Política Internacional Flashcards
(575 cards)
OPERAÇÕES DE PAZ DA ONU
1- Objetivo
2- Competência para criação e órgão responsável pela aprovação
3- Participação BR ao longo da história (quantidade de missões e militares utilizados)
4- 3+ Vantagens para o BR e 3 menções na política de defesa nacional
5- três gerações de missões e suas características
Objetivo de garantir a paz e a segurança internacionais
PAZ E SEGURANÇA
O Artigo 43 da Carta da ONU, prevê a constituição de uma força permanente da ONU, jamais foi efetivado. Por isso as missões existem, mesmo sem previsão jurídica na Carta da ONU
Cabe ao Conselho de Segurança determinar se o é correto, ou não, estabelecer uma Missão de Paz naquela situação. Caso decida-se formar uma operação de paz, o Conselho emite um mandado com detalhes da ação – como orçamento e objetivo – para que esse seja aprovado na Assembleia Geral.
Entre 1947 e 2019, o Brasil participou de 51 missões da ONU (1 autorizada pela Assembleia [a primeira] e 50 pelo Conselho) / 45 missões de paz + 4 missões políticas + 1 força multinacional / 54 mil militares e policiais utilizados (47 mil após 1990)
vantagens: DEFESA NACIONAL, CAPACITAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS, PROJEÇÃO INTERNACIONAL ASSEGURANDO A SOBERANIA, DEFESA DA PAZ E DA SEGURANÇA
A participação do Brasil em operações de paz é componente fundamental da política de defesa nacional, sendo mencionada nos três documentos estruturantes sobre o tema: o Plano Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa Nacional
PLANO - ESTRATÉGIA - LIVRO BRANCO
As operações não são previstas na Carta da ONU = por isso, o Secretário-Geral das Nações Unidas Däg Hammarjskold, afirma encontrarem-se no capítulo 6 e meio = entre o Capítulo VI, sobre solução pacífica de controvérsias, e o Capítulo VII, sobre solução coercitiva de controvérsias
** Em cumprimento à legislação brasileira, o envio de tropas brasileiras para operações de paz no exterior requer autorização do Congresso Nacional. **
1ª geração de missões de paz (até 1990) = PEACEKEEPING = busca por cessar-fogo, tréguas ou monitoramento de zonas de conflito latente + os “capacetes azuis”, forças cedidas à ONU, não poderiam fazer uso da força, senão para fins de autodefesa (sem mandato ofensivo, poucos utilizavam armas) + as operações de primeira geração têm como princípio norteador a não intervenção e a soberania dos Estados + exemplos: monitoramento do Oriente Médio após a criação de Israel (1948) (I Guerra Árabe-Israelense), descolonização Africana, UNEF 1 (conflito de Suez = península do Sinai)
2ª geração de Missões de IMPOSIÇÃO da paz = pós guerra-fria, inicio do “peace enforcement” e não apenas o “peacekeeping” das primeiras operações = consentimento dos Estados alvos não é mais necessário (BR não concorda), explosão do número de operações de paz, atuação armada, inclusive CONTRA grupos que ameaçam a paz = desastre das missões dos genocídios da Somália e Ruanda geraram a revisão + exemplos: pós-independência do Timor Leste e no pós-Guerra Civil de Angola e Moçambique UNAVEM III e ONUMOZ) / Alguns autores defendem que as missões de 2ª geração são aquelas que visam estabelecer um governo (Timor Leste)
3ª geração = multidimensionalidade, “peace building process”, busca por paz duradoura e positiva = adição de civis, mulheres, ONGs + busca por reconstrução do arcabouço estatal e administração provisória, respeito aos direitos humanos Exemplo: MINUSTAH (Haiti) + outros exemplos: UNIFIL (Líbano)
A atuação assertiva do Brasil nas operações de paz é tida como componente substancial da política de defesa nacional, tanto pela capacitação das Forças Armadas quanto pela projeção obtida, que contribuiu na consecução do objetivo de assegurar a soberania nacional
Hoje, a previsão orçamentária específica para as operações supera o montante destinado ao orçamento geral da ONU
** 3 GERAÇÕES = PEACEKEEPING -> PEACE ENFORCEMENT -> PEACEBUILDING = a rigor, hoje as operações de paz mesclam essas três gerações **
MANUTENÇÃO -> IMPOSIÇÃO -> CONSTRUÇÃO DA PAZ
MINUSTAH = comando militar BR de 2004-2017 (não confundir com comando político) -> substituição pela MINUJUSTH (encerrada) / missão criada pelo conselho de segurança, com voto brasileiro, na resolução 1542 / BR construiu hospitais, segurança alimentar, poços artesianos, formação profissional / mais 37 mil militares brasileiros participaram da missão / o Brasil deixou o comando da UNIFIL em 2020, mas segue auxiliando a missão / UNMOGIP, na Caxemira, existe há sete décadas
A participação brasileira, tanto pela projeção internacional quanto pelos benefícios auferidos pela sua atuação, pode aperfeiçoar suas Forças Armadas e, assim, fortalecer sua defesa. Pelo multilateral, preserva-se a soberania nacional.
** Nos casos específicos do Kosovo e do Timor Leste, o exercício da soberania sobre o território foi transferido, temporariamente, a missões de paz da ONU **
Com o encerramento da participação do Brasil na Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), consolidou-se um novo perfil brasileiro de engajamento com as operações de paz, baseado no provimento de treinamento e capacitação civil e militar para terceiros países e no envio de pessoal especializado.
Mauricio Macri e Argentina contemporânea
1- Contexto regional e local Argentino
2- 4 iniciativas com o Brasil
3- Política econômica do governo Macri
Contexto Regional: Representa o fim da “onda rosa” na América Latina, cuja primeira fissura fora o processo de impeachment de Lugo no Paraguai + busca por inserção no sistema financeiro internacional, após a crise dos “fundos abutres” desde 2001, levada a cabo por Kirchner + apoio do setor produtivo (especialmente agropecuário) + promessa de recuperar o crescimento argentino, por meio de estímulos ao empresariado + promessa de ajustes, os quais, no entanto, tiveram dificuldade em sua implementação + greves gerais em todo o período
A partir de 2012, os entraves gerados por medidas argentinas protecionistas de restrição às importações – por meio das Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI) e das Licenças Não Automáticas – foram justificados pelo governo argentino como necessidade frente ao expressivo deficit comercial com o Brasil, com prejuízos para o comércio com o país. EUA, Japão e União Europeia solicitaram a abertura de painel contra a Argentina na OMC, questionando a arbitrariedade na liberação das DJAI. O parecer emitido em 2014 e confirmado em 2015 foi favorável aos demandantes. No final de 2015, após a posse de Mauricio Macri como presidente, a Argentina cumpriu a decisão da OMC e eliminou as DJAI.
Aproximação mais intensa com Bolsonaro = Argentina e BR são parceiros estratégicos desde 1997 +
2016 = Governo Macri = Mecanismo de Coordenação Política Brasil-Argentina = principal foro de coordenação política (inclusive posiçõs na AGNU)
2017 = Governo Macri = Plano de Ação Brasil-Argentina
2018 = I Reunião do Diálogo Político Estratégico Brasil-Argentina, também conhecido como “Diálogo 2+2” = estratégias de DEFESA
2019 = acordo comercial para o setor automotivo = livre comércio a partir de 2029 e aumentos graduais do volume sem tarifa até lá / O Brasil conta com instrumentos bilaterais referentes ao comércio automotivo com Argentina (2019), Paraguai (2020) e Uruguai (2015) e tem apoiado um entendimento sobre o tema no âmbito do MERCOSUL
Macri removeu controle de preços e de câmbio, na intenção de liberalizar a economia, o que causou forte desvalorização do peso e aumento da inflação + em 2018, o país teve de pedir socorro ao FMI diante da crise fiscal e da inflação desenfreada + empréstimos foram insuficientes e nova rodada de negociações foram marcadas
As relações bilaterais seguem marcadas pela diferença de posição sobre a reforma do CSNU e pelo déficit comercial argentino, o maior do país, em contexto de crise econômica na Argentina.
PROSUL E UNASUL
Participou dos esforços para a criação do PROSUL + denunciou o tratado constitutivo da UNASUL + importante atuação no Grupo de Lima na Política Externa (busca de solução para a Venezuela) = não reconheceu o ilegítimo governo de Nicolás Maduro e defendeu uma solução política e pacífica para a crise venezuelana
MERCOSUL
Com apoio de Temer, concordou com a 2ª suspensão da Venezuela do MERCOSUL sob a égide do Protocolo de Ushuaia
A favor do liberalismo = auxiliando as negociações Mercosul e UE e Mercosul e EFTA, com conclusão de acordos comerciais abrangentes
Em 2019, a convergência de visões de ARG e BR na temática econômica resultou na promoção de acordos extrarregionais do Mercosul, como o do EFTA e da UE (negociações ainda com Canadá e Coreia do Sul) +
Defesa de uma aproximação entre Mercosul e Aliança do Pacífico
TERRORISMO
Em 2019, a Argentina reconheceu que o Hezbollah é uma entidade terrorista que, inclusive, atua na região da Tríplice Fronteira. Juntamente com o Brasil, Paraguai e EUA, surge o Mecanismo 3+1 com o objetivo de conferir segurança à região
ESTADOS UNIDOS
Aproximação NÃO CARNAL com os EUA = Macri buscou a abertura do mercado norte-americano aos limões argentinos; declarou o Hezbollah como organização terrorista, o que não fora feito pelos Kircher; e pleiteou uma acessão da Argentina à OCDE, contando com o apoio preferencial dos EUA para isso +
MUNDO
Crise econômica interna como desafio a governabilidade
Macri almeja uma política externa de normalização das relações com as principais economias do mundo, para que o comércio auxilie na recuperação econômica de seu país
GOVERNOS ANTERIORES
Menem = privilegia o “realismo periférico” e por “relações carnais” com os EUA / Macri, assim, adotou posturas semelhantes àquelas outrora avançadas pelo peronista liberal Carlos Menem, na década de 1990 = apoio dos EUA e inserção competitiva da Argentina /
Kirchner = Macri é um crítico da ideologização da política externa, que, segundo ele, seria uma marca dos governos Kirchner
Macri e Kirchner = defendem o pleito argentino pelas Ilhas Malvinas, MERCOSUL, convergindo na busca de desburocratização, racionalização e abertura econômica do bloco a outras regiões (convergência fundamental para finalização do capítulo comercial do Acordo de Associação MERCOSUL-UE (2019) e as negociações com o EFTA
A política externa do governo Macri, portanto, é caracterizada por maior busca da liberalização comercial. No plano regional, já reforço da integração no âmbito do Mercosul e aproximação da Aliança do Pacífico.
Tese de geopolítica Mackinder
1- ano e local de publicação
2- Três divisões do mundo
Em 1904, o geógrafo britânico Halford J. Mackinder publicou seu texto de conferência na Sociedade Geográfica Britânica, que veio a servir de base para boa parte da reflexão geopolítica subsequente / quem controla a Europa Oriental controla o Heartland controla a Ilha-Mundo e, assim, o mundo
ÁREA PIVÔ (HEARTLAND) -> CRESCENTE INTERIOR -> CRESCENTE EXTERIOR (insular)
influências = I Guerra (temor da aliança russo-germânica) + Segunda Guerra (Plano Marshall e OECE [futura OCDE]) + auxílio financeiro à países asiáticos)
Relativização da tese = a importância do Heartland foi relativizada pelo emprego da aviação, de forma que barreiras naturais da área não evitariam ataques + a vitória URSS na II guerra estabelece o controle do HEARTLAND, mas não garantiu o controle mundial (contenção dos armamentos nucleares + atuação dos EUA = plano Marshall + atuação militar (OTAN e OTASE na Ásia) / Portanto, durante a Guerra Fria a neutralização da área pivô passou pela formação de um cordão ao seu redor, embasada na teoria do Rimland, de Spykman
A disputa pelo Ártico sintetiza a relação das teses de Mackinder com os objetivos geopolíticos das três potências atualmente. A Rússia clama sua soberania sobre grande parte como forma de evitar maiores fragilidades em sua defesa, além da possibilidade de projetar seu poder. A China busca expandir sua influência pelo comércio por meio da autonomia que teria nas novas rotas que se abrem. Os EUA, além de seus próprios interesses, visam a conter a expansão de seus rivais
De acordo com o autor, a área pivô estava vulnerável a ataques por todos os lados, salvo pelo Norte. De fato, houve ataques ao Oeste (I e II Guerras Mundiais) e ao Leste (Guerra Russo-Japonesa de 1905). Contudo, não houve ataque significativo vindo pelo Sul, seja no Caucaso, seja na fronteira com a China e Mongólia /
Nota-se, ainda, que os Urais serviram como barreira de proteção durante a II Guerra Mundial, já que boa parte da produção bélica foi transferida para Leste dessa cadeia montanhosa
Os EUA seguem, em grande medida, a tese do Rimland do Spykman e busca conter a expansão do Heartland para áreas marginais, o que levaria ao domínio do mundo.
