Sd Nefrotica E Sd Hemolitico-uremica Flashcards

(37 cards)

1
Q

Síndrome nefrótica

A

proteinúria na “faixa nefrótica” é aquela superior a 3,5 g/1,73 m2/24h, o que equivale a > 3-3,5 g/24h no adulto e > 40-50 mg/kg/24h. geralmente não há oligúria

a) hipoalbuminemia; (b) edema; (c) hiperlipidemia; e (d) lipidúria.

alteração na permeabilidade dos glomérulos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

proteinúria da síndrome nefrótica pode ser do tipo seletiva ou não seletiva

A

As fendas de filtração são responsáveis pela “barreira de tamanho”, que impede a filtração das macromoléculas, enquanto a carga negativa da membrana basal é responsável pela assim denominada “barreira de carga”, que dificulta a filtração de qualquer partícula com carga negativa, independentemente do tamanho.

A albumina (principal proteína plasmática) tem peso molecular em torno de 65.000 dáltons, transpondo a “barreira de tamanho” com alguma dificuldade. Entretanto, o maior obstáculo à passagem da albumina é a “barreira de carga”, já que esta molécula se revela um poliânion (carga negativa). Por outro lado, o que impede a passagem das globulinas é exclusivamente a “barreira de tamanho”.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Proteína perdida na urina na síndrome nefrótica e resultado

A

Albumina (principal)-Edema.

Antitrom­bina III-Hipercoa­gulabilidade (trombose venosa).

Globulina de ligação de tiroxina-Altera exames de função tireoideana.

Proteína fixadora de colecal­ciferol-Hiperpara­tireoidismo Secundário.

Transferrina-Anemia hipo-micro (resistente à reposição de ferro).

Imunoglo­bulinas-Maior suscetibi­lidade às infecções.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Paciente com síndrome nefrótica está mais predisposto a: 4

A

Eventos tromboembolicos

hipocalcemia real, hiperparatireoidismo secundário e doença óssea (osteomalácia e osteíte fibrosa)

anemia hipocrômica e microcítica, resistente à reposição de sulfato ferroso;

infecção por bactérias encapsuladas, especialmente o Streptococcus pneumoniae (pneumococo)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Suspeita de Trombose de Veia Renal (TVR) em todo paciente com síndrome nefrótica que desenvolva subitamente as seguintes manifestações clínicas: 6

A

(a) dor nos flancos ou na virilha;
(b) varicocele do lado esquerdo – lembrar que a veia testicular esquerda drena diretamente na veia renal;
(c) hematúria macroscópica;
(d) aumento significativo da proteinúria;
(e) redução inexplicada do débito urinário; e
(f) edema renal, com assimetria do tamanho e/ou função dos rins (urografia). tria do tamanho e/ou função dos rins (urografia)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Formas mais associadas à Trombose da veia renal

A
Glomerulopatia membranosa (principal).
Glomerulonefrite membranoproliferativa.
Amiloidose.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Como e quando é feita a anticoagulação no paciente nefrótico

A

Muitos autores têm sugerido que para os pacientes com maior risco de trombose, como os portadores de glomerulopatia membranosa, a anticoagulação profilática seja iniciada caso os níveis de albumina estejam muito reduzidos (ex.: < 2,0 mg/dl) e o risco de hemorragia induzida pela anticoagulação seja considerado baixo.

O anticoagulante oral cumarínico warfarin tem eficácia superior a da heparina, já que esta última precisa da antitrombina III (cujos níveis encontram-se reduzidos na síndrome nefrótica) para exercer seu efeito. Contudo, na vigência de trombose o warfarin não deve ser iniciado sem anticoagulação prévia com outro medicamento, pois nos primeiros dias de uso ele apresenta um efeito “pró-trombótico paradoxal” (mais detalhes no bloco de hematologia). Logo, a heparina deve preceder o warfarin nesses doentes, e sua dose deve ser maior do que a convencional, sendo ajustada de modo a manter o PTTa entre 2 e 2,5 (lembre-se: os níveis de antitrombina III, seu cofator, são patologicamente reduzidos na síndrome nefrótica). O cumarínico é iniciado somente quando a anticoagulação plena tiver sido atingida (“PTTa na faixa”), sendo mantido pelo tempo em que o paciente permanecer “nefrótico”.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Os pacientes com síndrome nefrótica estão mais sujeitos a infecções por germes encapsulados, principalmente pela deficiência de imunoglobulina do tipo IgG e componentes da via alternativa do complemento, perdidos pelos glomérulos. Qual o patógeno e qual a doença?

