Pré-operatório Flashcards

1
Q

No que consiste o período perioperatorio?

A

Período intraoperatorio até 48h de pós-operatório.

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Q

No que consiste o período pós-operatório tardio?

A

Após 48h até 30 dias de pós-operatório.

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3
Q

Como estimar o risco anestésico cirúrgico?

A

Através dos escores que avaliam os:
- Risco anestésico (escore ou classificação ASA);
- Risco cardiovascular (índice de risco cardíaco revisado IRCR e/ou índice de Lee);
- Risco pulmonar.

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4
Q

Como proceder com pacientes em uso de anticoagulantes e que irão se submeter a cirurgia eletiva?

A

Cumarínicos (ex: Warfarin): Suspender 5 dias antes da cirurgia. Em pacientes internados a suspensão do cumarínico deve ser acompanhada da introdução de HNF em bomba de infusão contínua. Caso não haja risco elevado de sangramento, sua reintrodução pode ser feita 24h após a cirurgia juntamente com uma Heparina, já que o cumarínico levará 5 dias para alcançar efeito de anticoagulação plena.

HNF em dose anticoagulante (plena ou terapêutica): Suspender 6h antes da cirurgia. Reintrodução 12-24h do pós-operatório.

HBPM em dose anticoagulante: Suspender 24h antes da cirurgia. Reintrodução 12-24h do pós-operatório.

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5
Q

Como proceder com pacientes em uso de cumarínicos (ex: Warfarin) e que irão se submeter a cirurgia de emergência?

A
  • Plasma fresco congelado 15-20 ml/kg IV
    +
  • Dose de vitamina K 10 mg
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6
Q

Como proceder com pacientes em uso de heparina e que irão se submeter a cirurgia de emergência?

A

Sulfato de protamina na dose de 1 mg para cada 100 unidades de heparina.

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7
Q

Como proceder com pacientes em uso de AAS e que irão se submeter a cirurgia eletiva?

A

Suspender uso 7 a 10 dias antes da cirurgia.

Com exceção para pacientes com stent coronariano ou com eventos recentes de IAM, síndromes coronarianas e AVC.

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8
Q

Qual o mecanismo de ação do clopidogrel?

A

Inibe o receptor P2Y das plaquetas levando a prejuízo na agregação plaquetária.

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9
Q

Como proceder com pacientes em uso de clopidogrel e que irão se submeter a cirurgia eletiva?

A

Suspender 5 dias antes da cirurgia.

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10
Q

Como proceder com pacientes em uso de AINEs e que irão se submeter a cirurgia eletiva?

A

AINEs devem ser suspensos 1-3 dias antes do procedimento cirúrgico.
1 dia: ibuprofeno, Indometacina;
3 dias: naproxeno.

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11
Q

Como o uso crônico de corticosteróides pode suprimir o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (EHHA)?

A

O uso prolongado de corticóide inibe a secreção do hormônio hipotalâmico liberador de corticotrofina. A falta de estimulação hipofisária acarreta em atrofia e redução do nº de corticotrofos, que consequentemente produzirão menor quantidade de corticotrofina (ACTH). Como o ACTH, além do papel de estimular a síntese e secreção de cortisol, também tem efeito trófico sobre as células corticais, a redução prolongada do ACTH causa atrofia das zonas fasciculada e reticular do córtex adrenal. Dessa forma, quando o organismo precisa de cortisol para lidar com o estresse cirúrgico-anestésico, a produção do hormônio pode não ser suficiente, resultando em insuficiência adrenal.

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12
Q

Qual a dose de prednisona que já tem capacidade de inibir o Eixo-Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (EHHA)?

A

Doses entre 5 mg por 3 semanas.
Obs.: Doses inferiores a 5 mg ou qualquer dose de glicocorticóide usada por menos de 3 semanas não são capazes de suprimir o EHHA. Nesses casos não é preciso suspender o uso durante programação cirúrgica.

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13
Q

Como saber se há insuficiência adrenal em pacientes em uso de corticóide, e qual medida tomar para que isso não venha a trazer prejuízo ao paciente?