Em revisão posterior de sua teoria, Mackinder apresentou o conceito de midland ocean, que se refere ao Atlântico Norte como área marítima estratégica.
5 Iniciativas de poder geopolítico Russo
Espaço ex-soviético como interesse direto:
1) Comunidade dos Estados Independentes (CEI) + Área de livre comércio
2) OTSC = Organização do Tratado de Segurança Coletiva (2002) = espécie de OTAN regional Russa
3) Comunidade Econômica Eurasiática (CEE)
4) Projeção às águas quentes, como nos tratados com países do Mar Negro e do Mar Cáspio
5) Organização para Cooperação de Xangai = , organização de cooperação que congrega russos e chineses quanto à política na Ásia Central e que conta também com Índia e Paquistão / Para os russos, a aliança com os chineses é uma forma de consubstanciar alternativa aos EUA e constituir um novo eixo de poder, deslocado ao Leste e ao Pacífico
No Ártico, busca ampliar seu poder pela plataforma continental / Nos dias atuais, o fortalecimento e reerguimento da Rússia ocorre paralelamente a mais um desafio para o Heartland. O degelo do Ártico elimina gradualmente a inacessibilidade da área pivô pelo oceano / O avanço da União Europeia e, principalmente, da OTAN em direção ao seu território provocou ações contundentes de Moscou. O apoio aos separatistas de Donbass, na Ucrânia, e a tomada da Crimeia em 2014 representam movimentos russos no sentido de evitar a contenção de seu poder terrestre. A participação em organizações político-militares com países da região também faz parte de tal esforço, destacando-se a sua atuação na OTSC e na OCX. A aproximação com a China e os BRICS mitigou o isolamento internacional sofrido por Moscou após os eventos na Ucrânia.
Iniciativas de poder geopolíticas dos EUA (8)
“Five Eyes”, aliança de inteligência que inclui Canadá, Austrália e Nova Zelândia, meio de monitorar via Pacífico as ações de Pequim / aproximação com a Índia e Coréia do Norte = presença no mar do Sul da China = imperativo de mackinder (área pivô, crescente interior e crescente exterior insular) / Guerra comercial e aumento do investimento na OTAN (ficou no passado?)
Existe um sistema de alianças na Ásia, formando uma espécie de diamante de contenção em torno de Pequim devido às alianças com Índia, Coreia do Sul, Japão, Austrália. Dessa forma, Washington busca impedir a projeção de poder de seus rivais / iniciativa BELT AND ROAD = tentativa de rompimento da contenção norte-americana
PEB DE GEISEL (1974-1979)
1- MRE e nome da política adotada
2- China (1)
3- Argentina e Paraguai (1)
4- Oriente Médio (2)
5- África (5)
6- Europa (3 visitas presidenciais)
7- Alemanha (1)
8- Japão (2)
9- Diplomacia energética (3)
10- Estados Unidos (3)
11- América Latina (1)
1- Chanceler Azeredo da Silveira e o “pragmatismo ecumênico e responsável
Ministro Azeredo da Silveira (discurso de posse em 1974): “a melhor tradição do Itamaraty é saber renovar-se”.
2- Negativa (1971) e Reconhecimento (1974) da República Popular da China
“Pragmatismo ecumênico [universal] e responsável” = objetivo nacional de desenvolvimento com princípios e práticas universalistas e realistas = defesa dos interesses nacionais sem ferir limites éticos ou caros ao povo brasileiro / período da détente / Aproximação com o terceiro mundo e aprofundamento da PEI
Aprofundamento do universalismo anteriormente praticado: Argentina (Itaipu) + Oriente Médio (OLP e sionismo) + Guiné-Bissau, Angola e Moçambique (reconhecimento) + Alemanha (acordo nuclear) + EUA (desaprovação e descontentamento) + Japão (cooperação) + China (Reconhecimento da RPC) + Países Amazônicos (TCA)
Pensamento realista = Azeredo impulsiona a política externa em relação à Argentina que permitirá avançar no projeto de Itaipu assinado com o Paraguai (leitura do fortalecimento BR pós milagre) = breve rompimento de relações em 1977 (Azeredo foi embaixador na Argentina) (momento de fragilidade energética pelo choque do petróleo)
Pragmatismo vem por meio da diversificação de parcerias = Oriente Médio (devido ao choque do petróleo + busca por aumento das exportações militares e serviços de engenharia) = reconhece a OLP como representante dos palestinos em 1974 + apoia a Resolução 3379 da AGNU, que considera o sionismo como forma de racismo, contrariando o voto dos EUA (A Resolução que condenou o sionismo como forma de racismo foi revogada em 1991, com apoio brasileiro)
*** No contexto posterior ao primeiro choque do petróleo, a política externa brasileira buscou aproximar-se de países do Oriente Médio, como exemplificaram os estabelecimentos de relações diplomáticas do Brasil com o Bahrein, o Catar, os Emirados Árabes Unidos e o Omã, todos eles efetivados em 1974. O Brasil já mantinha relações diplomáticas com a Arábia Saudita e com o Kuwait desde 1968 e abriu embaixadas residentes em Jedá e na cidade do Kuwait na década de 1970. **
ONU = Durante o governo Geisel, o Brasil votou favoravelmente, na Assembleia Geral das Nações Unidas, à participação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) como observadora da ONU (1974).
O Brasil também votou favoravelmente à resolução da Assembleia Geral que considerou o sionismo uma forma de racismo (1975). Esta última foi revogada pela Assembleia Geral em 1991, novamente com voto afirmativo brasileiro.
ÁFRICA
África = pós revoluções dos cravos, reconhecimento de Guiné-Bissau (1974), Angola (MPLA) (1975), Moçambique , afastamento da África do Sul (ainda que alguns tivessem governos de esquerda = pragmatismo)
** África = À exceção de Guiné-Bissau, independente em 1973, as demais colônias portuguesas na África ganharam sua independência em 1975: Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe. O Brasil estabeleceu relações diplomáticas com todas essas ex-colônias portuguesas no mesmo ano de suas independências **
EUROPA = Em 1976, Geisel fez as primeiras visitas oficiais de um presidente brasileiro à França, ao Japão e ao Reino Unido. Em 1978, foi o primeiro presidente brasileiro a visitar a Alemanha (RFA).
ALEMANHA
Acordo Nuclear com a Alemanha, em 1975, após os EUA dificultarem o acesso à urânio para o projeto da Westinghouse pelo teste nuclear indiano / Os EUA irão pressionar o Brasil por esse acordo com a Alemanha e, após a ascensão de Carter, pelos direitos humanos. Defendendo o princípio da não intervenção, Silveira denunciará o Acordo Militar de 1952 / As ameaças do governo Carter de restringir cooperação econômica e militar com países violadores de direitos humanos foram respondidas com a denúncia pelo Brasil do Acordo Militar de 1952 em 1977. Além disso, o país foi eleito para a Comissão de Direitos Humanos da ONU no mesmo ano, de forma a defender sua posição soberanista
JAPÃO
Aproximação com o Japão por meio do JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão / Programa de Desenvolvimento do Cerrado (PRODECER) e reconhecimento da China (RPC) em 1974 (mudança da embaixada para Pequim) / Em relação aos países amazônicos, Silveira promove a assinatura do TCA, a fim de afastar pressões internacionais.
NÃO PROLIFERAÇÃO
O Brasil recusou-se, nessa época, a aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), tendo denunciado nas Nações Unidas o chamado congelamento do poder mundial pelas duas superpotências à época — EUA e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) —, o que, então, refletiu o distanciamento brasileiro em relação ao conflito Leste-Oeste - “tese do congelamento do poder mundial” propalada pelo discurso de Araújo Castro
Pragmatismo ecunêmico e responsável = busca por novas parcerias e mercados para reduzir vulnerabilidades externas pós choque do petróleo / criação do PROALCOOL em 1975 / rompimento com Taiwan em 1974 e estabelecimento de relações com a Republica Popular da China, após votar contra a admissão da RPC no lugar de Taiwan na ONU em 1971 / abandono do apoio à Portugal = 1º a reconhecer o MPLA na Angola / busca por aproximação do Oriente Médio, Europa do Leste e Ásia / Acordo nuclear com transferência de tecnologia com a Alemanha em 1974 e acentuação das críticas dos EUA (inclusive DH), gerando o rompimento do Acordo realizado no Governo Vargas em 1952
Desentendimentos político com os EUA desgastou o programa nuclear que vinha sendo desenvolvido
ARGENTINA
O chanceler brasileiro Azeredo da Silveira teve importante atuação no contencioso brasileiro-argentino acerca do aproveitamento dos rios da bacia do Prata para fins energéticos. A participação de Azeredo da Silveira foi fundamental para resolução das questões relacionadas às hidrelétricas de Itaipu e de Corpus (esta, jamais implementada).
1973 = choque do petróleo = 80% do petróleo era importado = déficit na Balança comercial = acordo nuclear com a República Federal da Alemanha (1975) e o Proálcool (1975) + busca por novos mercados
1979 = Choque do Petróleo = Invasão do Irã pelo Iraque = aumento da inflação e da concorrência de produtos japoneses e alemães em relação aos EUA, o que gerou o aumento dos juros internos como principal ferramenta de política monetária para conter a inflação, acarretando na crise da dívida nos países latinos e impactando todo o mundo. / Para “corrigir” as distorções de câmbio foram assinados os acordos de Plaza em 1985 / Com os acordos de Plaza, o dólar foi desvalorizado, revertendo essa tendência importadora da economia americana e trazendo consequências sérias para algumas economias, especialmente a japonesa / The Plaza Accord failed to help reduce the U.S.–Japan trade deficit, but it did reduce the U.S. deficit with other countries by making U.S. exports more competitive
CHINA
Em 1971, o Brasil havia votado, na Assembleia Geral da ONU, contra a resolução A/RES/2758(XXVI), que reconheceu o reconhecimento da RPC como a única representante legítima da China na ONU. Os EUA, que também votaram contra essa resolução, só estabeleceram relações diplomáticas com a RPC em 1979.
Em 1974, o Brasil estabeleceu relações diplomáticas com a República Popular da China (RPC, China continental).
ESTADOS UNIDOS
Em 1976, os chanceleres Azeredo da Silveira e Henry Kissinger firmaram o Memorando de Entendimento relativo a Consultas sobre Assuntos de Interesse Mútuo entre Brasil e EUA, que estabeleceu um mecanismo bilateral de consultas políticas sobre toda a gama de assuntos de política exterior.
O governo do presidente Jimmy Carter (1977-1981) condicionou a concessão de ajuda militar ao exame de relatório sobre a situação de direitos humanos no Brasil. Criticando tal postura como ingerência em assuntos internos, o governo Geisel denunciou, em 1977, o acordo militar Brasil-EUA de 1952, que fora firmado no segundo governo Vargas.
