Tema VIII - Desenvolvimento moral na adolescência Flashcards

1
Q

Que perspetivas explicam o surgimento da moralidade?

A

Hobbes – Quando as crianças vêm ao mundo, elas são inerentemente más - estas possuem fortes
instintos de sobrevivência, semelhantes aos dos animais, e colocam os seus interesses acima do dos
outros. À medida que elas vão crescendo, cabe à sociedade (pais e leis) incutir-lhes a moralidade
(preocupação pelos outros, modos civilizados).

Rousseau – Quando as crianças vêm ao mundo, elas são inerentemente boas – ainda que não
possuam regras morais ou de sociabilidade, agem segundo princípios que gostaríamos que todos
adoptassem, sempre e em quaisquer situações. À medida que elas crescem, a sociedade corrompe-as
e torna-as egoístas e manipuladoras.

  • Quando as crianças nascem, estas não sabem nada sobre a moralidade, têm uma mente tábua rasa
    que é preenchida graças ao meio com os conteúdos que nos permitem distinguir o que é o bem e o
    mal.
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2
Q

Qual o objetivo da psicologia do desenvolvimento no estudo da moralidade?

A

1) como muda a compreensão do que é (i) moral com a idade?
2) como muda o comportamento moral com a idade – pelo interesse próprio ou altruísmo?

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3
Q

Que teorias da aprendizagem ajudam a explica o desenvolvimento moral?

A
  • Condicionamento operante – Os comportamentos morais surgem do reforço (dar ou tirar algo para
    aumentar a frequência de uma ação) e da punição (dar ou tirar algo para diminuir a frequência de uma
    ação) e isso denota-se claramente nas estratégias de educação utilizadas pelos pais para ensinar aos
    filhos o que é um comportamento desejável (e.g., dar atenção, sorrir, elogiar) e indesejável (e.g., avisos,
    repreensões, não dar atenção).
  • Observação – Os comportamentos morais são aprendidos socialmente, através de modelagem e
    imitação, ou seja, são adquiridos, mantidos e modificados devido à influência dos modelos que
    observamos na vida do dia-a-dia. Os estudos do Bandura foram cruciais para mostrar como o
    comportamento dos adultos perante os outros se torna uma referência para as crianças pequenas – numa das suas investigações mais conhecidas, as crianças inicialmente estavam numa sala com um adulto que ou brincava pacificamente com um boneco ou o agredia fisicamente e depois era observado o seu
    comportamento face ao mesmo boneco quando ficavam sozinhos; o que se verificou consistentemente
    foi que o comportamento da criança foi congruente com o adulto que ela observou.

Apesar das teorias de aprendizagem não explicarem os aspectos cognitivos do desenvolvimento moral,
não podemos negar que estes mecanismos potenciam comportamentos morais e imorais e que os adultos
(pais e professores) são importantes nesse processo.

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4
Q

Como Piaget conceptualiza a moralidade?

A

Piaget conceptualiza a moralidade como assentando dois tipos dominantes – a heterónoma, que predomina
nas crianças até aos 8/9 anos e se define em traços gerais como uma moralidade de constrangimentos,
obediência e respeito unilateral, baseada sobretudo no medo do castigo e obediência estrita à autoridade;
assume traços egocêntricos, na medida em que a criança não é capaz de distinguir entre o seu ponto de vista e o dos outros, seguindo cegamente a vontade do adulto; e a autónoma, que predomina nos sujeitos com mais de 10 anos e se define em traços gerais como assentando na cooperação, respeito mútuo, igualdade, reciprocidade e no acordo porque estes já interiorizaram as normas e convenções sociais; assume traços de perspectivismo, na medida em que a criança é capaz de perceber diversos pontos de vista e chegar a soluções mais justas ou ações mais morais. Estas surgem na teoria de Piaget não como estádios, mas como fases precisamente porque o psicólogo quis deixar claro que podem existir vestígios de moralidade autónoma numa criança predominantemente heterónoma e vice-versa.

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5
Q

Como se desenvolve a concepção de regras e normas?

A

A moralidade está muito associada ao respeito de normas e regras. Para estudar esta questão, Piaget serviu-se de um jogo, “le jeu des billes”, que pedia a crianças para lhe ensinarem, já que pretendia jogar esse jogo com elas, mas tinha-se esquecido das regras (cumprimento das regras), perguntando-lhes, depois, se seria possível jogá-lo segundo uma regra completamente diferente da estabelecida (consciência ou sentido de obrigação imposto pelas regras). Ambos os aspectos aparecem como fenómenos evolutivos, com fases de moralidade mais heterónomas ou mais autónomas.

