Obstetrícia Flashcards
(221 cards)
Abortamento:
Definição e principal etiologia
Clínica
Tipos e suas particularidades (6)
Definição: interrupção da gestação < 20/22 semanas ou < 500g ou < 16,5 cm.
Ocorre, principalmente, por malformações cromossômicas precocemente (<= 12 semanas) (trissomia do 16).
Clínica: sangramento vaginal < 20 semanas + dor
Colo aberto:
a. Incompleto - endométrio > 15mm, útero < IG
b. Inevitável - útero compatível com IG
c. Infectado - febre, odor fétido vaginal
Colo fechado:
a. Completo - endométrio < 15 mm, útero < IG
b. Ameaça - útero compatível com IG, menino vivo
c. Retido - útero compatível com IG, menino morto
Abortamento:
Tratamento
Colo aberto:
a. Incompleto - esvaziamento
b. Inevitável - esvaziamento
c. Infectado - esvaziamento + ATB
- Clinda + Genta
- Ampi + Metro + Genta
Colo fechado:
a. Completo - orientação
b. Ameaça - repouso relativo, abstinência sexual
c. Retido - esvaziamento ou observação 1-2 semanas
Esvaziamento:
<= 12 semanas: AMIU ou curetagem
> 12 semanas:
a. Com feto = Misoprostol vaginal > Curetagem
b. Sem feto = Curetagem
Abortamento:
Provocado por lei no Brasil:
Indicações (3)
- Anencefalia > 12 semanas
- Risco de vida materna em qualquer momento com laudo de 2 médicos diferentes
- Sentimental < 20 semanas
Síndrome Antifosfolipídeo:
Diagnóstico
Tratamento
Clínica: trombose em qualquer lugar
ou
Clínica obstétrica:
a. >= 3 abortos < 10 semanas
b. aborto > 10 semanas
c. prematuridade <= 34 semanas
+
Anticorpos (2 medidas c/ intervalo de 12 semanas):
a. anticoagulante lúpico
b. anticardiolipina
c. anti-B2 glicoproteina 1
Tratamento: AAS + Heparina
Obs: Warfarin é CI em gestante
Incompetência istmo-cervical:
Clínica
Tratamento
C: partos cada vez mais prematuros / abortamentos > 16 semanas com dilatação indolor / ausência de trabalho de parto
T: Cerclagem 12-16 semanas (MCDONALD) - retirada com 36 semanas
Mola hidatiforme:
Completa vs. Incompleta
Clínica (6)
Diagnóstico
Tratamento (3)
Doença trofoblástica gestacional do tipo benigna.
- Completa = diploide (46 X-) sem embrião (DNA paterno) - malignização em 20%
- Incompleta = triploide (69 X–) com embrião - malignização em 5-10%
Clínica:
1. Sangramento de repetição (ameixa)
2. VESÍCULAS (patognomônico)
3. Pré-eclâmpsia < 20 semanas
4. Hiperêmese gravídica
5. Hipertireoidismo
6. Útero muito aumentado
Diagnóstico: USG - flocos de neve / nevasca
Tratamento:
1. Esvaziamento uterino com vácuo
2. Estudo histopatológico
3. Histerectomia se > 40 anos e prole definida
Mola hidatiforme:
Controle de cura
Sinais de malignização e conduta
Controle de cura:
1. Beta-hCG semanal até 3 semanas consecutivas negativas
2. Beta-hCG mensal por mais 6 meses
- contracepção de alta eficácia (não DIU)
Sinais de malignização:
1. Aumento em 2 semanas (dias 1-7-14)
2. Platô em 3 semanas (dias 1-7-14-21)
3. Positivo em 6 meses (?)
4. Metástases (vaginais, pulmão)
Conduta: QT
Gestação ectópica:
Definição
Fatores de risco (6)
Diagnóstico
Clínica
D: implantação de embrião fora da cavidade uterina, sendo mais comum na AMPOLA da trompa uterina.