Em 1974, o governo norte-americano decidiu suspender, momentaneamente, o fornecimento de urânio para a usina de Angra, que fora acordado em 1972, gerando preocupações quanto à segurança energética brasileira. Em seguida, o governo Geisel firmou o Acordo Nuclear de 1975 com a República Federal Alemã (RFA), sob protesto do governo norte-americano.
Em visita ao Brasil, Henry Kissinger descreve o BR como “key-country” na América do Sul
AMÉRICA LATINA
A visita do presidente venezuelano Carlos Andrés Pérez ao Brasil em 1977 encerrou o “cordial desinteresse recíproco” com os países andinos e culminou na assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA, 1978). Com esse tratado, a diplomacia brasileira completava um sistema de vínculos multilaterais de coordenação política com todos os países sul‐americanos, exceto o Chile.
Em 1978, em Brasília, foi assinado o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) pelos oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O TCA objetiva, por meio da cooperação regional, promover o desenvolvimento integral da região e o bem-estar de suas populações, além de reforçar a soberania dos países sobre seus territórios amazônicos. Em 1998, tal iniciativa deu origem à Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), organização internacional estabelecida para fortalecer e implementar os objetivos do TCA. Com sede em Brasília, a OTCA é a única organização internacional governamental sediada no Brasil.
Aproximação Sul-Americana = cooperação tecnológica com a Bolívia, a revisão dos acordos de administração das águas compartilhadas na fronteira com o Uruguai, a devolução simbólica dos troféus tomados ao Paraguai na Guerra da Tríplice Aliança e a assinatura do TCA.
Precedentes do “pragmatismo ecumênico e responsável”
1- Governo e MRE
2- Precedentes na Ásia por JK
3- Precedente diplomático a partir de 1961
4- Conduta na UNCTAD
5- Tese contrária ao TNP
PEB de Geisel (1974-1979) e Azeredo da Silveira
Ministro Azeredo da Silveira (discurso de posse em 1974): “a melhor tradição do Itamaraty é saber renovar-se”.
Precedentes:
1) Hugo Gouthier e “Operação Brasil-Ásia” em 1959 (governo JK)
O embaixador Hugo Gouthier de Oliveira Gondim realiza missão especial a sete países asiáticos, a
fim de estimular a expansão das relações comerciais com Irã, Tailândia, Indonésia, Singapura,
Federação da Malásia, Filipinas e Hong Kong (abr-maio). Como resultado dessa missão e da
Operação Brasil-Ásia, o Brasil estabelece relações diplomáticas com o Vietnam do Sul (4 maio),
Tailândia (16 maio), Federação da Malásia (11 ago), Coreia do Sul (31 out) e, no ano seguinte, com o
Ceilão, atual Sri Lanka. Ainda em 1959, o presidente da Indonésia, Sukarno, realiza visita oficial ao
Brasil, a primeira de um chefe de Estado asiático ao país (18 maio).
2) PEI (1961-1964) = universalismo, não intervenção e neutralidade = retomada das relações com a URSS em 1961 (aproximação Quadros e Kruschev) + abstenção da votação da suspensão de Cuba da OEA em 1962 (contrário aos EUA) + crítica a invasão da Baía dos Porcos + busca de aproximação com a África = as restrições de política interna e o apoio à Portugal impedem que a política externa brasileira seja verdadeiramente pragmática, nesse período. Boa parte das intenções e princípios da PEI não saem do discurso, visto que o Brasil segue votando com Portugal
3) defesa do princípio da “segurança econômica coletiva” na UNCTAD
4) Não assinatura do Tratado de não proliferação nuclear (TNP), em 1968 (Congelamento do poder mundial = Araújo Castro)
Governo Geisel (MRE Azeredo da Silveira) = DESENVOLVIMENTISMO = apoio a Nova Ordem Econômica Internacional na Assembleia Geral da ONU, defendeu a concessão de tratamento diferencial e mais favorável a países em desenvolvimento na Rodada Tóquio do GATT e somou-se ao consenso pela adoção do Plano de Ação de Buenos Aires de 1978.
Após interrupção da PEI no governo Castello Branco, houve gradual retomada dos pilares da PEI, sob a liderança dos chanceleres Magalhães Pinto e Gibson Barbosa. Na chancelaria do primeiro, o Brasil negocia a assinatura de Tlatelolco de modo a resguardar seus interesses e recusa-se a assinar o TNP. Já no caso do segundo, o país amplia suas relações com o entorno regional pelo Tratado da Bacia do Prata (1969), reforça sua soberania e autonomia pelo Tratado de Itaipu (1973) e por suas posições em meio ambiente na Conferência de Estocolmo (1972)
Gibson Barboza (Chanceler de Médici) realiza périplo pela África, em 1972, e visita o Quênia, no ano seguinte. Em 1973, as bases para a aproximação com a África estão consolidadas e o governo Geisel dará o passo final para a aproximação
MAGALHÃES PINTO -> GIBSON BARBOSA – ARAÚJO CASTRO -> AZEREDO DA SILVEIRA
Valores da diplomacia brasileira (leitura)
UNIVERSALISMO/ECUMENISMO - SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS E RESPEITO A PAZ - DEFESA DO MULTILATERALISMO - AUTONOMIA* (pragmatismo no interesse nacional, sem subserviência ou subordinação) - DESENVOLVIMENTISMO - RESPEITO AS TRADIÇÕES
Precedentes:
Weber = estudioso profundo do Estado e da sociologiapolítica, e dentro de seus estudos aborda a burocracia diplomática, de perfil técnica, a qual tem a capacidade de mobilizar instrumentos para atingir objetivos do Estado sem se contaminar por visões políticas e apaixonadas como outros setores do Estado. Por isso, é possível enxergar os diplomatas como uma burocracia no sentido weberiano, revelando um perfil técnico e especializado a serviço do Estado.
“Um diplomata não serve a um regime e sim ao seu país” (José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, chanceler brasileiro entre 1902 e 1912).
Juscelino priorizou a aliança com os EUA, mas estabeleceu contatos importantes com atores extracontinentais / Com a Itália, acordou-se a Declaração de São Paulo, que previa cooperação em áreas como defesa e comércio / Com o Japão, estabeleceu-se acordo para investimento de estaleiros no Brasil / Além disso, firmaram-se tratados comerciais com países do bloco socialista, como a República Democrática Alemã.
“Se há um país que está se universalizando e que não tem mais tamanho para ter parceria seletiva é o Brasil. O Brasil deve ter uma política exterior universal, sem a qual não terá nenhuma importância no mundo.” (Francisco Azeredo da Silveira, chanceler brasileiro entre 1974 e 1979)
Os diplomatas brasileiros fazem parte de uma carreira de Estado, integrando o Itamaraty como importante instrumento para a execução da política externa do país.
A política externa pode ser percebida como uma política de Estado elaborada e promovida com vistas a promover o interesse nacional, além de, mais contemporaneamente, também ser vista como uma política pública, o que lhe confere um caráter sui generis (política de Estado + política pública). Em qualquer caso, os diplomatas configuram instrumento fundamental para a sua elaboração e execução.
** O universalismo constitui uma das principais diretrizes da política externa brasileira nos últimos sessenta anos ** / é a capacidade do país em se relacionar com países com valores e princípios diferentes dos nossos.
O respeito pela paz e a defesa da solução pacífica de controvérsias também constituem características importante da atuação internacional do país,
consagradas no artigo 4o da Constituição Federal de 1988. A tradição grociana, entendida como uma atuação orientada pelo respeito ao direito internacional e seus princípios, normas e regras, também faz parte da identidade internacional
do Brasil.
O país promove ainda ativa defesa do multilateralismo, reconhecido como o espaço ideal para lidar de forma representativa com os temas de interesse transnacional. Além disso, para o Brasil a participação em iniciativas multilaterais também constitui um fator de legitimação internacional. A defesa da soberania e da não intervenção faz parte igualmente das melhores tradições da política externa brasileira, afirmada periodicamente, sobretudo em face de tentativas de ingerências externa indevidas. Um bom exemplo de atualidade é a afirmação da soberania nacional sobre a Amazônia brasileira em discursos na ONU.
A política externa brasileira também é afirmada como valioso instrumento para a promoção do desenvolvimento nacional, bem como para a construção de uma ordem internacional mais justa e menos assimétrica.
O regionalismo insere-se, outrossim, nas características marcantes da política externa do país, afirmado no parágrafo único do artigo 4o da CF de 1988 onde se apresenta o compromisso com uma comunidade latino-americana de nações. O país apresenta-se no mundo como um representante natural de sua região, atuando em favor da sua estabilidade e desenvolvimento.
Por fim, é importante reconhecer o respeito pelas tradições como uma característica da política externa brasileira que ajuda a consolidar o seus prestígio e credibilidade no concerto das nações, sem que isso impossibilite ajustes ou mudanças em face de novos desafios e transformações no plano doméstico ou internacional.
PEB CASTELLO BRANCO
1- Base da resistência ao reconhecimento pelo México e Venezuela
2- Doutrina adotada pela PEB
3- Título da diplomacia e MREs d perído (2)
4- Alinhamento (1) e desentendimentos (1) com os EUA
5- Paraguai (2)
6- Papel BR na UNCTAD e sua consequência
7- Aproximação com Portugal
8- Visitas presidenciais da França e RFA
9- Relação com a URSS e missão enviada
A ditadura teve o pronto reconhecimento de quase todos os países americanos, à exceção do México (que invocou a Doutrina Estrada, baseada na não intervenção em assuntos domésticos e o não reconhecimento de governos de facto em outros países) e da Venezuela (que fez referência à Doutrina Bettancourt, de não reconhecimento de regimes ditatoriais). O governo mexicano reconheceu o Brasil em junho de 1964, e o venezuelano, no fim de 1966.
Doutrina das “fronteiras ideológicas”, noção de bipolaridade como elemento central, alinhamento aos EUA, abertura ao capital estrangeiro para o desenvolvimento e equacionamento da dívida externa / ideias gestadas na Escola Superior de Guerra (ESG), de Golbery do Couto e Silva / A frase “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, proferida por Juracy Magalhães quando foi embaixador em Washington, foi representativa do alinhamento geopolítico buscado pelo Brasil / círculos concêntricos = interesses da América Latina, do continente americano e do hemisfério ocidental / “passo fora da cadência” (Amado Cervo)
1- Diplomacia da Segurança Nacional = Alinhamento aos EUA = Passo fora da Cadência (Amado Cervo) / Rompimento com a PEI / MRE Vasco Leitão da Cunha e Juracy Magalhães
2- Participação BR na intervenção dos EUA na República Dominicana (BR comandou a força Interamericana de Paz e enviou tropas) em 1965-66 (Operação Powerpack)
3- 1964 = rompimento com Cuba = por “apoiar a subversão no Brasil” e por haver efetuado descarregamento de armas na Venezuela. Foram restabelecidas em 1986, no governo Sarney
5- O Brasil foi um dos articuladores das propostas que resultaram na criação, em 1964, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), órgão intergovernamental permanente vinculado à Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). O primeiro secretário-geral da UNCTAD foi Raúl Prebisch, que aportou as contribuições do pensamento cepalino para o órgão. No âmbito da UNCTAD, o Brasil passou a pleitear a revisão do sistema multilateral de comércio e a criação de mecanismos para promoção das economias dos países em desenvolvimento. Um dos principais resultados da UNCTAD foi a proposta de criação do Sistema Geral de Preferências (SGP) para o comércio internacional, que seria incorporada ao GATT nos anos 1970.