Fase pré-moral:
- Regras motoras (3 anos): As crianças tendem a manipular simplesmente as bolas do jogo, exercitando os seus hábitos motores.
- Regras egocêntricas (4-6 anos): As crianças tendem a aplicar as regras de modo egocêntrico, moldando-as para ganharem sempre e nunca perderem, a “brincar individualmente com uma matéria social”.
(As regras do jogo são vistas como rituais individuais e motores que não impõem qualquer tipo de obrigação.
A criança joga a seu bel-prazer, procurando apenas satisfazer os seus interesses motores ou a sua fantasia
simbólica).

Fase heterónoma:
- Regras sagradas e imutáveis (7-10 anos): As crianças tendem a cumprir as regras e aceitar que existem
os que ganham e os que perdem, o que faz com que o jogo se torne social. Estas tendem a seguir as regras
à risca porque são criadas segundo a vontade dos adultos, que são uma fonte de poder e autoridade que é preciso respeitar. Isto explica o facto de não só não aceitarem jogar segundo uma nova regra, como
considerarem a admissão desta possibilidade uma falta grave. Denota-se nesta fase um desfasamento
entre o conhecimento e o cumprimento efectivo das regras – ainda que as crianças entendam as regras
como intocáveis e quase sagradas, por vezes não as cumprem quando jogam.

Fase autónoma:
- Regras codificadas e modificáveis por acordo (a partir de 11/12 anos): As crianças procedem, antes de
começar o jogo, a uma codificação detalhada de regras racionais, que já são compreendidas na sua essência e que resultam de um acordo de vontades, sendo por isso dignas de respeito.

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6
Q

Como se desenvolve a avaliação moral das transgressões?

A

Duas histórias:
- O menino João estava no seu quarto, quando a sua mãe chamou para o jantar. Atrás da porta da sala, sem ele saber, estava uma mesa com um tabuleiro de 15 chávenas. Ao entrar na sala, a porta bateu no tabuleiro e partiram-se todas as chávenas.
- Na ausência da mãe e contra a sua vontade, o Henrique quis tirar marmelada que estava lá muito em
cima no armário. Ao procurar alcançá-la, o Henrique tocou numa chávena, que caiu e ficou partida.

Pergunta: Qual dos meninos foi o mais maroto?

Fase heterónoma: As crianças de 4/5 anos respondem que foi o João, por ter partido 15 chávenas em comparação ao Henrique que partiu apenas uma, porque a moralidade das ações é julgada segundo a responsabilidade objetiva, ou seja, tomando em consideração o prejuízo causado ou as consequências físicas e materiais. Assim, as ações morais são avaliadas pelos seus aspectos externos, realismo moral, ignorando-se o mais importante na moralidade, que é a intenção por detrás da ação, o que ilustra a centração numa só dimensão típica desta
idade.

Fase autónoma: As crianças mais velhas respondem que foi o Henrique, porque independentemente de ter partido apenas uma chávena, elas são capazes de olhar para a situação com base na responsabilidade subjetiva, ou seja, consegue identificar que ele que tem as intenções mais corrompidas

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7
Q

Como se desenvolve a ideia de castigo?

A

Fase heterónoma:
As crianças consideram imoral aquilo que é proibido, ou seja, aquilo que vai contra as regras sagradas
produzidas pelos adultos. Como a moralidade é percepcionada com base na visão que os adultos têm das suas consequências físicas e externas, aquilo que é imoral articula-se com a sua orientação para o castigo – é má toda a ação que leva ao castigo; toda a ação que é castigada é má (confusão entre castigo e imoralidade). As crianças nesta fase tendem a preferir castigos retaliatórios e arbitrários, ou seja, sem relação visível com a transgressão cometida, que sejam aplicados imediatamente.

Fase autónoma:
As crianças consideram imoral, não aquilo que se confunde mais com o proibido pelo adulto ou com o que leva ao castigo, mas sim o que viola o espírito de cooperação, da igualdade e da reciprocidade, respeito
mútuo – todos têm de estar sintonia: o que é mau é mau e tem de ser mau para todos. Isto faz com que elas sejam capazes de compreender que algo pode ser imoral mesmo que não seja castigado (e.g., sabem que é errado copiar num teste mesmo que não sejam apanhados). Assim, estas crianças preferem castigos menos arbitrários e mais relacionados com a transgressão em causa dado que estes são vistos como mais justos e legítimos, tornando-se um instrumento de reflexão.

