tut 1 anemia carencial e megaloblastica Flashcards

(40 cards)

1
Q

Anemia definição

A

Termo que se aplica a uma síndrome clínica e a um quadro laboratorial caracterizado por diminuição do
hematócrito, da concentração de hemoglobina no sangue, ou da concentração de hemácias por unidade de
volume.

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2
Q

Considera-se portador de anemia o indivíduo cuja concentração de hemoglobina é inferior a:

A
  • 13 g/dL no homem adulto;
  • 12 g/dL na mulher adulta;
  • 11 g/dL na mulher grávida;
  • 11 g/dL em crianças entre seis meses e seis anos de idade;
    12 g/dL em crianças entre seis e 14 anos de idade
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3
Q

Esses valores aplicam-se para o nível do mar, alterando-se significativamente em grandes altitudes, mas não
sofrem variações com a raça a região geográfica ou a idade avançada.

A
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4
Q

Altas altitudes → Ar mais rarefeito → Diminuição da PaO2 → Aclimatação → Aumento de eritropoietina →
Aumenta a quantidade de hemácias

A
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5
Q

V.C.M

A

Tamanho de cada hemácia, Volume Corpuscular Médio

responsavel pelo tamanho (macro,micro,normocitico)

micro: menor que 80fl
normo: 80-95fl
macro: maior que 95fl

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6
Q

H.C.M

A

– Hemoglobina corpuscular média (quanto tem de hemoglobina em uma hemácia)

responsavel pela cor (cromia)

hipocromica: menor que 27pg
normocromica: = ou mair que 27pg

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7
Q

R.D.W

A

Índice de anisocitose (avalia a diferença de tamanho)

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8
Q

Etiopatogenia da anemia
Anemia verdadeira:
Anemia relativa ou por diluição:

A

Anemia verdadeira: redução da massa eritrocitária, ou seja, do volume total de hemácias no organismo.
Anemia relativa ou por diluição: aumento do volume plasmático, sem correspondente aumento de hemácias

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9
Q

ex de anemias por diluicao ou relativas

A

gestacao
IC
IR
hipoalbuminemia

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10
Q

Os principais mecanismos compensatórios nas anemias envolvem:

A
  • Aumento do débito cardíaco
  • Redução da resistência vascular sistêmica global
  • Redistribuição do fluxo sanguíneo para os diferentes tecidos
  • Diminuição da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio
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11
Q

Como resultado do aumento do débito cardíaco, da redistribuição do fluxo sanguíneo (privilegiando tecidos e
órgãos mais sensíveis à hipóxia) e a redução da resistência periférica, ocorrem manifestações clínicas como:

A
  • Palidez cutaneomucosa (vasoconstrição periférica)
  • Taquicardia
  • Aumento da diferencial de pressão
  • Sopros no precórdio
  • Sopro arterial ou venoso no pescoço
  • Choque da ponta impulsivo
  • Dispneia de esforço
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12
Q

Uma dieta bem equilibrada contém 10-20mg de ferro por dia. Cerca de 10% é
absorvido.

A
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13
Q

O ferro faz parte do grupo heme, que integra numerosas proteínas do organismo, como citocromos, citocromo
oxigenase, peroxidases, catalase, mioglobina e hemoglobina.

A
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14
Q

Homem adulto: possui cerca de 3-4 g de ferro (ou seja, 35- 45 mg de ferro/kg de peso), quantidade em média
30-40% menor em mulheres em idade fértil em consequência à perda periódica de sangue na menstruação.

A
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15
Q

Mais de dois terços do conteúdo de ferro do organismo encontra-se incorporado à molécula de hemoglobina.
A hemoglobina é a principal forma funcional de ferro no organismo e seu principal depósito, e por isso a anemia
é a manifestação clínica mais proeminente da carência de ferro.

A
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16
Q

A mioglobina tem uma estrutura muito semelhante à hemoglobina e funciona como uma proteína para depósito
de oxigênio nos músculos, de onde o O2 é liberado durante o exercício. Presente em todas as células dos
músculos esquelético e cardíaco, o organismo humano contém um total de cerca de 300 mg de ferro na
mioglobina.

A
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17
Q

ferritina e hemossiderina.

A

O organismo armazena ferro em diferentes tecidos sob formas de ferritina e hemossiderina.

A ferritina, proteína presente no citoplasma da maioria das células, tem importante papel na estocagem do ferro.
A maior parte da ferritina sintetizada é usada na estocagem do ferro, entretanto pequena quantidade é secretada
e liberada no soro (ferritina sérica), quantidade esta que se correlaciona com o estoque total de ferro no
organismo. Por isso, a dosagem de ferritina plasmática é um exame importante para avaliar os depósitos de
ferro do organismo.

A hemossiderina corresponde a um agregado heterogêneo de ferro, componentes do lisossomo e outros
produtos da digestão intracelular. Ela restringe-se aos macrófagos da medula óssea, do fígado e baço,
representando pequena fração do ferro de estoque que pode, todavia, estar dramaticamente aumentada na
sobrecarga de ferro.

