Patologia gástrica Flashcards

(51 cards)

1
Q

Regiões e estruturas do estômago:

A

1) Cárdia:: transição do esôfago para o estômago
2) Fundo
3) Corpo
4) Antro - possui o piloro (logo após inicia-se o duodeno)
5) Incisura angular: localizada na pequena curvatura, na região de transição entre corpo e antro
6) Pequena curvatura
7) Grande curvatura

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2
Q

Camadas do estômago:

A

1) Mucosa: constituída por epitélio (colunar, mucosecretor, simples), lâmina própria (contém algumas glândulas) e muscular da mucosa.
2) Submucosa
3) Muscular própria: dividida em muscular circular interna e muscular longitudinal externa
4) Serosa: constituída por tecido conjuntivo (mesma constituição da adventícia), porém revestida por mesotélio.

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3
Q

Diferenciação de constituição entre:

1) Corpo e fundo gástrico
2) Antro gástrico

A

1) Possui uma mucosa denominada mucosa oxíntica que é formada por:
- Células parietais: são ricas em mitocôndrias e, por isso, possuem uma coloração mais rosas.
- Células principais (zimogênias): mais arroxeadas
- Células neuroendócrinas: normalmente não são visualizadas no exame de HE
2) Possui a mucosa antral:
- Possui células mucosecretoras (produtores de muco e bicarbonato)
- Células G
- Células D

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4
Q

Função das células:

1) Parietais
2) Principais ou zimogênias
3) Células neuroendócrinas

A

1) Produção de HCL e de fator intrínseco (importante na absorção de vitamina B12)
2) Produção de pepsionogênio: enzima em seu formato inativo que é ativada quando em contato com HCL, se tornando pepsina (responsável pela digestão de proteínas).
3) Ex: ECL - produz histamina (estimula as células parietais na produção de HCL e de fator intrínseco)

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5
Q

Função das seguintes células neuroendócrinas:

1) Células G
2) Células D

A

1) Produzem gastrina que irá estimular a produção de HCL (suco gástrico) pelas células parietais
2) Produção de somatostatina: provoca efeito inibitório das células parietais, inibindo a produção do HCL (suco gástrico)

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6
Q

Quais são os mecanismos de proteção da mucosa gástrica contra o próprio suco gástrico (HCL e pepsinogênio)?

A

• camada muco
• HCO3-: aumenta o pH do ambiente, neutraliza alguns íons H+, impedindo que eles atuem na mucosa gástrica.
• barreira epitelial
• fluxo sanguíneo adequado traz nutrientes e oxigênio para a manutenção da barreira epitelial
• prostaglandinas:
- Estimulação da produção de muco e de HCO3
- inibe secreção HCl
- Estimulam a vasodilatação → ↑ fluxo sanguíneo

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7
Q

Gastrite:

1) Conceito:
2) O que é necessário para certificar a ocorrência da gastrite no paciente?
3) Porque é necessário esse método para confirmação?

A

1) - Processo inflamatório da mucosa gástrica (antral e/ou oxíntica);
2) Para definir a instalação de um quadro de gastrite é necessário que haja a condição histopatológica. O quadro clínico nem sempre aparecerá de forma específica.
3) Pois o paciente pode apresentar a chamada dispepsia funcional: paciente apresenta sintomas semelhantes ao da gastrite (desconforto abdominal, azia), contudo, não há presença de infiltrado inflamatório.

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8
Q

Classificação da gastrite quanto a topografia:

A

1) Antral
2) Oxíntica
obs: é possível que ocorra a pangastrite (gastrite antral e oxíntica simultaneamente)

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9
Q

Classificação da gastrite quanto a etiologia:

A

Álcool; Medicamentosa (AINEs - anti inflamatórios não esteroidais); Auto-imune; infecciosa
(bacteriana: Helicobacter pylori - principal); outras

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10
Q

Classificação da gastrite quanto ao tempo de duração:

A

1) Aguda: instalação súbita e imediata

2) Crônica: lesão mais prolongada da mucosa

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11
Q

Gastrite aguda:

1) Conceito
2) Causas comuns

A

1) Agressão aguda ou de curta duração à mucosa gástrica (com lesão histológica)
2) - Álcool: lesiona diretamente a barreira epitelial e também provoca a clivagem do muco - perda da proteção da mucosa pode gerar quadro de gastrite aguda.
- Isquemia: redução do fluxo sanguíneo (ex: tabagistas), menor aporte de nutriente e oxigênio, gerando lesões das células epiteliais e redução da proteção da barreira epitelial, podendo gerar gastrite aguda.
- AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais): provocam a inibição da COX-1 (principal no estômago) e da COX-2 (enzimas ciclo oxigenases) que são importantes para a síntese de prostaglandinas. A redução das prostaglandinas gera redução da produção de muco e bicarbonato, aumento da síntese de HCL e redução da vasodilatação ou vasoconstrição (reduz o fluxo sanguíneo). Todos esses fatores predispõem a ocorrência de gastrite aguda.

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12
Q

Gastrite aguda:

1) Microscopia
2) Endoscopia
3) Clínica

A

1) IIGMN (infiltrado inflamatório granulo mononuclear - predominância de neutrófilos), hiperemia, edema; erosões
2) Hiperemia, edema; erosões, hemorragia
3) Maioria assintomática.
Podem apresentar dor epigástrica em queimação, azia, náuseas, vômitos, hemorragia

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13
Q

Qual a forma mais comum de gastrite?

A

As gastrites crônicas

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14
Q

Gastrite crônica:

1) Definição
2) Causas principal
3) Segunda causa mais comum
4) Outras causas menos comuns
5) Clínica

A

1) Agressão crônica ou de longa duração à mucosa gástrica
2) Infecção bacteriana pela Helicobacter pylori (80%)
3) Doença auto-imune (10%)
4) Lesão por radiação, refluxo biliar, doença de Crohn, AINEs, álcool, tabagismo, etc.
5) Maioria assintomática
Apresentação de sintomas dispépticos: dor abdominal, geralmente em queimação (azia), empachamento pós-prandial ou plenitude pós-prandial (sensação desagradável de alimentos constantemente no estômago), saciedade precoce, néuseas, vômitos (menos comuns)

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15
Q

Gastrite crônica auto-imune:

1) Conceito
2) Gênero e faixa etária mais aitingida
3) Os autoanticorpos produzidos irão afetar quais estruturas?

A

1) Agressão crônica ou de longa duração à mucosa gástrica, de natureza auto-imune.
2) Mulheres, 50 a 60 anos
3) Auto-anticorpos contra células parietais (mucosa oxíntica);
Antro é poupado nessa gastrite

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16
Q

Fisiopatologia da gastrite crônica auto-imune:

A

Em situações fisiológicas, há um mecanismo de feedback negativo em que a gastrina produzida pelas células G (no antro), estimulam as células parietais a produzirem HCL. Ao mesmo tempo, altos níveis de HCL pelas células parietais inibem a produção de gastrina.
A gastrina, além de estimular as células parietais, também estimula as células ECL.
Nesse tipo de gastrite, a destruição das células parietais por auto anticorpos provoca a redução da massa de células parietais, resultando em:
• Hipocloridria (redução da produção de HCl) com alcalinização do pH. Consequentemente, não ocorre a inibição das células G, que passam a produzir gastrina constantemente e acabam hipertrofiando.
No entanto, a gastrina também estimula as células ECL (tipo eterocromafim). Assim, como elas será constantemente estimuladas, haverá uma hipertrofia dessas células (apresenta-se como fator de risco para o desenvolvimento de tumor neuroendócrino - carcinoide)
• Redução da produção de fator intrínseco (FI): redução da absorção de vitamina B12. Pode gerar anemia perniciosa (tipo de anemia megalobástica) e
neuropatias.

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17
Q

Gatrite crônica auto-imune:

1) Endoscopia
2) Microscopia

A

1) Atrofia de mucosa oxíntica (corpo/fundo), com redução de sua espessura e de seu pregueamento habitual (mucosa fica mais lisa)
2) IIMN (infiltrado inflamatório mononuclear - predomínio de macrófagos, linfócitos e plasmócitos), atrofia da mucosa (observação de áreas sem glândulas devido a destruição das células parietais), glândulas remanescentes com padrão de produção de muco, observação de áreas de metaplasia intestinal e hiperplasia de céls. neuroendócrinas - ECL (enterocromafim like) que passam a serem visualizadas.