A

Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é a bactéria mais envolvida. Uma infecção bastante comum em pacientes nefróticos é a peritonite bacteriana espontânea, que acomete os pacientes com ascite. E. coli vem em seguida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

As 5 formas de síndrome nefrótica primária

A
Glomeruloesclerose focal e segmentar 
Glomerulopatia membranosa 
Doença por lesão mínima 
Glomerulonefrite mambranoproliferativa ou mesangiocapilar
Glomerulonefrite proliferativa mesangial
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Epidemiologia e patogenia da doença por lesão minima

A

Doença por Lesão Mínima (DLM) é responsável por 85% de todos os casos de síndrome nefrótica em crianças (1 a 8 anos principalmente) e 10-15% em adultos.

Fusão (e apagamento) dos processos podocitários: perda da carga negativa da barreira glomerular (perda da “barreira de carga”), originando um tipo seletivo de proteinúria

Parece que a DLM é uma doença de linfócitos T (sensíveis a corticoide), os quais secretam uma citocina (ainda desconhecida) que age sobre os podócitos, inibindo a síntese dos poliânions (sulfato de heparan) responsáveis pela “barreira de carga”. A perda de interação entre o podócito e as proteínas da matriz extracelular provocaria a fusão podocitária

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Manifestação da doença por lesão minima e qual o risco de instabilidade hemodinâmica, consequências

A

Os pacientes geralmente abrem um quadro de síndrome nefrótica clássica, com todos os seus sinais e sintomas. Em muitos casos, a proteinúria intensa se inicia logo após fatores desencadeantes, como episódios virais ou reações a picadas de inseto. Existe claramente uma associação a fenômenos atópicos, como asma e eczema, não sendo incomum que estas manifestações alérgicas também acompanhem as recidivas do quadro. A função renal não costuma estar alterada, a não ser que haja hipovolemia grave, com hipotensão e hipoperfusão renal.

A instabilidade hemodinâmica com choque circulatório é a complicação mais séria, em especial em crianças, ocorrendo geralmente na fase de formação do edema. Pode ser precipitada pelo surgimento de diarreia, sepse, ou mesmo de forma iatrogênica, pelo uso de diuréticos ou drenagem excessiva de líquido ascítico. O quadro pode se associar a dor abdominal, febre e vômitos, tornando fundamental a investigação de peritonite espontânea, esta última frequentemente causada por Streptococcus pneumoniae. Redução da volemia e hemoconcentração aumentam as chances de trombose venosa profunda, que pode evoluir com isquemia e até gangrena de membro inferior

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

DLM pode estar relacionada a qual doença?

Quais medicamentos?

A

linfoma de Hodgkin

Drogas:

  • AINE (derivados do ácido propriônico);**
  • Ampicilina;
  • Rifampicina;
  • Alfainterferona.

Anti-Inflamatórios Não esteroidais (AINE) estão relacionados a uma síndrome que combina síndrome nefrótica por DLM e nefrite tubulointersticial aguda, manifestando-se com insuficiência renal aguda oligúrica e proteinúria nefrótica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Exames laboratoriais na DLM

A

A proteinúria costuma ser seletiva (mais albumina).
Não há consumo de complemento.
Pode haver hematúria microscópica em até 20% dos casos.
Os níveis de IgG costumam estar bastante reduzidos, mas os de IgM, aumentados.
O EAS não revela sinais de glomerulite.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Tratamento da DLM

