O Que É Budismo Flashcards
(19 cards)
O que é o budismo? Reposta breve
O Budismo é um conjunto de métodos para atingir liberdade perante a insatisfatoriedade e desenvolver ao máximo as qualidades positivas.
Dentro desses métodos há aspectos religiosos, filosóficos e científico. Vinculados a esses métodos, há aspectos espirituais, culturais e psicológicos.
O que é o budismo?
O Budismo é uma tradição espiritual, religiosa e filosófica (um processo civilizatório), “budismo”, este conjunto de tradições é conhecido como Darma do Buda, “método do Buda”. Existem miríade de escolas, tradições e linhagens, estas tradições possuem atitudes, técnicas e ensinamentos diversos.
Em alguns casos as escolas aceitam-se mutuamente como veículos - inferiores, superiores ou de igual valor - mas que levariam a um mesmo resultado final, ou ao menos a um bom resultado intermediário.
Quais são os “quatro selos”?
1°: Sofrimento
2°: Impermanência
3°: Cessação
4°: Aflições mentais
1) Sofrimento (insatisfatoriedade)
Este sofrimento abrange não só prováveis obstáculos e dificuldades no cotidiano, como também as angústias imutáveis da doença, da velhice e da morte, ou as angústias existenciais e individuais do sentimento inadequação, incapacidade e falta de sentido. Portanto, mesmo que a pessoa acredite que não sofra, o que ocorre com os seres que passam por experiências boas e ruins é descrito pelo budismo como sofrimento, independentemente destes acontecimentos terem uma aparência de felicidade ou qualquer outra aparência.
O Budismo embora mostre que o próprio sofrimento não é eterno (caso em que não haveria necessidade alguma de uma prática ou estudo espiritual, pois nenhum esforço seria capaz de nos livrar do sofrimento, e assim cairíamos no niilismo) enfatiza a percepção e o reconhecimento deste sofrimento como pré-requisito básico para a aquisição dos métodos (caminho) para erradicar o sofrimento (cessação).
2) Impermanência
É tanto um elemento do sofrimento quanto o elemento que permite seu fim. O Budismo percebe todas as coisas como mutáveis e livres de características próprias, ou de uma essência. Assim qualquer percepção sólida de uma existência individual interna ou externa é dita ilusória. O apego às ilusões, ou acreditar na permanência das coisas, é a causa do sofrimento. Sejam objetos materiais, convicções pessoais, o próprio corpo ou mesmo nossa personalidade, tudo isto inevitavelmente termina. As coisas nunca serão como já foram, e enfim nunca mais serão como são agora.
3) Cessação:
O sofrimento é impermanente. Com o entendimento completo da natureza real das coisas (impermanência, sofrimento), as coisas existentes não surgem como entidades separadas e perecíveis, mas a essência única, ou ainda, a qualidade que transcende a existência e a inexistência de uma essência única, é percebida com clareza. Não mais “nascemos” com uma ideia de separação para nenhum fenômeno, para nenhuma situação particular. Além do espaço e do tempo, além de nome e forma jaz a mente límpida que o budismo almeja.
4) Aflicões mentais
A razão essencial pela qual a complicação surge é o não reconhecimento da realidade, que é tido não só como uma ação de obscurecimento intelectual, mas também, e talvez principalmente, emocional. Nosso fechamento perante os outros produz uma miríade de hábitos e emoções complexas que nos impedem de aquietar a mente, o que é um pré-requisito para usar bem essa mente, isto é, usá-la para reconhecer a verdadeira natureza das coisas.
Quem foi o Buda, o que é “Buda”?
A palavra Buda significa “desperto”, e representa um ser que acordou para a verdadeira natureza das coisas. Num nível externo, histórico, quando dizemos “Buda” nos referimos ao príncipe Sidarta Gautama, quando príncipe Sidarta se iluminou ele passou a ser chamado de “Buda Sakyamuni”, isto é, “o desperto do clã dos Sakyas”.
Num nível interno o Buda representa nosso próprio potencial como seres humanos, e o potencial de cada outro ser. Isto é, quando todas as qualidades estiverem desenvolvidas, e todos os obstáculos dissolvidos, o que se apresenta é um Buda. Num nível sutil, Buda é a natureza verdadeira e livre de cada ser e fenômeno. Do ponto de vista de um Buda, não há a dicotomia Budas versus seres convencionais.
Buda foi/é um Deus?
Buda é um ser completamente benévolo e onisciente, mas não é um criador e não é onipotente. Algumas pessoas gostam de enfatizar o aspecto humano do Buda, porque ele é um exemplo que podemos seguir, e com que podemos vir a nos identificar completamente, e não algo definitivamente superior. Por outro lado, o aspecto transcendente do Buda não é esquecido, e de fato, é idêntico ao aspecto transcendente de cada ser, e portanto é um aspecto transcendente completamente disponível a qualquer ser.
O que Buda ensinou?
Num sentido externo, o Buda ensinou por 42 anos, de sua iluminação até sua morte. Durante este tempo ele respondeu a todo tipo de dúvida e deu conselhos para pessoas em muitas circunstâncias diferentes. Muitos destes ensinamentos foram memorizados e posteriormente registrados em escrita. Um aspecto importante do budismo é que não é necessário conhecer tudo que o Buda ensinou, mas sim colocar em prática corretamente aquilo que chega até nós. Os primeiros ensinamentos do Buda, que pautaram e estruturaram todos os ensinamentos subsequentes, foram as Quatro Nobres Verdades.
Quatro Nobres Verdades.
A terceira Nobre Verdade.
Ao parar de atribuir às experiências condicionadas o poder de nos dar felicidade, reconhecemos a verdadeira natureza das coisas e de nós mesmos como inerentemente satisfatórias, num sentido que está além do que se poderia chamar de “felicidade condicionada”, isto é, que depende de condições externas ou internas para começar — e que portanto, um dia termina. A terceira Nobre Verdade nos revela o cessar da atribuição errônea de expectativas, e o repousar na perfeição do que já é, exatamente como se apresenta, sem artificialidade.
A quarta Nobre Verdade.
o que é chamado de Nobre Caminho Óctuplo, ou, podemos dizer, todos os métodos que o Buda ensinou são a quarta Nobre Verdade, que nos dá uma miríade de métodos de produzir o entendimento e aplicação das três outras Verdades como um modo de atingir a liberdade última perante nosso hábito de procurar a felicidade no lugar errado.
O Nobre Caminho óctuplo
começa com Visão Correta, que é o que chamamos de Refúgio, isto é, esforçar-se para perceber o que é confiável e o que não é. No caso, os ensinamentos espirituais genuínos, que levam a experiência além do início e fim, são confiáveis, enquanto que qualquer outra coisa que tenha um início e um fim não é confiável.
O Nobre Caminho Óctuplo.2
Os próximos três passos nos levam a praticar moralidade em ações, emoções e pensamento. Enfim, no quinto passo, encontramos uma forma de nos relacionar com os seres que não é baseada em apego, aversão ou indiferença, isto é, a compaixão.
O Nobre Caminho óctuplo.3
No sexto passo fazemos prática formal, estabilizamos nosso corpo, pacificamos nossas aflições mentais e focamos nossa mente, para no sétimo passo analisarmos a estrutura da realidade e reconhecermos liberdade em cada fenômeno.
O Nobre Caminho óctuplo.4
O oitavo passo é a liberação completa da insatisfatoriedade, o estado de um Buda, completamente benévolo, onisciente e livre.