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8
Q

Como se desenvolve a moralidade na distribuição de recursos?

A

Fase heterónoma:
- Aceitação da desigualdade nalgumas condições (5-6 anos): A criança heterónoma possui um conceito de
justiça que se confunde com a autoridade dos mais velhos, o que faz com que em algumas condições esta
aceite desigualdades - não se importa, por exemplo, que a mãe dê mais bolo à filha de quem mais gosta,
porque a mãe é que sabe o que deve fazer.
- Distribuições justas são igualitárias (8-10 anos): A criança heterónoma acredita num igualismo estrito e
factual, sobrepondo-o à autoridade do adulto, e portanto acha que a mãe deve dar a mesma coisa à filha de quem mais gosta e à outra de quem gosta menos.

Fase autónoma
- Distribuições justas são equitativas (a partir dos 11/12 anos): Na criança autónoma o sentido de justiça
refina-se e surge uma igualdade construída e substancial, a equidade, que assenta na compreensão de que, por vezes, é necessário atender a determinados condicionalismos (necessidades e possibilidades diferentes) e compensá-los não pela distribuição igual de recursos, mas por uma distribuição equilibrada que permita a todos atingir o mesmo nível de bem-estar.

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9
Q

Que críticas são apontadas à teoria do desenvolvimento moral?

A

As críticas e controvérsias à teoria do desenvolvimento moral são semelhantes às críticas e controvérsias relativas à teoria do desenvolvimento cognitivo do Piaget (exemplos: pesquisas mostram que o conhecimento moral é mais específico ao contexto que Piaget deu a entender; estudos mostram que já há elementos de relativa autonomia moral em idades que não coincidem com as indicadas por Piaget).

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10
Q

De que modo Kohlberg conceptualiza a moralidade?

A

Kohlberg conceptualiza a moralidade com base no sentido de justiça, tendo a ver mais com considerações de igualdade, equidade, contratos sociais e reciprocidade nas relações humanas e menos a ver com o cumprimento ou violação de certas normas sociais ou até morais. Tal ocorre porque, em algumas
circunstâncias, para sermos justos, considerarmos a pessoa e os seus direitos fundamentais como algo que
não pode ser questionado, temos de mesmo de violar determinadas regras. A justiça não é vista pelo
psicólogo como uma regra ou um conjunto de regras, mas sim um modo de atuar que gostaríamos que todas as pessoas adoptassem, sempre e quaisquer situações – uma razão para a própria ação. A teoria do
desenvolvimento moral de Kohlberg é centrada nas orientações morais dos adolescentes e dos adultos e é
bastante semelhante com a teoria de Piaget, apesar do seu modelo ser mais complexo. Este identificou 3
grandes níveis, cada um com 2 estádios (modos de resolver um problema qualitativamente diferentes,
seguem uma sequência invariante, representa uma estrutura de conjunto) nos quais os sujeitos são situados consoante as suas respostas na entrevista de juízo moral (semelhante ao método clínico).

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11
Q

Quais são os níveis e estádios do raciocínio moral de Kohlberg?

A

Dilema: será que o Heinz, cuja mulher está cronicamente doente, deve assaltar a farmácia do homem que tem o única cura para a sua doença, dado que este se recusou a deixá-lo pagar gradualmente o remédio por querer ganhar dinheiro com a sua descoberta?
Nível pré-convencional (maioria das crianças até aos 9 anos): As normas e as expectativas sociais permanecem exteriores a si. A moralidade designa um conjunto de regras externas a que se obedece para evitar o castigo ou satisfazer desejos e interesses concretos e individuais.
- Estádio 1 - Não devia roubar porque se não o polícia prende-o; devia roubar porque a mulher lhe disse para ele roubar.
**Orientação moral: Orientação para a punição e para a obediência. Corresponde ao realismo moral, responsabilidade objetiva - as intenções dos atos são ignoradas e é privilegiada a forma física da ação.
***Perspectiva sociomoral - Não distingue nem coordena perspectivas e quando o tenta fazer não vai além de operações de justiça por critérios externos, físicos e materiais; só uma correta, a autoridade.
- Estádio 2 - Depende, se ele gosta da mulher, devia roubar, se não, não.
**
*Orientação calculista e instrumental - pura troca (consideração pelo que os outros podem proporcionar em troca), hedonismo e pragmatismo (agir de modo a satisfazer interesses e necessidades concretas e deixar que os outros façam o mesmo).
**
Perspectiva sociomoral - distingue perspectivas, coordena-as e hierarquiza-as do ponto de vista de uma segunda pessoa.

