Síndromes dispépticas Flashcards

(111 cards)

1
Q

(V ou F)
A DRFG sempre se associa à lesões teciduais

A

Falso
Não é necessário haver lesão tecidual para realizar o diagnóstico

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2
Q

Defina pirose

A

Queimação retroesternal, geralmente intermitente, sendo a manifestação clínica mais comum da DRGE

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3
Q

Defina DRGE

A

Retorno patológico de agentes agressores estomacais para o esôfago, principalmente o ácido clorídrico, mas também pepsina, sais biliares e enzimas pancreáticas

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4
Q

(V ou F)
Os relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico dependem da peristalse esofágica ou distensão esofágica

A

Falso
Ocorrem sem relação com peristalse esofágica ou distensão

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5
Q

(V ou F)
Os relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico inferior ocorrem apenas em patologias, principalmente DRGE

A

Falso
Pode ocorrer em individuos saudáveis

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6
Q

Provável mecanismo fisiopatológico do relaxamento transitório do esfincter esofágico inferior?

A

Distensão gástrica provocada por alimentos ou gases; o controle é feito por neurônios centrais provenientes especialmente do núcleo solitário. Outra via proposta é a presença de gordura no bulbo duodenal, liberando colecistocinina que induz o relaxamento do EIE

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7
Q

(V ou F)
A maioria dos pacientes com DRGE apresenta a pressão esfinctérica dentro dos padrões normais

A

Verdadeiro

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8
Q

Qual a relação entre hérnia de hiato e DRGE?

A

A hérnia de hiato se relaciona com formas mais graves de DRGE, pois facilita a ocorrência de refluxos quando há redução da pressão do EIE; dificulta também a depuração do conteúdo esofágico, fazendo o esôfago perder fatores de proteção; facilita o “re-refluxo”, posto que a porção gástrica na câmara herniária funciona como um “reservatório” pro refluxo, alimentado-o

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9
Q

Como ocorre a depuração esofágica?

A

Em duas etapas:
-Peristalse esofágica
-Lavagem com a saliva e tamponamento com bicarbonato esofágico

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10
Q

Por quais razões os pacientes costumam relatar piora dos sintomas do DRGE ao dormir?

A

Por duas principais razões:
-O decúbito facilita o refluxo devido ação gravitacional
-Ao dormir ocorre redução da produção de saliva, que ajuda a depuração esofágica

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11
Q

(V ou F)
O papel do H. pilorry na DRGE está bem consolidado

A

Falso
Não há evidências de que a infecção influencie na quantidade de conteúdo refluído, a pressão basal do EIE ou mecanismos de depuração; entretanto ele parece influenciar na acidez estomacal, e após a erradicação do MO, a acidez voltaria para os níveis normais, originando os sintomas

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12
Q

Cite alguns dos principais agentes que diminuem a pressão do EIE

A

-Chocolate
-Alimentos gordurosos
-Alimentos ricos em cafeína
-BCC
-BB
-Anticolinérgicos
-Tabaco
-Alcool

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13
Q

(V ou F)
A intensidade e frequência dos sintomas da DRGE são importantes preditores da gravidade da esofagite

A

Falso
São fracos preditores da gravidade, enquanto a duração dos sintomas é um fator mais importante

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14
Q

Cite algumas manifestações atípicas da DRGE?

A

Asma, tosse crônica, faringites, otites, rouquidão, halitose, aftas

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15
Q

Como se dá o diagnóstico de DRGE?

A

Principalmente de maneira clínica, com presença de pirose ou regurgitação com frequência minima de 2x/semana por pelo menos 4 semanas; posto que há duas formas da doença (erosiva e não erosiva), esta é a maneira mais certa de “classificar” a doença, apesar de haverem algumas alterações típicas na endoscopia que são fortemente sugestivas da doença, mesmo na ausência de sintomatologia condizente

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16
Q

Sintomas de alarme para complicações da DRGE? (6)

A

Odinofagia, disfagia, hematêmese, melena, anemia e emagrecimento

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17
Q

Diferença entre úlcera e erosão?

