  4. Não Consignação: Proíbe vincular receitas específicas a despesas específicas, exceto em casos previstos por lei.
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9
Q

Qual a importância da regra da unidade no orçamento?

A

Garante que todas as receitas e despesas estejam reunidas num único documento, facilitando o controle e a análise. Isso evita duplicidade ou omissões e assegura que a Assembleia da República analise o quadro financeiro completo antes de aprová-lo.

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10
Q

O que exige o princípio da universalidade?

A

Exige que todas as receitas e despesas do Estado sejam previstas integralmente no orçamento. Isso evita que receitas sejam omitidas ou utilizadas diretamente sem passar pelo controle orçamental.

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11
Q

Por que é importante especificar receitas e despesas no orçamento?

A

A especificação detalhada permite identificar claramente cada receita e despesa, promovendo maior transparência e controle. Ela evita discricionariedade, assegurando que o orçamento reflita as reais prioridades públicas.

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12
Q

O que estabelece a regra da não compensação?

A

Determina que receitas e despesas sejam registradas pelos seus valores totais, sem deduções para custos administrativos ou outros encargos. Essa regra assegura clareza na avaliação do orçamento.

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13
Q

Qual é a regra da não consignação?

A

Proíbe que receitas específicas sejam destinadas exclusivamente a despesas específicas, exceto quando a lei autoriza. Isso promove flexibilidade na gestão orçamental e garante que os recursos sejam usados onde forem mais necessários.

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14
Q

O que o princípio da sustentabilidade determina?

A

Estabelece que as políticas públicas e a execução orçamental devem garantir a viabilidade financeira a longo prazo, evitando endividamento excessivo que comprometa gerações futuras.

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15
Q

O que significa o princípio da equidade intergeracional?

A

Refere-se à necessidade de distribuir os custos e benefícios das políticas públicas de forma justa entre gerações presentes e futuras, evitando sobrecarga financeira ou desequilíbrios estruturais.

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16
Q

Como o princípio da eficiência influencia o orçamento?

A

Promove o uso racional dos recursos públicos, buscando maximizar os resultados com o menor custo possível, enquanto assegura que as metas sejam alcançadas.

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17
Q

Qual a função do princípio da transparência?

A

Assegura que o público e as instituições tenham acesso a informações claras e completas sobre o orçamento, fortalecendo a confiança e o controle social.

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18
Q

Que princípios a Lei de Enquadramento Orçamental introduz?

A

Introduz princípios como sustentabilidade, solidariedade recíproca, equidade intergeracional, eficiência, eficácia, anualidade, plurianualidade e estabilidade orçamental, abrangendo diversas fases do ciclo orçamental.

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19
Q

Em que o balanço difere do orçamento?

A

O balanço é um documento estático que avalia o ativo e o passivo do Estado num momento específico. Já o orçamento é um planejamento dinâmico de receitas e despesas para um período financeiro.

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20
Q

Qual a principal função da Conta do Estado?

A

Registra a execução do orçamento, permitindo comparar as previsões iniciais com os resultados efetivamente alcançados. É um instrumento essencial de prestação de contas.

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21
Q

O que permite a prorrogação de normas orçamentais?

A

Permite que determinadas disposições do orçamento continuem em vigor no ano seguinte, garantindo a continuidade administrativa e financeira até a aprovação de um novo orçamento.

22
Q

O que implica um déficit orçamental excessivo?

A

Um déficit excessivo pode levar ao aumento da dívida pública, maior custo de financiamento e riscos de insolvência, prejudicando a estabilidade econômica do país.

23
Q

Quem tem poder para alterar a proposta orçamental em Portugal?

A

A Assembleia da República pode alterar a proposta de orçamento do Governo durante as discussões, podendo inclusive modificar significativamente as previsões originais.

24
Q

O que o princípio da estabilidade orçamental assegura?

A

Este princípio busca garantir que o orçamento mantenha um equilíbrio sustentável entre receitas e despesas ao longo do tempo, evitando déficits excessivos e mantendo a capacidade financeira do Estado. Ele é especialmente relevante para cumprir exigências internas e internacionais de sustentabilidade fiscal.