Nível 2 (maioria dos adolescentes e adultos): Pessoas
que já interiorizaram as normas e expetativas sociais. Pensa as questões de acordo com o que é socialmente aceite e partilhado; procura cumprir os deveres e
reclamar os seus direitos; e que respeita a ordem estabelecida. Tendência para moralidade interpessoal – querer ser bem-visto aos olhos dos outros e merecer o meu respeito, autoestima e consideração.
- Estádio 3 - Não devia roubar, porque uma pessoa honesta não rouba, mesmo quando precisa muito; Devia roubar, porque a obrigação de um marido é fazer tudo pela mulher.
**Orientação moral - Orientação para a aprovação
interpessoal – preocupação pelas normas e convenções sociais vista de uma terceira pessoa estereotipada, por exemplo o “bom menino” e para uma moralidade de aprovação social e interpessoal. Usam a “regra de outro” – trata os outros como gostavas de ser tratado.
***Perspectiva sociomoral - Distingue perspetivas,
coordena-as e hierarquiza-las do ponto de vista de uma terceira pessoa afetiva e relacional (altruísta e bons motivos).
- Estádio 4 - Não devia roubar, porque se cada pessoa que fica desesperada fosse roubar, a sociedade não podia funcionar; Devia roubar, porque não se deve pactuar com a ganância.
**
*Orientação moral - Orientação para a manutenção da lei, ordem coletiva e progresso social. Assume ponto de vista geral e racional e coloca como critérios últimos da justiça e moralidade as leis e os códigos socialmente aceites e partilhados. Apelo a filosofia moral que pretende manter a ordem social estabelecida e assegurar a igualdade dos cidadãos perante a lei.
**
Perspectiva sociomoral - Distingue perspetivas,
coordena-as e hierarquiza-as do ponto de vista de uma terceira pessoa imparcial e institucional; um outro generalizado, alguém que tenta coordenar de modo relativamente consistente as perspetivas legais, sociais, institucionais e morais vigentes.

Nível pós-convencional (minoria de adultos com mais de 20/25 anos): O valor moral das ações depende da conformidade com princípios éticos universais, como o direito à vida, liberdade ou justiça. Compreende as normas na sua relatividade e se estas não salvaguardarem esses princípios, defendem que tais leis devem ser transformadas ou desobedecidas. Normas morais são manifestações imperfeitas do absoluto moral.
- Estádio 5 - Devia roubar, porque o valor da vida prevalece sobre o valor da propriedade; Não devia roubar, por isso poderia fazer com que o farmacêutico, ou outros, desistissem de descobrir medicamentos, causando a morte de mais indivíduos.
Orientação moral - Orientação para o contrato/acordo social, a relatividade das normas (porque por vezes entram em conflito com princípios gerais que definem “ponto de vista moral”) e o bem comum (maior bem para maior número).
**
Perspectiva sociomoral - Distingue perspetivas, coordena-as e hierarquiza-as do ponto de vista de uma terceira pessoa racional e universal que intui que a sociedade só faz sentido se assegurar os direitos de cada pessoa, caso contrário deve haver transformação.
- Estádio 6 (não existe empiricamente, mas é o ideal supremo moral) - Devia roubar, pois mesmo o farmacêutico, se verdadeiramente se imaginasse
na situação da mulher, teria de concordar.
**
*Orientação moral - Orientação para os princípios
éticos, universais, reversíveis (pessoa não reclama direitos que não reconhece nos outros e defende que não devem atribuir-se deveres a que não correspondem direitos correlativos) prescritivos e autoescolhidos. Sente o dever como uma compulsão interna e necessidade moral, rege-se pelo imperativo categórico “Devo fazer isto porque é justo, porque sei e sinto que é justo”; Regra de ouro de segunda ordem – Não se preocupa que vença aquela ou outra pessoa, mas que triunfe a posição + justa.
Perspectiva sociomoral - Distingue perspetivas, coordena-as e hierarquiza-as do ponto de vista de uma terceira pessoa racional-universal-moral, pretendendo sempre salvaguardar os direitos fundamentais e vendo sempre a pessoa como um fim, nunca um meio.

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12
Q

Que apoio empírico tem a teoria moral de Kohlberg?

A

A teoria possui uma sequência desenvolvimentista, relação com competências cognitivas e relação com tomada de perspectiva.