A

Erosão é a solução de continuidade apenas da mucosa, enquanto úlcera acomete a camada muscular também

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18
Q

(V ou F)
A EDA tem alta sensibilidade no diagnóstico de DRGE

A

Falso
A sensibilidade gira ao redor de 50%, posto que apenas uma parte dos pacientes com DRGE apresentará alterações macroscópicas; entretanto, a solicitação do exame é importante para descartar outras causas dos sintomas, como câncer de esôfago

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19
Q

Quando é mais importante a realização de biópsias durante a EDA mediante um quadro compatível com DRGE?

A

Suspeita de esôfago de Barret ou neoplasia, úlceras ou estenose duodenal

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20
Q

Principais complicações da DRGE?

A

Esôfago de Barret, estenoses, úlceras e sangramentos esofágicos

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21
Q

O que é o esôfago de Barret?

A

Substituição do epitélio escamoso estratificado do esôfago por um epitélio metaplásico colunar intestinal, levando à uma incidência de câncer 30 a 125x maior que na população geral

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22
Q

O que é estenose do esôfago na DRGE?

A

A inflamação crônica gerada pelo refluxo provoca fibrose da parede luminal do esôfago, reduzindo o lumen e provocando sintomas de disfagia

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23
Q

O que são os sangramentos na DRGE? Qual a complicação destes sangramentos?

A

Os sangramentos em geral são de pequena monta, provocando uma perda discreta de sangue à longo prazo e podendo facilitar o surgimento de anemias; raramente o quadro cursa com hematêmese, mas pode ocorrer

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24
Q

Cite algumas recomendações higienodietéticas que podem ser sugeridas ao paciente para controlar a DRGE? (7)

A

-Cessar etilismo e/ou tabagismo
-Evitar refeições copiosas
-Evitar alimentos gordurosos
-Dar 1 a 2h entre “comer” e “deitar”
-Elevar a cabeceira da cama
-Evitar líquidos durante as refeições
-Redução do peso

