Trauma Torácico Flashcards
(32 cards)
Paciente com hemoptise, enfisema subcutâneo cervical, pneumotórax hipertensivo, cianótico, com expansão incompleta do do pulmão e necessidade de alto fluxo de ar mesmo após inserção de tubo sugerem que tipo de injúria e qual conduta imediata no tratamento?
Injúria traquebrônquica e deve ser feita uma via aérea definitiva o mais rápido possível.
Inchaço, sangramento, vômito, injúria laríngea e deslocamento posterior da cabeça da clavícula são algumas das causas de obstrução de via aérea. Nesse último exemplo, qual seria a conduta apropriada?
Em caso de defeito na região da junção esternoclavicular (fratura ou deslocamento), deve-se estender os ombros do paciente ou agarrar a clavícula com um “penetrating towel clamp”.
Quais sinais estão presentes na anamnese e exame físico (inspeção, percussão e ausculta) de um paciente com pneumotórax hipertensivo?
Anamnese: Paciente pode relatar dor torácica e fome de ar.
Exame físico
- Inspeção: Taquipneia, estresse respiratório, desvio da traqueia, hemotórax elevado sem movimento respiratório, distensão de veias do pescoço e cianose (manisfestação tardia).
- Percussão: Hipertimpanismo no lado colapsado.
- Ausculta: Ausência unilateral do MV e taquicardia.
- Hipotensão.
OBS.: Em pacientes em ventilação mecânica, o principal sinal de pneumotórax hipertensivo é o colapso hemodinâmico.
Qual a principal causa de pneumotórax hipertensivo?
Pressão positiva em pacientes em ventilação mecânica com injúria pleural.
Quais condutas devem ser prontamente iniciadas quando feito o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo?
Inserção de largo cateter (over-the-needle) no espaço pleural através do quinto espaço intercostal, anterior a linha axilar média (sucesso irá depender da largura da parede torácica). Caso tal manobra não obtenha sucesso, pode ser feito toracostomia com o dedo. O intuito de tais medidas é transformar o pneumotórax hipertensivo em pneumotórax simples.
Após uma dessas medidas de descompressão, é mandatório a inserção de um tubo por toracostomia.
Qual a definição de hemotórax maciço e como um paciente que o possui se apresenta diante dos seguintes aspectos: Sons respiratórios, percussão do tórax, posição da traqueia, veias do pescoço, movimentação do tórax?
Hemotórax maciço é o acúmulo de mais de 1500ml de sangue em um hemitórax o que pode aumentar o esforço respiratório.
Sons respiratórios: Diminuídos.
Percussão: Maciço.
Posição da traqueia: Linha média
Veias do pescoço: Colapsadas (pela hipovolemia)
Movimento do tórax: Móvel.
Em que situação um paciente com hemotórax maciço pode apresentar veias do pescoço distendidas?
Quando ele tiver um pneumotórax associado.
Como deve ser o manejo inicial de um paciente com hemotórax maciço?
Reposição volêmica: Acesso calibroso com infusão de cristalóides e sangue O- até que se tenha um sangue do mesmo tipo.
Descompressão da cavidade torácica: Inserção de tubo na cavidade torácica no quinto espaço intercostal anterior a linha axilar média.
Quais as indicações de toracotomia de urgência no hemotórax maciço?
- Caso ocorra um retorno imediato de 1500 ml ou mais, há indicação de uma toracotomia urgente.
- Pacientes que estão de maneira persistentemente necessitando de transfusão sanguínea.
- Caso haja um retorno de menos de 1500 ml inicialmente, mas que continuem sangrando (cerca de 200-400ml/hr por 2 a 4hrs), podem também precisar.
Que regiões um trauma penetrante torácico traz maior chance no desenvolvimento de um hemotórax maciço?
Anteriormente: Da linha média até o mamilo.
Posteriormente: Da linha média até a escápula.