FR:
1. Ectópica prévia
2. Tabagismo
3. Negras
4. > 35 anos
5. Anticoncepção de emergência
6. Qualquer condição que afete forma/função trompa
Clínica:
Sangramento + Atraso menstrual + Dor abdominal
Rota: choque + Blumberg + Proust (dor e abaulamento em fundo de saco)
Diagnóstico:
Beta-hCG > 1500 e útero vazio em USG
Gestação ectópica:
Tratamento
- Expectante: beta-hCG semanal
a. íntegra
b. beta < 5000/1000
c. assintomáticas - Farmacológico: Metotrexate IM e beta em 4-7 dias (queda >= 15% sucesso e titulação semanal) (até 3x)
a. íntegra
b. sem BCF
c. massa < 3,5/4 cm
d. beta < 5000 - Cirúrgico:
a. Salpingoplastia: íntegra + desejo reprodutivo
b. Salpingectomia VLP se estabilidade hemodinâmica
Descolamento prematuro de placenta:
Definição
Fatores de risco (7)
- Quais os dois fatores mais associados?
Clínica (5)
Diagnóstico e exames complementares (2)
Tratamento
D: descolamento da placenta > 20 semanas antes do período expulsivo.
FR:
1. HIPERTENSÃO
2. Trauma
3. Idade > 35 anos
4. Polidramnia
5. Gemelaridade
6. Tabaco / cocaína
7. DPP prévia
Clínica:
1. HIPERTONIA
2. Taquissistolia (> 5 contrações em 10min)
3. Sofrimento fetal agudo
4. Hemoâmnio
5. Sangramento vermelho escuro (20% - retroplacentários)
Diagnóstico:
CLÍNICO
- fazer toque - via de parto e amniotomia
- teste de Weiner (coagulopatia)
Tratamento:
AMNIOTOMIA +
- Feto vivo: mais rápido (cesárea)
- Feto morto: tentativa de PV (coagulopatia)
AMRIGS 2021: Quais os dois fatores mais associados?
Hipertensão e DDP prévia
Útero de Couvelaire:
Como é feito o manejo? (5)
Atonia uterina / Apoplexia uteroplacentária
1. Massagem uterina
2. Medicações (ocitocina, transamin, misoprostol via retal ou metilergometrina via IM)
3. Sutura B-Lynch
4. Ligadura hipogástrica / artéria uterina
5. Histerectomia subtotal
Placenta prévia:
Definição e classificação
Fatores de risco (6)
Clínica
Diagnóstico e DD
D: Placenta próxima (até 2cm) ou sobre o orifício interno do colo após 28 semanas visto em USGTV.
C: Total, Parcial, Marginal ou PP e Implantação Baixa
FR:
1. Cicatriz uterina
2. Tabagismo
3. Idade > 35 anos
4. Gemelaridade
5. Multiparidade
6. Endometrite
Clínica: sangramento
P = progressivo
R = repetição
E = espontâneo
V = vermelho vivo
I = indolor
A = ausência de hipertonia uterina e sof. fetal
Diagnóstico: clínica + USGTV > 28 semanas
DD: ruptura de seio marginal
Placenta prévia:
Qual a conduta? (3)
Quais as complicações? (5)
Conduta:
1. RN a termo: interrupção
2. Pré-termo e incontrolável: interrupção
3. Pré-termo e controlável: internação + corticoide se < 34 semanas
Qual a via de parto?
PP total = sempre PC
PP parcial = maioria PC
Placenta marginal = PV ou PC
Complicações:
1. Prematuridade
2. Apresentação anômala e distócia
3. Hemorragia pós-parto
4. Infecção puerperal
5. Acretismo placentário
Acretismo placentário:
Definição e classificação (3)
Diagnóstico (2)
Conduta
D: infiltração da parede uterina pela placenta.