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25
Principal droga para tratamento de DRGE? Mecanismo de ação?
A droga de escolha para tratamento de DRGE são os iBPs, que inibem a produção de ácido pelas células parietais do estômago, devendo ser administrados antes de uma refeição, pois é necessário que a célula esteja ativa (e durante uma refeição elas tornam-se inativas)
26
Comente um pouco sobre os antagonistas dos receptores H2 no contexto da DRGE?
Bloqueiam os receptores de histamina presentes nas células parietais, bloqueando a secreção de ácido basal e estimulada. São medicamentos baratos, com baixo perfil de colaterais e funcionam relativamente bem em casos mais simples, porém em casos mais graves perde a eficácia e a resistência aos efeitos do medicamento após algum tempo é relativamente comum
27
Comente um pouco sobre os prócinéticos no contexto da DRGE
Eles elevam a peristalse esofágica, aceleram esvaziamento gástrico e eleva a pressão no EIE; porém tem poucos efeitos sobre os relaxamentos transitórios do EIE, razão pela qual não são tão utilizados. A metoclopramida é o prócinético mais antigo, porém acaba passando a BHE e dando sonolência e efeitos extrapiramidais; por isso uma opção mais viável seria a domperidona, com menor perfil de colaterasi
28
Quando está indicado o tto cirúrgico da DRGE? (3)
-Quando o paciente responde bem às terapias medicamentosas, porém tem impossibilidade ou deseja interromper a terapia -Grandes hérnias hiatais -DRGE complicada com úlceras, estenoses ou adenocarcinoma
29
Como é a cirurgia de correção de DRGE?
Feita a céu aberto ou por via laparoscópica, consiste na recolocação do esôfago na cavidade abdominal, aproximação dos pilares diafragmáticos (hiatoplastia) e/ou no envolvimento do esôfago distal com o fundo gástrico (fundo-plicadura) -Esofagectomia em caso de estenose intensa associada a distúrbios motores graves
30
Doença ulcerosa péptica piora ou melhora com a alimentação?
Os pacientes relatam alívio dos sintomas após ingesta alimentar
31
Quando a endoscopia digestiva alta é recomendada na DRGE?
Após terapia falha de 8 semanas com iBPs ou que os sintomas retornaram após as 8 semanas de terapia ou como abordagem inicial em pacientes com sintomas de alarme
32
Fatores de risco para dispepsia funcional?
-Mulheres -Uso de AINEs -Infecção por H. pylori -Idade avançada -Baixo grau de urbanização -Baixo nível socioeconômico
33
(V ou F) Uso de álcool, tabaco e cafeína são fatores bem relacionados com dispepsia funcional
Falso O uso de tabaco é marginalmente associado com a dispepsia funcional e uso de álcool e cafeína não são relacionados
34
Critérios para dispepsia funcional?
Um ou mais dos seguintes sintomas: -Plenitude pós prandial -Saciedade precoce -Dor epigástrica -Queimação epigástrica Não tendo uma causa orgânica que explique os sintomas. Os sintomas devem ter iniciado a pelo menos 6 meses e ter durado ao menos 3 meses
35
Critérios para Desordem Pós Prandial
Deve ter pelo menos 1 dos seguintes sintomas: -Plenitude pós prandial (importante o suficiente para impactar atividades diárias) -Saciedade precoce (impedindo a realização de uma "Porção usual" de alimento) Os sintomas devem ter duração de pelo menos 3 meses, sentidos 3x por semana, iniciados a pelo menos 6 meses
36
Critérios diagnósticos para síndrome da dor epigástrica
Deve ter um dos seguintes critérios: -Dor epigástrica (importante o suficiente para impactar atividades diárias) -Queimação epigástrica (importante o suficiente para impactar atividades diárias)
37
(V ou F) Pacientes com dispepsia funcional têm síndrome da dor epigástrica e/ou síndrome do desconforto pós prandial
Verdadeiro Por definição, dispepsia funcional atua como um "guarda chuva", compreendendo ambas patologias
38
Propostas para a fisiopatologia da dispepsia funcional
Disfunção sensorial e motora do sistema gastrointestinal, integralidade da mucosa prejudicada, ativação imune de baixo grau e desregulação do eixo intestino-cérebro
39
(V ou F) Em pacientes com dispepsia funcional é mais provável que o paciente tenha um esvaziamento gástrico retardado do que "adiantado"