A

Pode-se testar a reserva adrenal através de teste rápido utilizando 1g de ACTH. Caso confirme-se insuficiência adrenal, inicia-se suplementação intravenosa de hidrocortisona.

Na prática a dose de hidrocortisona é iniciada sem que antes seja realizado o teste de reserva adrenal. As doses estão descritas abaixo:

Estresse cirúrgico baixo: Dose habitual de prednisona. Na presença de um ou mais sinais de falência adrenal (ex: hipotensão inexplicada) adiciona-se uma dose de 25 mg de hidrocortisona.

Estresse cirúrgico moderado: 50 mg de hidrocortisona antes da indução anestésica, seguida de 25 mg de 8/8 h por 24-48h. Após esse período volta-se a utilizar apenas a dose habitual de prednisona.

Estresse cirúrgico elevado: 100 mg de hidrocortisona antes da indução anestésica, seguida de 50 mg de 8/8 h por 48-72 h. Após esse período volta-se a utilizar apenas a dose habitual de prednisona.

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14
Q

Como proceder com pacientes em uso de antidepressivos e que irão se submeter a cirurgia?

A

ISRS podem ser usados, exceto em neurocirurgias.
Inibidores da MAO devem ser suspensos 14 dias antes da cirurgia, pois bloqueiam enzimas hepáticas, trazendo prejuízo no metabolismo de opióides, levando a depressão respiratória, sedação prolongada e colapso cardiovascular.

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15
Q

Como proceder com pacientes em uso de anticoncepcionais ou de terapia de reposição hormonal (TRH) e que irão se submeter a cirurgia eletiva?

A

Suspender uso 4-6 semanas antes da cirurgia pelo risco de trombose.

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16
Q

Deve-se cessar o tabagismo quanto tempo antes do procedimento cirúrgico?

A

8 semanas.

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17
Q

Como proceder com pacientes em uso do fitoterápico ginkgo biloba e que irão se submeter a cirurgia?

A

Suspender uso 36 h antes da cirurgia por interferência na função plaquetária.

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18
Q

Como proceder com pacientes em uso do fitoterápico como extrato de alho e que irão se submeter a cirurgia?

A

Suspender o uso 7 dias antes da cirurgia.

18
Q

Como proceder com pacientes que irão se submeter a cirurgia e fazem uso de alguma dessas drogas? Estatinas, broncodilatadores, anticonvulsivantes, levotiroxina e drogas antitireoidianas.

A

Manter o uso até o dia da cirurgia.

19
Q

Quando e como deve ser realizada a tricotomia pré-cirúrgica?

A

1- Realizar higienização com solução degermante anti-séptica no dia anterior.

2- No bloco cirúrgico se faz o preparo da pele inicialmente com solução degermante (ex: clorexidina) seguida de solução alcoólica (ex.: clorexidina solução alcoólica).

3-Imediatamente antes da cirurgia, utilizando máquina elétricas com ‘‘cabeça descartável’’. Os cremes depilatórios também podem ser usados, apresentando taxa de infecção ainda menor.

19
Q

Quais as cirurgias que necessitam de antibioticoprofilaxia?

A
  • Cirurgias limpas: Não precisa de antibioticoprofilaxia. Exceção para utilização de material sintético (tela, próteses vasculares ou ortopédicas), incisão óssea, cirurgias de vasos abdominais, neurocirurgias e cirurgias cardíacas.
  • Cirurgias potencialmente contaminadas e Cirurgias contaminadas: Se faz antibioticoprofilaxia. Ex: Cefazolina + Metronidazol
  • Cirurgias infectadas: Não se faz antibioticoprofilaxia, mas sim antibioticoterapia.
20
Q

Quais os principais agentes etiológicos envolvidos na infecção de feridas operatórias (FO) de cirurgias limpas?

A
  • Staphylococcus aureus
  • Staphylococcus coagulase negativo (Staphylococcus epidermidis).
21
Q

Quais os antibióticos mais usados na profilaxia de cirurgias limpas?

A

Cefalosporinas de 1ª geração (principalmente a cefazolina)

Dose?

22
Q

Quantas doses de antibiótico profilático são necessárias em cirurgias?