A

Em adultos, um dos mais utilizados consiste em prednisona 1 mg/kg/dia (máx. 80 mg/dia), uso diário, por oito semanas consecutivas. Também se pode empregar a dose de 2 mg/kg/dia (máx. 120 mg/dia), em dias alternados, pelo mesmo período. Havendo resposta satisfatória (remissão da proteinúria), o corticoide deve ser gradualmente “desmamado” até completar seis meses de tratamento. Em crianças, a dose inicial de prednisona é 60 mg/m2/dia (máx. 60 mg/dia), por 4-6 semanas. Nos respondedores a dose é reduzida para 40 mg/m2/dia, em dias alternados e por quatro semanas, progredindo-se o “desmame” nos meses subsequentes… Em 85-95% das crianças com DLM idiopática (e 75-85% dos adultos), observa-se melhora da proteinúria nas primeiras semanas após o início da corticoterapia. Se a proteinúria persistir por mais de oito semanas, em crianças, o paciente é classificado como “resistente aos corticoides”. Um adulto será considerado “resistente aos corticoides” somente se a proteinúria não remitir após 16 semanas de tratamento (é esperado que a resposta à corticoterapia em adultos seja comparativamente mais tardia)… Nos casos ditos “resistentes”, em crianças, a biópsia renal estará indicada e com frequência revela um padrão de GEFS ou proliferação mesangial.

“recidivante frequente” (≥ 4 recidiva/ano). Nestes, devemos associar imunossupressores, sendo a ciclofosfamida (2 mg/kg/ dia) a droga de escolha. a terceira opção é a ciclosporina, mas outras drogas também podem ser usadas, como tacrolimus e micofenolato. Tais associações prolongam o período de remissão e permitem reduzir a dose de corticoide (reduzindo assim seus efeitos colaterais).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

BIÓPSIA RENAL NA SÍNDROME NEFRÓTICA NA INFÂNCIA

A

1-8 anos de idade, não há necessidade de biópsia renal de rotina neste grupo etário. O pediatra deve iniciar diretamente a terapia com corticoide e observar a resposta (que costuma ser dramática).

A biópsia está indicada nos casos não responsivos, naqueles com recidivas muito frequentes e nos pacientes com menos de um ou mais de oito anos de idade.

Casos com caracteres “atípicos”, como hematúria macroscópica, hipocomplementemia, hipertensão arterial e insuficiência renal progressiva também devem ser submetidos à biópsia renal antes de iniciar o tratamento.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

GLOMERULOES­CLEROSE FOCAL E SEGMENTAR (GEFS) causas

A

IDIOPÁTICA
Alguns autores acreditam que represente uma lesão mais grave dentro do espectro da DLM.

SECUNDÁRIA

1- Sequela direta de uma doença glomerular focal necrosante:
“Glomerulonefrite proliferativa focal” do LES;
Nefropatia por IgA;
Vasculite necrosante.

2- Resultante da “sobre­carga” fisiológica dos glomérulos que sobram, após perda importante de tecido renal:
Nefropatia por refluxo;
Nefroesclerose hipertensiva (isquemia glo­merular);
Cirurgia (retirada de mais de 50-75% da massa renal);
Anemia falciforme (isquemia glomerular).

3- Resultante de vasodilata­ção renal crônica (hiperfluxo):
Anemia falciforme;*
Obesidade mórbida;
Pré-eclâmpsia grave.

ORIGEM NÃO ESCLARE­CIDA
Infecção pelo HIV (variante “colapsante”).
Uso de heroína.
Associada a neoplasias (principalmente linfoma).

  • A anemia falciforme produz GEFS por dois mecanismos: isquemia glomerular focal, sobrecarregando os outros glomérulos, e vasodila­tação renal difusa.
17
Q

FORMA PRIMÁRIA (GEFSi) PATOLOGIA E PATOGÊNESE

A

De qualquer forma, a patogênese proposta para a GEFSi seria semelhante a da DLM: tratar-se-ia de um distúrbio dos linfócitos T, que secretariam uma citocina (ainda não confirmada), responsável pela lesão do epitélio visceral glomerular (podócitos). Neste caso, a lesão seria mais grave do que na DLM, afetando a arquitetura das fendas de filtração (barreira de tamanho), o que determinaria proteinúria não seletiva. acúmulo de material homogêneo não fibrilar, levando ao colapso de capilares glomerulares.