Verdadeiro Enquanto cerca de 25-35% dos pacientes com dispepsia funcional tem um esvaziamento gástrico retardado, apenas 5% dos pacientes tem um rápido esvaziamento
40
(V ou F) A erradicação do H. pylori leva a melhora dos sintomas da dispepsia funcional
Verdadeiro
41
Por qual mecanismo a erradicação do H. pylori leva a melhora dos sintomas da dispepsia funcional?
O H. pylori pode alterar a secreção ácida e o status hormonal do estômago; com a erradicação do MO, pode haver retorno para os níveis basais destes níveis
42
Qual a relação entre o dispepsia funcional e inflamações de baixo grau?
Infecções, stress, exposições duodenais à acido, tabagismo e alergias alimentares tem sido implicadas em uma mucosa mais inflamada e alterações de permeabilidade, com destaque especial à eosinofilia levando à uma sensação de saciedade precoce
43
Existe associação entre dispepsia funcional e desordens psiquiátricas?
Está bem consolidado a relação entre dispepsia funcional e ansiedade, depressão e neuroticismo
44
(V ou F) As medidas higieno dietéticas são muito recomendadas para dispepsia funcional, mas há poucos estudos a respeito
Verdadeiro
45
Há benefícios em erradicar o H. pylori no contexto da dispepsia funcional?
Sim, o número necessário para tratar é de 1:14
46
(V ou F) Os iBPs não são efetivos para alivio dos sintomas de desordem pós-prandial
Verdadeiro
47
Qual o papel das drogas pró-cinéticas na dispepsia funcional?
Parecem ser úteis no tratamento quando a droga, além de efeitos pró-cinéticos tem efeitos antieméticos também (como domperidona e cisaprida), entretanto os resultados podem ser controversos. Itoprida é uma droga anticolinérgica nova que atua antagonizando receptores D2 e inibindo a acetilcolinesterase e parece ter efeitos relevantes na plenitude pós-prandial e saciedade precoce
48
O que são úlceras pépticas?
Soluções de continuidade da mucosa, submucosa e muscular gástrica provocadas por um ambiente secretor ácido
49
Onde podem ser encontradas úlceras pépticas?
Principalmente estômago ou duodeno proximal, mas pode envolver esôfago, duodeno distal e até jejuno
50
Fatores de risco para desenvolvimento de DUP? (10)
Infecção por H. pilory Uso de AINEs Tabagismo Etilismo Estresse psicológico Isquemia Esteroides Quimio e radioterapia Bypass gástrico Distúrbios metabólicos
51
Quando uma úlcera péptica pode ser dita idiopática?
Quando a pesquisa para H. pylori vem negativa e não há história de uso de AINEs ou aspirina
52
(V ou F) A região mais afetada por úlceras pépticas é o estômago
Falso É o duodeno
53
Fatores de proteção da mucosa gástrica? (3)
-Mucosa gastrointestinal -Muco gástrico -Óxido nítrico (induzindo reparo tecidual e produção de muco e bicarbonato)
54
Fatores de agressão à mucosa gástrica?
-Infecção por H. pilory -Medicamentos como AINEs e aspirina -óxido nítrico sintetizado pela NOS induzível
55
Qual a fisiopatologia da formação de úlceras pépticas por H. pylori?
-A proteína I aumenta inflamação da mucosa (além de atuar como oncogene desregulando processos apoptóticos) -A proteína VACA forma vacúolos ácidos nas células epiteliais gástricas -A resposta imune provocada pelo contato do sistema imune com esses antígenos acaba aumentando a inflamação da mucosa e a expressão de NOS induzível
56
Fisiopatologia da úlcera péptica provocada por AINEs?
A inibição da COX-1 promovida por esses compostos acaba reduzindo a produção de muco e o fluxo sanguíneo gástrico. Além disso, se tratam de ácidos fracos que tornam-se protonados, atravessam pra dentro da célula e liberam o próton extra no interior da célula, prejudicando fosforilação oxidativa, reduzindo produção de energia e integridade celular, levando a lise
57
Hormonios envolvidos na secreção ácida estomacal?
Acetilcolina Histamina Gastrina A somatostatina atua inibindo a produção de ácido
58
Fisiopatogenia da DUP a partir da infecção por HP?
O H. pilory sintetiza uma enzima chamada urease, que neutraliza a acidez estomacal e cria áreas hipocliridrêmicas; ademais, inibe a somastotatina e indiretamente acaba estimulando a produção de ácido e inibindo a produção de muco
