PED - Emergências 1 Flashcards
(9 cards)
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Quais os critérios diagnósticos?
Ceto: Cetonemia (≥3) ou cetonúria (≥2+)
Acidose: pH venoso <7,3 ou BIC <18
Diabética: Hiperglicemia (>200)
Cetoacidose euglicêmica: baixo consumo de carboidratos, ou uso de inibidores de SGLT-2 (devido a glicosúria importante).
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Qual o tratamento?
Primeira hora:
* Estabilização hemodinâmica (PALS)
* SF 10-20mL/kg em 20-30min (rápido se choque)
* ❌Não iniciar insulina!❌
Após a primeira hora:
* Insulina regular EV 0,05-0,1UI/kg/h⚠️
* Reposição de potássio
* Continuar hidratação
* Glicose se queda da glicemia > 100 mg/dL/h ou se glicemia < 250-300.
⚠️Sobre a insulina:
* Iniciar insulina somente após a 1ª hora do início da reposição volêmica, pois já irá diminuir um pouco a glicemia.
* Insulina regular EV 0,05 UI/kg/h se pH>7,15, para evitar hipoglicemia.
* Manter insulinoterapia até resolução da acidose;
* Não iniciar se hipocalemia (K < 3,5)! Primeiro corrigir o potássio.
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Qual a fisiopatologia?
Na CAD, ocorre um “jejum” do ponto de vista celular. Por conta disso, o organismo inicia a lipólise para a formação de ác graxos, que serão oxidados na mitocôndria
e transformados em ATP e corpos cetônicos (cetogênese). Isso ocorre para os corpos cetônicos suprirem a demanda energética de outros tecidos e possibilita a priorização do uso da glicose pelas células do SNC.
Esse processo é inibido pela insulina (que está ausente durante a cetoacidose) e aumentado pelos hormônios contra reguladores (Glucagon; Cortisol; GH; Catecolaminas).
A hiperglicemia causa diurese osmótica, a qual causa desidratação e perda de eletrólitos.
O limite de reabsorção tubular de glicose nos néfrons é atingido em média quando a glicemia atinge 180.
A cetonemia causa acidose, taquipneia, vômitos e dor abdominal (contribuindo para a desidratação e perda de eletrólitos).
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Qual o quadro clínico?
- Desidratação e taquicardia;
- Taquipneia / respiração de kussmaul (hiperventilação alveolar para compensar a acidose metabólica com respiração ampla e rápida).
- Hálito cetônico;
- Náuseas e vômitos, dor abdominal;
- Confusão mental, rebaixamento de nível de consciência;
- Sintomas do DM precedem o quadro: polifagia, poliúria e polidipsia, perda de peso.
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Quais exames solicitar inicialmente?
- Gasometria: pH e bicarbonato
- Glicemia
- Cetonemia ou cetonúria
- Eletrólitos
- ECG
- Ureia e creatinina
- Hemograma
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Qual a classificação?
Leve: pH <7,3 ou BIC <18;
Moderada: pH <7,2 ou BIC <10;
Grave: pH <7,1 ou BIC <5.
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Tratamento - Reposição de K
Qual a concentração?
Qual a velocidade da reposição?
Quais as exceções para a reposição?
Concentração: 20-40 mEq/L.
Velocidade: 0,5 mEq/kg/h.
Exceções:
* Se hipercalemia (K > 5,5): Postergar reposição até documentar diurese.
* Se hipocalemia (K < 3): Postergar início da insulina e fazer bôlus de K já na 1ª hora, além de procurar sinais de hipocalemia no ECG.
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Tratamento - Glicemia
Qual o objetivo da glicemia?
Quais ajustes devem ser feitos na insulina de acordo com o valor da glicemia?
Objetivo: reduzir a glicemia em 50-100 mg/dL/h.⭐
Ajustes
* Se queda < 50 mg/dL/h → aumentar insulina para 0,15 UI/kg/h;
* Se queda > 100 mg/dL/h → reduzir insulina ou aumentar infusão de glicose;
* Glicemia < 250-300: adicionar glicose na solução para evitar hipoglicemia.
Não parar insulina por causa da glicemia, pois a glicemia irá normalizar antes do paciente sair da acidose.
⭐O corpo deve se adaptar a osmolaridade sérica sem causar danos. A queda abrupta de glicemia causa edema celular no sistema nervoso.
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Tratamento
Quando realizar a reposição do sódio, do fósforo e do bicarbonato?
Sódio:
- Na CAD, ocorre hiponatremia dilucional por alta osmolaridade.
- Com o tratamento, ocorre elevação da natremia.
- Deve-se calcular o sódio corrigido.
Fósforo:
- Cai após início da insulina (entra na célula);
- Considerar repor diante de sinais de gravidade: convulsões, anemia hemolítica, ICC, fraqueza muscular, insuficiência respiratória, disfagia ou fosfatemia < 1.
Bicarbonato:
- Não recomendado de rotina;
- A acidose é corrigida com fluidos e insulina: Cetoácidos são metabolizados em bicarbonato e a melhora da perfusão irá levar à excreção dos ácidos orgânicos pela urina. O bicarbonato aumenta risco de edema cerebral;
- Indicação de reposição: Hipercalemia grave ou pH<6,9 com comprometimento de contratilidade cardíaca.