Úlceras vulvares Flashcards
(41 cards)
Definição:
Lesão profunda em que há perda completa da cobertura epidérmica com invasão para a derme subjacente
Etiologia: (quanto infecção)
Infecciosa: Herpes simples, treponema pallidum (sífilis), Haemophilus ducreyi (cancroide), clamydia trachomatis (linfogranuloma venéreo), klebsiella granulomatis (donovanose), AIDS, Epstein-Barr;
Não infecciosa:
Erupções fixas por drogas, doença de Behçet, neoplasias e traumas.
Classificação quanto à etiologia do agente:
Bacterina:
sífilis, cancro mole, linfogranuloma venéreo e donovanose.
Viral:
herpers vírus, AIDS e mononucleose.
Fúngica:
candidíase
Aftosas:
síndrome de Behçet, doença de Crohn e úlcera de lipschutz.
Dermatoses:
pentifigóide.
Outras:
úlcera de decúbito e neoplasias.
Incidência:
As infecções (herpes genitais, sífilis e cancróide) causam a maioria das úlceras genitais nos países em desenvolvimento/EUA
Avaliação clínica:
História completa e exame físico para os sinais e sintomas pertinentes, além disso, determinar se lesões primárias ou recorrentes e evolução do mesmo.
Se há sintomas sistêmicos, como febre, mal estar, dor de cabeça, úlceras orais ou lesões de pele.
Co-infecções, histórico familiar de doenças autoimunes
História sexual,, comportamentos de risco, início do aparecimento dos sinais e sintomas
uso de drogas
e se há linfadenopatia
Lesão da sífilis - 1ª fase:
Primária: cancro duro/protossifiloma, causa mais frequente de úlcera genital. É típica, única e indolor, sobrelevada, de fundo limpo, arredondada, com margens nítidas e base endurecida. acompanhada de adenopatia inguinal.
Sem tratamento cicatriza em 6 semanas
Lesão da sífilis - 2ª fase:
Secundária: de 6 semanas à 6 meses após o cancro, caracterizada por exantema maculopapular em palmas, plantas e mucosas, é uma infecção sistêmica e pode envolver rins, fígado e SNC.
Lesão da sífilis - 3ª fase:
Latente: 1 ano após o aparecimento da 2ª sem tratamento, pode surgir sinais e sintomas, mas as lesões não são contagiosas.
Lesão da sífilis - 4ª fase:
Terciária: até 20 anos depois da latente, com evidencia de envolvimento cardiovascular, do SNC e sistema musculoesquelético.
Diagnóstico de sífilis:
Microscopia em campo escuro do raspado do fundo da úlcera e testes sorológicos, como VDRL (inespecífico) e FTA-ABS (específico, confirma a sífilis)
Tratamento da sífilis:
Primária, secundária e latente precoce (< 1 ano) - penicilina g benzatina IM dose única ou doxicilina 100 mg, VO 2X/dia, por 2 semanas (em gestantes e alérgicos).
Latente tardia, terciária e cardiovascular -
penicilina g benzatina IM semanalmente por 3 semanas ou doxicilina 100 mg, VO 2X/dia, por 4 semanas.
Agente etiológico do cancro mole:
Haemophillus ducreyi, apresenta período de incubação de 3 a 10 dias.
Sintomas do cancro mole:
início com pápula eritematosa, que evolui com ruptura, pústula e ulcera em 48 horas. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, dolorosas, amolecidas e com aspecto purulento.
há presença de bulbão (linfonodos supurativos confluentes, que podem supurar, formar fístulas e formar novas úlceras), não apresenta sintomas sistêmicos.
Diagnóstico do cancro mole:
é basicamente clínico, mas pode ser confirmado através do esfregaço da lesão corado pelo método de gram (bacilos gram - curtos e bastonetes isolados da úlcera ou bulbão)
Tratamento do cancro mole
medidas de higiene local com agua boricada ou permanganato de potássio + ATB (azitromicina 1g, VO, dose única ou ceftriaxone 250 mg, IM dose única ou eritromicina base 500 mg, VO, 3X/dia por 7 dias) .
Linfogranuloma venéreo - 1ª fase
- Vesícula ou pápula pequena
a. Evolui para pústula ou ulceração no local da penetração da clamydia
b. Involui espontaneamente sem deixar cicatriz
c. Fúrcula vulvar e parede vaginal posterior
Linfogranuloma venéreo - 2ª fase
- Linfadenopatia inguinal ou femoral dolorosa
a. Após alguns dias da lesão inicial
b. O gânglio infartado é unilateral em 70% dos casos -> supuração e fistulização por orifícios múltiplos quando não tratada
c. Infecção sistêmica
Linfogranuloma venéreo - 3ª fase
- Síndrome anogenitorretal
a. Sequelas da infecção consequente as obstruções linfáticas (elefantíase vulvar, fístula e estenose retal, sangramento retal, dor abdominal, febre).
b. Peritonite (perfuração intestinal)
Diagnóstico do linfogranuloma venéreo:
clínico na maioria das vezes, mas pode ser confirmado através da prova intradérmica de Frei.
Tratamento do linfogranuloma venéreo:
doxicilina 100 mg VO 2X/dia por 21 dias ou eritromicina base 500 mg VO 4X/dia por 21 dias, além de tratar o parceiro
Granuloma inguinal:
é uma doença crônica progressiva com lesões extensas, indolores e destrutivas. Apresenta lesão nodular subcutânea única ou múltipla, erosão forma ulceração e as úlceras são altamente vascularizadas, avermelhadas, vegetantes e granulosas que sangram com facilidade, caso estejam infectadas, são dolorosas
Tratamento do granuloma inguinal:
doxicilina 100 mg, 2X/dia por no mínimo 3 semanas e até que as lesões tenham cicatrizado completamente, ou azitromicina 1g, qX/semana, ou ciprofloxacina 750 mg, 2X/dia, ou entromicina base 500 mg, 4X/dia, ou trimetoprima-sulfametoxazol, VO, 2X/dia.
Herpes vírus simples:
doença ulcerosa genital de maior prevalência, apresenta 2 tipos, o 1 geralmente dá lesões orais, mas também dá 30% das vulvares, e o tipo 2 acomete de 70 a 80% das infecções vulvares. Pacientes infectados podem transmitir, mesmo assintomáticos.
Fisiopatologia do herpes vírus simples:
o vírus penetra nas terminações nervosas sensoriais, sendo transportado retrogradamente pelo axônio até as raízes dos gânglios dorsais, sendo então latente por toda a vida. O vírus infecta as células da epiderme, forma eritema e pápulas, ocasionando em morte e lise da parede celular, além de bolhas que posteriormente se rompem, forma úlcera, crosta e cicatrização. A carga viral contribui para número, tamanho e distribuição de lesões.