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18
Q
Gastrite crônica por H.pylori:
1) Causada por:
2) Transmissão
3) Faixa etária mais acometida
40 Prevalência no Brasil
A

1) Infecção pela bactéria Hericobacter pylori (bacilo espiralado)
2) Relacionada a baixos índices sócio-econômicos:
• Transmissão via fecal-oral;
• Associada à más condições sanitárias e de higiene.
3) Adquirida na infância; e persiste por toda a vida da pessoa a não ser que haja tratamento.
4) Brasil - presente em 60% da população

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19
Q

Fatores de virulência do H. pylori:

A
  • Morfologia espiralada: permite o movimento de rotação da bactéria e aprofundamento dela na região de muco gástrico
  • Flagelos: propriedade de motilidade da bactéria no muco
  • Adesinas: moléculas de adesão que permitem adesão da bactéria nas células colunares do epitélio gástrico
  • Cepas: CagA+ e VacA+ (mais virulentas)
  • Alta produção da enzima urease, enzima capaz de clivas a ureia presente no estômago em amônia e CO2
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20
Q

O H.pylori penetra na mucosa/ epitélio gástrico?

A

Não, ela fica apenas aderida principalmente ancorada no muco, mas pode aderir também ao epitélio.

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21
Q

Fisiopatologia da gastrite crônica por H.pylori:

A

H. pylori possui maior afinidade pela região do ântro (pois é uma região de pH um pouco menos ácido que do corpo do estômago).
H.pylore produz urease na mucosa antral que cliva a uréia em NH3 e CO2.
A amônia produzida é básica e causa elevação constante do pH da mucosa antral.
Esse aumento do pH da mucosa antral serve de estímulo para as células G produzirem gastrina, levando a um quadro de hipergastrinemia.
A hipergastrinemia leva a um constante estímulo para a mucosa oxíntinca produzir HCl, levando a um quadro de hipercloridria e hiperacidez gástrica.
Contudo, o HCL elevado perde o mecanismo de feedback negativo, uma vez que a produção de NH3 pelo H.pylori provoca elevação do pH da região antral.
Isso gera um conteúdo gástrico hiper-ácido que, ao chegar no duodeno, pode gerar uma úlcera péptica duodenal.

22
Q

Gastrite crônica por H.pylori:

1) Endoscopia
2) Microscopia

A

1) Hiperemia da mucosa, alterações inespecíficas.
2) Presença de muitas células inflamatórias na lâmina própria, adentrando, inclusive, o epitélio glandular, na tentativa de realizar a fagocitose do H.pylori.
As células inflamatórias predominantes são os neutrófilos.

23
Q

Gastrite crônica por H.pylori - regiões de estabelecimento da bactéria:

A

1) Antro (+ comum):
- H.pylori em si, pode provocar a lesão do epitélio
- Infiltração de neutrófilos também pode acabar lesionando as glândulas
• Essas lesões podem gerar uma hipotrofia ou atrofia da mucosa e MI (metaplasia intestinal - H.pylori não gosta tanto - sempre focais)
• associa-se à hipersecreção ácida
• muitas vezes associada a UPD (úlcera péptica duodenal)
2) Antro e corpo (pangastrite):
• evolução mais rápida para hipotrofia mucosa e MI (focos múltiplos; gastrite crônica atrófica multifocal)
• hipocloridria: caso haja destruição de células parietais
• associação com UPG (úlcera péptica do tipo gástrica) e maior risco para Carcinoma Gástrico

24
Q

1) Diagnóstico de gastrite crônica por H.pylori:

2) Tratamento

A

1) • EDA (endoscopia digestiva alta):
- realização da biópsia (identificação direta da bactéria)
- teste rápido da urease: remoção de pequeno fragmento do estômago e colocação desse fragmento em um tubo contendo ureia. Se o paciente tiver H.pylori, a uréia marcada com carbono será clivada em amônia e CO2, com alteração da coloração de amarelo para rosa.
• Teste respiratório: bom, pois é simples e não invasivo. Paciente ingere um copo contendo uréia marcada com um carbono. Se o paciente tiver H.pylori, a ureía sera clivada, liberando amônia e CO2 marcado. Paciente vai expirar em uma bolsinha (faz-se então o teste para ver se tem o carbono marcado)
• Outros (PCR, sorológico, cultura…)
2) • IBP (inibidor de bomba de prótons) + antibióticos