A

1ª dose durante a indução anestésica ou 30 min antes;
2ª dose 3h após a 1ª dose.
Obs: Caso haja sangramento importante o ATB pode ser ‘‘perdido’’, recomendando-se refazer a dose.

23
Q

Quando interromper a profilaxia antimicrobiana cirúrgica?

A

Geralmente ao término da cirurgia. Pode-se prolongar a antibioticoprofilaxia até 24h de pós-operatório.
Obs.: Pacientes em uso ATB por muitos dias após cirurgia não estão fazendo antibioticoprofilaxia e sim antibioticoterapia.

24
Q

Qual o tempo de jejum para líquidos claros antes de procedimentos cirúrgicos?

A

2 h

25
Q

Qual o tempo de jejum para alimentos sólidos e líquidos não claros antes de procedimentos cirúrgicos?

A

6h

26
Q

No que se baseia a decisão de fazer ou não antibioticoprofilaxia cirúrgica?

A

Grau de contaminação

27
Q

Quais são os exames pré-operatórios de rotina?

A

1- Hemograma;
2- Eletrólitos (Na, K, Cl, Ca, Mg);
3- Uréia;
4- Creatinina;
5- Coagulograma (TP, TTPA, INR, AE);
6- Glicemia de jejum;
7- Marcadores de lesão hepática (ALT, AST)
8- Albumina;
9- ECG + Parecer cardiológico ( > 45 anos ou em < 45 anos fumantes ou com comorbidades cardíacas);
10- Raio-x de tórax (para cirurgias torácicas, pacientes asmáticos ou com DPOC);
11- Beta-HCG (em mulheres em idade reprodutiva na manhã da cirurgia).

28
Q

Como é feita a avaliação nutricional pré-operatória?

A

Dosagem das proteínas:
- Albumina (meia-vida 14-18 dias);
- Transferrina (meia-vida 7 dias).

29
Q

Quais as implicações imunológicas em pacientes desnutridos?

A

Alterações na:
- Opsonização de bactérias;
- Ativação de complemento;
- Disfunção da imunidade celular

30
Q

Quais as principais indicações de hemotransfusão no preparo pré-operatório?

A

Hb < 6 g/dl;
Hb entre 6 e 10 g/dl na presença de doença isquêmica do miocárdio ou doença cerebrovascular Ou cirurgias com perda sanguínea estimada de 30 % da volemia.

31
Q

Se tratando de trombocitopenia, quais os valores de plaquetas que impedem procedimentos cirúrgicos?

A

< 100.000 mm3 impede cirurgias oftalmológicas e neurocirúrgicas;
< 50.000 mm3 impede qualquer procedimento cirúrgico.

32
Q

Como se dá o preparo pré-operatório de pacientes com doença de Von Willebrand?

A
  • Administração intraluminal ou intravenosa de vasopressina;
    OU
  • Infusão do concentrado do fator (FvW).
33
Q

Quais as principais bactérias que compõem a microbiota do cólon?

A

Bacteroides e Escherichia coli;

34
Q

Qual o nível ideal de glicemia no período intraoperatório?

A

Entre 80 e 180 mg/dl (segundo ADA; American Diabetes Association).

35
Q

Como proceder com pacientes em uso de hipoglicemiantes orais e drogas injetáveis não insulina, e que irão se submeter a cirurgia?

A

Não devem ser administrados na manhã da cirurgia, sendo sua última dose administrada na noite anterior.

36
Q

Como é feito o controle glicêmico em pacientes durante a cirurgia?

A

Em procedimentos de curta duração (tempo?) usa-se a escala de insulina regular subcutânea (SC) de acordo com a glicemia capilar:

HGT Dose de insulina regular (SC)
151-200—————–2U
201-250—————–4U
251-300—————–6U
301-350—————–8U
351-400—————–10U

Já em cirurgias de longa duração recomenda-se o uso de infusão (em preparações separadas) tanto de insulina regular quanto de glicose, com ajuste de acordo com a glicemia capilar.