59
(V ou F) A DUP causada por AINEs se relaciona à formas mais refratárias do transtorno
Verdadeiro
60
Quais medicamentos estão relacionados com DUP? (5)
-AINEs -Corticoides -Bifosfonados -Cloreto de potássio -fluorouracil
61
Condições que geram um ambiente gástrico hipersecretor?
Síndrome de Zollinger Ellison Mastocitose sistemica Fibrose cística Hiperparatireoidismo Hiperplasia de células G antrais
62
(V ou F) Tabagismo e etilismo são causas de úlceras pépticas
Falso São considerados fatores de risco, pois não há uma relação linear
63
Manifestações clínicas das úlceras duodenais?
Dor abdominal noturna e após 2h da refeição
64
Manifestações clínica das úlceras gástricas?
Dor durante a refeição, empachamento e distensão abdominal
65
Como se comportam as manifestações clínicas da infecção por H. pylori no antro e no corpo do estômago?
Se a infecção ocorrer no antro, se comporta mais como uma úlcera duodenal, se ocorrer no corpo, mais como uma úlcera gástrica
66
Sintomas em comum entre úlceras gástricas e duodenais?
Epigastralgia, náuseas, vômito, melena, hematêmesea
67
Sinais clínicos de alarme nas DUP?
Vômitos recorrentes, anemia, hemorragia de grande volume, disfagia progressiva, perda de peso não intencional
68
Principais complicações agudas das úlceras pépticas?
Hemorragias e perfuração
69
Primeira e segunda linha de TTO para DUP?
Primeira linha: iBPs e vanoprazana (competidor do canal de potássio) Segunda linha: antagonistas H2
70
Tto para H. pylori?
iBP dose plena associado a claritro 500mg e amoxa 1g; caso o paciente apresente resistência à claritro, pode ser associado metronidazol 500mg. Uma alternativa à claritro é levofloxacino 250mg ou 500mg
71
Quando está indicado realização de endoscopia na DUP?
Pacientes com 50+ anos com novos sintomas dispépticos ou com sinais de alarme, sendo realizada a biópsia da lesão durante o exame
72
Tto para pacientes submetidos à endoscopia para controle de sangramentos?
iBP endovenoso 80mg seguido por infusão contínua 8mg/h por 72h, seguida por adm VO 2x ao dia por 14 dias
73
Quando está indicada o tto cirúrgico para DUP?
Em caso de refratariedade de tratamento, não adesão ou pacientes de alto risco
74
(V ou F) Os linfomas são os principais tipos de cânceres gástrico
Falso Representam apenas 3 a 5% dos casos
75
Entre os linfomas gástricos, qual o tipo mais comum?
Linfoma de células B não Hodgkin
76
Qual a relação entre linfomas gástricos e a MALT?
A MALT é o tecido linfoide associado à mucosa, local de origem dos LGP. Apesar disso, a MALT não é um tecido nativo do estômago, aparentemente requisitando um processo antígeno-dependente, provavelmente desencadeado por infecções por HP (92% dos casos de LGP positivam para infecção por HP)
77
Patogenia dos linfomas MALT gástricos?
O H. pylori forma uma gastrite crônica, formando folículos linfóides no estômago, hiperproliferando o tecido linfóide associado
78
Quais são os sinais clínicos típicos do linfoma gástrico?
Sintomas dispépticos inespecíficos Dor epigástrica persistente Perda de peso Hemorragia digestiva Anemia
79
(V ou F) O linfoma gástrico é facilmente diagnosticado por endoscopia
Falso Apenas 50% dos casos há a apresentação clássica (úlcerações irregulares e mucosa infiltrada), nos demais casos há lesões inespecíficas como pregas de mucosa e lesões "gastrite like"
80
Qual a neoplasia gástrica mais prevalente?
Adenocarcinoma
81
Defina esôfago de Barret (incluindo tipo histológico)
Substituição do epitélio escamoso estratificado do esôfago por um epitélio colunar "intestinizado", resultado de um refluxo crônico, sendo uma condição pré-maligna que predispõe o desenvolvimento de adenocarcinoma
82
(V ou F) É desconhecido se a supressão ácida com iBPs altera o curso natural da doença de Esôfago de Barrett -> neoplasia, entretanto a terapia de manutenção é indicada nestes casos
Verdadeiro Apesar de não haver evidência de se evita a neoplasia em uma metaplasia já instaurada, sabe-se que evita que essa metaplasia torne-se uma displasia