Um outro achado comum é a hipertrofia glomerular (aumento do volume glomerular, neste caso à custa de expansão do mesângio. Amostras de biópsia renal consideradas “representativas” contêm por volta de 10-20 glomérulos, englobando glomérulos justamedulares.

18
Q

diferenças entre as formas idiopática e secundária da GEFS

A

a. A existência das alterações da DLM na GEFS primária, como a fusão dos processos podocitários, nos glomérulos poupados pela lesão segmentar (fato que não ocorre nas formas secundárias);
b. Os extensos depósitos de autoanticorpos e complexos imunes nas formas secundárias às doenças da autoimunidade.

A forma idiopática da GEFS (GEFSi) tende a ter um início abrupto, e uma síndrome nefrótica clássica em geral está presente por ocasião do diagnóstico. A maior parte das formas secundárias, entretanto, tem início insidioso, muitas vezes com níveis subnefróticos de proteinúria. Em ambas as formas de GEFS, a proteinúria é do tipo não seletiva

GEFS é uma importante causa de hipertensão arterial secundária em adultos!

19
Q

desenvolvimento da GEFS secundária

A
  1. Sequela de uma doença específica que acomete diretamente os glomérulos renais, causando lesão de suas estruturas;
  2. Sobrecarga dos glomérulos remanescentes, após qualquer processo que determine perda importante do parênquima renal;
  3. Hiperfluxo glomerular, criado por um estado de vasodilatação arteriolar renal.
20
Q

GEFS tratamento

A

base terapêutica da GEFSi é a corticoterapia

Utiliza-se prednisona 1 mg/kg/dia, diariamente – ou 2 mg/kg/dia, em dias alternados – por 3-4 meses, seguindo-se redução paulatina da dose nos 3-6 meses subsequentes, caso haja resposta (melhora da proteinúria). Assim como na DLM, alguns pacientes também sofrem recidivas frequentes após a suspensão do corticoide

Para aqueles que recidivam, indica-se a ciclosporina (2-4 mg/kg/dia divididos em duas doses diárias), por 12-24 meses, com “desmame” gradual a partir deste período. Para os pacientes que não respondem após quatro meses de corticoterapia em altas doses recomenda-se reduzir a dose de corticoide (até 15 mg/dia) e associar ciclosporina na dose padrão, objetivando um nível sérico de ciclosporina entre 100-175 mcg/L, com manutenção do esquema por seis meses. O mofetil micofenolato (0,75-1 g/2x dia) pode ser usado como alternativa nos não respondedores. Curiosamente, a ciclofosfamida NÃO É indicada no tratamento da GEFSi, pois não existe qualquer evidência de benefício com esta droga.

IECA ou os BRA estão indicados em todos os casos de GEFS (idiopática ou secundária) com proteinúria acima de 1 g/dia, a não ser que tenha havido remissão com a terapia imunossupressora.

estatinas nos pacientes nefróticos com hipercolesterolemia também contribui para frear a perda da função renal, além de reduzir o risco cardiovascular global.

21
Q

GN PROLIFERATIVA MESANGIAL

Patogenia e condições associadas

A

GPM caracteriza-se, como o nome revela, pela proliferação celular no mesângio dos glomérulos, e representa cerca de 5-10%

comprometimento glomerular é quase sempre uniforme

depósitos esparsos de IgM e C3, ao contrário das glomerulites mesangiais secundárias (LES, pós-infecciosas), em que predominam os depósitos de IgG e C3.