Se um paciente com suspeita de lesão na coluna cervical em uso de colar apresenta problemas respiratórios, qual o correto a se fazer?
a) Retirar o colar temporariamente para avaliação da região cervical.
b) Confirmar a ausência de lesão com exame de imagem e retirar o colar após isso
c) Investigar as regiões torácica e da cabeça e, caso nenhuma justificativa seja encontrada, retirar o colar.
O correto é a letra A. O colar deve ser removido enquanto a movimentação cervical é restringida ativamente.
Quais sinais podem indicar injúria torácica e/ou hipóxia e como devemos pesquisá-los?
Aumento da frequência respiratória, mudanças no padrão respiratório (geralmente mais raso) e cianose (sinal tardio no trauma e de difícil visualização na pele negra. Sua ausência não exclui inadequada oxigenação tecidual).
Complete: O pneumotórax aberto decorre de ___, a qual necessita ter um tamanho de pelo menos ___. A ventilação se torna, portanto, ineficaz, levando à hipóxia e hipercapnia. São sinais e sintomas ___. Como conduta deve-se __, por meio de __. Este deve estar fechado em __ dos seus 4 lados, criando o efeito de válvula flutuante. Ainda, deve-se colocar um tubo torácico ___ da ferida assim que possível.
1) Uma grande injúria a parede torácica que permanece aberta
2) dois terços o diâmetro da traqueia.
3) Dor, dificuldade de respirar, taquipneia, diminuição do MV no lado afetado e movimento barulhento do ar pela injúria na parede torácica.
4) Fechar a injúria
5) Um material estéril largo o suficiente
6) 3
7) Distante
Paciente vítima de trauma chega com atividade elétrica sem pulso. Quais as possíveis causas?
Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, profunda hipovolemia, injúria contusa severa (que pode romper atrios e ventrículos), hipóxia, acidose, hipo/hipercalemia, hipoglicemia, hipotermia, toxinas, trombose coronária, trombose pulmonar.
O tamponamento cardíaco é uma condição em que há acúmulo de sangue no espaço pericárdico, sendo mais comum em injúrias penetrantes e podendo se desenvolver devagar ou rápido. Qual a tríade clássica desse acometimento?
Tríade: Abafamento das bulhas cardíacas (difícil auscuta no barulho do atendimento), hipotensão e distensão venosa (pode estar ausente se hipovolemia). Outro sintoma associado é o sinal de Kussmaul (aumento na pressão venosa com a inspiração quando a respiração é espontânea).
Como diagnosticar e tratar um tamponamento cardíaco?
Diagnóstico: FAST tem 90-95% de acurácia, embora se houver um hemotorax simultâneo possa levar à falso positivo ou falso negativo. Caso não esteja disponível, pode-se usar ecocardiografia e/ou janela pericárdica.
Tratamento: Toracotomia ou esternotomia de emergência deve ser feita por um cirurgião qualificado assim que possível. A administração de fluido intravenoso deve aumentar a pressão e melhorar o débito cardíaco enquanto se prepara a cirurgia. Se esta não for possível, pode ser feita pericardiocentese, embora não seja um tratamento definitivo. Nesse último caso, pode-se usar um USG como guia para inserção do (large, over-the-needle) catéter.
Na sala de emergência chegaram 3 pacientes: um em AESP, outro em FV e outro em assistolia. Qual desses estava em “Parada circulatória traumática”? O que pode ter causado essa condição?
Todos, já que estão inconscientes e sem pulso.
Causas: hipóxia, pneumotórax hipertensivo, hipovolemia profunda, tamponamento cardíaco, herniação cardíaca e contusão miocárdica severa.
Como diagnosticar uma Parada circulatória traumática e qual conduta tomar?
O dx é clínico (inconsciência e sem pulso), não devendo atrasar o tto pela monitoração eletro ou ecocardiográfica.
Para o tratamento, deve-se iniciar a RCP simultaneamente ao manejo do ABC:
- Intubação orotraqueal (Não é necessária sequencia rápida)
- VM com 100% de O2
- Toracotomia com tubo ou digital (sem anestesia local)
- Monitorização com ECG e SatO2
- Começar ressuscitação com fluido rápida.