6) EUA = recusa ao envio de tropas para o VIetña (enviamos café, medicamento e instalamos embaixada em Saigon)
7) Paraguai = aproximação com Stroessner (aumento de tensões com a Argentina) + inauguração da Ponte da Amizade (1965) + Ata das Cataratas (1966)
Assinatura da Ata das Cataratas em 1966 = divisão das energia de forma igual na fronteira no curso do rio PARANÁ + essa Ata serviu de base para o Tratado de Itaipu de 1973
A assinatura da Ata das Cataratas por Brasil e Paraguai em 1966 abriu espaço para a superação de litígio fronteiriço que, conforme o Paraguai, resultaria de uma demarcação incompleta em trecho de vinte quilômetros na região do Salto del Guairá. O território litigioso seria inundado para a construção da usina de Itaipu.
8) Portugal = reaproximação e Acordo comercial em 1966
9) A aproximação do Brasil ao governo de Alfredo Stroessner no Paraguai contribuiu para acirrar tensões do Brasil com a Argentina
10) Europa = visita de Charles De Gaulle (melhora com a França) e de Heinrich Lubke (RFA)
Foram mantidas relações com a URSS = O ministro do Planejamento, Roberto Campos, visitou a URSS com empresários brasileiros em 1965 e, no ano seguinte, assinou um protocolo sobre o fornecimento de maquinaria e equipamentos soviéticos ao Brasil.
O Brasil participou da Força Interamericana de Paz (FIP) que interveio na crise da República Dominicana (1965-1966). A FIP foi a campo em apoio à Operação Powerpack dos EUA, criada em apoio ao governo militar que derrubara o presidente dominicano Juan Bosch em 1963. A FIP foi comandada por um general brasileiro.
Apesar dessa convergência com os planos de Washington, em 1965, o Brasil recusou pedido dos EUA para envio de tropas em apoio ao governo sul-vietnamita na Guerra do Vietnã. O Brasil enviou café e medicamentos ao Vietnã do Sul e instalou embaixada em Saigon, mas não se envolveu diretamente no conflito.
Em 1965, foi inaugurada a Ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai. A Ata das Cataratas (ou Ata do Iguaçu), assinada em 1966, previu a divisão em partes iguais, para Brasil e Paraguai, da energia elétrica produzida entre o Salto Grande de Sete Quedas e a Foz do rio Iguaçu, tendo cada país a preferência para adquirir a energia não utilizada pelo outro. Esses princípios foram posteriormente incorporados ao Tratado de Itaipu, assinado pelos dois países em 1973.
Ante o receio de instalação de regimes hostis ao mundo ocidental na costa oeste africana, o governo Castello Branco reverteu a política de afastamento do governo Salazar em Portugal, praticada no período da PEI, e buscou a reaproximação com o governo português. Em 1966, Brasil e Portugal firmaram um acordo de comércio que visou a conferir maior dinamismo às relações econômicas bilaterais e aproveitar a complementaridade potencial de suas economias (lógica bipolar de guerra fria, círculos concêntricos e entorno estratégico)
Melhora nas relações com a Europa = A visita de Charles De Gaulle ao Brasil em 1965, a primeira de um chefe de Estado francês ao país, foi sintomática dos esforços de superação dos contenciosos herdados do regime anterior, como a Guerra da Lagosta. Em 1964, o Brasil recebera a visita do presidente da República Federal Alemã, Heinrich Lübke.
EUA = Operação Brother Sam / reconhecimento imediato / rompimento de relações diplomáticas brasileiras com Cuba (1964) e a participação de contingentes brasileiros na FIP, na República Dominicana (1965-1966) / Frase do chanceler Juracy Magalhães tornou-se símbolo do período: “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil” / “Passo fora da cadência” (Amado Cervo) = alinhamento e descompasso com o universalismo da PEI / adoção de medidas de remoção dos obstáculos à remessa de lucros e de abertura da economia a capitais estrangeiros
** Embora o Brasil tenha se manifestado solidário aos EUA a respeito da agressão pelo Vietnã do Norte, o governo brasileiro recusou-se a atender à solicitação estadunidense de envio de tropas ao Vietnã e forneceu apenas café e medicamentos ao Vietnã do Sul. De acordo com a teoria dos “círculos concêntricos”20 da Escola Superior de Guerra, o Brasil deveria voltar-se ao Atlântico Sul. No governo Médici, o Brasil também recusou convite do presidente Nixon para monitorar o acordo de paz no Vietnã **
Contrapontos: envio de missão do ministro Roberto Campos a Moscou, em 1965. Com esses mesmos objetivos, o Grupo de Coordenação de Comércio com os Países Socialistas da Europa Oriental (COLESTE), criado em 1962, deu continuidade, nos governos militares, aos esforços de expansão do comércio exterior e de abertura de novos mercados / participação de Araújo Castro na I UNCTAD e a coodernação pelo desenvolvimento com o G77 / No âmbito do GATT, em 1964, o G77 logrou a inclusão da Parte IV, sobre comércio e desenvolvimento, que estipula a não reciprocidade na redução de tarifas e barreiras ao comércio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O Brasil votou tanto em 1964 quanto em 1965 a favor de resoluções que condenavam o Apartheid, ao mesmo tempo que recebía o Ministro de Relações Exteriores Sul-Africano (atitude ambígua)
Desenvolvimento e PEB
1- início da defesa do desenvolvimento, discurso adotado e princípio constitucional
2- UNCTAD, PNUD e a chefia brasileira
3- Precedente e lançamento dos ODS
o BR adota a diplomacia do desenvolvimento no pós guerra / discurso dos 3D’s de Araujo Castro = desenvolvimento, descolonização e desarmamento / Promoção do desenvolvimento para o progresso da humanidade = princípio das relações internacionais do país (artigo 4º)
A temática surge na ONU com Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) (1964) e cria o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), chefiado pelo brasileiro Achim Steiner desde 2017
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) (1964) demonstra 2 imperativos:
1) capacidade de concertação do terceiro mundo;
2) a necessidade de corrigir distorções no comércio internacional por meio da concessão de tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento
A ONU cria também o Objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM) / tornam-se ODS (Objetivos de Desenvolvimento SUSTENTÁVEL) (lançados na RIO+20, junto a agenda 2030)
BR conta com um agência de promoção de cooperação técnica desde 1987 com vistas ao desenvolvimento
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
1- três objetivos, ano de criação e atuação
2- atual administrador
3- ODS - lançamento e conteúdo
Objetivo erradicar a pobreza, desigualdade e a exclusão / provém do ECOSOC / criado em 1965 / sede NY / atuando em 170 países / visa também sustentar o desenvolvimento sustentável
O cargo de Administrador do PNUD é o terceiro cargo mais alto no ranking oficial das Nações Unidas depois dos cargos de Secretário Geral das Nações Unidas e Vice-Secretário Geral das Nações Unidas / Desde 2017, o Administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento é o diplomata e ambientalista germano-brasileiro Achim Steiner (Carazinho, 1961)
Busca por atender aos ODM (OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO) até 2015, seguido dos ODS (OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL) a partir de então
Com o intuito de potencializar os ganhos difusos, cumprindo um mandato estabelecido pela Rio + 20, os países membros da ONU lançaram a Agenda 2030, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo maior participação, metas, meios de implementação, fontes de financiamento e mecanismos de monitoramento = 17 objetivos e 169 metas = desenvolvimento como algo multifacetado.
DOUTRINA BUSH (2001)
1- Precedentes e Contexto
2- Posição BR após os ataques
3- Invasão do Afeganistão (5)
4- Invasão do Iraque (5+) e danos ao multilateralismo (3+)
Surge da perda da percepção de invulnerabilidade dos EUA em 2001 / pauta securitária torna-se o centro da agenda norte-americana / início da Guerra ao Terror / Guerra do Golfo (1990) = demonstrou a hegemonia USA / 11 de setembro = Vulnerabilidade USA
Após os ataques terroristas do 11 de setembro, o Brasil propôs a convocação do órgão de consulta do TIAR / O Brasil criticou a ação norte-americana de invasão do Iraque, realizada em descumprimento à Carta da ONU.
Primeira ação = invasão do Afeganistão (2002) = autorizado pela ONU + argumento de abrigar células da AL-QAEDA + conflito ainda em curso (mais longo conflito dos EUA) + BR invoca o TIAR em solidariedade + apoio dos EUA e China + criação do Comitê Antiterrorismo na ONU + aprovação do PATRIOTIC ACT (relativização de liberdades individuais em nome da segurança nacional) / Invocação do artigo 5º da OTAN + reforço dos laços com aliados no Oriente Médio (Arábia Saudita e Israel) /
Invasão do Iraque (2003) = alegação de legitima defesa preemptiva + motivado pela posse de tecnologia nuclear daquele país + invasão ao arrepio do CSNU + crítica da França, Alemanha, Rússia e Brasil + marca a inserção do componente PREVENTIVO na estratégia de segurança nacional + interesses relativos ao petróleo e ao complexo industrial-militar pesaram na decisão + não encontraram WMD (weapons mass destruction) + extremamente lucrativo para empresas como empreiteiras e.g. Halliburton ligada ao vice Dick Cheney e militares como Black Water
A intervenção americana mostrou as limitações do multilateralismo frente à ação unilateral e ao poder de fato / Missão enviada ao país pela ONU levou, ainda, à morte do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello + perda da legitimidade do Conselho de Segurança diante das ações dos EUA + a dispensa do multilateralismo não resolveu o problema (continuidade do terrorismo até hoje) + enfraquecimento dos foros multilaterais (incapaz de evitar ou punir atos unilaterais de potências) A crise de legitimidade motivou, inclusive, propostas de reforma na ONU em 2005
A resposta dos Estados Unidos, refletida na Doutrina Bush, significou uma volta à soberania e à territorialidade inspiradas no Realismo Clássico. A ação militar norte-americana contra o Afeganistão e a retórica de um eixo do mal de países constituem uma resposta territorial e estatal à questão do terrorismo. Para alguns teóricos de relações internacionais, o 11 de setembro pode ter significado a vingança do Estado contra a globalização. Os Estados Unidos, enquanto Estado, aproveitaram-se do evento para aumentar a sua autoridade interna (hierarquia) e marcar a sua força no mundo anárquico.
GUERRA DO GOLFO (1990)
1- context, países e liderança envolvida
2- Número da Resolução de aprovação pelo CSNU
3- significado em relação aos EUA
Coalização internacional para liberar o Kuwait, ocupado e anexado pelo Iraque de Saddam Hussein / operação patrocinada pela ONU e aprovada pelo Conselho pela RESOLUÇÃO 678 = autoriza o uso da força para libertação
marca a hegemonia dos EUA (ao contrário do 11 de setembro)
Uma das maiores campanhas militares da história moderna / enorme mobilização de recursos humanos e materiais em um curto espaço de tempo / diversos novos meios bélicos e tecnológicas sofisticadas de ponta (aviõs stealth e bombas inteligentes) / conflito mostrado ao vivo via satélite (lança o jornalismo 24H e a CNN)
GRANDEZA E PODER (soft power)
1- Leitura
2- 5 Credenciais BR de low politics que o fazem grande
Caminho tradicional para grandeza = militar / A “deterrência última”, a arma nuclear, é passaporte quase certo para a grandeza (vide países frágeis como Coréia do Norte e Paquistão)
Outras ferramentas: poder econômico ou político = capacidade de influenciar a agenda internacional e interferir nas decisões
Se é inconteste a potência estadunidense – dotada do 4º maior território do mundo, população superior a 300 milhões, o maior orçamento militar do mundo, 7 mil ogivas nucleares, bases militares espalhadas pelo globo –, também se destacam outros polos de poder crescentemente reconhecidos
Rússia = maior arsenal nuclear do mundo e assento permanente no Conselho
Japão = desenvolvimento tecnológico, economia forte e capacidade militar limitada (assim como a Alemanha)
O exercício da diplomacia e do poder brando– estratégia utilizada pelo Brasil – pode levar um país a figurar entre os grandes
Capacidade diplomática e exercício de poder brando (soft power) = Brasil = uso da diplomacia do conhecimento (Rubens Ricupero) = saber geográfico, jurídico, capacidade negociadora = resolução de todos os seus litígios fronteiriços de forma pacífica + engajamento no Acordo de Paris (2015) + desarmamento nuclear (Ban Treaty de 2017) / excedentes de poder branco BR = identidade internacional como grande país em desenvolvimento, latino-americano, com vínculos históricos e culturais com o Ocidente e com a África, com histórico de respeito ao direito internacional, com consolidada participação em organizações e foros multilaterais
5º país em território + 6º em população + 12º maior economia do mundo + participação frequente em operações de manutenção da paz + potência agrícola e pecuária + segurança alimentar mundial + direção da FAO e da OMC + juiz na CIJ + eleição para o CDH + antecipação da candidatura para membro rotativo do CSNU (eleito 10 vezes)
O Brasil estabeleceu relações diplomáticas com as Ilhas Cook em 2015 e com Niue em 2016. Dessa maneira, o Brasil passou a ser o único desses 199 que mantém relações diplomáticas com absolutamente todos os demais (192 países da ONU, Ilhas Cook e Niue [Estados não membros da ONU], UE, Santa Sé, Palestina e Ordem Soberana de Malta) = relações diplomáticas verdadeiramente universais = 130+ embaixadas em Brasília
Diplomacia pública = Como política pública, a política externa deve representar, de maneira fidedigna, os interesses dos cidadãos brasileiros em prol do desenvolvimento, da paz e da realização do que se concebe como o interesse nacional.
