Síndrome Dispéptica Flashcards Preview

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Flashcards in Síndrome Dispéptica Deck (30)
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1
Q

Qual a definição de dispepsia?

A

Sintomas relacionados ao trato digestório alto:

1) Eructação
2) Odinofagia
3) Disfagia
4) Saciedade precoce
5) Regurgitação
6) Pirose retroesternal ou epigástrica
7) Plenitude pós-prandial
8) Dor epigástrica

2
Q

Como são divididas as etiologias das dispepsias?

A

1) Digestivas pépticas:
- Dispepsia funcional
- DRGE
- Úlcera péptica

2) Digestivas não pépticas:
- Gastropatias específicas (TB, CMV e sarcoidose)

3) Causas não digestivas:
- Doenças metabólicas
- Doença coronariana
- Colagenoses
- Medicamentos (AINEs, ATB, xantinas e alendronatos)
- Doenças psiquiátricas (depressão e ansiedade)

3
Q

Qual a prevalência de dispepsias na população?

A

25%

4
Q

O que define a síndrome dispéptica?

A

Início há pelo menos 6 meses, com duração de pelo menos 3 meses

5
Q

Qual o critérios utilizados para identificação do distúrbio gastrointestinal funcional (dispepsia funcional)?

A
Critérios de ROMA 3
4 critérios:
1) Dor epigástrica (62% dos pacientes)
2) Pirose epigástrica
3) Plenitude pós-prandial (87,6%)
4) Saciedade precoce
6
Q

Qual o sintoma mais frequente na dispepsia funcional?

A

Plenitude pós-prandial

7
Q

Como são classificadas as dispepsias, segundo as etiologia?

A

1) funcional: não tem causa identificável ou achados endoscópicos são de duvidosa relevância -> síndrome dispéptica
2) Orgânica: causa identificável (ex: úlcera péptica)
3) Não diagnosticada

8
Q

A dispepsia funcional pode ser dividida em quantos subtipos? Quais são eles?

A

2 subtipos

1) Síndrome do desconforto pós-prandial
- Plenitude pós prandial e/ou saciedade precoce

2) Síndrome da dor epigástrica:
- Predomínio de dor ou pirose epigástrica
- Não é aliviada pela defecação ou flatos
- Deve ocorrer no mínimo 1 vez por semana nos últimos 3 meses
- Intensidade moderada a intensa
- Intermitente e sem irradiação

9
Q

Quais são os sinais e sintomas de alarme da síndrome dispéptica?

A

1) Febre
2) Uso crônico de AINEs
3) >= 55 anos
4) Tumoração ou adenomegalia abdominal
5) Cirurgia gástrica prévia
6) Caquexia
7) Visceromegalias
8) Anemia
9) Sangramento gastrointestinal
10) Disfagia progressiva
11) Vômitos recorrentes
12) Perda de peso inexplicável

-> indicam causas não funcionais

10
Q

Qual a etiopatogenia da síndrome dispéptica?

A

Multifatorial
- Teoria: dismotilidade; causas: sensibilidade visceral, hipersecreção ácida, H. pylori, fatores psicossociais, grelina, alimentos gordurosos

11
Q

Como é feito o diagnóstico da síndrome dispéptica?

A
- Padrão-ouro: EDA com biópsia
Hemograma
PCR
Protoparasitológico (uma das principais causas de dor abdominal é parasitoses -> estrongiloidíase e giardíase)
Pesquisa de sangue oculto nas fezes
USG abdominal >40 anos
pHmetria de 24 horas
TC de abdome
Teste de tolerância alimentar
Avaliação psicológica ou psiquiátrica
12
Q

Quais os principais diagnósticos diferenciais de síndrome dispéptica?

A

1) DRGE
2) Síndrome do intestino irritável
3) Doença celíaca
4) Intolerância à lactose
5) Doença coronariana

13
Q

Como deve ser feito o tratamento geral da síndrome dispéptica?

A

Difícil -> 3 Ms

  • Multifatorial
  • Medicamentos
  • Mudança no estilo de vida
14
Q

Como deve ser feito o tratamento medicamentoso da síndrome dispéptica?

A

1) Primeira linha: IBP (omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol) -> 30 minutos antes do café (em jejum)
2) Bloqueador H2 (cimetidina e ranitidina)
3) Pró-cinéticos (domperidona, metoclopramida, bromoprida)

15
Q

Como deve ser feito o tratamento não medicamentoso da síndrome dispéptica?