25
Quem é responsável pela execução do orçamento e como isso é feito?
O poder executivo é o responsável pela execução do orçamento, realizando a arrecadação de receitas e os pagamentos das despesas de acordo com as autorizações previstas na Lei do Orçamento. A execução é feita por ministérios, secretarias e outros órgãos, sob supervisão do Ministério das Finanças.
26
Qual é o papel do legislativo na fiscalização do orçamento?
O legislativo, como a Assembleia da República em Portugal, realiza a fiscalização política do orçamento. Ele verifica se as receitas foram arrecadadas e as despesas executadas de acordo com as previsões legais, cobrando transparência e responsabilização do poder executivo.
27
Como os tratados da União Europeia afetam o orçamento nacional?
Os tratados impõem normas de controle do déficit e do endividamento público para assegurar a estabilidade econômica e financeira dos Estados-membros. Portugal, por exemplo, precisa respeitar limites de déficit definidos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.
28
Quais são as principais classificações das despesas no orçamento?
As despesas são classificadas em quatro categorias principais: Orgânica: por ministérios ou órgãos administrativos responsáveis. Económica: em despesas correntes e de capital. Funcional: de acordo com as funções do Estado, como soberania, sociais ou económicas. Programas: vinculadas a objetivos específicos de políticas públicas.
29
Qual é a relação entre déficit orçamental e sustentabilidade financeira?
Um déficit elevado compromete a capacidade do Estado de financiar suas despesas sem aumentar o endividamento, reduzindo a margem para investimentos futuros e gerando dependência de recursos externos, o que afeta negativamente a sustentabilidade fiscal.
30
Como são tratadas receitas de entidades com autonomia administrativa e financeira no orçamento?
Essas receitas podem ser incluídas no Orçamento Geral do Estado como anexos. Elas garantem a autonomia para cobrir despesas específicas, desde que respeitem as regras orçamentais nacionais.
31
O que são orçamentos retificativos e por que são usados?
São alterações ao orçamento original, aprovadas para ajustar previsões de receitas ou despesas durante o exercício financeiro. Apesar de necessários em alguns casos, podem comprometer a unidade e dificultar a análise da situação financeira do Estado.
32
Como os benefícios tributários são tratados no orçamento?
São registrados como deduções das receitas tributárias totais. Essas deduções incluem isenções, reduções ou devoluções de impostos previstas para estimular setores específicos ou beneficiar certos grupos sociais.
33
Quais são as principais categorias funcionais das despesas?
As despesas são divididas em: Funções de soberania: defesa, justiça, segurança pública. Funções sociais: saúde, educação, proteção social. Funções económicas: infraestrutura, desenvolvimento industrial. Outras funções: administração geral.
34
Quando as receitas e despesas são reconhecidas no orçamento do exercício?
As receitas são reconhecidas quando surge o direito do Estado de cobrá-las (crédito), e as despesas, quando o Estado assume a obrigação de pagamento (débito), independentemente de quando ocorrem os pagamentos ou arrecadações.
35
Qual modelo orçamental permite controlar a situação de caixa do Estado?
O orçamento da gerência, que prevê receitas e despesas com base em cobranças e pagamentos, permite avaliar se os cofres públicos possuem recursos suficientes para cobrir os encargos financeiros do período.
36
Como as receitas e despesas são avaliadas no orçamento bruto?
São registradas pelo valor integral previsto, sem deduções para encargos ou outros custos, assegurando transparência e clareza na contabilidade pública.
37
Como despesas de obras plurianuais são distribuídas no orçamento?
São distribuídas pelos anos de execução das obras, conforme o cronograma de pagamentos previsto, garantindo que cada orçamento anual cubra as despesas correspondentes ao seu período.
38
Qual é a importância da transparência orçamental?
É essencial para permitir o acompanhamento público das finanças, garantindo que o orçamento seja compreensível, acessível e esteja alinhado com as prioridades da sociedade.
39
Quando é permitida a consignação de receitas no orçamento?
Em situações expressamente previstas por lei, como receitas destinadas a projetos específicos, donativos com fins definidos ou recursos vinculados a tratados internacionais.
40
Qual é o objetivo do orçamento plurianual?
Planejar e alocar recursos para projetos e políticas de longo prazo, promovendo a estabilidade e previsibilidade na gestão financeira pública.
41
Como funciona o controle das despesas com receitas consignadas?
Essas despesas estão limitadas à arrecadação das receitas consignadas, não podendo ultrapassar os valores efetivamente obtidos.
42
O que é a prorrogação de normas orçamentais?
Permite estender normas específicas do orçamento anterior para o ano seguinte, garantindo a continuidade de despesas essenciais.
43
Como o orçamento lida com diferenças entre receitas previstas e realizadas?
Ajustes são feitos através de orçamentos retificativos ou controle rigoroso das despesas para evitar desequilíbrios financeiros.
44
Por que o orçamento é considerado o plano financeiro do Estado?
Ele detalha as metas de arrecadação e despesas, refletindo as políticas públicas e o planejamento estratégico de gestão dos recursos públicos.
45
Como o orçamento influencia as políticas públicas?
Ele define prioridades, alocando recursos para programas e serviços essenciais, e reflete as escolhas políticas do governo.
46
Como o orçamento nacional é fiscalizado internacionalmente?
Organismos como a União Europeia monitoram o cumprimento de metas fiscais e a sustentabilidade das finanças públicas.
47
O que são despesas obrigatórias no orçamento?
São aquelas definidas por lei ou contrato, como pagamento de dívidas, salários do funcionalismo e encargos sociais.
48
Como os benefícios fiscais impactam as receitas tributárias?
Reduzem as receitas efetivas ao permitir isenções, deduções ou devoluções de tributos.
49
Como o orçamento apoia a execução de políticas econômicas?
Financiando investimentos em infraestrutura, estímulos ao setor produtivo e programas sociais para promover o crescimento econômico.
50
Qual é o limite de déficit estabelecido pela União Europeia?
O limite é de 3% do PIB, como estabelecido no Pacto de Estabilidade e Crescimento, para manter a disciplina fiscal dos Estados-membros.