Alguns analistas associam a estratégia diplomática brasileira de criação e participação de coalizões e mecanismos diversos – como o IBAS, o BRICS, o G20, entre outros – a uma estratégia nacional de soft balancing.
Na falta de excedentes econômicos e militares, o Brasil é uma potência diplomática
OMC PÓS-2008 (objetivos, protecionismo, conflitos, princípios)
1- quatro objetivos e quatro princípios da OMC
2- Problemas nos fluxos comerciais pós crise de 2008
3- dois avanços recentes nas rodadas de negociação
Objetivos básicos da OMC = fórum multilateral de negociações + supervisão da normativa comercial + liberalização comercial + resolução de disputas comerciais (total 4)
ex-diretor BR Roberto Azevedo
Princípios da OMC = princípio da Nação Mais Favorecida, do Tratamento Nacional, da Não Discriminação e de Tratamento Diferenciado para países em desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo (PMDR)
Pós crise 2008 = atuação para conter tendências protecionistas e monitoramento e avaliação dos fluxos financeiros
Problemas: proliferação de acordos preferenciais regionais e bilaterais + política de estoques reguladores (Índia) + medidas protecionistas do governo TRUMP = tarifas sobre aço e alumínio sob o pretexto de defesa da segurança nacional + sobretarifas contra China e Turquia + renegociação de acordos comerciais como o Nafta e o TPP = aumento dos conflitos comerciais
Preocupação com o desenvolvimento de países de menor desenvolvimento = sistema especial e diferenciado + atuação do G77 e G20 comercial /
Avanços recentes:
1) Pacote de Bali (primeiro acordo multilateral da OMC = facilidades comerciais e procedimentos técnicos = estabelece portais únicos de comércio exterior)
2) Rodada de Nairóbi = proibição de subsídios de exportação agrícola
Brasil x África
1- Importância da África
2- quantidade de embaixadas
2.1- Resolução da AGNU para autodeterminação dos povos e o voto BR
3- Primeiro embaixador negro
4- Primeiro chanceler a visitar o continente, país visitado, reforma institucional do Itamaraty
5- autor e conteúdo do discurso dos 3D’s
5.1 - 3 iniciativas em relação a África do governo Castello Branco
6- autor do Périplo Africano, quantidade de países visitados
7- Inflexão em relação ao colonialismo português
8- Chanceler e posição em relação a África do Sul, sionismo e palestina na década de 70
9- Fórum criado na Gestão Amorim (nome e ano)
10- Empresas brasileiras atuantes no continente (citar 3+)
11- Países com Parceria Estratégica (2) e mecanismos de diálogo estratégico (3)
Continente separado por um “rio chamado Atlântico” (título da obra do africanista Alberto da Costa e Silva) / As relações com o continente africano constituem prioridade permanente do Estado brasileiro / Atualmente, o BR tem 35 embaixadas e a África tem 33 embaixadas no BR / Desde fins da década de 1990, fortalece-se a ideia da “Renascença Africana”. Em 2019, 5 das 10 economias que mais cresceram no mundo foram economias africanas /
África = fronteira agrícola do planeta / outros fatores importantes: crescente voz ativa multilateral, fronteira de capital e agrícola (corrida capitalista) / by 2025 the UN predicts that there will be more Africans than Chinese people.
Segundo Ministro Carlos França, A África, em seus diferentes povos, culturas e territórios, integra a ascendência de mais de 50% dos brasileiros, que se autodeclaram afrodescendentes. Foi uma história marcada pelo sofrimento de inocentes, pelo trabalho de sobreviventes e pelo anonimato de subjugados / O Brasil quer estar sempre unido com a África. Mantemos relações diplomáticas com todos os países do continente. Temos missões diplomáticas residentes em 35 capitais africanas / As relações com o continente africano constituem prioridade permanente do Estado brasilei
Após largo período de colonização, lutas pela independência, guerras civis e mazelas sociais, começou-se a buscar um modelo de superação de desafios comuns e de promoção do desenvolvimento dos africanos para os africanos. É nesse sentido que, em 2015, a União Africana lançou a Agenda 2063, um ambicioso plano para transformar a África
A Zona de Livre Comércio Continental Africana, inserida no âmbito da Agenda 2063 da União Africana, almeja a criação de uma área de livre comércio de dimensão continental. A iniciativa visa a encorajar o comércio interafricano, que historicamente se dá em níveis baixos, se comparados ao total global exportado pelos países do continente.
DECORAR: RAIMUNDO SOUZA DANTAS (JÂNIO) -> AFONSO ARINOS DE MELO FRANCO (JÂNIO) -> JOÃO AUGUSTO DE ARAÚJO CASTRO (JANGO) -> MÁRIO GIBSON BARBOSA (MÉDICI) -> AZEREDO DA SILVEIRA (GEISEL) = CORREÇÃO DE RUMOS = APARTHEID, SIONISMO, GUINÉ-BISSAU E MPLA
1960 = período do “Le soleil des indépendences”
Em 1960, a AGNU adotou a resolução A/RES/1514 (XV), conhecida como Declaração sobre a Concessão da Independência aos Países e Povos Coloniais (direito a livre determinação). Brasil votou favoravelmente a essa resolução, que contou com a abstenção de países como EUA, Espanha, França, Portugal e Reino Unido.
Quadros iniciou, de fato, a dimensão africana da política externa brasileira.
Raimundo Souza Dantas (primeiro embaixador negro) – livro “África difícil: missão condenada” – nomeado por Jânio Quadros / Souza Dantas atuou na embaixada em Acra era simbólica pelo pioneirismo da independência ganense e o protagonismo de seu presidente Kwame Nkrumah na construção do pan-africanismo.
Afonso Arinos de Melo Franco (Jânio Quadros) = Foi o primeiro chanceler brasileiro a visitar a África, estando no Senegal do então Presidente Léopold Sédar Senghor (1961) + Chefiou a delegação do Brasil nas Nações Unidas, durante as Assembleias Gerais de 1961 e 1962 + intenção de promover uma política africanista sem muito êxito + Arinos reforma o Itamaraty e cria a divisão de África (DAF) (extinta por Castello Branco e recriada por Costa e Silva) + Jânio Quadros não condenou as colônias portuguesas
Em 1961, o ministro Afonso Arinos esteve no Senegal, que havia conquistado a independência no ano anterior, tendo sido o primeiro chanceler brasileiro a visitar oficialmente um país africano. Em sua gestão, foram abertas as embaixadas do Brasil na Etiópia, na Nigéria e no Senegal. Na mesma época, o navio-escola Custódio de Mello foi enviado em expedição para apresentar o Brasil e produtos brasileiros em países das costas africanas ocidental e oriental.
João Augusto de Araújo Castro (João Goulart) (3D’s = descolonização) (1963)
Por um lado, o Brasil absteve-se em votação de resolução da AGNU a respeito do apartheid na África do Sul em 1962 (A/RES/1761); por outro, o Brasil votou a favor, no CSNU, de resoluções de condenação ao regime sul-africano em 1963 (S/RES/181 e 182). Nesse mesmo ano, o Brasil também votou a favor de resoluções do CSNU de crítica ao colonialismo português (S/RES/180 e 183).
No governo Castello Branco, o Brasil enviou missões comerciais à África Austral (1964) e à África Ocidental (1965). O Brasil também assinou e ratificou a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965) e votou a favor de resolução da AGNU que solicitou suspensão das relações econômicas com a África do Sul (A/RES/2202, 1966). Brasília sediou o Seminário Internacional sobre o Apartheid, organizado pela ONU em 1966. No ano seguinte, o Brasil votou a favor de resolução da AGNU sobre o direito à independência da Namíbia, então denominada “Sudoeste Africano” (A/RES/2248). Apesar dessas iniciativas, o governo brasileiro buscou ampliar relações comerciais com a África do Sul em reuniões bilaterais e feiras de negócios, e foi aberto escritório comercial da África do Sul no Rio de Janeiro, em 1967
Motivos da reticência em relação à África do Sul = maior parceiro comercial no continente + defesa do princípio da não-intervenção + o entendimento de que as sanções e o isolamento sul-africano agravariam a situação + temor de avanço comunista no contexto da guerra fria
Motivos da reticência em relação à Portugal = Tratado de Amizade e Consulta Brasil-Portugal de 1953 + o prestígio de famílias portuguesas na sociedade brasileira (lobby) + temor das possíveis restrições comerciais provocadas pelo acesso das ex-colônias ao mercado europeu + herança do lusotropicalismo (Sombra Saraiva) = Portugal como parceiro estratégico para formação de uma Comunidade afro-luso-brasileira (Em 1966, Brasil e Portugal assinaram um acordo de comércio)
Para o governo brasileiro à época, as colônias africanas seriam províncias ultramarinas portuguesas autônomas, razão pela qual se trataria de questão doméstica de Portugal, não cabendo ingerência brasileira.
Périplo Africano de Mário Gibson Barbosa (Governo Médici 1969-74) (9 países do Golfo da Guiné = não visitou colônias portuguesas) = gesto de abertura da política externa brasileira ao continente africano, resgatando os princípios de pragmatismo e universalismo que caracterizaram a PEI,
No governo Médici, foi criada a Câmara de Comércio Brasil-África do Sul (1971), e ampliou-se o intercâmbio esportivo entre os dois países. O governo sul-africano abriu uma legação em Brasília em 1971, convertida em embaixada no ano seguinte.
Inflexão da política africanista a partir de 1974, Guiné Bissau primeira colônia portuguesa independente, reconhecida pelo BR (caiu tps)
** Em 1974, um ano antes do reconhecimento de Angola, a Guiné-Bissau foi a primeira ex-colônia lusitana que teve a independência reconhecida pelo Brasil, o que marcou uma mudança de orientação da diplomacia brasileira em relação ao colonialismo português. O governo brasileiro, inclusive, chegou a reconhecer a independência do país antes mesmo de Portugal / Essa foi a primeira e a mais violenta correção na nossa política africana **
Azeredo da Silveira (Ernesto Geisel 1974-79) = condenava o apartheid e o sionismo como forma de racismo / 1974 = reconhecimento de Guiné-Bissau /
Reconhecimento do Movimento para a Libertação de Angola (MPLA) (1975)
A legação brasileira em Pretória, aberta em 1948, foi transformada em embaixada (1974), mas passou a ser chefiada por um encarregado de negócios – em linguagem diplomática, equivale a um nível inferior ao de embaixador –, em repúdio à política de apartheid.