PERcreta: >= invasão de serosa
INcreta: invasão do miométrio
ACreta: camada esponjosa do endométrio
Diagnóstico:
Pré-parto: USG com doppler ou RNM (melhor)
Pós-parto: secundamento > 30 minutos
Conduta:
Histerectomia
(acreta poderia ser conservador, mas não é padrão-oouro)
Rotura uterina:
Fatores de risco (5)
Clínica iminência de rotura (3)
Clínica rotura consumada (4)
Conduta em ambos os quadros
Fatores de risco:
1. Multiparidade
2. Manobra de Kristeller
3. Cicatriz uterina
4. Parto obstruído
5. Malformação uterina
Iminência:
1. BANDL-FROMMEL
a. formato de ampulheta uterino (anel)
b. ligamento redondo retesado e palpável
2. Trabalho de parto muito doloroso
3. Dor lancinante na ruptura
Consumada:
1. Parada das metrossístoles e alívio da dor
2. Sinal de Clark (enfisema subcutâneo)
3. Sinal de Reasens (subida da apresentação)
4. Fácil palpação de partes fetais
Tratamento:
1. Iminência: parto cesáreo
2. Consumada: histerorrafia ou histerectomia
Rotura de vasa prévia:
Definição e fator de risco
Clínica (2)
Conduta
D: rotura de vasos DESPROTEGIDOS entre a apresentação fetal e o colo uterino.
FR: inserção velamentosa do cordão.
Clínica: sangramento pós amniorrexe + sofrimento fetal agudo
Tratamento: parto pela via mais rápida
HIV na gestação:
Como faço o rastreamento? (4)
Quando solicito carga viral? (3)
Qual o esquema de tratamento?
Qual o exame obrigatório se dx?
Qual a via de parto / cuidados necessários? (4)
Rastreamento:
1. Primeira consulta
2. Terceiro trimestre
3. Admissão na maternidade
4. Exposição de risco
Carga viral:
1. Primeiro trimestre
2. 34 semanas
3. 4 semanas pós troca de TARV
Esquema:
TDF + 3TC + DTG
Após início / CV detectável: GENOTIPAGEM
Parto: Carga Viral com 34 semanas:
INDETECTÁVEL: via obstétrica
DETECTÁVEL < 1000: AZT intraparto + via obstétrica
DETECTÁVEL >= 1000: AZT intraparto + PC eletivo:
a. 38 semanas
b. membranas íntegras
c. <= 4 cm de dilatação
Cuidados:
1. Clampeamento imediato do cordão
2. Evitar amniotomia / episio / instrumentalização
3. Banho do RN o mais rápido possível
4. CI à amamentação: Cabergolina 1mg VO
Pré-eclâmpsia:
Definição e diagnóstico
Fisiopatologia
O que gera proteinúria?
Definição:
1. PA >= 140/90 mmHg após 20 semanas
2. Proteinúria:
a. > 300 mg/24h (padrão-ouro)
b. P/C > 0,3
c. >= 1+ na fita
3. Sinais compatíveis:
a. Plaquetopenia < 100.000
b. Creatinina > 1,1
c. Edema agudo de pulmão
d. Aumento em 2x das transaminases
e. Sintomas cerebrais / visuais
Fisiopatologia:
1. Não ocorrência da segunda onda de invasão trofoblástica (artérias espiraladas)
2. Aumento de RVP > lesão endotelial
3. Aumento de tromboxano e queda de prostaciclina
4. Estímulo para agregação plaquetária
Proteinúria:
ENDOTELIOSE CAPILAR GLOMERULAR
Pré-eclâmpsia:
Fatores de risco (7)
Como poderia ser feito rastreamento? (3)
Como é feita a profilaxia? (2)
Fatores de risco com indicação de profilaxia:
1. Pré-eclâmpsia anterior
2. Gestação gemelar
3. Mola
4. VASCULOPATIA (HAS, DM, DMG, nefropatia, LES)
Fatores de risco sem indicação de profilaxia:
5. Pré-eclâmpsia familiar
6. Primigesta
7. < 18 anos e > 35 anos (extremos da idade reprodutiva)
Rastreamento (11-14 semanas):
Doppler de artéria uterina
Bioquímica materna
Relação tirosina quinase / fator de crescimento placentário aumentada
Profilaxia:
1. AAS 12-16 semanas até o parto
2. Cálcio se baixa ingesta a partir do primeiro trimestre
Pré-eclâmpsia:
Critérios de gravidade (6)
Síndrome HELLP e sinais premonitórios
Não são critérios de gravidade (3)
E a creatinina?