*IDIOPÁTICA.
*LES.
Crioglobulinemia essencial.
Endocardite infecciosa.
Esquistossomose.
HIV.

pacientes com GN mesangial à custa de extensos depósitos de IgA no mesângio são categorizados como tendo doença de Berger

22
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS GN PROLIFERATIVA MESANGIAL

TRATAMENTO

A

Clinicamente, a GN proliferativa mesangial idiopática se apresenta como uma síndrome nefrótica insidiosa, com proteinúria maciça. A coexistência de hematúria microscópica é frequente. Episódios recorrentes de hematúria macroscópica também podem ser notados. Os níveis séricos de complemento quase sempre se encontram normais. A função renal costuma estar normal ou levemente alterada ao diagnóstico. A GN mesangial é a causa mais comum de proteinúria isolada (proteinúria com o restante do sedimento urinário normal), correspondendo a 30-70% dos casos

O tratamento da GPM idiopática também deve ser feito com prednisona, apresentando uma taxa de resposta inferior à da DLM, porém, superior à da GEFS… Parece que a adição da ciclofosfamida melhora os resultados da terapia nos casos mais graves

23
Q

GLOMERULOPATIA MEMBRANOSA condições associadas

A

1- IDIOPÁTICA

2- INFECCIOSA

  • Hepatite B.
  • Hanseníase.
  • Sífilis.
  • Esquistossomose.
  • Malária por P. malariae.
  • Outras: hepatite C, filari­ose, hidatidose.

3- NEOPLÁSICA
-Carcinomas (pulmão, ma­ma, cólon, gástrico, renal).

4- MEDICAÇÕES

  • Captopril.
  • Sais de ouro.
  • D-penicilamina.
  • Fenoprofeno.

5- COLAGENOSES
-LES (nefrite lúpica tipo V).

Causas raras de GM: artrite reumatoide, doença mista do tecido conjuntivo, dermatomi­osite, cirrose biliar primária, doença de Crohn, dermatite herpetiforme,

24
Q

Glomerulopatia Membranosa idiopática (GMi) atualmente é a segunda forma mais comum de síndrome nefrótica primária em adultos. A alteração histopatológica que caracteriza esta condição é:

Tipo de proteinúria

A

espessamento da Membrana Basal Glomerular (MBG), na ausência de proliferação celular. Ao contrário da esclerose focal, a GM apresenta comprometimento uniforme dos glomérulos (padrão difuso e homogêneo).

Depósitos imunes de IgG e C3 ao longo da superfície subepi­telial de todas as alças capilares glome­rulares, determi­nando um padrão GRANULAR difuso

proteinúria nefrótica não seletiva, típica da GM, perda da “barreira de tamanho”.

Enquanto os imunodepósitos, nas formas secundárias de GM, costumam ser provenientes do plasma (ex.: LES), na GM idiopática, são formados no próprio glomérulo, pelo surgimento de um autoanticorpo contra um complexo antigênico localizado entre a MBG e o epitélio visceral (antígeno de Heymann).