Ainda no governo Geisel, o Brasil participou ativamente da Conferência Mundial de Ação contra o Apartheid (1977) e da Conferência Mundial de Combate ao Racismo e à Discriminação Racial (1978). O governo brasileiro reduziu o nível de contatos diplomáticos com a África do Sul, encerrou as atividades de promoção comercial em Pretória, fechou o consulado na Cidade do Cabo e tomou medidas administrativas para implementar o embargo de armas obrigatório decretado pelo CSNU em 1977.
As duas crises do petróleo + revolução dos cravos explicam a superação gradual do comércio quase exclusivo com a África do Sul pelo intercâmbio crescente com Angola e Nigéria
Independências: Guiné-Bissau (1974), Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Cabo Verde (1975)
Em 1974, o embaixador brasileiro Ítalo Zappa partiu em missão à África, com o objetivo de estabelecer contatos de alto nível com os líderes dos principais movimentos de liberação que atuavam na África portuguesa. Em diálogo com os líderes da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Zappa recebeu críticas à maneira como o Brasil se comportara frente à questão colonial portuguesa na África.
Em 1983, o presidente Figueiredo realizou a visita inédita de um presidente sul-americano ao continente africano, incluindo passagens por Argélia, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Nigéria e Senegal.
Aprofundamento do distanciamento da África do Sul = negativa da proposta dos EUA para criação da OTAS + Brasil votou a favor de resolução da AGNU de 1985 (A/RES/40/64) que condenou o regime racista da África do Sul e conclamou o CSNU a aplicar sanções + O governo brasileiro também criticou a ingerência sul-africana na guerra civil angolana (com participação Cubana até 1990)
1985 = decreto proibiu todas as atividades de intercâmbio cultural e esportivo com a África do Sul, além de reafirmar a proibição de venda e/ou trânsito de armas em território nacional que se destinassem àquele país.
1986 = criação da ZOPACAS por resolução da AGNU e iniciativa BR = diálogo e cooperação / adota em sua III reunião a Declaração de Desnuclearização do Atlântico Sul.
O compromisso dos países da ZOPACAS com a desnuclearização da região foi formalizado por meio do Tratado de Tlatelolco, do Tratado da Antártida e do Tratado de Pelindaba40 – que declaram serem zonas livres de armas nucleares, respectivamente, a América Latina e o Caribe, o continente antártico e a África.
Em 1987, o presidente Sarney recebeu o arcebispo sul-africano Desmond Tutu em Brasília e o condecorou por sua luta contra a segregação racial na África do Sul.
Em 1992, deu-se o levantamento parcial das sanções brasileiras. Em 1994, após o fim do regime de apartheid e a realização de eleições na África do Sul, com a vitória de Nelson Mandela, ocorreu o levantamento total das sanções.
Anos 1990 = proliferação das missões de paz e participação BR na África (+1000 militares enviados para Angola). Embora Sombra Saraiva apelide o período de “Grande Sonolência”, por parte do BR = queda do comércio para níveis do anos 60
1996 = FHC visita Angola e a África do Sul (primeira visita de um presidente brasileiro), dando início as negociações SACU-MERCOSUL assinado em 2008 e em vigor em 2016
Fórum Brasil-África (2003) (Gestão Amorim) = adoção do discurso de solidariedade periférica, de não-indiferença e de cooperação sul-sul (desenvolvimento como forma de se atingir a paz) /
Petrobrás na Nigéria e Angola (águas profundas = estruturas geológicas irmanadas ao pré-sal) / Fiocruz em Moçambique combatendo a AIDS / Vale em Moçambique
Incentivo BR para a produção de biocombustíveis no continente = incentiva a agricultura familiar, contribui a segurança energética e ao meio ambiente = EMBRAPA em Gana
** O Brasil tem parcerias estratégicas com Angola e África do Sul e tem mecanismos de diálogo estratégico com Argélia, Egito e Nigéria **
No contexto da “diversificação de parcerias” promovida pelo governo Lula, foram abertas ou reativadas 19 embaixadas brasileiras na África, totalizando 37, e 19 novas embaixadas africanas em Brasília, totalizando 35. Assim, Brasília tornou-se a capital latino-americana com o maior número de embaixadas africanas. Em esforço de readequação dos recursos humanos e financeiros, foram fechadas, em 2020, as embaixadas do Brasil na Libéria e em Serra Leoa.
A reabertura da embaixada do Brasil em Adis Abeba, sede da UA, em 2005, refletiu o interesse brasileiro em acompanhar as atividades da organização. O Brasil passou a ser convidado, desde então, a participar de eventos da UA na condição de observador.
(a embaixada do Brasil em Adis Abeba (Etiópia) fora aberta nos anos 1960, mas desativada no final dessa década)
2023 = A relevância do relacionamento do Brasil com a União Africana é ilustrada pelo encontro bilateral, à margem da Cúpula do G-7, em Hiroshima, no Japão, do Presidente Lula e o Presidente de turno da União Africana. Na ocasião, Lula informou à entrada da União Africana como membro pleno do G-20, que o Brasil presidirá a partir de 1º de dezembro de 2023.
“O Atlântico torna-se cada vez mais mediterrâneo”
José Flávio Sombra Saraiva
Principais nomes e pontos da PEB Brasil x África
1- Primeiro embaixador Negro
2- Primeira visita oficial ao continente
3- Ano do périplo Africanos
4- Quatro motivos para conivência ao colonialismo português
5- Comex vis - resultado e volume em 2021
Raimundo Souza Dantas (primeiro embaixador negro)
Afonso Arinos de Melo Franco = primeira visita oficial ao continente Africano / Criação da divisão de África no Itamaraty
João Augusto de Araújo Castro (3D’s = descolonização)
Périplo Africano de Mário Gibson Barbosa em 1972 (não visitou colônias portuguesas)
4 motivos da conivência BR ao colonialismo português = proximidade política (Tratado de Amizade em 1953) + busca da preservação de mercados europeus + lobby português no Brasil (RJ, SP, Santos) + ideias do luso tropicalismo
Azeredo da Silveira (Ernesto Geisel) = condenava o apartheid e o sionismo como forma de racismo (inflexão) / Reconhecimento de Guiné Bissau *** e do Movimento para a Libertação de Angola (MPLA)
O Brasil foi o primeiro país depois da URSS a reconhecer a independência de Guiné Bissau e o primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola.
Fórum Brasil-África (2003) (Gestão Amorim)
Petrobras na Nigéria e Angola (águas profundas = estruturas geológicas irmanadas ao pré-sal) / Fiocruz em Moçambique combatendo a AIDS
“O Atlântico torna-se cada vez mais mediterrâneo”
José Flávio Sombra Saraiva
BR x África (atualmente) = maior população negra fora da África / reabertura de 19 embaixadas durante o governo Lula, chegando a 37 (2 foram fechadas) / Atualmente = 35 embaixadas / 2005 = reabertura da embaixada em Adis Abeba para acompanhar a União Africana / grande convergência multilateral / G4 apoia a posição Comum Africana / OMC = defesa da liberalização comercial agrícola / Cúpula América do Sul-África = ASA = criado no governo Lula e realizada reuniões até 2016 / o comércio cresceu 6 vezes de 2000-2014 e foi majoritariamente DEFICITÁRIO ao BR, por causa dos petróleos e fertilizantes (Argélia e Nigéria) / Egito como importante destino de exportações BR / a partir de 2015, queda brutal no comércio (redução para metade) / formação de militares da marinha da Namíbia no Brasil / desenvolvimento de mísseis com a África do Sul / 2019 = Grupo de Trabalho Ministerial de Acompanhamnto no Golfo da Guiné para combater ilícitos transnacionais / Cooperação agrícola = escritório da Embrapa em 2006 em Gana (fechado) + Fazenda Modelo no Mali para atender o COTTON-4 + parceria trilateral Japão e Moçambique chamada de PRO-SAVANA finalizado em 2020 (baseado no PRODECER) / Cooperação na saúde = Fiocruz em Moçambique com construção de fábrica de medicamentos + instalação de bancos de leite humano em Moçambique para reduzir a mortalidade infantil (junto à CPLP)
Comex vis 2021 = 16 bi de corrente e 3 bi de SUPERÁVIT / déficits de 2011-2015 e superávits a partir de 2016 em todos os anos
Exportação = açúcar e melaço (33%), milho, carne, ferro e soja
Importação = fertilizantes (43%) e petróleo (27%), alumínio
CONSELHO DE SEGURANÇA
1- 3 principais funções
2- Conteúdo do Capítulo VI, VII, 41 e 42 da Carta da ONU
3- diferença do voto do conselho para questões substantivas e questões procedimentais
4- duas exceções à proibição do uso da força
5- Conteúdo da reforma do G4
6- 3+ situações em que o CSNU autorizou o uso da força
As principais funções do Conselho de Segurança são:
1) aprovar resoluções vinculantes sobre temas de paz e segurança;
2) Indicar o nome do Secretário-Geral;
3) Participar da eleição dos juízes da Corte Internacional de Justiça.
Função principal: busca da paz e segurança / reflexo da ordem de poder de seu tempo / 5+10 membros (última reforma 1965) / oposição URSS e UK para vaga permanente do Brasil na sua criação / descompasso com um mundo multipolar / falha nos objetivos em 1990 (Iugoslávia e Ruanda) e 2010 (Líbia e Síria)
Os membros não permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, em número de dez, devem ser eleitos pela Assembleia Geral com base, entre outros critérios, na distribuição geográfica equitativa – CERTO
As funções do Conselho de Segurança são regidas pelo Capítulo VI (Resolução Pacífica de Controvérsias) e pelo Capítulo VII da Carta da ONU (Uso da Força e Imposição de Sanções). O artigo 41 prevê embargos econômicos e o artigo 42 prevê o uso da força militar.
Artigo 27 da Carta da ONU = trata da questão do voto no Conselho de Segurança
** o artigo 27 afirma que a PARTE em controvérsia ligada ao capítulo VI (solução pacífica de controvérsias) ou ao artigo 52 (acordos regionais), ainda que membro permanente no Conselho, não poderá votar ou vetar resoluções! **
No entanto, as decisões do Conselho de Segurança com base no capítulo VI (solução pacífica de controvérsias) NÃO são obrigatórias, são recomendações, o que na prática não faz diferença para aquele envolvido que está impedido de votar ou vetar
Além disso, não se pode exercer o poder de veto quando a questão for de natureza PROCEDIMENTAL = exemplo: ordem de manifestação durante as reuniões. Tais questões demandam 9 votos a favor e não há veto!
O artigo 27 da Carta da ONU estabelece o processo decisório do Conselho de Segurança. Define a necessidade de 9 votos afirmativos (incluindo os 5 permanentes) para questões substantivas, e 9 votos afirmativos ( indefinidos em relação aos membros) em questões procedimentais. Nota-se que a palavra “veto” não está explicitada na Carta.
Na prática, uma nova interpretação se desenvolveu, desde a Guerra da Coreia em 1953, afirmando que abstenções não seriam encaradas como veto, no intuito de evitar a paralisação das ações da ONU (padrão de consenso).
A Carta prevê que, nas decisões referentes à solução pacífica de controvérsias (Capítulo VI e art. 52.3), o membro que for parte em uma controvérsia deverá abster-se de votar (art. 27.3). Além disso, qualquer membro da ONU pode participar, sem direito a voto, na discussão de questões submetidas ao CSNU que afetem seus interesses (art. 31). O CSNU pode, também, convidar Estados que não sejam membros da ONU a participar de discussões referentes a controvérsias de que sejam partes (art. 32).
