SP 1.4 - TUTORIA Flashcards

1
Q

Defina ‘edema’

A

O edema é o acúmulo de líquido fora dos vasos sanguíneos, seja no espaço intersticial (edema extracelular) ou dentro das células (edema intracelular). O trânsito de líquido entre os vasos sanguíneos e os tecidos são essenciais para a manutenção da homeostase e alterações nesse equilíbrio podem gerar o edema.

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2
Q

Qual o papel dos capilares no trânsito de líquido entre os vasos sanguíneos e o interstício?

A

As artérias se dividem progressivamente até formarem capilares. É através da parede dos capilares que ocorre o trânsito de líquido entre os vasos e o interstício.

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3
Q

Considerando a parede dos capilares como uma membrana semipermeável, quais grandezas modulam o fluxo de fluido através dela?

A
  1. Permeabilidade vascular;
  2. Pressão hidrostática;
  3. Pressão oncótica/osmótica/coloidosmótica.
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4
Q

Caracterize a permeabilidade vascular

A

-> É o quanto a parede do vaso é permissiva à alguma substância, como à água, e depende da quantidade e do tamanho dos poros dos capilares, bem como a quantidade de capilares;
-> Em condições fisiológicas, a permeabilidade vascular é constante.

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5
Q

Caracterize a pressão hidrostática

A

-> É a pressão que um determinado líquido faz em um determinado recipiente, como a pressão que o sangue exerce na parede do vaso no qual ele está fluindo.

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6
Q

Caracterize a pressão oncótica/osmótica/coloidosmótica

A

-> É a pressão necessária para interromper a osmose. Isso advém do seguinte fato: durante a osmose, a água move-se através da membrana semipermeável do lado menos concentrado em soluto para o meio mais concentrado em soluto (que tem menos água). Ocorre que a medida em que a água vai fluindo, a quantidade de água do lado mais concentrado em soluto vai aumentando, o que aumenta a pressão sobre a membrana semipermeável, gerando uma espécie de força contrária a passagem dessa água, até ocorrer o equilíbrio e a água parar de fluir. Assim, quanto maior for o número de partículas de soluto que estiver na água de um lado do compartimento mais água esse compartimento irá “puxar”, o que por consequência também aumentará a pressão osmótica.

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7
Q

Quais são as duas causas gerais do edema extracelular?

A

(1) extravasamento anormal de líquido do plasma aos espaços intersticiais através dos capilares; e (2) incapacidade do sistema linfático de remover o líquido do interstício devolvendo-o para o sangue, em geral denominada linfedema.

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8
Q

Qual a causa clínica mais comum de edema extracelular?

A

A causa clínica mais comum de acúmulo de líquido intersticial é a filtração capilar excessiva.

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9
Q

Conceitue a taxa de filtração capilar

A

A taxa de filtração capilar (Jv) determina o movimento de líquido do plasma através do capilar. É representada pela seguinte equação:
Jv = Kf ([Pc-Pi】- [πC- πI])

Jv: taxa de filtração capilar;
Kf: coeficiente de filtração capilar (permeabilidade)
Pc: Pressão hidrostática capilar;
Pi: Pressão hidrostática intersticial;
πC: Pressão oncótica capilar;
πI: Pressão oncótica intersticial.

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10
Q

Dentre as grandezas da equação da taxa de filtração, quais são as forças de Starling? O que é PEF e sua relação com a taxa de filtração?

A

As forças de Starling são as 4 pressões:
Pc: Pressão hidrostática capilar;
Pi: Pressão hidrostática intersticial;
πC: Pressão oncótica capilar;
πI: Pressão oncótica intersticial.

PEF (Pressão Efetiva de Filtração) é calculada pelo delta da pressão hidrostática menos o delta da pressão oncótica: PEF: [Pc-Pi】- [πC- πI]

Para sabermos a taxa de filtração, basta multiplicarmos o Kf pela PEF. Em condições fisiológicas, em que o Kf é constante e vale 1, a taxa de filtração (Jv) será igual a PEF. Ao menos que haja uma alteração da permeabilidade vascular, o Kf é constante e seu valor é 1.

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11
Q

Por que a PEF (Pressão Efetiva de Filtração) é calculada pelo delta da pressão hidrostática menos o delta da pressão oncótica?

A
  1. A pressão hidrostática empurra o líquido na direção oposta. A Pc empurra o líquido em direção ao interstício e a Pi empurra o líquido em direção ao capilar. (Delta= Pc-Pi);
  2. A pressão oncótica puxa líquido para a mesma direção, ou seja, se aumentar a pressão oncótica dentro de um vaso, o líquido tende a entrar nele. Já se aumentar a pressão osmótica no interstício, o líquido tende a ir para o interstício. (Delta= πC- πI);
  3. Já que a pressão hidrostática empurra o líquido na direção oposta e a pressão oncótica puxa líquido para a mesma direção, essas duas forças se opõem e esse é motivo pelo qual subtraímos a pressão hidrostática da pressão oncótica. (Vetores opostos) ([Pc-Pi】- [πC- πI]).
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12
Q

A taxa de filtração capilar varia entre os tecidos e as condições fisiológicas deles. Dê um exemplo que caracterize as pressões na extremidade arterial do capilar e capilar

A

Quando o sangue chega ao capilar, a pressão hidrostática capilar é maior que a pressão hidrostática intersticial. A Pc é +30mmHg e a Pi é -3mmHg já que o sistema linfático está continuamente drenando líquido do interstício, gerando um efeito de vácuo. Como as duas forcas se opõem, diminuímos uma da outra.