25
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO da GM e COMPLICAÇÕES
apresentação clínica da GMi é a de uma síndrome nefrótica clássica, insidiosa, que ocorre na maioria das vezes numa faixa etária entre 30-50 anos. Nos 20-30% restantes, há proteinúria nefrótica sem sintomas (ausência de edema). 1. Complicações tromboembólicas, tal como a trombose de veia renal (30% dos casos), a embolia pulmonar (20% dos casos) e a trombose venosa profunda (10% dos casos); 2. Glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP), pela eventual superposição de nefrite por anti-MBG, com formação de crescentes. Esta última deve ser suspeitada no paciente estável que desenvolve rápida deterioração da função renal, com sedimento "ativo" sugerindo glomerulite. O laboratório da GM costuma mostrar proteinúria maciça, que na maioria das vezes é do tipo não seletiva, hematúria microscópica (30%) e complemento sérico normal. O achado de hipocomplementemia sugere GM secundária ao LES
26
Exames obrigatórios para avaliação de todo paciente recém-diagnosticado para GM
FAN, complemento sérico. Anti-DNA. HBsAg, anti-HCV, VDRL. RX tórax, USG abdominal, sangue oculto nas fezes. > 50 anos: mamografia, colonoscopia. Área endêmica: pesquisar esquistossomose, malária, etc.
27
Os principais fatores considerados de "mau prognóstico" NA GM
sexo masculino, idade avançada, hipertensão, proteinúria maciça persistente, hipoalbuminemia significativa, hiperlipidemia, insuficiência renal no diagnóstico, esclerose focal e lesão tubulointersticial associada na biópsia.
28
TRATAMENTO DE GM
Grande parte dos pacientes com GMi a princípio não necessita de tratamento específico. Isso é válido especialmente para os pacientes com SINAIS DE BOM PROGNÓSTICO: jovens, mulheres, proteinúria < 10 g/dia, ausência de insuficiência renal e de alterações tubulointersticiais na histopatologia renal. Todos esses casos devem ser acompanhados de perto por 3-4 anos, observando-se a evolução para remissão espontânea ou progressão. Por outro lado, a terapia imunossupressora está indicada nos casos de "mau prognóstico" (maior chance de evoluir com falência renal crônica): proteinúria > 10 g/dia, hiperlipidemia severa, homens > 50 anos com proteinúria nefrótica persistente, sinais ominosos na biópsia e creatinina plasmática elevada. Outra indicação de tratamento da GMi é a ocorrência de um evento tromboembólico. Os melhores resultados são com a associação de um imunossupressor (ciclofosfamida) com a prednisona, por um período de 6-12 meses. Um estudo mostrou remissão completa em 40% dos casos, parcial em 30% e progressão para falência renal em apenas 10% dos pacientes. A ciclosporina pode ser usada como droga alternativa. Tal como na GEFS, o uso de inibidores da ECA ou bloqueadores do receptor de angiotensina II (para reduzir a proteinúria) e das estatinas (para o controle lipêmico) tem demonstrado efeito protetor contra a progressão da nefropatia.
29
Glomerulonefrite Membranoproliferativa (GNMP), também conhecida como mesangiocapilar, PATOGENIA E MO
um grande aumento da celularidade mesangial (proliferação mesangial), com intensa proeminência destas células por entre as alças capilares e o epitélio visceral (podócitos). Esta interposição confere o aspecto mais característico da GNMP: a observação, à luz da microscopia óptica, de um espessamento em "duplo-contorno" da parede capilar glomerular
30
subgrupos de GNMP
GNMP tipo I: com presença de imunodepósitos subendoteliais paramesangiais de IgG e C3; GNMP tipo II (DOENÇA DO DEPÓSITO DENSO): depósitos intensamente eletrodensos no interior da membrana basal (constituídos apenas por complemento isolado, sem imunoglobulina); GNMP tipo III: presença de imunodepósitos subepiteliais se "comunicando" com imunodepósitos subendoteliais através de roturas na MBG (visíveis à microscopia eletrônica). A GNMP primária está classicamente associada a uma síndrome "mista" (elementos nefríticos e nefróticos) que cursa com hipocomplementemia persistente e atinge crianças e adultos jovens. Isso a torna um dos mais importantes diagnósticos diferenciais da GNPE (GN pós-estreptocócica).
31
Condições associadas à GN Membranoproliferativa
``` 1- IDIOPÁTICA - Tipo I (depósitos subendoteliais). - Tipo II (depósitos densos). 2- INFECCIOSA (GNMP Tipo I) - Hepatite C. - Endocardite infecciosa. - Abscesso visceral. - Esquistossomose. - Malária por P. malariae. - Outros: HIV, micoplasma. 3- NEOPLÁSICA (GNMP Tipo I) - LLC (Leucemia Linfocítica Crônica). 4- COLAGENOSES (GNMP Tipo I) - LES (nefrite lúpica tipo IV). 5- OUTRAS (GNMP Tipo I) - Crioglobulinemia mista essencial. Causas raras de GNMP Tipo I: microangiopatias trombóticas (síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, rejeição crônica de aloenxerto, púrpura trombocitopênica trombótica e síndrome hemolítico-urêmica). Causa rara de GNMP Tipo II: lipodistrofia. ```