- Epinefrina 1mg
- Se FV: Ttratar de acordo com o ATLS.
- Se não retornar à circulação espontânea pode ser necessária toracotomia para ressuscitação.
Pacientes com pneumotórax simples podem ser tratados com que tipo de procedimento e o que eles devem possuir para receber ventilação com pressão positiva?
Dreno torácico com selo d’água para ambas as perguntas.
O toráx instável é uma condição frequentemente encontrada no trauma associado a fratura de múltiplas costelas, onde 2 ou mais costelas adjacentes é fraturada em 2 ou mais lugares. Nesses pacientes, o esforço respiratório e a dor, associados a contusão e atelectasia pulmonar podem limitar a movimentação da caixa torácica. Qual o tratamento indicado para esses pacientes?
- Oxigenação.
- Ressuscitação cuidadosa de fluidos.
- Analgesia: Drogas intravenosas ou anestésicos locais (bloqueio intercostal, anestesia trascutânea intrapeural, extrapleural ou epidural), tendo cuidado com a depressão respiratória que alguns anestésicos sistêmicos podem causar.
Um alto índice de suspeição para rotura traumática de aorta deve acontecer quando o paciente possuir história desaceleração no mecanismo de trauma associado a sinais específicos do RX de tórax. Que sinais são esses?
Veja bem, com a rotura da aorta, o mediastino (1), faixa paratraqueal (2) e interface paraesternal (3) ficam mais alargados, uma vez que o sangue vai sendo acumulado no espaço. A aorta então perde sua anatomia clássica o que repercute no obliteração do botão aórtico (4) e do espaço entre a artéria pulmonar e a aorta - Janela aortopulmonar (5). Mecanicamente, como o sangue é jorrado do lado esquerdo (tendo em vista que a aorta descendente está mais a esquerda), a traqueia (6) e o esôfago (7) são desviados para direita, o brônquio principal esquerdo (8) é desviado para baixo e o direito para cima (9). Ainda, a presença de hemotórax esquerdo (10) e presença de um apical ou pleural “cap” são indicativos (11). Por fim, fratura de primeira ou segunda costelas ou de escápula (12) são indicativos de trauma com ele impacto que podem estar associados a rotura de aorta.
Na suspeita de rotura de aorta, qual exame deve ser solicitado?
TC de tórax com contraste. Caso permaneça a dúvida, pode ser feito uma aortografia.
Rotura de aorta é uma complicação potencialmente fatal nos pacientes de trauma. Apesar de estes frequentemente apresentarem hipotensão, não há sinais e sintomas específicos dessa complicação. Tendo em vista o potencial de letalidade, que condutas devemos realizar para que esta aconteça?
Controle da dor: Analgésicos.
Controle da frequência cardíaca: Uso de betabloqueador de curta ação para manter FC menor que 80 bpm.
Controle da pressão arterial: Quando BB com esmolol n forem suficientes ou sejam contraindicados, o BCC (nicardipina) pode ser utilizado, caso ele falhe, nitroglicerina ou nitroprussiato estão indicados. A meta é manter a pressão arterial média de 60 a 10 mmHg.
Marque V ou F
( ) Fratura de esterno e escápula geralmente resultam de um trauma direto nesses ossos.
( ) Sempre que houver fratura de esterno, devemos suspeitar de lesão pulmonar e cardíaca.
( ) Trauma decorrente de compressão anteroposterior leva a maior risco de lesão intratorácica do que aquele por força direta aplicada na costela.
( ) Fraturas de costelas baixas (10 a 12) aumenta a suspeição de injúria hepatoesplênica.
( ) A presença da fratura de costela em idosos não apresenta maior de risco de complicações.
V V F - É o inverso V F - Pacientes idoso possuem o dobro de risco de pneumonia e de mortalidade do que pacientes jovens.