Principais complicações de SNC (2)
São critérios de gravidade:
1. PA >= 160/110 mmHg (indicação de anti-hipertensivo)
2. Edema agudo de oulmão
3. Cianose
4. Oligúria
5. HELLP:
LDH > 600 | Esquizócitos | BT >= 1,2
AST >= 70
Plaquetas < 100.000 (primeira alteração)
6. Sinais premonitórios (cefaleia, diplopia, escotomas, epigastralgia e hiperreflexia)
Não são critérios de gravidade:
1. Ácido úrico (prognóstico)
2. Proteinúria
3. CIUR
E a creatinina? Não há consenso.
MS considera grave Cr >= 1,2.
Principais complicações de SNC:
1. Eclâmpsia
2. Hemorragia intraparenquimatosa (principal causa de morte)
Pré-eclâmpsia:
Uso de anti-hipertensivos:
Na crise | Na manutenção
Não posso usar (4)
E o diurético tiazídico?
E a dieta hipossódica?
Uso de Anti-hipertensivos:
PA >= 160/110 mmHg
Alvos de: 140-155 e 90-100
Crise: Hidralazina EV, Nifedipino VO, Labetalol EV
Manutenção: Metildopa VO, Hidralazina VO, Nifedipina VO e Pindolol VO
Não posso usar:
iECA | BRA | Propanolol e Atenolol (CIUR)
Diurético tiazídico?
HAS crônica sim
Lactação e pré-eclâmpsia não
E a dieta hipossódica?
Não é recomendada: dieta balanceada e normossódica (até 5g/dia).
A dieta hipossódica apresenta benefício na HAS crônica.
Prevenção da Eclâmpsia:
Indicação
Esquemas (3)
Indicações de suspensão
Indicações de ajuste de dose
Quando ocorre abolição de reflexo patelar?
Quando ocorre PCR?
TODAS com pré-eclâmpsia GRAVE.
Magnesemia terapêutica: 4-7 meq/L
Sulfato de Magnésio:
1. Pritchard:
ataque: 4g EV + 10g IM
manutenção: 5g IM 4/4 horas
2. Zuspan:
ataque: 4g EV
manutenção: 1 g /h em BI EV
3. Sibai:
ataque: 6g EV
manutenção: 2-3 g /h em BI EV
- Manter por 24 horas após parto ou após última crise
Quando suspender?
1. FR < 12
2. Ausência de reflexo patelar
- aplicar GLUCONATO DE CÁLCIO 10% em 10ml
Quando ajustar a dose de MANUTENÇÃO?
1. DU <= 25 ml/h
2. Nefropatia importante
Quando ocorre abolição de reflexo patelar?
Magnesemia entre 8-10
Quando ocorre PCR?
Magnesemia >= 12
Pré-eclâmpsia:
Interrupção da gestação:
Leve | Grave Precoce | Grave | HELLP
Qual a via de parto?
Leve = 37-40 semanas
Grave =
< 34 semanas: internação + corticoide + parto se piora
>= 34 semanas: internação + estabilização + parto (MS diz que pode ser expectante até 37 semanas)
HELLP: estabilização + parto
Via de parto: conforme evolução e condições materno-fetais
Hipertensão gestacional:
Definição
Pressão >= 140/90 mmHg > 20 semanas
Sem critérios para pré-eclâmpsia
Com resolução em < 12 semanas após o parto