32
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS DA GNMP E DD PARA GNPE
30-40% dos casos de GNMP idiopática abrem o quadro com síndrome nefrótica; em torno de 25% dos casos se manifestam com síndrome nefrítica clássica (semelhante à GNPE); o restante inicia apenas proteinúria isolada (assintomática), na maioria das vezes associada à hematúria microscópica. Mais raramente o quadro se inicia com uma síndrome de GN rapidamente progressiva. Em mais de 50% dos pacientes existe história recente de infecção respiratória alta, na maioria das vezes com aumento concomitante dos títulos de ASLO, evidenciando a participação estreptocócica. chama a atenção a frequente associação de hematúria e proteinúria, sendo esta última nefrótica em mais da metade dos casos. É característica a hipocomplementemia, que, ao contrário da GNPE, persiste por mais de oito semanas. Nos pacientes com GNMP tipo II pode-se detectar o autoanticorpo "fator nefrítico C3" (anti-C3 convertase).
33
TRATAMENTO GNMP
É importante frisar que, antes de se pensar no tratamento imunossupressor, é mandatória a investigação de uma CAUSA SECUNDÁRIA, em especial quando a GNMP é do tipo I!! Deve-se sempre buscar o diagnóstico de hepatite C crônica. O tratamento neste caso é voltado para a doença de base. prednisona, associando-se drogas citotóxicas como a ciclofosfamida nos casos mais graves. O esquema ideal ainda está para ser confirmado... O papel de outros imunossupressores (ciclosporina e micofenolato não está bem definido. Tratamento adjuvante com IECA ou BRA (controle da pressão arterial e da proteinúria) e estatinas (controle da dislipidemia) deve ser instituído conforme as indicações habituais. Novas abordagens direcionadas para a GNMP tipo II (ex.: inibidores do complemento, como o eculizumab) ainda se restringem ao âmbito da pesquisa científica. A plasmaférese também pode ser utilizada diante da presença do fator nefrítico C3.
34
Única forma de síndrome nefrótica primária que cursa com queda de complemento
GN MEMBRANOPROLIFERA­TIVA | ou Glomerulonefrite Mesangiocapilar
35
hematúria glomerular assintomática, mais frequente, recorrente
DOENÇA DE BERGER | ou Nefropatia por IgA
36
Principais condições associadas à deposição de IgA no mesângio
Principais Cirrose Hepática – depósitos de IgA podem ser encontrados no mesângio de até 1/3 dos pacientes cirróticos. Uma explicação proposta seria a redução da depuração hepática desta imunoglobulina. Doença Celíaca (DC) e Dermatite Herpetiforme (DH) – os pacientes com enteropatia pelo glúten apresentam depósitos mesangiais de IgA em 1/3 dos casos. A DH está estatisticamente associada à DC. ``` Infecção pelo HIV – apesar de ser a GEF colapsante a principal lesão glomerular do HIV, não são raros os casos de nefropatia mesangial por IgA em tais pacientes. Outras - Pneumo­nite intersticial idiopática. - Espondi­lite anquilo­sante. - Adenocar­cinoma (pulmão, cólon). - Micose fungoide (linfoma T de pele). - Episcle­rite, uveíte anterior. - Policon­drite recidi­vante. - Doença de­ Crohn. - Hansení­ase. - Esquistos­somose. - Síndrome de Sjögren. - Gamopatia mono­clonal IgA. ```
37
As cinco formas de apresentação da doença de Berger e melhor prognóstico
Episódios recorrentes de hematúria macroscópica, precipitados por infecção das vias aéreas superiores. Pode haver dor lombar durante os episódios agudos. 40-50% Descoberta incidental de hematúria microscópica (sedimento urinário) em paciente assintomático (check-up, exame admissional, etc.). 30-40% Síndrome nefrítica clássica, com hematúria acompanhada por hipertensão arterial, edema e, em alguns casos, insuficiência renal. 10% Doença de Berger complicada: Síndrome Nefrótica (SN) ou GN Rapidamente Progressiva (GNRP). 10% (SN) < 5% (GN­RP) Na maioria das vezes, as crises de hematúria macroscópica são concomitantes (ou imediatamente subsequentes, 1-2 dias) a episódios de infecção respiratória alta (faringite, amigdalite), daí a sinonímia "nefrite sinfaringítica". Outros quadros infecciosos (gastroenterite, ITU), exercícios físicos vigorosos e vacinação também são relatados como fatores precipitantes. A apresentação com hematúria macroscópica marca o grupo de melhor prognóstico da doença de Berger!!