A

1) Mudança na dieta
- Evitar alimentos gordurosos, chás, cafeína, doces, ácidos, capsaicina
- Mastigação eficiente
- Fracionamento da dieta
- Restrição do volume líquido
- Cessar tabagismo e etilismo
- Controle de fatores emocionais
- Mudança no estilo de vida
- Cortar refrigerantes

16
Q

Deve-se ficar atento, quando estiver em tratamento para síndrome dispéptica, a quais medicamentos concomitantes?

A

1) AINEs
2) ATBs
3) Quimioterápicos
4) Íons
5) Vitaminas
6) Esteroides femininos

17
Q

Qual deve ser a conduta do paciente com sintomas de refluxo (pirose retroesternal/epigástrica e/ou regurgitação)?

A

Tratar DRGE

18
Q

Qual deve ser a conduta do paciente com sintomas dispépticos com uso de AINEs?

A

Suspender AINEs e medicar com IBP ou bloqueador H2

19
Q

Qual deve ser a conduta do paciente com dispepsia sem sintomas do refluxo e sem uso de AINEs?

A

Primeiro passo: analisar se há sinais de alarma ou se for maior de 55 anos;

1) Pacientes com sinais de alarme ou idade >= 55 anos: EDA com biópsia:
a. Normal, gastrite ou duodenite = dispepsia funcional
b. Esofagite, úlcera ou câncer = tratamento específico

2) Pacientes sem sinais de alarme e idade < 55 anos:
Realizar prova terapêutica com IBP -> em caso de falhas, encaminhar para EDA

20
Q

Qual o esquema terapêutico do paciente com dor epigástrica?

A

Medicação de escolha: IBP associado ou não a procinéticos

21
Q

Qual o esquema terapêutico do paciente com desconforto pós-prandial?

A

Medicação de escolha: pró-cinéticos

- Em caso de falha terapêutica: associar IBPs

22
Q

Quais as características do H. pylori e qual sua relação com síndromes dispépticas?

A

É uma bactéria espiralada, flagelada, gram -, e microaerófila;
Infecta o estômago e sobrevive em pH ácido;
Alta prevalência no Brasil (>65% da população);
Contaminação geralmente na infância e relacionado à higiene;
Grande maioria dos infectados são assintomáticos;
Associação com úlcera péptica, linfoma MALT e ca gástrico;

Obs: tratar H. pylori promove a remissão dos sintomas de dispepsia funcional

23
Q

Qual a patogênese da úlcera péptica gástrica (pelo H. pylori)?

A

Infecção crônica por H. pylori -> pangastrite -> alterações metaplásicas -> transformação da mucosa secretora em mucosa não secretora (intestinal) -> áreas susceptíveis a úlceras e erosões

24
Q

Qual a patogênese da úlcera péptica duodenal (pelo H. pylori)?

A

Infecção crônica pelo H. pylori no estômago -> hipersecreção ácida vai para o duodeno gerando metaplasia -> células duodenais se transformam em células gástricas (secretoras) -> favorece a colonização do duodeno pelo H. pylori

25
Q

Qual o esquema para erradicação do H. pylori?

A

1) IBP 2x ao dia por 7 dias
2) Medicamento de escolha: Amoxacilina 1g 2x ao dia por 7 dias (obs: alérgicos -> furazolidona)
3) Claritromicina 500mg 2x ao dia por 7 dias

26
Q

Qual o esquema para erradicação do H. pylori em caso de recidiva ou falha terapêutica?

A

1) IBP 2x ao dia por 10 dias
2) Medicamento de escolha: Levofloxacino 500mg 1x ao dia por 10 dias
3) Amoxacilina 1g 2x ao dia por 10 dias (obs: alérgicos -> furazolidona)

27
Q

Qual a definição de DRGE?

A

Afecção crônica decorrente de fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para esôfago e estruturas adjacentes, acarretando sinais e sintomas esofagianos e/ou extra-esofagianos, associados ou não à lesões teciduais

28
Q

Qual a fisiopatologia do DRGE?

A

Não é bem definida;

- Desequilíbrio dos mecanismos de defesa (EEI incompetente)

29
Q

Qual as principais causas de DRGE?

A

Café, xantina, chocolate, cigarro, bebidas alcoólicas

30
Q

Qual o tratamento do DRGE?

A
MEV: evitar alimentos gordurosos, cítricos, café, chocolate, tomates;
Dieta fracionada;
Evitar AINEs;
Alentronato;
Sildenafila;
Antidepressivos tricíclicos;
Abstenção de tabago e álcool;
Perda de peso;
Elevação da cabeceira;