A destruição de hemácias senescentes ocorre nos macrófagos principalmente do baço e medula óssea.

Essa
mobilização do ferro dos depósitos torna possível a reutilização 25 a 30 mg de ferro por dia, o que corresponde
à necessidade diária de ferro para a eritropoese.

18
Q

Fitatos, oxalatos e fosfatos formam complexos com o ferro, retardando a sua absorção, enquanto substâncias
redutoras como hidroquinona, ácido ascórbico, sorbitol, cisteína, lactato, piruvato e frutose facilitam a absorção
de ferro.

19
Q

Absorção de ferro

A

A facilidade com que o tubo intestinal absorve o ferro depende da forma como ele está presente no alimento.
O ferro na forma heme, presente em carne e fígado, representa um terço do ferro da dieta, sendo muito mais
facilmente absorvido. Essa absorção é realizada por uma proteína HCP (Heme Carrier Protein 1).
Já a absorção do ferro dos vegetais (ferro inorgânico ou ferro não heme) é menos eficiente, dependendo da
presença de outras substâncias (fosfatos, oxalatos, aminoácidos livres) e produção de ácido clorídrico pelo
estômago.

20
Q

O ferro do citoplasma do enterócito pode atravessar a barreira basolateral, pela ação coordenada da ferroportina
e da hefaestina, duas proteínas de membrana. A ferroportina é o único exportador celular de ferro, tem papel
central na homeostase sistêmica desse metal e está presente na mucosa duodenal, nos macrófagos, hepatócitos
e trofoblastos sinciciais da placenta. A hefaestina, tem a função de oxidar o Fe2+ a Fe3+, permitindo seu
transporte pela transferrina.

21
Q

Transporte de ferro

A

Após atravessar o enterócito, o ferro chega ao plasma onde se liga à transferrina. A transferrina pode receber
ferro dos enterócitos e dos depósitos, e pode liberá-lo para os depósitos, para os eritroblastos, para o músculo,
para a síntese de mioglobina, ou para diferentes tecidos para a síntese de enzimas e citocromos.

22
Q

Excreção e perdas de ferro

A

Não existe mecanismo fisiológico de excreção de ferro que é conservado pelo organismo com grande eficiência.
Aproximadamente 1 mg de ferro (menos de 1 milésimo do total do organismo) é perdido diariamente, por via
fecal (ferro presente nas células descamantes do epitélio), descamação da pele, do epitélio urinário e perspiração.
Em mulheres, a menstruação normalmente leva à perda de 30-60 mL de sangue por mês, correspondentes a
cerca de 15-30 mg de ferro por mês. A gravidez, a lactação e o crescimento são outras formas fisiológicas de
aumento das necessidades de ferro.

23
Q

Anemia ferropriva

A

Distúrbio do ferro mais frequente em adultos, associado a perda crônica de sangue, tanto por hipermenorreia
ou menorragia (sítio mais frequente em mulheres em idade fértil), quanto pelo trato gastrointestinal (sítio mais
frequente em homens e mulheres pós-menopausa.

24
Q

Fisiopatologia da Anemia ferropriva

A

A deficiência de ferro surge a partir do desequilíbrio entre ingesta, absorção e situações de demanda aumentada
ou perda crônica (anemia ferropriva) sendo multifatorial.