Conforme esclareceu a Corte Internacional de Justiça em parecer consultivo no caso Namíbia (Legal Consequences for States of the Continued Presence of South Africa in Namibia (South West Africa) notwithstanding Security Council Resolution 276) (Parece consultivo solicitado pelo Conselho à CIJ), emitido em 1971, as resoluções do CSNU que versam sobre questões relacionadas à paz e à segurança internacionais são obrigatórias em virtude do art. 25 da Carta da ONU, ** ainda que NÃO seja invocado o Capítulo VII da Carta da ONU **. Dessa forma, desempenhando o CSNU sua responsabilidade primária em matéria de paz e segurança internacionais, estabelecida no art. 24 da Carta da ONU, esse órgão pode obrigar a sociedade internacional como um todo a seguir suas decisões, ainda que no âmbito do Capítulo V ou VIII da Carta da ONU
** Em outras palavras: as resoluções de paz e segurança (responsabilidade primária do Conselho) podem ser obrigatórias ainda que não se pautem no artigo VII da Carta **
CSNU não emite somente resoluções obrigatórias, possuindo somente poderes para adotar recomendações quando a temática por ele discutida estiver relacionada à solução pacífica de conflitos internacionais (Artigo 6º)
O artigo 42 prevê, assim, uma das exceções à proibição do uso da força contida no artigo 2 (4) da Carta ( uso da força mediante autorização do conselho). Outra exceção é aquela indicada no artigo 51, que trata da legítima defesa individual ou coletiva no caso de um ataque armado contra um membro da ONU.
EXCEÇÕES AO USO DA FORÇA = autorização do conselho ou legítima defesa (artigo 42)
O Capítulo VIII da Carta refere-se à existência de acordos e entidades regionais que abordem assuntos relativos à manutenção da paz e da segurança internacionais. Nos termos do artigo 52.1, tais acordos e entidades estão autorizados, desde que sejam compatíveis com os propósitos e os princípios das Nações Unidas.
Uso da força por organizações regionais = O uso da força só é permitido com autorização do Conselho ou em legítima defesa no DIP atual (Artigo 53 da Carta da ONU). Consequentemente, o art. 53, §1o da Carta da ONU expressa taxativamente que organizações internacionais de âmbito regional somente poderão levar a efeito ações coercitivas na sua esfera de atuação mediante autorização do CSNU (A quarentena [bloqueio marítimo] da OEA em relação à Cuba em 1962 foi uma violação, por uso da força sem autorização)
Cabe ressaltar, todavia, que nada impede que essas organizações possam ser convidadas/acionadas pelo Estado que sofreu a agressão para defendê-lo militarmente em situações em que a legítima defesa é autorizada pelo DIP (legítima defesa). O instrumento constitutivo da OTAN, por exemplo, prevê em seu artigo 5º que um ataque a um dos seus Estados-membros é considerado como sendo um ataque a todos os demais (legítima defesa coletiva), que devem assegurar sua proteção em tais situações
A ausência ou a abstenção de um membro permanente em uma votação no CSNU não configura veto e não impede, portanto, a aprovação de uma resolução (desde que ela obtenha, naturalmente, pelo menos nove votos favoráveis).
G4 (2005) = Índia, BR, Alemanha e Japão = 15 para 25 vagas (sendo 6 permanentes = 4 para o grupo e 2 para África) (rediscussão do poder de veto em 2020) / EUA apoia individualmente a Índia / A Rússia apoia o Brasil (assim como França e Reino Unido)
Apoio regional ao pleito do BR como Membro Permanente do Conselho:
Já no primeiro ano do governo Lula, o Brasil obteve apoio da maioria dos países sul-americanos = Peru (2003 / uso do SIVAM), Bolívia (2003 / Perdão da dívida externa e empréstimos via BNDES), Uruguai (2003), Equador (2003), Suriname (2003), Guiana (2003), Chile (2010), Venezuela (2011), Cuba, El Salvador, Guatelama, Jamaica e República Dominicana / concretizando apoio de 10 dos 12 países Sul Americanos
Principais obstáculos vindos de Argentina, Colômbia e México
** Durante o período da ditadura militar, o Brasil ficou duas décadas fora do CSNU, entre 1968 e 1988 (+ longo período) **
A presidência do CSNU é exercida por seus membros de maneira rotativa, ** durante um mês **, seguindo a ordem alfabética dos nomes dos membros em inglês.
Com o objetivo de garantir a paz e a segurança internacionais, o CSNU já autorizou o emprego de “todos os meios necessários” – inclusive o emprego da força militar – por coalizões de países em situações como: para repelir a invasão norte-coreana à República da Coreia (1950); para repelir a invasão do Iraque ao Kuwait (1991); para proteger operações humanitárias na Somália (1992); para restaurar o governo democraticamente eleito no Haiti (1994); para proteger operações humanitárias na Albânia (1997); para restaurar a paz e a segurança no Timor-Leste (1999 e 2006); e para proteger a população civil na Líbia (2011). Nessas situações, o CSNU autorizou a criação de forças multinacionais sob comando de determinados países. Não se tratou, portanto, de operações de paz da ONU, que são concebidas sob o arcabouço institucional das Nações Unidas. Em 1999, o Brasil enviou tropas para a Força Internacional para o Timor-Leste (INTERFET), força multilateral liderada pela Austrália.
ARTIGO 41 - O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os Membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos , postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações diplomáticas.
As duas primeiras ocasiões em que o CSNU impôs sanções voluntárias foram contra os regimes de apartheid da África do Sul (1963) e da Rodésia do Sul (1965) (Atual Zimbabue). Tais medidas foram posteriormente transformadas em regimes de sanções obrigatórios para todos os membros da ONU contra a África do Sul (1977-1994) e contra a Rodésia do Sul (1966-1979).
Também foram criações do Conselho de Segurança = Tribunais para Ex-Iugolásvia e Ruanda + Comitê Antiterrorismo após os atentados para monitorar a implementação da resolução S/RES/1373 (2001)
Entre os P5, o Brasil já recebeu apoio explícito da França, do Reino Unido e da Rússia a seu pleito a um assento permanente no CSNU.
Por meio de uma resolução aprovada por consenso pela AGNU em 2022, os Estados membros da ONU decidiram que, sempre que ocorrer uso do veto por um ou mais membros permanentes no Conselho de Segurança, o secretário-geral da ONU deverá convocar uma reunião formal da AGNU (não confundir com “sessão especial de emergência da AGNU”, a qual pode ser convocada pelo CSNU ou maioria da AGNU). Nessa sessão, os membros deverão debater a situação em que o veto foi empregado e deliberar sobre as providências cabíveis, dentro das atribuições da Assembleia
A presidência do CSNU é mensal e segue a ordem alfabética dos membros do CSNU. O embaixador Cyro de Freitas-Valle
presidiu o CSNU em seu segundo mês de existência. Não houve resoluçõs aprovados.
Uma SESSÃO ESPECIAL de emergência da Assembleia Geral das Nações Unidas pode ser convocada pelo Conselho de Segurança, em votação seguindo o rito de questão processual, ou por votação afirmativa da MAIORIA dos membros presentes e votantes na Assembleia Geral (não é 2/3)
5+ Credenciais BR para o Conselho de Segurança
território (5º), economia (12º), população (6º), ampla rede diplomática – relações com todos os países da ONU (199) / apoiado por França, UK e Rússia + apreço dos EUA / China obsta o pleito do g4, por causa de Índia e Japão / Ocupou 11 vezes o assento não-permanente, igual ao Japão / participou ativamente de missões de paz – UNIFIL, MONUSCO e MINUSTAH / país defensor da paz e do multilateralismo / ausência de representantes da América Latina /
“Deve-se evitar a armadilha das impossibilidades imaginárias” Ex-chanceler Celso Amorim.
Desarmamento e TNP
1- Resolução número 1 da AGNU
2- Quantidade de armas nucleares e gasto para mantê-las
3- tripé do TNP
4- Posição BR
5- Conteúdo do Artigo 4º e 6º do TNP
6- Artigo Constitucional sobre uso pacífico
7- Ano de assinatura de Tlatelolco e da constituição da ZOPACAS
8- Ano e partes do Acordo Quadripartite
9- dois tratados nucleares de que o Brasil não é parte
A Resolução número 1 da Assembleia-Geral das Nações Unidas cria a comissão sobre energia atômica, após Hiroshima e Nagasaki em 1945
“ Não há mãos certas para as armas erradas”
Ban Ki-Moon - ex-secretário geral da ONU
“Congelamento do poder mundial” = tese de Araújo de Castro em 1971 = a luta pelo desarmamento é uma luta por igualdade jurídica, nenhuma nação deve ter capacidade de coagir outra
166 mil armas nuclearas no mundo hoje
Hoje no mundo = 17 mil ogivas, 4 mil operacionais, gastos de 100 bilhões para manutenção
tripé do TNP = não proliferação, desarmamento e uso pacífico da energia nuclear (esse último no artigo 4º do TNP)
Posição BR = ** Desarmamento como objetivo central da PEB (não confundir com desnuclearização) / princípio Constitucional e humanitário das relações exteriores BR / proibição Constitucional pelo Artigo 21 da CFRB de adquirir arsenais nucleares / destaca-se o voto de Antônio Augusto Cançado Trindade na CIJ (Ilhas Marshall vs UK, Índia e Paquistão) para armas nucleares **
Armas nucleares = violam normas do direito humanitário (jus cogens para o CIJ e TPI) , princípios de humanidade e de guerra (identificação de civis e combatentes), uso desproporcional da força / ilegal pelo direito internacional
Fere os DH = epicentro axiológico do ordenamento BR
BR é a favor do terceiro pilar do TNP (artigo 4º) = uso de energia nuclear para fins pacíficos = medicina (radio fármacos), indústria (gamagrafia – radiografia por raios gama) e agricultura (traçadores nucleares)
TNP (1968) = artigo 6 = Estados Nucleares devem se desarmar por meio de negociações envolvendo todos os Estados (sem avanços)
Tratado de Tlatelolco (1967, porém o Brasil adere em 1992) = proscrição na América Latina e Caribe e criação do OPANAL / TNP (1968 / 1998)
Artigo 21, inciso 23, da Constituição: a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
Assinatura do TNP em 1998 no governo FHC (em 1968 alegou já ter assinado Tlatelolco - proscrição na América Latina e Caribe)
BR celebrou acordo de proibição de armas biológicas em 1972 e o Tratado da Antártica (proíbe testes naquela região)
3 princípios do TNP = desarmamento, cooperação tecnológica pacífica e de não proliferação (o foco se concentrou no último)
A Coreia do Norte somente denunciou o TNP em 2003 e o Irã sempre foi Estado-parte ***
1974 = Fiscalização pelo NSG = Grupo de Fornecedores Nucleares, criado em resposta ao teste realizado pela Índia
Criação da ZOPACAS (1986) = Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul = iniciativa BR = abrange as duas margens do Atlântico = evitar a proliferação de armamentos nucleares e a presença militar externa = cooperação regional e manutenção da paz (Sarney x Afonsín) (aprovação na ONU com voto contrário dos EUA) = zona livre da corrida armamentista (24 membros)
Na década de 1990, o Brasil ampliou seu engajamento no regime internacional de não proliferação nuclear. Embora o Brasil não tenha firmado o Protocolo Adicional aos acordos de salvaguardas da AIEA, entraram em vigor para o país, ainda nessa década, o Tratado de Tlatelolco (1994), o Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares (1998), o Acordo de Guadalajara (1991) e o Acordo Quadripartite para a Aplicação de Salvaguardas (1994)
Agência Brasileira-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) (1991) com participação da AIEA / O Acordo Quadripartite, entre Brasil, Argentina, ABACC e Agência Internacional de Energia Atômica, estabelece um dos mais estritos regimes de controle em matéria nuclear do mundo.
Em 1991, foi assinado o Acordo Quadripartite Brasil-Argentina-ABACC-AIEA, que regulou a aplicação de salvaguardas abrangentes em todas as instalações nucleares dos dois países. Assim, Brasil e Argentina tiveram o Reconhecimento do Grupo de Supridores Nucleares de que o Acordo Quadripartite é uma alternativa válida ao Protocolo Adicional do TNP. O Brasil não adotou o Protocolo Adicional do TNP.