25
Complicações da gastrite crônica por H.pylori:
- Presença de cepas ulcerogênicas, podendo provocar UPG e/ou UPD - Prsença de cepas mais carcinogênicas podendo provocar carcinoma gástrico
26
Úlcera péptica: 1) Conceito 2) Porque ela surge? 3) Incidência e prevalência 4) Causas
1) Lesão escavada na mucosa / parede gástrica ou duodenal (existe de esôfago também) 2) Essa lesão surge como consequência da digestão ácido-péptica (HCl + enzimas) 3) Homens (2 a 3 H : 1 M); 30 a 50 anos 4) Causas: H. pylori (principal), AINEs, tabagismo; outros.. obs: Incidência vem reduzindo
27
Como a úlcera péptica surge?
Quando há um desequilíbrio entre os mecanismos de defesa e a agressão da mucosa gastroduodenal. UPD: normalmente, é gerada pelo aumento do ataque a mucosa gastroduodenal UPG: normalmente, é gerada pela redução dos mecanismos de defesa da mucosa gastroduodenal
28
Patogênese da ulcera péptica duodenal:
* Aumento da agressão aressão devido a níveis elevados de secreção ácida e de pepsinogênio * Normalmente, ocorre um esvaziamento gástrico mais rápido: conteúdo gástrico vai diretamente para o duodeno tendo mais contato com a mucosa duodenal * Maior número de células parietais * Maior sensibilidade das células parietais * Hipergastrinemia - principal: H. pylori. Outros: tumores, genética
29
Patogênese da ulcera péptica gástrica:
• Redução dos mecanismos de defesa da mucosa gástrica • Geralmente surge na incisura angular • H. pylori: - Toxinas produzidas pela a bactéria são capazes de lesam o epitélio e clivam o muco, reduzindo os mecanismos de defesa da mucosa gástrica. • AINEs: - podem causar agressão epitelial direta - inibem COX, levando a redução das prostaglandinas (estimula mecanismos protetores da mucosa gástrica) • Álcool: - agressão epitelial direta • Tabagismo: vasoconstrição, células epiteliais ficam mais sujeitas a isquemia e lesão • Refluxo duodenal: sais biliares podem ser danosos ao epitélio Todos esses fatores podem levar a quebra barreira de defesa. A quebra dessa barreira propicia a retrodifusão de íons H+ e pepsina para o interior da mucosa gástrica, levando a digestão ácido-péptica da mucosa, predispondo a formação de úlcera.
30
Úlcera péotica: 1) Macroscopia: 2) Microscopia:
1) • Redonda ou oval, bordas regulares, fundo limpo, homogêneo, mais branquinho, pois está recoberto por fibrina. • 0,5 a 2 cm 2) Escavação da parede entre duas regiões de mucosa íntegra. É definida, microscopicamente, como tendo quatro camadas: 1 - Camada composta de debris (restos) celulares e polimorfonucleares (neutrófilos) 2 - Necrose fibrinóide: material necrótico mais róseo (eosinofílico) 3 - Organismo já está tentando reparar a úlcera: tecido de granulação (composto por formação fibrovascular jovem com infiltrado inflamatório associado) 4 - Formada com o passar do tempo e amadurecimento do tecido de granulação: fibrose - tecido de colágeno maduro. obs: úlcera, após tratamento, tende a virar região de fibrose
31
Como é feita a classificação das úlceras?
Segundo a sua profundidade de invasão: 1) Superficial: quando escava, no máximo, até a submucosa 2) Profunda: quando chega até a muscular própria 3) Perfurada: atinge e perfura a região da serosa 4) Terebrante: perfurou a parede gástrica ou duodenal e atingiu o pâncreas. Pode gerar um quadro grave de pancreatite aguda para o paciente
32
1) Clínica da úlcera péptica: 2) Complicações: 3) Tratamento:
1) • Dor epigástrica, em queimação, que surge 2 a 3h após refeições - após a saída do alimento da região, com consequente atuação do ácido na úlcera. • Melhora com antiácidos e alimentação (alimento tampa a região exposta); • Náusea, vômitos, distensão abdominal e perda de peso. 2) • Hemorragia: pode ser maciça (hematêmese ou melena) ou discreta (anemia crônica) • Perfuração: peritonite (caso seja em região onde não há nenhum órgão tamponando) - alimento e conteúdo do trato gastrointestinal extravasa para a abdominal. A perfuração também pode atingir um órgão próximo (úlcera tenebrante) • Cicatrização: pode gerar estenose (obstrução), se for exagerada • Malignização: pode se transformar em úlcera neoplásica, contudo, é algo muito raro. 3) • Tratar o H. pylori (principal) E remover álcool, tabagismo, AINEs
33
Neoplasias gastrointestinais importantes:
- Adenocarcionoma gástrico (principal) - Linfoma MALT: linfoma que surge no tecido linfóide associado a mucosa - GIST: tumor do estroma gastrointestinal
34
Relação do H.pyloria com o carcionoma gástrico:
Existem cepas da bactéria que são carcionogênicas e que, em algum momento, pode levar a alterações na mucosa que são consideradas condições pré-cancerosas. Com o passar do tempo, as condições pré-cancerosas podem se tornar lesões pré-cancerosa, que podem evoluir para carcinoma gástrico
35
O que são as condições pré-cancerosas?
- Situações em que o portador possui maior risco de desenvolver Câncer Gástrico: Atrofia da mucosa: redução das glândulas Metaplasia intestinal
36
O que são as lesões pré-cancerosas?
Lesões histológicas específicas nas quais o risco de transformação para Câncer Gástrico é maior: • DISPLASIA DE BAIXO GRAU – DBG • DISPLASIA DE ALTO GRAU – DAG
37
Porque a presença do H.pylori possui relação com o surgimento de metaplasia intestinal?
- H.pylori provoca desequilíbrio do microambiente de onde está presente, principalmente da mucosa antral. Como forma de adaptação da mucosa gástrica à agressão prolongada, ocorre a metaplasia intestinal
38
Características microscópicas da metaplasia intestinal:
1) Metaplasia Intestinal completa - do tipo I: presença de células caliciforme, com orla em escova (micorvilosidades) e presença de células de paneth (possuem função de defesa e são próprias da mucosa intestinal) 2) MI do tipo II e III - alguns componentes da metaplasia intestinal completa não estão presentes obs: os padrões de MI apresentam diferentes riscos para o desenvolvimento do câncer gástrico
39
Qual metaplasia intestinal possui menor chance de desenvolvimento de câncer gástrico?
Do tipo I ou completa
40
Qual metaplasia intestinal possui maior chance de desenvolvimento de câncer gástrico?
A metaplasia intestinal do tipo III - é a menos completa de todas, com menos características do epitélio intestinal normal
41
Alterações que podem ser observadas nas displasias:
- aumento da proliferação celular: figuras de mitose típicas e atípicas - atipias celulares e arquiteturais: pleomorfismo / hipercromasia e estratificação
42
Evolução sequencia de lesões até o desenvolvimento do adenocarcinoma gástrico:
- Mucosa normal - Gastrite - Atrofia - Atrofia e MI - Displasia - Adenocarcinoma in situ - Adenocarcionama invasor obs: nem todos os indivíduos passam por essa sequência
43
Carcionama gástrico: 1) Porcentagem das neoplasias gástricas 2) Quais países são mais afetados? 3) Importância 4) Diagnóstico
1) Representa 90% a 95% das neoplasias malignas gástricas; 2) Países em desenvolvimento: baixo nível sócio-econômico, devido ao padrão da dieta e a maior suceptibilidade a infecção por H.pylori; 3) Importante causa de óbito por câncer em ambos os sexos; mais frequente em homens 4) Fase inicial assintomática ou sintomas inespecíficos (semelhantes ao das gastrites): apenas 10 a 20% dos casos são diagnosticados; • Fase avançada: diagnóstico da maioria dos casos. Nesses casos, o prognóstico geralmente é ruim.
44