83
Sintomas típicos da DRGE? Discorra sobre cada um
-Pirose: sensação de queimação retroesternal, iniciando 30 a 60min após as refeições, especialmente as mais volumosas e gordurosas, comumente associada a eructação, sialorreia e sensação de opressão retroesternal -Regurgitação: sensação de que o conteúdo gástrico refluiu para hipofaringe ou para a boca
84
(V ou F) Todo paciente com suspeita de DRGE deve ser submetida à endoscopia digestiva
Falso, mas depende KKKKKK O teste terapêutico com iBPs em dose plena por 4 semanas em pacientes com sintomatologia típica, sem sinais de alarme, pode ser feito; entretanto, é fortemente recomendável que a endoscopia seja realizada para descartar neoplasias e complicações da DRGE
85
Quando está indicada a realização de manometria esofágica
-No pré-op de uma cirurgia para DRGE -Antes de um exame PHmétrico para precisar o local do esfincter para por o sensor -Investigação complementar de disfagia
86
Quando está indicado a realização de PHmetria na DRGE?
-Quando o paciente esta cotado para cirurgia, mas apresenta endoscopia negativa -Quando o paciente apresenta sintomatologia típica com endoscopia negativa e é refratário ao tratamento com iBP Pode ser útil ainda para avaliar pacientes com esofago de barrett (adequar o ph) e pacientes atípicos refratários ao tto e com endoscopia negativa
87
Esquema terapêutico de iBPs para DRGE?
Dose plena por 4 a 8 semanas, ou dose dobrada mediante complicações (estenose, esofago de barrett, úlceras), seguida por redução à menor dose sem recidiva de sintomas (dose de manutenção)
88
Quando está indicada as intervenções cirúrgicas na DRGE?
-Falha terapêutica após 6 meses de tratamento clínico bem conduzido -Complicações (incluindo extraesofágicas) -Perspectiva de longo prazo para uso de iBPs -Hérnia hiatal de grande volume -Jovens
89
Qual o procedimento cirúrgico mais realizado para DRGE? Descreva-o brevemente
Fundoplicadura: o esôfago do paciente é envolvido pelo fundo do estômago, aumentando a pressão ao nivel do esfíncter esofágico
90
Fatores de risco para adenocarcinoma gástrico?
Sexo masculino Países em desenvolvimento Infecção por H. pylori Dieta Tabagismo Refluxo biliar (pós antrectomia) Gastrite autoimune Hereditariedade Hipocloridria Gastrite, atrofia e metaplasia intestinal
91
Que mutações favorecem o aparecimento de adenocarcinoma gástrico?
Síndrome de Li-fraumeni (p53) Mutação de BRCA2 Mutação da e-cadherina síndrome do câncer colorretal hereditário sem polipose Polipose adenomatosa familiar
92
Quais os subtipos de adenocarcinoma gástrico?
Intestinal ou difuso
93
O adenocarcinoma gástrico tipo intestinal é mais prevalente em que população? Onde normalmente é encontrado?
Encontrado mais no antro, é típico de homens mais velhos, predominando na população de alto risco. Se associa com lesões pré-malignas tais como metaplasias, gastrite atrófica e displasia epitelial
94
O adenocarcinoma gástrico tipo difuso é mais prevalente em que população? Onde normalmente é encontrado?
O adenocarcinoma gástrico tipo difuso é mais prevalente em jovens masculinos tipagem sanguínea A, mais encontrado no fundo gástrico
95
Classificação de Borrmann?
Tipo I: polipóide, lesões que se projetam para o lumen Tipo II: Ulcerados com >3cm, bem delimitados, sem infiltração; bordas elevadas e irregulares Tipo III: ulcerado, infiltrado, com bordas pouco elevadas, disseminação parcialmente difusa Tipo IV: infiltração difusa de toda a parede, que se torna inelástica como "Uma bota de couro para vinho"
96
Sintomas mais relatados por pacientes com cancer gástrico? (4)
Perda de peso Plenitude pós-prandial Desconforto abdominal insidioso Dor abdominal "tipo úlcera" Pode se relacionar com anorexia e náuseas também Vômitos ocorrem se houver invasão do piloro e disfagia se o adenocarcinoma ocorrer na cárdia Outros sintomas incluem hematemese, melena, eructações, flatulência e distúrbios do hábito intestinal
97
Sinais do adenocarcinoma gástrico?