25
Características Clínicas da anemia ferropriva
Pode-se observar: ✓ Palidez cutaneomucosa ✓ Fadiga ✓ Baixa tolerância ao exercício ✓ Redução do desempenho muscular ✓ Perversão alimentar ou PICA ✓ Baqueteamento digital ✓ Coiloníquia (unhas em forma de colher) ✓ Atrofia das papilas linguais ✓ Estomatite angular ✓ Disfagia ✓ Queilose angular (fissura e ulceração no canto da boca)
26
Diagnóstico da anemia ferropriva
Hemograma: hipocromia, microcitose, aumento do índice de anisocitose eritrocítica (RDW) e plaquetose, além de presença de anisocitose, poiquilocitose, hemácias em charuto e reticulopenia. Ferritina sérica: relacionada ao estoque corporal total de ferro. Encontra-se reduzida na anemia por DF. Ferro sérico: é a fração do ferro corporal que circula primariamente ligado a transferrina. Encontra-se reduzido na anemia por DF. Índice de saturação de transferrina (IST): Transferrina + ferro sérico permitem o cálculo do índice de saturação de transferrina. Encontra-se reduzido na anemia por DF. TIBC: capacidade total de ligação do ferro, ensaio que permite os sítios de ligação de ferro. Na anemia está aumentado, como tem pouco ferro a transferrina estará avida por ferro. Reticulócitos: Diminuídos
27
A dose ideal para tratamento é de 180 a 200 mg de ferro elementar/dia para adultos e 1,5 a 2 mg de ferro elementar/dia para crianças, dividida em 3 a 4 tomadas por dia, preferencialmente com o estômago vazio, ou 30 min antes das principais refeições.
28
Tratamento da anemia ferropriva
1. tratar causa base 2. ferro oral e raramente ferro parenteral
29
O tratamento com ferro oral deve ser mantido durante um período suficiente para corrigir a anemia e repor os depósitos de ferro, o que geralmente significa pelo menos 6 meses. Recomenda-se manter doses terapêuticas por cerca de 4 meses após a resolução da anemia. A hemoglobina deve subir cerca de 2 g/dL a cada 3 semanas.
30
Ferro por via parenteral
Deve ser indicada em situações especiais. A dose é calculada de acordo com o peso corporal e o grau de anemia: [Hb (g/dL) desejada (sempre 15) – Hb (g/dL) encontrada] x Peso corporal (Kg) x 2,4 + 500
31
Anemias megaloblásticas
Constituem um grupo de anemias em que os eritroblastos na medula óssea mostram uma anormalidade característica, atraso da maturação do núcleo em relação à do citoplasma. O defeito básico dessa assincronia é a síntese defeituosa de DNA, geralmente causada por deficiência de B12 ou folato.
32
Metabolismo da vitamina B12
A vitamina consiste em um pequeno grupo de compostos, as cobalaminas, todas com a mesma estrutura básica, com um átomo de cobalto no centro de um anel corrina ligado a uma porção nucleotídica. É encontrada em alimentos de origem animal, como fígado, carnes em geral, peixe e laticínios, mas não ocorre em frutas, cereais e verduras. Transporte A vitamina B12 é absorvida no sangue portal, onde se liga à proteína plasmática transcobalamina (TC, transcobalamina II), que entrega B12 à medula óssea e a outros tecidos. Embora a TC seja a proteína plasmática essencial para transferência de B12 para as células do organismo, a quantidade de B12 na TC, em geral, é muito baixa (< 5 ng/dL). A deficiência de TC causa anemia megaloblástica, uma vez que a B12 não entra na medula óssea (e em outras células) a partir do plasma, porém o nível sérico de B12 na deficiência de TC é normal.
33
Metabolismo do ácido fólico
O ácido fólico é o composto-base de um grande grupo de compostos derivados, os folatos. A dose para suplementação de ácido fólico é de 0,4 mg diariamente. Sua forma natural, o folato, é encontrada em vegetais de folha verde escura, como couve, brócolis e espinafre, porém ele é mal absorvido pelo organismo.
34
Manifestações clínicas da anemia megaloblástica
As manifestações são clinicamente indistinguíveis, a não ser pela história recente (ao redor de 6 meses) na deficiência de folato e mais prolongada (3 anos ou mais) na deficiência de vitamina B12. Além das manifestações de anemia: ✓ Fraqueza ✓ Palidez ✓ Dispneia ✓ Claudicação intermitente Uma das manifestações clássicas da anemia perniciosa é a perda de papilas da língua, que fica lisa, brilhante e intensamente vermelha (“língua careca”). A tríade de fraqueza, dor na língua e parestesias é clássica na deficiência de vitamina B12, mas os sintomas iniciais variam muito. De importância é o quadro neurológico que acompanha a deficiência de vitamina B12 e que auxilia na diferenciação. São também comuns as manifestações mentais como a depressão e os déficits de memória, disfunção cognitiva e demência, além de distúrbios psiquiátricos graves como alucinações, paranoias, esquizofrenia.
35
Diagnóstico da anemia megaloblástica
A anemia é macrocítica Vários neutrófilos apresentam núcleo hipersegmentado (com seis ou mais lobos). A medula óssea é, em geral, hipercelular, e os eritroblastos são grandes e mostram falta de maturação. Dosar vitamina B12 sérica, folato sérico e folato eritrocitário.
36
Tratamento da anemia megaloblástica ratamento da carência de vitamina B12
Tratamento da carência de vitamina B12 A anemia perniciosa deve ser tratada com vitamina B12 por via parenteral por toda vida, uma vez que o defeito de absorção é irreversível. Pacientes idosos com atrofia gástrica e má absorção por dificuldade de dissociação da vitamina B12 do alimento e vegetarianos beneficiam-se preventivamente com doses orais da vitamina em torno de 50 μg/ dia (doses maiores podem ser usadas sem efeitos indesejáveis).
37
Tratamento da carência de folato
Correção da dieta, aumentando a ingestão de verduras. Ácido fólico por via oral na dose de 5 mg/dia até que a causa da carência tenha sido removida. Tratamento permanente é necessário em pacientes que têm doenças que aumentam o consumo de folatos, como anemias hemolíticas crônicas e pacientes submetidos à diálise.
38
Anemia Mista
A anemia carencial mista ocorre quando há carência de ferro, ácido fólico ou também vitamina B12 associados.
39
Diagnóstico
Hemograma, ferritina, ferro sérico, transferrina (TIBC), índice de saturação de transferrina (IST), vitamina B12, ácido fólico. Na anemia mista pode ser normocítica e normocrômica devido a compensação.
40