Fatores que predispõem ao desenvolvimento de carcinoma gástrico:
É uma doença multifatorial: fatores ambientais + fatores do indivíduo. - Fatores Agressores da Mucosa. Ex: Inflamação crônica: H pylori Dieta: nitrosaminas, conservantes, defumados - Fatores de redução da proteção da mucosa gástrica. Ex: alimentação pobre em anti-oxidantes como vitaminas C e E - Stress oxidativo e produção de radicais livres + constante proliferações celulares: predispõem a ocorrência de mutações - Presença de condições pré-cancerosas - Presença de lesões pré-cancerosas
45
Divisão dos tipos de carcinoma conforme a classificação histológica de lauren:
1) Paciente passa por uma série de etapas: gastrite crônica (gerada, mais comumente, por H.pylori), gastrite atrófica, metaplasia intestinal, displasia até gerar o carcinoma gástrico formador de glândulas de padrão Intestinal (carcinoma tipo intestinal). Nele há a proliferação de glândulas atípicas justapostas. 2) Influência grande de fatores genéticos e não se sabe se a presença da gastrite influência (aparentemente, não influência): formação do carcinoma gástrico formador de células secretoras de muco isoladas, sem formar glândulas (carcionama tipo difuso ou em células em anel de sinete - núcleos achatados para a periferia das células)
46
Macroscopia: 1) Carcionoma do tipo intestinal 2) Carcinoma tipo difuso
1) Normalmente se manifesta ou como uma lesão vegetante ou como lesão ulcerativa 2) Cresce no interior da parede, espessando a parede e, normalmente, envolvendo toda a parede
47
Fatores epidemiológicos: 1) Carcinoma do tipo intestinal 2) Carcionoma do tipo difuso
``` 1) • Média = 55 anos • H:M = 2 : 1 • Associação com gastrite crônica ativa (GCA) 90% • Lesões precursoras: MI e DAG frequentes • População com baixa condição social • Queda da incidência • Massas sólidas/expansivo • Prognóstico mais favorável 2) • Média = 48 anos • H:M = 1,2 : 1 • GCA 30% • MI e DAG raras • Sem preferência populacional • Incidência estável • Células isoladas/infiltrativo • Prognóstico mais reservado ```
48
Classificação de Borrmann (macroscopia) - carcinoma gástrico:
I) Vegetante ou polipóide: formação de massa em direção a luz do estômago II) Ulcerado III) Úlcero-infiltrativo: formação de úlcera com emissão de linguetas para o interior da parede IV) Infiltrativo: infiltra e espessa a parece gástrica - típico do carcinoma tipo difuso. Do tipo anular, gerando a alteração denominada linite plástica (estômago todo difusamente acometido com parede espessada e endurecida)
49
Estadiamento do carcinoma gástrico:
Precoce: - T1: vai até a submucosa Avançados: - T2: até a muscular própria - T3: até a subserosa (tecido adiposo abaixo da membrana serosa) - T4: atinge a serosa e pode infiltrar estruturas adjacentes. N: metástases linfonoidais M: metástase à distância (fígado, pulmões e ossos)
50
Padrões de disseminação do carcionoma gástrico:
1) Nódulo da irmã Maria José: presença de cicatriz umbilical 2) Sinal de troisier ou nódulo de Virchow: linfonodo supra-clavicular aumentado 3) Tumor de Krukemberg: metástase de carcinoma gástrico para os ovários
51
Carcinoma gástrico: 1) Sintomatologia 2) Complicações
1) Normalmente tardia: perda de peso, anorexia, intolerância alimentar, dor, anemia, vômitos 2) Obstrução gástrica: • Lesões volumosas de crescimento para a luz gástrica Hemorragia: Hematêmese (HDA) ou Melena (HDB) • Ulceração e necrose tumoral - choque hipovolêmico Perfuração da parede gástrica: • Disseminação da neoplasia na cavidade peritoneal - carcinomatose peritoneal • Infiltração por contiguidade para órgãos abdominais • Peritonite - SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica) - Sepse - Choque séptico