  • Infusão contínua de insulina regular:
    50 unidades de insulina regular + 250 ml de soro fisiológico a 0,9% (5ml = 1U)
    DM1: dose inicial varia de 0,5-1 U/h
    DM2: dose inicial 1-2 U/h

Glicemia:
120-160:aumentar infusão em 0,5 U/h
160-200: aumentar infusão em 1 U/h
> 200: aumentar infusão em 2 U/h

  • Infusão contínua de glicose:
    Soro glicosado à 10% + soro fisiológico à 0,9% na proporção 1:1

Iniciar de 5 a 10 g/h 100 a 200 ml/h

No pós-operatório, a infusão contínua deve ser mantida até o paciente voltar a se alimentar. A partir daí as drogas habitualmente empregadas podem ser reiniciadas.

Atenção: A metformina só poderá ser reiniciada caso a função renal no pós-operatório se encontre normal.

37
Q

Qual o distúrbio eletrolítico mais comum em doentes renais crônicos que passam por cirurgia?

A

Hipercalemia (K+ ) algumas vezes sendo necessário hemodiálise no pós-operatório imediato (mais comum em pacientes em terapia dialítica).

38
Q

Como se dá o preditor de risco cirúrgico em pacientes com doença hepática?

A

Através das Classificações de Child-pugh e/ou do Escore MELD Na

Classificação de Child-pugh

1 ponto
2 pontos
3 pontos
Bilirrubina
< 2
2-3
>3
Albumina
>3,5
2,8-3,5
<2,8
Ascite
Nenhum
Facilmente controlado
Mal controlada
Encefalopatia
Nenhum
Leve (grau 1-2)
Avançada (grau 3-4)
Prolongamento do TP acima do controle

OU

INR
<4

<1,7
4-6s

1,7-2,3
>6s

> 2,3

Classe A: 5-6 pontos;
Classe B: 7-9 pontos;
Classe C: 10-15 pontos.

Escore de MELD
3,8 log Bilirrubina (mg/dl) + 11,2 log INR + 9,6 log creatinina (mg/dl) + 6,4

Devemos memorizar que:
Pacientes com Child-pugh A possuem resposta praticamente normal a todas as cirurgias; o fígado apresenta capacidade normal de regeneração.
Pacientes com Child-pugh B e com MELD 10-15 não devem se submeter a ressecções hepáticas extensas ou cirurgia cardíaca.
Procedimentos cirúrgicos eletivos estão contraindicados em pacientes com Child-pugh C e em pacientes com MELD > 15.

39
Q

Como proceder com pacientes com TP alargado, que irão se submeter a cirurgia?

A

Administração de 10 mg de Vit. K por 3 dias consecutivos.

Caso não ocorra a normalização do TP, então deve-se administrar plasma fresco congelado (15 ml/kg a cada 6 a 8h).

O fígado cirrótico apresenta nódulos de regeneração (“deformações” do parenquima) que contribui para uma pequena, porém persistente obstrução crônica da progressão da bile do fígado para a via biliar extra-hepática. A bile que vai para a via biliar extra-hepática e posteriormente é despejada no duodeno contribui para absorção de vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K). Sendo assim, se tivermos pouca bile alcançando o duodeno pouca vitamina K será absorvida. Nesse caso, a administração de Vit. K exógena corrigirá seu TP. Por outro lado, se não há correção com a droga, concluí-se que a hipoprotrombinemia (TP) está sendo ocasionada por uma redução importante na síntese de fatores dependentes de vitamina K pelos hepatócitos, ou seja, existem poucas células hepáticas funcionantes. Este último é um problema mais preocupante e significa disfunção hepatocelular mais grave.

40
Q

Quando é indicado transfusão de concentrado de plaquetas (CP)?

A

Contagem de plaquetas inferior a 50.000/mm3.

Recomenda-se a administração de 8 a 10 unidades, repetidas no pós-operatório.

41
Q

Como proceder quanto a decisão cirúrgica em pacientes com varizes esofágicas?

A

Caso haja hemorragia digestiva alta por varizes esofágicas, não deve ser operado eletivamente até controle do sangramento.

Caso não haja sangramento estabelece-se profilaxia com betabloqueadores e ligadura elástica endoscópica. Após isso utiliza-se a classificação de Child-pugh ou o escore de MELD-Na para liberar ou não a realização da cirurgia.