Protocolo ME Flashcards
(8 cards)
Protocolo ME;
Lei nº 9.434/97
Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento,
definindo morte encefálica (ME) como coma aperceptivo com ausência de atividade motora
supraespinhal e apneia, corroborado por exame complementar que demonstre ausência de atividade elétrica cerebral ou ausência de atividade metabólica cerebral ou ausência de perfusão sanguínea cerebral, excluídos hipotermia e uso de depressores do sistema nervoso central.
Termina estipulando que
“constatada e documentada a morte encefálica, deverá o diretor clínico da instituição
hospitalar, ou quem for delegado, comunicar tal fato aos responsáveis legais do paciente, se houver, e à central de notificação, captação e distribuição de órgãos a que estiver vinculada a unidade hospitalar onde o mesmo se encontra internado”.
Protocolo ME;
Resolução CFM nº 1.826/07
Estabelecendo que “é legal e ética a
suspensão dos procedimentos de suporte terapêutico quando determinada a morte encefálica
em não doador de órgãos”, que “o cumprimento da decisão mencionada deve ser precedida
de comunicação e esclarecimento sobre a morte encefálica aos familiares do paciente ou seu
representante legal, fundamentada e registrada no prontuário” e que “a data e hora
registradas na declaração de óbito serão as mesmas da determinação de morte encefálica”.
Protocolo ME;
Situações que justificam a manutenção do corpo após a morte encefálica?
1: preparação para retirada de órgãos para transplante;
2: gestante em ME com feto viável.
Protocolo ME;
Órgão de notificação compulsória?
O diagnóstico de ME é de notificação compulsória para a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), representada pela Central Estadual de Transplantes (CET), logo, o protocolo deve ser aberto a todos os pacientes com
suspeita de ME, independente de ser doador ou não de órgãos e tecidos.
Protocolo ME;
Parâmetros clínicos, hemodinâmicos e metabólicos necessários?
> Ausência de distúrbios hidreletrolíticos graves (aceita-se hipernatremia < 160 mEq/L).
Ausência de distúrbios acidobásicos graves.
Ausência de alterações hormonais causadoras de coma.
Ausência de hipotermia (temp > 35°C).
Ausência de hipotensão (PA sistólica 90 mmHg).
Ausência de intoxicação exógena ou uso de drogas sedativas e bloqueadores
neuromusculares (suspender e aguardar 3 vezes a meia-vida da medicação para iniciar exame ou, em alguns casos, avaliar se a dosagem sérica de tal droga encontra-se abaixo do
nível terapêutico).
Protocolo ME;
Meia-vida das principais drogas utilizadas na prática clínica?
[Drogas] > [Meia-vida] / [Abrir protocolo em]
- Fentanil > 2-4h / 12h
- Propofol > 30min / 90min
- Cetamina > DU ou DI 2,4h | BIC ou > 3 doses 4h / 7,2h | 12h
- Etomidato > 75 min / 225 min
- Rocurônio > 2h / 6h
- Morfina > 4h / 12h
- Tramadol > 5h / 15h
- Midazolam > BIC ou > 3 doses 8h / 24h
- Fenitoína > 7-26h
- Diazepam > DU ou DI 30h | Dripping ou > 3 doses 56h / 90h | 168h
Protocolo ME;
Etapas?
A primeira etapa consiste em reconhecer a causa da possível morte encefálica. A segunda
etapa é excluir o uso de drogas depressoras do SNC, obedecendo o tempo de depuração das mesmas , além da ausência de hipotermia. A terceira etapa é prosseguir ao
exame clínico que deve ser realizado por dois médicos diferentes, sendo um deles
neurologista ou neurocirurgião e não haver envolvimento de nenhum deles com equipes de
captação e transplante de órgãos e tecidos e, finalizando, a quarta etapa com o exame
complementar.
Protocolo ME;
Etapas do teste clínico?
- Confirmar o coma (ECG = 3). Devem-se realizar estímulo nociceptivo retromandibular,
estímulo axial (esternal ou supraorbitário) ou apendicular (ungueal) bilateralmente. - Reflexo oculomotor ausente, com pupilas médias ou midriáticas e fixas bilateralmente.
- Reflexo corneopalpebral ausente bilateralmente.
- Reflexo oculocefálico ausente bilateralmente nos sentidos horizontal e vertical (Figura
17-3). - Reflexo oculovestibular com ausência de movimentos oculares (Figura 17-4).
- Reflexo da tosse ausente. Testar com espátula na faringe posterior bilateral e sonda de
aspiração via tubo traqueal. - Ausência de drive respiratório a ser confirmado pelo teste de Apneia, a saber:
* Ventilar o paciente por cerca de 10 minutos com FiO2 de 100% (atingir PaO2 200
mmHg).
* Desconectar o paciente do ventilador (manter cânula de O2 na carina com fluxo 6
L/min).
* Observar movimentos respiratórios (se possível, ventilômetro acoplado) por até 10
minutos ou pCO2 55 mmHg e reconectar o paciente à ventilação mecânica.
Obs.: O teste deverá ser interrompido se hipotensão, arritmia ou queda da saturação de
O2.
O teste de apneia será positivo ou confirmatório, caso o paciente não apresente incursões
respiratórias no intervalo de tempo e pCO2 ao final do teste seja ≥ 55 mmHg. Caso o
paciente já possua pCO2 basal 55 mmHg, este deve aumentar em pelo menos 20 mmHg após
o teste.
O teste de apneia deverá ser realizado uma única vez por um dos médicos responsáveis
pelo exame clínico e deverá comprovar ausência de movimentos respiratórios na presença de hipercapnia
(PaCO2 superior a 55mmHg). Resolução CFM 2017.