Em estágios iniciais normalmente não são presentes, mas em estágios mais avançados o pacinete pode-se apresentar ictérico, caquético, pálido, com massas epigástricas palpáveis, ascítico com edema de MMII. Um importante sinal semiológico é o Nódulo de Virchow
98
Exames complementares para diagnóstico de adenocarcinoma gástrico?
O diagnóstico precoce é possível apenas em casos incidentais ou de rastreio com endoscopias; em casos mais avançados pode haver anemia, sangue oculto nas fezes, hipoproteinemia, anormalidade das provas hepáticas. O método de escolha é endoscopia digestiva alta com retirada de múltiplos fragmentos para biópsia, tanto de base quanto borda de lesão, ultrapassando os 98% de sensibilidade
99
Sequência carcinogênica na infecção por H. pylori; até qual estágio a lesão pode ser revertida?
Infecção -> gastrite crônica -> atrofia glandular -> metaplasia intestinal -> displasia -> adenocarcinoma. A lesão pode ser revertida até o estágio de gastrite crônica, mediante a erradicação do MO
100
Indicações absolutas de erradicação de H. pylori?
-Adenocarcinoma gástrico -Linfoma MALT gástrico -Doença ulcerosa péptica
101
Síndrome de Cushing e de Curling?
São enfermidades de rápida evolução crítica, em pacientes internados em CTI, com ventilação mecânica e instabilidade hemodinâmica, favorecendo surgimento de úlceras por estresse Síndrome de Cushing: acometimentos de SNC Síndrome de Curling: grandes queimados
102
Úlcera gástrica e duodenal: quando dói cada uma?
DuodEnal dói em jEjum GástriCa dói quando Come
103
Quando está indicado a realização de uma endoscopia digestiva alta para suspeita de DUP?
Se paciente > 40 anos ou com sinais de alarme
104
Classificação de Johnson?
Tipo I: úlceras na pequena curvatura, a situaçaõ estomacal é de normo ou hipocloridria (mais comum, indica uma infecção disseminada de H. pylori no estomago) Tipo II: úlceras gástricas e duodenais; a situação estomacal é de hipercloridria Tipo III: no canal pilórico ou até 3cm do piloro; hipercloridria Tipo IV: mais rara, úlcera em corpo proximal ou na cárdia, indica normo ou hipocloridria Tipo V: úlceras disseminadas por todo o estômago, causada por uso de AINEs, o paciente apresenta-se normocloridrêmico
105
Controle de cura de H. pylori? E controle da cicatrização da DUP?
Controle de cura para H. pylori: urease expiratória ou antígeno fecal (métodos não invasivos) ou biópsia (invasivo) após 4 a 6 semanas do término do tratamento Controle de cicatrização da DUP: após 6 a 8 semanas de tratamento
106
Abordagem do sangramento na DUP?
No episódio agudo é feita estabilização do paciente seguindo o protocolo ABC, omeprazol 80mg endovenoso em boulos e então 1-2mg/kg continuamente e EDA em até 24h, podendo fazer o controle com epinefrina + clipes metálicos
107
Sintomas e sinais de perfuração gástrica na DUP? Quais exames solicitar?
Sinais de Jobert Dor epiggástrica súbida com irradiação peritoneal (dando sintomas como dor a descompressão brusca e abdomen em tábua) Não se solicita EDA nesses casos, mas sim raio x, dando pneumoperitonio subdiafragmático ou sinal de Rigler (alças intestinais visíveis pela dissecção aerea do peritonio)
108
Sinais e sintomas da estenose em um quadro de DUP? Tratamento?
Dor, distensão, plenitude e vômitos, desidratação e emagrecimento A perda de HCL gera uma alcalose hipocloridrêmica com hiponatremia. Estabiliza o paciente, compensa bem e depois vai pra cirurgia ou dilatação endoscópica
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Quando torna-se mandatório um paciente com dispepsia fazer uma endoscopia? (8)
-Anemia -Disfagia ou odinofagia -Perda ponderal -Suspeita de DUP (pesquisa de HP) -Idade > 40 anos -Linfadenopatia -Sangramento -Sintomas noturnos (clocking)
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Qual grau de erosão no esofago diagnostica DRGE mesmo na ausência de sintomas?
LA B, C ou D
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Quando solicitar endoscopia para um paciente em tratamento da RDGE sem sinais de alarme?
Se após 4 semanas de tratamento com IBP dose dobrada não houver melhora dos sintomas, seguindo recomendações higieno-dietéticas