A pressão coloidosmótica do capilar é de 28mmHg e a pressão coloidosmótica do interstício é 8mmHg. Como são duas forcas que também se opõem, diminuímos uma da outra.

Assim, colocando tais valores na equação de Starling, temos que na extremidade arterial há uma pressão positiva de 13mmHg ( Jv: 1.([30 +3] - [28-8]) = +13mmHg), o que indica que líquido passa para o espaço intersticial.

PRESSÕES NA REGIÃO DA VÊNULA:
Conforme o sangue vai passando dos capilares em direção às vênulas, a dinâmica muda:
Como o sangue vai perdendo líquido para o interstício, a pressão hidrostática no interior do vaso cai, assim, a Pc é de 10mmHg e os demais valores permanecem os mesmos. Assim, o líquido tende a voltar para os vasos (Jv: 1. ([10+3] - [28-8]) = -7mmHg).

+13mmHg X -7mmHg:
No lado arterial a pressão que empurra o líquido para fora do capilar (+13mmHg) é bem maior que a força que empurra o líquido de volta para o vaso no lado da vênula (-7mmHg em módulo). Isso é compensado pela maior permeabilidade das vênulas e pela maior quantidade das mesmas.

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13
Q

Qual a média global da taxa de filtração capilar da extremidade arterial junto com a extremidade venosa?

A

(Jv: 1(17,3+3] - [28-8]) = +0,3mmHg. Esse pequeno valor positivo reflete que sai mais líquido do do capilar na extremidade arterial do que entra do que entra na extremidade capilar venosa. Nesse sentido, o acúmulo de líquido no interstício não ocorre pois é compensado pela drenagem do sistema linfático.

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14
Q

Sabe-se que a causa clínica mais comum de edema extracelular é a filtração capilar excessiva. Quando isso pode ocorrer?

A

Quando há: (1) aumento do coeficiente de filtração capilar (permeabilidade), (2) aumento da pressão hidrostática capilar e a (3) diminuição da pressão coloidosmótica plasmática.

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15
Q

Em quais situações pode haver aumento do coeficiente de filtração capilar (permeabilidade)?

A

Se a permeabilidade vascular aumentar, mais líquido fluirá para o interstício. Isso pode acontecer por toxinas de animais peçonhentos, reações imunológicas (histamina), isquemias prolongadas, queimaduras, infecções bacterianas, deficiência de vitaminas, especialmente vitamina C.

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16
Q

Em quais situações pode haver aumento da pressão hidrostática capilar?

A

(1) Aumento da pressão venosa;
(2) Retenção excessiva de sal e de água;
(3) Diminuição da resistência arteriolar.

(1)
-> insuficiência cardíaca (onde pelo fato do coração não conseguir bombear adequadamente o sangue, faz com ele acumule no sistema venoso, aumentando por consequência a pressão hidrostática e levando aos edemas);
-> Falência das bombas venosas (falência das valsas venosas, paralisa musucular ou imobilização dos membros, já que a contração muscular auxilia no retorno venoso;
-> Obstrução venosa (trombose, por exemplo).

(2)
-> Insuficiência renal aguda e crônica;
-> Excesso de mineralocorticoides.

(3)
-> Calor corporal excessivo;
-> Insuficiência do sistema nervoso simpático;
-> Uso de medicamentos ou substâncias vasodilatadoras.

17
Q

Em quais situações pode haver diminuição da pressão coloidosmótica plasmática?

A

Pode ocorrer por diminuição das proteínas plasmáticas:
(1) Perda de proteínas pela urina (como na síndrome nefrótica);
(2) Incapacidade de proteínas (como na doença hepática - cirrose - ou por desnutrição proteico-calórica grave - Kwashiokor);
(3) Perda de proteínas através de áreas desprovidas de pele (como queimaduras ou feridas).

18
Q

A obstrução das vias linfáticas leva ao linfedema por incapacidade dosistema linfático de drenar o líquido intersticial de volta o sangue. Em quais condições esse processo pode ocorrer?

A

-> parasitas, como ocorre na filariose (filaríase ou elenfatíase);
-> tumores malignos, seja por compressão ou invasão do sistema linfático;
-> cirurgias oncológica que retiram vias linfaticas;
-> agenesia ou anormalidade dos vasos linfáticos.

19
Q

Quais são os mecanismos corporais para conter o edema?

A

-> Baixa complacência do interstício (pouca capacidade de se expandir). Isso quer dizer que quando começa a escapar líquido para o espaço intersticial, esse pouco altera o seu volume o que faz com que a Pi aumente, se opondo a filtração do vaso. Assim, para ocorrer distensão do interstício, deve haver considerável volume de líquido entrando nele;

-> Sistema linfático. Ele pode aumentar sua capacidade de absorção em até 50x. Assim, mesmo como o aumento do fluxo de líquido para o espaço intersticial, o tecido pode se manter livre de edemas com o aumento compensatório da absorção linfática;

-> Diluição das proteínas no interstício. Conforme o líquido se acumula na região intersticial, as proteínas dessa região tornam-se cada vez mais diluídas, levando uma diminuição da pressão osmótica. A menor pressão osmótica no interstício favorece a permanência de líquido nos vasos.