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13
Q

Que críticas e controvérsias são apontadas à teoria de Kohlberg?

A

Ética da justiça vs. Ética do cuidado: Giligan
defendeu que a teoria de Kohlberg é
demasiado focada na ética da justiça, que se
aproxima mais do ponto de vista moral
masculino ao se focar na compreensão da
justiça moral, ligada a leis e regras, não
havendo a consideração por uma uma ética do
cuidado, que assume a moralidade aos olhos
da mulher, que se centra mais na
compreensão de responsabilidades e relações,
criticando nesta linha a sua constatação de
que as mulheres são menos capazes de atingir
níveis elevados de moralidade.
Enviesamento cultural: Alguns sociólogos e
antropólogos afirmam que a sua teoria corre o
risco de etnocentrismo pelo seu apelo a um
conjunto de valores privilegiados na cultura
ocidental, mas não na oriental.
Falta de correspondência entre raciocínio
moral e ação moral: Sobrevaloriza a cognição
moral; incapaz de explicar o porquê de
sabemos o que é moral não implicar que
vamos ter comportamentos altruístas.

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14
Q

O que são emoções morais?

A

Existe uma relação entre emoções auto -conscientes
(self-conscious emotions) e a moralidade – embaraço,
vergonha e culpa. Os pais devem mostrar à criança que o seu comportamento está incorreto e o porquê,
fazendo-a sentir culpa, mas não devem frisar que é a
própria criança que é imoral, o que leva ao embaraço e
à vergonha; Empatia.

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15
Q

Como se desenvolve o conceito de comportamentos pró-sociais de ajuda?

A

Numa experiência de Warneken e Tomasello
(2006) com crianças de 18 meses foram-lhes
apresentadas 10 situações diferentes em que
um adulto estava a ter dificuldades a atingir
um objetivo, como abrir um armário com as
mãos cheias de coisas ou retirar um objecto
duma caixa que ele desconhecia como abrir, e
verificou-se que estas ajudaram (significativamente mais do que em condições
controlo) em 6 das 10 tarefas.
Numa experiência de Hamlin, Wynn e Bloom
(2007), crianças pré-verbais de 6 a 10 meses
foram apresentadas com cenários onde a
personagem A queria subir uma montanha e à
terceira tentativa ou era ajudada pela
personagem B ou empurrada para a posição
inicial pela personagem C. Depois elas foram
instruídas a escolher entre a personagem B e
C e estas preferiram significativamente mais a
B com base na sua capacidade universal e
inata de avaliar o sue comportamento social.

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16
Q

Como desenvolvem os adolescentes a aversão à inequidade?

A

Shaw e Olson (2012) procuraram perceber se as crianças de facto respondem negativamente à desigualdade ou se não gostam de ver os outros a receber mais do que elas (comparação social) e querem maximizar recursos, especialmente em favor daqueles que têm menos recursos (bem-estar social). Para tal, eles perguntaram a crianças entre os 6 e os 8 anos se preferiam manter a equidade entre dois estranhos, cada um com duas barras de chocolate, ao mandar um barra extra que sobrava para o lixo ou se preferiam dá-la a um deles em diferentes estudos com ligeiras variações e concluíram que há aversão natural à iniquidade já que elas preferem mais vezes a primeira opção, ainda que os recipientes não se conhecessem e não soubessem o que o outro recebeu (não se devendo portanto à vontade de evitar que estes ficassem desapontados ou chateados) e ainda que um desses indivíduos fosse o suposto melhor amigo do investigador, sendo o caso excepcional a condição em que viram que uma pessoa trabalhou mais, o que mostrou uma razão legítima
para merecer mais um chocolate.

17
Q

Como se desenvolve a sensibilidade para a justiça na adolescência?

A

Schmidt e Sommerville (2011) avaliaram a sensibilidade de crianças de 15 meses para a justiça através de um paradigma de violação de expetativas onde estas tinham de observar um clip de um ator a colocar bolachas em dois recipientes e, após alguns segundos em que o outcome estava tapado, era avaliada a sua reacção a uma distribuição justa (2 para cada pessoa) e uma injusta (1 bolacha para um e 3 para outro). Os resultados indicaram que o tempo médio de fixação do olhar das crianças foi superior (= + surpresa) para o cenário injusto, sugerindo que estes eventos violaram as suas expetativas prévias de justiça por parte do distribuidor que estas já possuem, contrariando evidências prévias de que esta capacidade emergia entre na transição da primeira para a segunda infância.