A ABACC é peça central do modelo de salvaguardas nucleares aplicável ao Brasil e à Argentina e foi resultado de bem-sucedida engenharia diplomática e técnica. Sua implementação permitiu a ambos os países superar desconfianças no campo nuclear e forjar um caminho de transparência e cooperação.
A aprovação, por consenso, da resolução sobre a ABACC pela Assembleia Geral em 2021 demonstra o reconhecimento pela comunidade internacional da significativa contribuição da agência brasileiro-argentina para o regime internacional de não proliferação e desarmamento nucleares.
Tratado de Interdição Completa dos Ensaios Nucleares (1996)
BR = 2000 = Nova agenda = busca da implementação do Artigo 6 do TNP = Estados Nucleares devem se desarmar por meio de negociações envolvendo todos os Estados (sem avanços) / 2000 = BR lança a iniciativa “13 passos práticos para implementação do Art. 6º do TNP” (Nova AGENDA), com a possibilidade de tornar o Oriente Médio uma zona de desarmamento
2017 = Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares [TPAN] (ONU (Brasil é proponente e 1º assinatura) (falha do desarmamento do TNP após 50 anos)
Defesa dos países nucleares = existência de armamentos para assegurar a destruição mútua assegurada (MAD) e evitar o “First Strike” / desenvolvimento de escudos antimísseis (THAAD, DEVESELU, BADZ, HETZ, A-135) diminuem o argumento de destruição mútua assegurada (MAD) /
BR defende o uso pacífico = energia nuclear, medicinal, gamagrafia e agricultura / BR possui a 6ª maior reserva de urânio do mundo / BR adora postura pacifista e voltada ao crescimento sustentável / Ao mesmo tempo defende a segurança energética + autonomia brasileira + questão de soberania e geopolítica + proposta de construção de Angra III (obras paralisadas desde 2015 pela Lava Jato) (Obra de infraestrutura mais cara do Brasil) / Brasil integra o Grupo de Supridores Nucleares
4 Tratados que o Brasil não fez o depósito = Protocolo Adicional da AIEA + Convenção de Budapeste sobre Crimes Cibernéticos (está no Congresso = foi aprovada em dezembro de 2022) + Convenção sobre Munições Cluster + Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares (TPAN)
Relações BR-ARG (1945-1980)
1- Perón-Vargas (1)
2- JK x Arturo Frondizi (2)
3- Jânio e Jango x Frondizi (3)
4- Castello Branco (1)
5- Geisel - problema em 1977 (1)
6- Figueiredo x Viola (2)
7- Acordo de 1988
8- Ata de Buenos Aires (1)
Começa com rivalidade conjuntural e atinge paradigma da integração / precedentes: Tríplice Aliança (1864), cordialidade oficial de Roca (1880) e Pacto ABC
Lembrar: Vargas-Perón + JK-Frondizi + Jânio-Jango-Frondizi
1916 = O Tratado ABC foi ratificado pelo BR e impedido de entrar em vigor pela ascesão do radical Argentino Hipólito Yrigoyen em 1916, não se esforçando para aprovação pelo parlamento argentino.
1943 marca o golpe da facção nacionalista Argentina, derrubando Ramires e ascendendo Perón com a terceira via = neutralista e autônoma na Guerra Fria
Ata de Chapultepec (1945) = solidariedade interamericana = agressão contra um seria considerada contra todos
Vargas-Perón (1952) = identificação de projeto desenvolvimentista, forte apelo popular = Perón propõe revitalizar o PACTO ABC – prejudicado pelo momento polarizado e pelo ex chanceler João Neves da Fontoura (acusação da formação de uma República Sindicalista Una) = acelera a crise de 1954 / Queda de Perón em 1955
JK x Arturo Frondizi = aproximação, abordagem pan-americanista, alinhamento aos USA + cooperação industrial em 1959 + Frondizi recebe bem a proposta da OPA na Conferência de Punta Del Este em 1962,
Jânio e Jango X Frondizi = ponto alto da relação + PEI gera “Uruguaiana” = Acordo de Cooperação e Amizade + BR e ARG na composição do OUTERSIX (abstenção da suspensão de Cuba da OEA) + Arg adere ao movimento dos não-alinhados (BR como observador) + ambos sofrem golpe de estado (1962 e 1964)
O Grande resultado do Espírito de Uruguaiana (Arturo Frondizi x JK e Jânio) durante a PEI foi a assinatura do Convênio de Amizade e Consulta - símbolo do período de aproximação e convergência e que foi na contramão das relações marcadas por desencontros e desconfianças. Frondizi é derrubado em 1962 e a amizade só retorna na década seguinte.
Castello Branco = afastamento + aproximação do PY de Strossener + Ata das Cataratas (1966) + Questão das águas + visão de desconfiança + ápice do conflito em
Geisel = fechamento do túnel Cuevas-Caracoles, seguido da fronteira em 1977
1979 fim do celeuma pelo Acordo Tripartite (Saraiva Guerreiro – governo Figueiredo) (Argentina buscou evitar ameaças em duas frentes pois disputava as ilhas Lennon, Picton e Nueva com o Chile)
anos 1980 = início da reaproximação e acordos nucleares no ano seguinte (Figueiredo x Viola) e declaração de Iguaçu (Sarney e Afonsín)
1982 = BR reafirma posicionamento de 1833 nas Malvinas
1988 = Acordo de Cooperação, Desenvolvimento e Integração previa, em uma primeira etapa, a retirada de todos os obstáculos tarifários ou não tarifários ao comércio de bens e serviços em um prazo máximo de dez anos.
1990 = A Ata de Buenos Aires, assinada em 1990, previu a constituição do Grupo Mercado Comum entre Brasil e Argentina. Para tanto, criou o Grupo Mercado Comum.
A Ata de Buenos Aires, firmada pelos presidentes Fernando Collor e Carlos Menem em 1990, estabeleceu como meta a conformação de um mercado comum bilateral entre o Brasil e a Argentina até o fim de 1994.
Mercosul – NÃO confunda:
Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento (1988) = prevê a constituição de uma área de livre comércio entre BR e ARG em até DEZ anos (1998)
Ata de Buenos Aires (1990) = altera a meta e o prazo = prevê um MERCADO COMUM até 1994
Assinado em 1990 por Brasil e Argentina, o ACE Número 14, mecanismo de integração econômica no âmbito da ALADI, tornou-se o referencial para a adoção do Tratado de Assunção, que criou o MERCOSUL em 1991.
Relações nucleares BRxARG a partir de 1980
1- Acordo assinado em 1980 e presidentes responsáveis
2- Declaração assinada em 1987 e presidentes responsáveis
3- COBEN de 2008 (1) e CPPN
Em 1980, Brasil e Argentina assinaram o Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e a Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear, inaugurando uma década de aproximação estratégica que colocaria um fim definitivo na competição e na desconfiança entre os dois vizinhos. Esse acordo é a materialização da visita de Figueiredo a Buenos Aires, em 1980, que foi seguida da visita de Videla a Brasília, no mesmo ano. Houve, ainda, vários acordos de cooperação firmados.
A Declaração de Viedma, assinada em 1987 por José Sarney e Raúl Alfonsin, mencionou a possibilidade de cooperação técnica para a integração das indústrias nucleares dos dois países.
Acordo nuclear (1980) da aproximação Sarney Alfonsín (marco nas relações e superação da crise) -> criação da ABACC (1991) -> Acordo Quadripartite = BR+ARG+ ABACC+ AIEA
No âmbito nuclear, Brasil e Argentina ainda têm outros mecanismos de concertação, como:
1) A Comissão Binacional de Energia Nuclear (COBEN) = A COBEN foi criada em 2008 e é responsável pela cooperação entre Brasil e Argentina na construção do reator multipropósito e de centrífugas para enriquecimento de urânio.
2) O Comitê Permanente de Política Nuclear (CPPN).
O Comitê Permanente de Política Nuclear, criado em 1988, é a mais alta instância de coordenação bilateral entre as chancelarias do Brasil e da Argentina nas áreas política, técnica e empresarial do setor nuclear.
Ambos estão no TNP, Tlatelolco, Grupo de Supridores Nuclear, defesa do artigo 6 do TNP e Coalização da Nova Agenda / observação: o Tratado de Não- Proliferação prevê a possibilidade de arranjos regionais que reforçam o regime de não proliferação, como no sistema interamericano, representado pelo Tratado de Tlatelolco
Em 2021, comemora-se o 30º Aniversário da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), criada por meio do Acordo entre Brasil e Argentina sobre o Uso Exclusivamente Pacífico da Energia Nuclear, assinado em 18 de julho de 1991, em Guadalajara, México. Após a criação da ABACC, foi assinado o Acordo Quadripartite Brasil-Argentina-ABACC-AIEA, que regulou a aplicação de salvaguardas abrangentes em todas as instalações nucleares dos dois países. ** O Acordo Quadripartite foi reconhecido pelo Grupo de Supridores Nucleares como substitutivo ao Protocolo Adicional ao TNP **
O diplomata argentino Rafael Grossi foi reconduzido, com o apoio do Brasil, a mais um mandato no cargo de diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), no período 2024-2027.
MULTILATERALISMO EM CHEQUE (10+)
Paralisação da Rodada Doha -> favorecimento das negociações regionais fechadas / aumento do REGIONALISMO FECHADO (desvio de comércio ao erguer barreiras) + imposição de regras pelos países desenvolvidos + menor poder de barganha dos países em desenvolvimento + condições menos favoráveis + países desenvolvidos RULE MAKERS (controle da agenda e dos temas) + menor articulação entre os países em desenvolvimento (g4, g20 agrícola, etc) = menor articulação e defesa de seus interesses /
Exemplos: Parceria Trans Pacífico (TPP) e Acordo Trans Atlântico (EUA-UE) (TIPP)
Há grande potencial de que as regras definidas em acordos como TPP, TTIP e RECEP tornem-se padrão internacional, podendo ser incorporadas ao arcabouço da OMC, ou esvaziar sua utilidade ainda mais
A TPP prevê o aprofundamento das regras em temas já negociados no âmbito da OMC (OMC plus = propriedade intelectual e serviços) e regula temas em que não há acordo multilateral (OMC extra = convergência regulatória, compras governamentais, comércio e meio ambiente e comércio e normas trabalhistas) (enfraquecimento das negociações multilaterais na OMC)
TPP = EUA e Japão participam com pequenas economias como Malásia e Vietña, essas últimas praticamente aceitando o que é imposto (posição ambígua) e excluindo aqueles que não participam (desvantagem)
Países que não participaram das negociações antecedentes, neste caso, podem ter de desaceitar regras contrárias aos seus interesses
Regionalismo aberto = permitidas pelo artigo 24 do GATT-94
Regionalismo (aberto) x multilateralismo = os dois âmbitos não se excluem, mas, ao contrário, complementam-se / regionalismo aberto cria comércio ao reduzir barreiras e o fechado desvia comércio, ou seja, ergue barreiras
Multilateralismo
1- três vantagens
É intensificado após a reflexão e a descrença sobre o realismo (noção guiada apenas pela sobrevivência e segurança) pós II Guerra + crescimento da interdependência internacional (terrorismo, DH, aquecimento global)
O multilateralismo fornece legitimidade + capacidade de articulação de consensos (G20 agrícola e G77) + capital diplomático = transformação dos foros multilaterais no campo de atuação da nossa diplomacia
Diplomacia competente e profissional pode tornar um país um global player (Brasil)
Ganhou leve força com as ações da diretoria geral de Azevedo, inclusive com medidas de facilitação de comércio (Bali) e de proibição de subsídios agrícolas à exportação (Nairóbi) – RODADA DOHA
O Multilateralismo é um dos princípios da identidade internacional BR, devido à ausência de excedentes de poder
O Brasil possui identidade internacional baseada em princípios, como o Multilateralismo, não-intervenção, solução pacífica de controvérsias, respeito do direito internacional, tudo em busca de maior legitimidade internacional - Na medida em que o país não possui “excedentes de poder”, na expressão de Saraiva Guerreiro